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Hoje os helicópteros de reportagem são comuns nos céus de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Via de regra são aqueles pequeninos Robinson R22 e R44, mas também existem alguns Esquilo e uns poucos Bell 206, que já são um tanto maiores, fazendo esse tipo de trabalho.
Inclusive alguns dos chamados "repórteres aéreos", como o pioneiro Aluani Neto, já falecido, e o nosso querido amigo Geraldo Nunes, são profissionais bastante conhecidos do público.
O PT-HAL da TV Record (Foto via Roberto Mateus)
O primeiro helicóptero de reportagem do Brasil, entretanto, foi muito anterior aos atuais pequeninos Robinson, foi este Westland-Sikorsky S-51 Dragonfly, o PT-HAL, cujo c/n era WAH-30, c/n é uma espécie de número de série do fabricante.
Ele pertencia à TV Record de São Paulo, que era do Paulo Machado de Carvalho e que na época era a mais importante emissora de televisão do país, ela seria o equivalente a atual Rede Globo, que naquele tempo ainda nem existia.
Essa aeronave foi comprada pela Record em 1959 e serviu a aquela emissora durante a década de 1960, até ser vendido para a Ocian - Organização Construtora e Incorporadora Andraus Ltda., que o utilizava para levar clientes e investidores aos seus empreendimentos, como a Cidade Ocian, no município litorâneo de Praia Grande.
Em uma propaganda da época em que ele já pertencia à Ocian, ele aparece pousado no heliponto do antológico e trágico Edifício Andraus
Ao contrário do que diz a propaganda, aquele não foi o primeiro heliporto da América do Sul, nem mesmo do Brasil, e na verdade ele nem era um heliporto, era apenas um heliponto.
O que ele foi, para lhe fazer justiça, foi o primeiro heliponto de topo de edifício da América do Sul e, como vocês sabem, aquele heliponto foi fundamental no resgate de vítimas do fatídico incêndio daquele prédio em 1972.
Falando um pouco mais desses S-51, eles foram os primeiros helicópteros do mundo que foram vendidos para operadores civis.
Todos os S-51 que operaram no Brasil, tanto os da Marinha quanto os civis, foram fabricados sob licença da Sikorsky pela Westland, na Inglaterra.
Na verdade apenas três S-51 civis operaram no Brasil: o PT-HAK, que era o c/n 29 e que originalmente teve o prefixo inglês G-AMHC, esse PT-HAL da Record, que era o c/n 30 e que originalmente teve o prefixo inglês G-AMHB, e mais um terceiro, cujo prefixo brasileiro eu nunca consegui descobrir, que era o c/n 48 e que originalmente teve o prefixo inglês G-AMHD.
Todos eles três, depois da Inglaterra, voaram na Bélgica (com prefixo OO), no México (com prefixo XB) e nos Estados Unidos (com prefixo N), para só depois serem vendidos para compradores brasileiros e receberem o prefixo PT.
O PT-HAL no Museu Matarazzo (Bebedouro) (Foto: Renato Spilimbergo Carvalho)
Dos três civis brasileiros apenas um sobreviveu, justamente esse nosso PT-HAL da TV Record, e hoje ele faz parte do acervo do museu de Bebedouro.
BF-1 Beija Flor é considerado o primeiro helicóptero controlável brasileiro (Imagem: Reprodução/Jane's World Aircrafts)
Em 1959, decolava o primeiro helicóptero desenvolvido no Brasil, o Beija-flor. Denominado IPD BF-1, ele foi elaborado no então Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento, órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira), por um engenheiro alemão que colaborou com a Alemanha nazista.
À época, o Brasil ainda não tinha uma indústria aeronáutica forte. A Embraer só seria fundada dez anos depois, e o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) não tinha nem uma década de vida.
Quem criou o Beija-flor?
No período logo após a 2ª Guerra Mundial, o engenheiro alemão Henrich Focke encontrou no Brasil um local para desenvolver novas aeronaves. Ele já havia criado na Alemanha, na década de 1930, o Focke-Wulf Fw 61, considerado o primeiro helicóptero totalmente controlável e funcional do mundo.
O engenheiro chegou ao Brasil no início dos anos 1950, quando começou o projeto de um convertiplano, uma aeronave que decola na vertical, como um helicóptero, e voa na horizontal, como um avião, por meio de grandes hélices. No mesmo período, ele aproveitou a experiência adquirida para elaborar junto à sua equipe o Beija-flor.
Qual a relação de Focke com a Alemanha nazista?
Os projetos de Henrich Focke na área da aviação serviram diretamente aos ideais da Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial. Embora muitos não considerem que ele tenha sido um apoiador interno do regime, suas empresas, a Focke-Wulf e a Focke-Achgelis, produziram algumas das principais aeronaves usadas no conflito.
Henrich Focke, de óculos ao centro, ao lado de Adolph Hitler (Imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público)
Entre os aviões, destacaram-se o Fw 200 Condor e o Fw 190, utilizados amplamente pela Luftwaffe, então braço aéreo da Alemanha durante o conflito.
Como era o helicóptero?
O BF-1 era um helicóptero leve de dois lugares, desenvolvido para as condições de voo no Brasil. Seu projeto teve início em 1955, e ele decolou pela primeira vez em 1959.
A hélice do rotor principal tinha três pás, chegando a um diâmetro de 9,4 metros, e as duas hélices do rotor de cauda tinham um diâmetro de 1,70 metro. Seu comprimento era de 8,75 metros e sua altura atingia 3,15 metros.
Ele era capaz de decolar com até 950 kg de peso total, atingindo 150 km/h. O Beija-flor ainda era capaz de voar a uma distância de até 270 quilômetros, e alcançava 3.500 metros de altitude.
O helicóptero voava até três horas, dependendo das manobras realizadas e do consumo de combustível. Até hoje, partes do Beija-flor podem ser encontradas em exposição no MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro), em São José dos Campos (SP).
Quando o projeto foi abandonado?
O helicóptero continuou em desenvolvimento até meados da década de 1960, quando um dos exemplares sofreu um acidente e ficou completamente danificado. A bordo, estava o hoje brigadeiro Hugo Piva, que saiu ileso.
A Aeronáutica ainda estimava a conclusão de outros protótipos do Beija-flor para 1967, mas o projeto foi abandonado por falta de recursos. Ele já havia concluído mais de cem horas de voos de teste quando foi cancelado.
Quando Focke veio ao Brasil?
Em 1952, com a criação do Centro Tecnológico de Aeronáutica (hoje, DCTA - Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), profissionais de diversos países foram contratados para alavancar as pesquisas do setor no Brasil.
Focke foi um deles. O engenheiro reclamava que, na Alemanha, não era possível realizar novos projetos e ensaios de aeronaves devido à ocupação dos Aliados, que venceram a guerra. Com isso, seu trabalho se tornava difícil.
Ele veio ao país com um grupo de outros 19 projetistas alemães com os quais já havia trabalhado antes. Inicialmente, desenvolveu aquele que seria o primeiro convertiplano do mundo, mas, como os custos eram muito elevados, ele foi abandonado.
Focke, entretanto, voltou para a Alemanha antes de ver seu projeto voar pela primeira vez, em 1959, deixando a equipe, que passou a ser chefiada pelo inglês K.L.C. Legg.
Sem o alemão, os planos de desenvolvimento de helicópteros no Brasil tomaram outro rumo. Essa tecnologia, até hoje, não é completamente dominada pelo país, que não tem um modelo de helicóptero nacional fabricado em escala até os dias atuais.
Ficha técnica
Modelo: IPD BF-1 Beija Flor
Ocupantes: Dois (um piloto e um passageiro)
Comprimento: 8,75 metros
Altura: 3,15 metros
Diâmetro da hélice do rotor principal: 9,4 metros
Diâmetro da hélice do rotor de cauda: 1,7 metro
Peso máximo de decolagem: 950 kg
Velocidade máxima: 150 km/h
Autonomia: 270 km de distância ou até três horas de voo
Altitude máxima de voo: 3.500 metros
Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL) - Fontes: Revista do Clube de Aeronáutica, A Enciclopédia Ilustrada Completa das Aeronaves do Mundo (Chartwell Books), Jane's All the World's Aircraft (McGraw-Hill), MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro), Vertipedia acervo histórico do Jornal do Brasil - Fotos adicionais via swoboda.art.br
O Fairey Rotodyne foi um helicóptero composto ou 'Girodino' designado e desenvolvido pela Fairey Aviation e intencionado para a aviação comercial e militar. Um desenvolvimento do anterior Fairey Jet Gyrodyne que estabeleceu o recorde mundial de velocidade para um helicóptero, o Rotodyne possuía jato-rotores nas pontas de seu rotor principal, que queimavam uma mistura de combustível com ar comprimido para a realização da rotação, possuía também em pequenas asas dois motores turboélices Napier Eland para a propulsão à frente.
O rotor fazia como os voos de helicópteros comuns com decolagem e pouso vertical, além de voo pairado, bem como voo transicional de baixa velocidade, e auto rotacionado durante o voo de cruzeiro com toda a força dos motores aplicadas nos propulsores das asas.
Somente um protótipo foi construído, contudo mostrou-se muito promissor em seu conceito e em seus teste de voo, mas o programa foi eventualmente cancelado. Sua terminação foi devida a uma rejeição de encomendas por parte de empresas de aviação comercial, uma das causas prováveis foi pelo fato de o rotor produzir muito ruído causado pelos propulsores das asas. Causas políticas, o projeto foi fundeado pelo governo - que teve também um papel na falta de encomendas, o que acabou condenando o projeto.
Design
O Rotodyne possuía um rotor largo com quatro pás e mais dois motores turboélices propulsores Napier Eland N.E.L 3 montados um em cada ponta das pequenas asas. Para a decolagem e aterrissagem o rotor era provido de quatro jato-rotores nas pontas de suas pás. Estes eram alimentados através de uma canalização dos bordos de ataque das asas que iam até o topo rotor. Cada motor fornecia ar para o par de rotores opostos; o ar comprimido era misturado com combustível e queimado.
Como um sistema de torque mínimo de rotor, não necessitou de um sistema antitorque, sendo o seu giro controlado por pedais que direcionavam dois lemes na cauda em conjunto com o torque dos propulsores em velocidades baixas. Os propulsores fornecem empuxo para o voo translacional enquanto o rotor auto rotaciona. O cockpit incluí um cíclico e um elevador coletivo como em um helicóptero.
O projeto da aeronave (flightglobal.com)
A transição para autogiro ocorre quando a aeronave atinge 96,6 km/h (60,0 mph) (outras fontes dizem 110 kn (204 km/h)) por extinguir os jato-rotores, e até a metade da elevação era fornecida pelas asas, permitindo maior velocidade.
A lâminas do rotor são simétricos aerofólios em torno de um mastro de carga. O aerofólio foi feito de aço e liga leve devido às preocupações com o centro de gravidade.
(Imagem: redbackaviation)
Da mesma forma, a longarina foi formada a partir de um bloco de aço usinado grosso para a frente e uma seção mais fina formada a partir de aço dobrado e rebitado para a retaguarda. O ar comprimido era canalizado através de três tubos de aço na lâmina. As câmaras de combustão dos jato-rotores eram feitas de Nimonic 80 com forros feitos de Nimonic 75.
História
Desenvolvimento
A Fairey desenvolveu o Fairey FB-1 Gyrodyne, uma única aeronave a ter o direito de receber a terceira denominação de uma aeronave de asa rotativa, incluindo o autogiro e o helicóptero. Tinha pequenas semelhanças com o posterior Rotodyne, eles foram caracterizados pelo inventor o Dr. J.A.J Bennett, antigamente Oficial Chefe Técnico da pré-Segunda Guerra Mundial Cierva Autogiro Company uma aeronave intermediária designada para combinar segurança e simplicidade o autogiro com performance de planamento.
A Fairey colocou para a frente os seus vários designs para o proposto BEA Bus, foi revisado por anos, e recebeu fundos do governo. No entanto, obter acesso aos motores provou ser difícil, com primeiro a Rolls-Royce e a Armstrong Siddeley que alegavam falta de recursos. Em 1953, o Ministry of Supply contratou para a produção do protótipo (número de série XE521).
Este aeródino era provido em todas as fases de voo por um coletivo de elevação tendo função automática de torque de eixo, possuía propulsores laterais para impulsão à frente durante o voo e correção de torque do rotor. O FB-1 marcou um recorde mundial de velocidade em 1948, mas um acidente fatal devido a uma má maquinagem da lâmina do rotor fez com que o projeto fosse terminado.
Modelo do Rotodyne testado no túnel de vento (Wikimedia)
O segundo FB-1 foi modificado para investigar a possibilidade de utilizar jato rotores nas pontas das pás no rotor principal com a propulsão sendo provida dos motores montados nas pequenas asas laterais na fuselagem. Este segundo foi então renomeado para Fairey Jet Gyrodyne, que apesar de seu nome foi um autogiro composto.
Com vista a uma aeronave que iria cumprir a aprovação regulamentar no menor tempo possível, a Fairey trabalhou com os designers para encontrar os requisitos da Aeronavegabilidade Civil para tanto um helicóptero e um avião com dois motores convencional. Um modelo com um sexto da escala sem rotor foi testado em túnel de vento para aferir as performances de aerodinâmica das asa do modelo. Um modelo com escala 1/15 foi testado com rotor adicionado para investigar as propriedades.
Enquanto o protótipo estava sendo construído, o financiamento para o programa atingiu uma crise. Cortes na defesa expedidos pelo Ministry of Defence para retirar o apoio, empurrando o fardo dos custos para qualquer cliente civil possível. O Governo concordou em continuar a financiar apenas se, entre outras qualificações, a Fairey e a Napier contribuíssem com os custos do Rotodyne e do Eland respectivamente.
Teste e evolução
Apesas de J.A.J. Bennett ter deixado a Fairey para juntar-se com a Hiller Helicopters da Califórnia, o protótipo, e seu desenvolvimento foi assumido pelo Dr. George S. Hislop, realizando o seu primeiro voo em 6 de novembro de 1957 pilotado pelo piloto de teste e Chefe de Helicópteros Líder de Esquadrão W. Ron Gellatly com assistência do segundo piloto de testes Chefe de Helicópteros Tenente Comandante John G.P. Morton.
O Fairey Rotodyve XE 521 fotografado durante seu primeiro voo, em 6 de novembro de 1957
A primeira transição bem sucedida do voo vertical para o horizontal e do horizontal para o vertical foi realizada em 10 de abril de 1958. O Rotodyne realizou de acordo com expectativas, e definiu um recorde mundial de velocidade para a categoria de um convertiplano, marcando 307,2 km/h (191 mph) em 5 de janeiro de 1959 em um circuito fechado de 100 quilômetros.
O líder do esquadrão Wilfred Ronald Gellatly, se inclina para fora da cabine após o primeiro voo do Fairey Rotodyne XE521, em 6 de novembro de 1957
Além de ser rápido, a aeronave tinha um recurso de segurança: ele podia pairar com um motor desligado, o protótipo demonstrou vários pousos como um autogiro. Foi demonstrado várias vezes em shows aéreos de Farnborough e Paris, maravilhando sempre os espectadores. Ele até levantou um vão de ponte de 30,5 m (100 ft).
O Rotodyne mostrou-se com melhor tipo de via e rotor descarregado que um helicóptero puro e outras formas de convertiplanos. a aeronave poderia voar à 324 km/h (175 kn) e puxado em uma curva de subida íngreme sem demonstrar quaisquer características adversas de manuseio.
Vista frontal do Fairey Rotodyne com o líder do esquadrão Wilfred Ronald Gellatly OBE
Em todo mundo houve interesse no prospecto do projeto pelo uso do transporte entre cidades do modelo. O mercado para o Rotodyne foi o de transporte de carga média ou "ônibus voador".
Ele podia decolar verticalmente de um heliponto na cidade, com toda a elevação fornecida pelos jato rotores das pontas do rotor principal, então aumentando a velocidade aerodinâmica, ventualmente com toda a energia dos motores que estão sendo transferidos para os propulsores com o rotor girando automaticamente. O Rotodyne alcançava velocidade de cruzeiro de 280 km/h (151 kn).
O Rotodyne levantando o vão de uma ponte (jefflewis.net)
A British European Airways cogitou interesse na compra de seis aeronaves, com possibilidade para a aquisição de 20. A Força Aérea Real encomendou 12 versões de transporte militar.
A New York Airways intencionou adquiri 5 unidade à US$2 milhões cada, com a opção de mais 15 embora com qualificações, depois de calcular que um Rotodyne podia operar com um costo de meia milha por assento de helicópteros; contudo, o custo de uma unidade era muito alto para pequenos transportes de carga de 10 a 50 milhas, e a Civil Aeronautics Authority foi oposta a uma aeronave de asa rotativa competindo com aeronaves convencionais em rotas longas. A Japan Airlines disseram que iriam experimentar o Rotodyne entre o Aeroporto Internacional de Tóquio e a sua cidade.
O Exército dos Estados Unidos ficou interessado e cogitou a compra de 200 modelos Rotodyne Y, para serem fabricados sob licença noa Estados Unidos pela Kaman Helicopters em Bloomfield, Connecticut. O financiamento do governo foi garantido novamente sob a condição de que as encomendas firmes fossem obtidas da BEA. As encomendas civis dependiam de que os problemas de ruído fossem reparados satisfatoriamente, e essa importância fez a Fairey desenvolver 40 diferentes supressores de ruído em 1955.
Cancelamento
Uma das partes preservadas do protótipo desmontado (Wikimedia)
Em 1959, o Governo britânico, buscava cortar custos, decretou que o número de empresas de aeronaves deveria ser reduzido e estabeleceu expectativas para as fusões de empresas de fuselagens e motores. Retardando ou impedindo o acesso a contratos de defesa, as firmas britânicas foram forçadas a fazer fusões.
A Saunders-Roe e a divisão de helicópteros da Bristol Aeroplane Company foram incorporadas pela Westland Aircraft, e em Maio de 1960 a Fairey Aviation Company foi também incorporada pela Westland.
Nesta época o Rotodyne havia realizado voos com mais de 1000 pessoas e 120 horas em 350 voos e feito 230 transições entre helicóptero e autogiro – sem nenhum acidente.
O design longo do Rotodyne Z que estava em desenvolvimento para 57 à 75 passageiros, que iria ter turboélices Rolls-Royce Tyne com potência de 5 250 hp (3 910 kW) cada e velocidade de cruzeiro de 370 km/h (200 kn). Seria capaz de transportar 8 t (17 600 lb) de carga e veículos do Exército Britânico que caberiam em sua fuselagem.
O Governo prometeu mais £5 milhões de fundos. Mas os pedidos de encomenda da RAF não vieram – eles não tiveram interesse no design, com a questão da dissuasão nuclear à frente na época. O motor Tyne aparentava não ter a potência necessária para prover a aeronave e a Rolls-Royce informou que teriam que financiar o próprio desenvolvimento do motor.
No entanto, o fim veio quando o interesse mostrado pela BEA recusou a encomendar o Rotodyne por causa do ruído excessivo dos jatos rotores e a requisição militar também foi cancelada. Os fundos para o projeto do Rotodyne foram interrompidos no início de 1962.
Imagem em computação gráfica do Rotodyne em voo (Wikimedia)
A gestão empresarial da Westland decidiu que o desenvolvimento necessário para o Rotodyne não chegaria a produção devido a redução dos fundos e investimentos requeridos.
Depois que o programa foi terminado, o Rotodyne, que era, afinal, propriedade do governo, foi desmantelado e em grande parte destruído da mesma forma que o Bristol Brabazon. Uma simples baia de fuselagem, na imagem, mais os rotores e o mastro dos mesmos estão em exposição no The Helicopter Museum em Weston-super-Mare, Inglaterra.
Em 6 de novembro de 1986, o helicóptero Boeing Vertol BV234LR Chinook (CH-47), prefixo G-BWFC, da British International Helicopters (foto abaixo), que normalmente ficava baseado no aeroporto de Aberdeen, na Escócia, estava baseado no aeroporto de Sumburgh, desde 3 de novembro de 1986 para operar um serviço de transporte do campo petrolífero de Brent, na bacia de East Shetland
Os três tripulantes eram o piloto, Pushp Vaid, na British Airways Helicopters desde 1975, depois de deixar a Força Aérea Indiana; o primeiro oficial era o copiloto Neville Nixon, de 43 anos, que havia deixado a Bristow Helicopters alguns anos antes e desistido de voar para ajudar sua esposa, Pauline, a abrir uma farmácia em York, na Inglaterra, mas depois de três anos, como a loja estava indo muito bem e ele descobriu que Pauline a poderia administrar sozinha e, como adorava voar, decidiu voltar a pilotar; e Mike Walton, o comissário de bordo.
O primeiro voo do dia 6 de novembro foi atrasado devido a um vazamento de óleo na caixa de câmbio do motor que logo foi corrigido e a aeronave deixou Sumburgh às 08h58 com 40 passageiros para o campo de Brent.
A aeronave visitou três plataformas, Brent Alpha, Charlie e Delta, com troca de carga e passageiros e partiu da Plataforma C de Brent às 10h22 com 44 passageiros e três tripulantes a bordo para retornar ao Aeroporto de Sumburgh.
Neville era o piloto agora, e Pushp Vaid cuidava de toda a papelada, além das chamadas de rádio. O helicóptero transitou a uma altura de 2.500 pés (800 m) e, ao se aproximar de Sumburgh, foi autorizado a descer até 1.000 pés (300 m).
A cerca de 3,5 milhas náuticas da pista, foi ouvido um barulho agudo que parecia ficar cada vez mais alto. O barulho não parecia perigoso. A essa altura, a aeronave estava a apenas dois minutos do pouso, voando cerca de 300 pés acima do mar, e a velocidade estava diminuindo para menos de 100 nós.
Pushp Vaid informou à torre de controle em Sumburgh que 'Foxtrot Charlie' estava nas finais e foram autorizados a pousar. Reportando-se a 4,5 milhas (7,2 km) do campo de aviação, o controlador autorizou o pouso na pista de helicóptero 24. Nada mais foi ouvido.
Depois de nos informar que todos os passageiros estavam prontos para pousar, o comissário Mike Walton abriu a porta da cabine e fechou-a atrás de si. Uma fração de segundo depois que ele fechou a porta, às 11h32, foi ouvido um estrondo muito alto.
De repente, o helicóptero subiu e apontou verticalmente para cima e e a tripulação pode ver o céu à frente. A aeronave, então, caiu para trás em direção ao Mar do Norte. O helicóptero, que viajava a cerca de 100 nós, parou repentinamente e agora apontava verticalmente para cima.
Apesar de aplicar controle de inclinação cíclico total, a aeronave não respondeu e mergulhou de nariz em direção ao mar de uma altura de 150 pés (50 m) (Esse efeito chicote, provavelmente, matou pelo menos metade dos passageiros).
A 2,5 mi (4,0 km) da pista, o helicóptero teve uma falha catastrófica na transmissão dianteira que causou a colisão das pás do rotor tandem. O helicóptero caiu no mar e afundou.
O copiloto provavelmente morreu naquele momento. Como piloto de manobra, ele estava sentado sem que as costas tocassem o encosto, o que fez com que o efeito chicote quebrasse seu pescoço. O comandante Pushp Vaid, relatou posteriormente, que ele estava com as costas apoiadas no encosto. O efeito de chicotada nele não foi tão grande, embora sentisse fortes dores nas costas.
Ele descobriu mais tarde que o barulho era a quebra da engrenagem dianteira. Foi então, em uma questão de 20 a 30 segundos antes, que as duas pás do rotor em rotação contrária se chocaram – e esse foi o grande estrondo que ouviram.
Um senhor, parado a cerca de oito quilômetros de distância, no topo de uma colina, perto do aeroporto de Sumburgh, viu o helicóptero caindo em direção ao mar e apontou para a equipe de salvamento onde procurar as pás do rotor traseiro.
Um helicóptero Sikorsky S-61 de busca e resgate da Guarda Costeira, que acabara de partir do aeroporto de Sumburgh em voo de treinamento, relatou botes salva-vidas no mar. Em seguida, observou um sobrevivente agarrado a um pedaço substancial dos destroços. Era o piloto Pushp Vaid (foto ao lado).
Enquanto guinchavam o homem a bordo, outro sobrevivente, Eric Morrans, de 20 anos, foi notado entre os corpos flutuantes. Ele estava sentado na primeira fila de assentos, voltada para trás. Ele estava de frente para os 42 passageiros e viu o medo da morte nos rostos deles, quando o helicóptero mergulhou verticalmente de costas no mar. Ele percebeu que todos eles sabiam que iriam morrer.
Sem sinais de outros sobreviventes, o helicóptero da Guarda Costeira transportou os sobreviventes para Lerwick para serem transferidos para o hospital.
O Mar do Norte é muito frio. A temperatura da água naquele dia deveria estar em torno de sete ou oito graus Celsius. Uma busca aérea e marítima não conseguiu encontrar mais sobreviventes, mas todos os corpos flutuantes foram recuperados e levados para o aeroporto. O copiloto e o comissário estavam entre os mortos.
Uma embarcação de apoio ao mergulho, o MSV Deepwater 1 (agora denominado Rockwater 1), iniciou uma busca pelos destroços afundados às 09h00 da manhã seguinte. As condições do mar eram difíceis, com fortes correntes de maré e uma profundidade de água de cerca de 90 metros, mas os destroços foram localizados.
O monocasco Deepwater 1 lutou para manter a posição no mar e nas condições adversas de tempo. O navio multiserviços da Shell Expro, o MSV Stadive, chegou e assumiu o papel de navio de recuperação primária e, sendo um semissubmersível, conseguiu recuperar rapidamente os principais componentes de interesse.
Destroços do helicóptero que foram recuperados para a investigação
Na noite de 10 de novembro o gravador de voz da cabine, a seção da fuselagem da cabine, os rotores e cabeças dos rotores, e as caixas de câmbio e sistemas de controle associados foram recuperados e transferidos para o Deepwater 1, que partiu para Aberdeen para passar sua carga adiante. para análise da Delegacia de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB).
O Stadive permaneceu no local e recuperou grande parte do restante da fuselagem e dos corpos das vítimas. Ao todo, 44 dos 45 corpos das vítimas foram recuperados.
O Relatório Final apontou que acidente foi causado pela falha de uma coroa cônica modificada na transmissão dianteira, que permitiu que os rotores gêmeos colidissem quando a sincronização foi perdida. A AAIB afirmou que as causas subjacentes foram a inadequação de um programa de testes previamente aceite e o fracasso de um programa de inspeção rigoroso.
O conselho fez três recomendações:
Os procedimentos de certificação sejam revisados para que todas as modificações em componentes vitais sejam adequadamente examinadas e testadas antes da aprovação e monitoradas mais de perto após sua introdução em serviço;
A Autoridade de Aviação Civil deverá apresentar um relatório sobre os progressos realizados no sentido da rápida incorporação de uma especificação para sistemas de monitorização de condições adequados nos requisitos de aeronavegabilidade para helicópteros e indicar a escala temporal e o âmbito dos desenvolvimentos prováveis;
Os requisitos relativos ao equipamento ADELT (Transmissor de Localização Automaticamente Implantável), incluindo localização, resistência a colisões , proteção e energia fornecida, serão revisados em função do acidente. (O farol não funcionou devido a danos por impacto na parte traseira da aeronave).
A indústria petrolífera decidiu que o Chinook era demasiado grande para a tarefa de apoio offshore e os Chinooks restantes foram retirados e vendidos. Todas as aeronaves sobreviventes agora operam com helicópteros Columbia em capacidade de carga pesada e não para passageiros. O piloto sobrevivente, comandou helicópteros por mais 20 anos antes de se aposentar.
Na sexta-feira, 1º de novembro de 1974, um biplano monomotor Antonov An-2 e um helicóptero Mil Mi-8 colidiram perto do aeroporto de Surgut, na Rússia, matando todas as 38 pessoas a bordo das duas aeronaves (14 no avião e 24 no helicóptero).
Um An-2 semelhante ao envolvido na colisão
O Antonov An-2, prefixo CCCP-70766, da Aeroflot, tinha o número de série 1G132-21 e foi certificado para operação em 4 de novembro de 1971. A fuselagem teve um tempo total de operação de 2.591 horas de voo com 3.477 pousos.
Um Mi-8 semelhante ao envolvido na colisão
O helicóptero Mil Mi-8T, prefixo CCCP-25686, do Governo da Rússia, possuía o número de série 3771 e foi certificado em 8 de junho de 1973. O tempo total de operação do helicóptero foi de 1.298 horas com 3.416 pousos.
O An-2 estava operando o voo de passageiros 662 de Khanty-Mansiysk para Surgut às 11h36, horário de Moscou, com 2 tripulantes e 12 passageiros a bordo, decolou do aeroporto de Khanty-Mansiysk.
Às 12h47, o avião se aproximava da área do aeroporto de Surgut quando a tripulação contatou o controlador do círculo e recebeu instruções dele para pousar no rumo 253°.
Neste momento, na área de Surgut havia uma cobertura contínua de nuvens com uma altura de 130 metros, caía neve leve, a visibilidade atingia 8 km e a temperatura do ar era de -6°C. Estas condições meteorológicas estavam abaixo do mínimo meteorológico para o An-2, mas o comandante Zalozhnev decidiu não partir para um campo de aviação alternativo.
Entretanto, às 12h54, o Mi-8 descolou do aeroporto de Surgut, apesar de as condições meteorológicas estarem abaixo do mínimo meteorológico. O helicóptero realizava um voo fora do horário para Nefteyugansk, e a bordo estavam 3 tripulantes e 21 passageiros, incluindo 2 crianças.
Às 12h55min18, a tripulação do helicóptero informou ao despachante que o lançamento havia sido concluído, ao qual recebeu instruções para sair da área do aeroporto pelo círculo esquerdo e se comunicar com o controlador do círculo.
Às 12h55min40, a tripulação do helicóptero contatou o controlador do círculo e informou que o helicóptero havia decolado e se dirigia para Nefteyugansk a uma altitude de 150 metros.
O controlador do círculo deu instruções para manter a altitude de 150 metros até sair da área do aeroporto. A tripulação confirmou o recebimento da informação, que se tornou a última transmissão de rádio do Mi-8.
Às 12h56, a tripulação do An-2 solicitou permissão ao controlador do círculo para se comunicar com o controlador de lançamento. O controlador deu essa permissão, então às 12h56min28s os pilotos contataram o local de lançamento e relataram que estavam fazendo uma aproximação de pouso na direção 253° em um círculo à esquerda.
De acordo com as instruções de operações de voo (FPI) na área do aeroporto de Surgut, a aproximação de pouso deveria ter sido realizada em círculo direito e não em círculo esquerdo. Mas o controlador liberou uma aproximação de 253° para a esquerda.
Às 12h56min36 (14h56min36 horário local) a tripulação transmitiu: "Entendido". No mesmo segundo, 4,5 km a sudoeste do aeroporto de Surgut (azimute 218° do KTA) a uma altitude de 150 metros em nuvens contínuas, o An-2 (curso cerca de 73°, reverso para pouso) colidiu com o Mi-8 (curso 220°).
O avião caiu na floresta e o helicóptero caiu em um pântano congelado. A distância entre as aeronaves caídas era de cerca de 600 metros. Todas as 38 pessoas a bordo (14 no An-2 e 24 no Mi-8) morreram no acidente.
Partes do An-2 se encontram no local da queda (Foto: Vladimir Smirnov)
A principal causa do acidente foi a gestão insatisfatória da zona de tráfego aéreo do aeroporto de Surgut. Nas condições de fraca visibilidade, os procedimentos de aproximação foram violados e os despachantes libertaram e receberam aeronaves, apesar de os mínimos meteorológicos para estes tipos não terem sido cumpridos. Um fator que contribuiu foi a falta de controle sobre o movimento das aeronaves por radar e a má comunicação por rádio.
Dato de Oliveira é uma figura impar, aviador de mão cheia, brevetou em aviões e helicópteros, porém escolheu voar helicópteros. Figura lendária no mercado, ele escreveu um livro com parte da sua biografia e as aventuras e trocas de cueca!
Chegar ao Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 está marcado para acontecer nos próximos dias 7 a 9 de novembro no autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo. Além das formas tradicionais de chegar ao evento, seja com operação combinada entre trem e ônibus circular ou de automóvel, também é possível chegar pelo ar.
Seja comprando assento, fretando um helicóptero ou chegando em aeronave própria, os fãs do esporte terão uma estrutura especial para assistir ao evento.
Quanto custa?
Os voos compartilhados são realizados diretamente entre a região da avenida Faria Lima, na capital paulista e o autódromo. Cada assento custa R$ 4.100 e o trajeto tem duração de 10 minutos.
Para quem prefere exclusividade, é possível fretar um helicóptero inteiro a partir de R$ 24.150, podendo partir de onde os passageiros desejarem desde que haja a viabilidade operacional para realizar o trajeto. Entre os modelos disponibilizados para o evento estão o Airbus H135 (cinco passageiros) e H155 (oito passageiros).
Se o passageiro tiver um helicóptero à sua disposição (seja próprio ou fretado), pode pagar uma taxa de pouso de R$ 14.950. Nesse serviço estão incluídos um pouso de embarque e outro de desembarque, além do traslado de ida e volta entre o heliponto e o autódromo.
Quem opera?
A operação é realizada pela Revo, uma plataforma digital de agendamento de voos de helicóptero, que completou dois anos de operação no Brasil em agosto de 2025. A empresa pertence grupo português OHI (Omni Helicopters International), um dos principais operadores de voos offshore para a indústria de óleo e gás em pleno mar no Brasil.
A empresa oferece diversas rotas em horários preestabelecidos, além de permitir a contratação de um voo à parte. Uma das bases é um heliponto na região da avenida Faria Lima, na capital paulista, que tem entre os destinos o aeroporto de Guarulhos e o bairro de Alphaville, em Santana de Parnaíba (SP).
Um heliponto no bairro Cidade Jardim, também em São Paulo, conecta a região à Fazenda Boa Vista, condomínio de luxo na cidade de Porto Feliz (SP). Hoje, a empresa realiza 105 operações semanais.
Ainda são disponibilizados voos sazonais, como os que ligam a capital ao litoral paulista no verão.
Acidente foi neste domingo (26). Duas pessoas estavam a bordo. Apenas o piloto teve apenas escoriações em uma das mãos.
O helicóptero Guimbal Cabri G2, prefixo PS-VNT, com duas pessoas a bordo caiu no tanque de um pesqueiro no bairro Conceição, próximo da Estrada do Vinho, um importante ponto turístico da cidade de São Roque (SP), na tarde de domingo (26).
Duas pessoas estavam na aeronave: dois irmãos, empresários na região de Jundiaí. De acordo com a corporação, quando a equipe chegou ao local, piloto Sinvaldo Corrêa, de 53 anos, e o passageiro Daniel Corrêa, de 40 anos,, já haviam sido resgatados. Um barco foi usado no socorro. Apenas o piloto ficou ferido, com escoriações. A segunda pessoa que estava na aeronave não teve ferimentos.
Imagem do vídeo que mostra momento em que aeronave cai em pesqueiro em São Roque (SP) (Imagem: Felipe Augusto/Arquivo Pessoal)
O local onde a aeronave caiu fica a cerca de 300 metros de heliponto. O helicóptero havia partido da cidade de Jundiaí. O pesqueiro fica na Estrada do Vinho, um dos pontos turísticos mais importantes de São Roque.
O piloto do helicóptero disse que a aeronave fez um barulho alto antes da queda e que houve uma falha mecânica no rotor de cauda. O rotor é o conjunto de pás que giram para gerar sustentação e permitir que a aeronave voe.
"Não estava funcionando (rotor), aí eu tentei ganhar velocidade para tentar descer a aeronave, porém ela estava em parafuso. O máximo que consegui fazer foi achar um lugar seguro e esse lugar foi a água. Um pouco antes de chegar na água eu consegui puxar um pouco o coletivo e amenizar a queda", disse.
(Foto: São Roque Notícias/Divulgação)
O piloto também contou que, momentos antes do acidente, ele e o passageiro ouviram um barulho.
"É um susto grande, mas agora é só esperar para ver o que vai dar. Eu sou habilitado nessa máquina, já voei bastante com ela. (...) Também está tudo certo com os meus exames, com a Anac, tudo certo, porém algo aconteceu ali, eu imagino que alguma falha mecânica", acrescentou.
O helicóptero foi fabricado em 2025 e tinha apenas 28 horas de voo. Os dados sobre a fabricação são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ainda de acordo com a Anac, a compra da aeronave foi feita em julho deste ano.
A aeronave operava em condições regulares de navegabilidade e já havia passado pela manutenção das primeiras 25 horas de voo.
Momento em que piloto e passageiros são resgatados após queda de helicóptero em São Roque (SP) (Foto: Felipe Augusto/Arquivo Pessoal)
A francesa Guimbal é relativamente recente no mercado de aeronaves, quando comparada a outras fabricantes. As operações da empresa começaram em 2000, sendo que seu primeiro modelo voou pela primeira vez em 1992, em fase de testes.
O Cabri G2 é um helicóptero com motor convencional e capacidade máxima de decolagem de 700 quilos. Ele leva duas pessoas: piloto e passageiro. Sua autonomia, conforme a empresa, é de 4,5 horas de voo.
A aeronave foi retirada da água na tarde de segunda-feira (27).
Falha mecânica teria ocorrido no rotor, conjunto de pás que giram para gerar sustentação e permitir que a aeronave voe (Foto: São Roque Notícias)
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informou que investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) — órgão regional do Cenipa foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave.
"A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Ao término das atividades, o Relatório Final SIPAER será publicado no site do Cenipa, acessível a toda a sociedade", diz.
Com informações do g1, R7, São Roque Notícias eANAC
Em 26 de outubro de 2017, o helicóptero Mil Mi-8AMT, prefixo RA-22312, da Convers Avia (foto acima), operava o voo 312, um voo do heliporto de Pyramiden para o heliporto de Barentsburg, no arquipélago de Svalbard, na Noruega.
A aeronave envolvida era um Mil Mi-8AMT registrado na Rússia , com número de cauda RA-22312, e fabricado em 2013. A aeronave foi entregue à Convers Avia em 2014.
O capitão tinha 43 anos e foi contratado pela Convers Avia em 2010, inicialmente como primeiro oficial do Mil Mi-8, e posteriormente tornou-se comandante em 2014. Ele fez seu último teste de certificação dezesseis dias antes do acidente. Ele tinha um total de 8.265 horas de voo, das quais 114 no Mil Mi-8.
O primeiro oficial tinha 39 anos e havia sido contratado pela Convers Avia seis meses antes do acidente. Ele tinha um total de 3.790 horas de voo, das quais 1.646 no Mil Mi-8.
O engenheiro de voo tinha 39 anos, recebeu seu certificado de engenheiro de voo em 2005 e foi contratado pela Convers Avia em 2016. Ele recebeu suas últimas verificações 21 dias antes do acidente. Ele tinha um total de 4.413 horas de voo, das quais 59 neste tipo de aeronave.
A bordo também estavam cinco passageiros, todos membros da empresa mineira Arktikugol.
A aeronave decolou do Heliporto de Pyramiden para um voo sobre o fiorde de Isfjorden, transportando trabalhadores da mineração para o Heliporto de Barentsburg. O último contato com a aeronave foi registrado às 15h06, horário local, quando sobrevoava a água.
O tempo na época era ruim, com visibilidade relatada abaixo de um quilômetro na horizontal e menos de cem metros na vertical, nevando intensamente e ventos fortes. As condições estavam abaixo do mínimo exigido pela companhia aérea, mas o voo foi continuado mesmo assim. Às 15h08, o helicóptero impactou a superfície do mar e caiu.
Imediatamente após o desaparecimento da aeronave, uma busca conjunta entre as autoridades norueguesas e russas foi iniciada. O navio Polarsyssel do governador de Svalbard , o navio NoCGV Barentshav da guarda costeira, o AUV Hugin e vários helicópteros e aviões participaram da busca.
Após três dias de busca, os destroços do helicóptero foram encontrados a uma profundidade de 209 metros.
Em 4 de novembro, o gravador de dados de voo do Mil Mi-8 e os sistemas GPS foram recuperados.
Dos corpos dos oito ocupantes, apenas um foi encontrado a cerca de 150 metros dos destroços da aeronave. Todas as vítimas provavelmente morreram por afogamento ou hipotermia, e o fato de o helicóptero não estar equipado com balsas ou coletes salva-vidas provavelmente contribuiu para o fato de não haver sobreviventes.
Os destroços do helicóptero foram recuperados pelo navio Maersk Forza em 4 de novembro e posteriormente levados às estruturas do AIBN para investigação.
O relatório final publicado em 2020 pelo AIBN norueguês descobriu que a causa do acidente foi uma perda de consciência espacial pelos pilotos, o que levou à desorientação e ao subsequente impacto com a água.
De acordo com as regras da companhia aérea, a tripulação do voo 312 deveria ter abandonado a aproximação, uma vez que as condições meteorológicas e de visibilidade estavam abaixo do mínimo permitido para continuar, e o fato de não terem abandonado foi uma das principais causas do acidente. Além disso, o helicóptero não estava equipado com nenhum sistema de flutuação e nem coletes salva-vidas nem botes estavam disponíveis para os ocupantes evacuarem.
O AIBN também emitiu recomendações de segurança após o acidente. Principalmente em relação a medidas de segurança mais rigorosas para voos em áreas perigosas e para aeroportos perigosos, como os do arquipélago de Svalbard , como melhores equipamentos de emergência, que faltavam no voo 312, e melhores instrumentos para voar.
Também foi solicitado à Convers Avia que realizasse verificações mais rigorosas e implementasse procedimentos de segurança mais rigorosos, para corrigir as inúmeras violações encontradas.
A primeira-ministra norueguesa , Erna Solberg, enviou as suas condolências às famílias das vítimas, à comunidade russa em Svalbard e ao primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev.
Em 2018, as famílias das vítimas solicitaram ao Governo norueguês que iniciasse uma nova busca pelas sete pessoas desaparecidas que não foram encontradas durante a recuperação do helicóptero, pois, como disse uma delas, "o fato de ninguém ter sido encontrado após a queda do helicóptero nos fez esperar que alguém tivesse conseguido sobreviver".
Um processo judicial foi aberto após o acidente pelo promotor de Troms og Finnmark. O caso foi arquivado em 2020, após a divulgação do relatório final.
Heliponto tem diversas marcações para orientar os pilotos (Imagem: Reprodução/YouTube/Aero, Por Trás da Aviação)
Os helicópteros conseguem pousar em praticamente qualquer lugar, mas o correto é que eles façam isso somente em pontos previamente homologados para receber esse tipo de operação. É uma garantia de que é um local seguro e capaz de suportar o pouso do helicóptero. Esses locais são chamados de helipontos.
Assim como ocorre nos aeroportos, o local do pouso dos helicópteros também é pintado com diversas marcações para facilitar a orientação dos pilotos. Em geral, os helipontos são azuis com faixas, letras e números pintados em amarelo. Dentro, pode haver um outro espaço chamado de área de toque. É o ponto exato onde o helicóptero pode tocar o solo ou decolar.
A área de toque de um heliponto pode ser quadrada, retangular ou circular. Segundo o RBAC (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil) 155, o tamanho da área de toque deve ser suficiente para conter uma circunferência de diâmetro não inferior a 83% do maior helicóptero cuja operação é prevista na área.
Helicóptero parado em um heliponto no alto de um prédio da cidade de São Paulo (Imagem: Vinícius Casagrande/UOL)
Todo o espaço do heliponto, incluindo a área de segurança, deve ser suficiente para conter uma circunferência com diâmetro 50% maior do que o maior helicóptero cuja operação é prevista.
Em alguns helipontos, há uma seta amarela pintada no espaço fora da área de toque. Ela é usada quando for prevista a trajetória do helicóptero em um único sentido. Isso geralmente acontece para evitar obstáculos na aproximação para pouso e na decolagem. A seta apontada para dentro mostra o sentido do pouso, enquanto a apontada para fora indica o sentido da decolagem. Pode haver apenas uma seta.
Dentro da área de toque, é pintado um triângulo equilátero com linhas tracejadas. Apenas uma das pontas do triângulo é inteiramente pintada. Essa ponta indica para o norte magnético da Terra, o que facilita a orientação de direção para o piloto. A exceção a essa regra é para helipontos localizados em hospitais. Em vez do triângulo tracejado, é pintada uma cruz vermelha.
Helipontos em hospitais contam com uma cruz vermelha; os demais têm um triângulo tracejado (Imagem: Reprodução/YouTube/Aero, Por Trás da Aviação)
Dentro desse triângulo, há também uma letra. Ela indica o tipo do heliponto:
H: heliponto público
M: heliponto militar
P: heliponto privado
R: heliponto restrito
H: dentro de uma cruz vermelha: heliponto hospitalar
A última sinalização de um heliponto é um número pintado à direita da indicação do norte magnético. Esse número indica, em toneladas, o peso máximo suportado. Quando é pintado o número 4, por exemplo, significa que, para operar naquele heliponto, o helicóptero pode ter um peso máximo de quatro toneladas.
Em alguns locais, além do ponto de pouso há também áreas maiores que permitem o deslocamento e estacionamento dos helicópteros. Nesse caso, há uma pista de táxi com uma linha central amarela. O local de parada geralmente é circular.
Fonte: Vinícius Casagrande (Colaboração para o UOL)