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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Piloto morre após caça da Índia cair durante demonstração aérea em Dubai

Um avião de combate da Índia caiu nesta sexta-feira (21) durante uma demonstração no Dubai Air Show.


A aeronave, o caça HAL Tejas LCA Mk 1, prefixo LA-5026, utilizado pela Força Aérea Indiana, caiu enquanto realizava um voo de demonstração para o público que participava do Dubai Air Show, uma demonstração de aviões que era acompanhada por centenas de pessoas.

Segundo a organização do evento, o piloto não conseguiu se ejetar e morreu na queda.

Vídeos nas redes sociais mostraram o momento em que o piloto perde o controle do avião e tenta pousar a aeronave, que acaba explodindo ao tocar o solo.


Uma fumaça preta subiu sobre o Aeroporto Internacional Al Maktoum, o segundo maior aeroporto de Dubai, que sediava a demonstração. Sirenes de evacuação foram acionadas no local.

O HAL Tejas LCA Mk 1 é um avião de combate de fabricação nacional indiana, construído pela estatal Hindustan Aeronautics Limited. A fabricante ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.


O plano do governo indiano é que a aeronave reforce a frota de caças da Índia, que está debilitada, em meio ao avanço da presença militar da China expande sua presença militar no Sul da Ásia, inclusive fortalecendo os laços de defesa com o Paquistão, rival da Índia.

Em setembro, o Ministério da Defesa da Índia assinou um contrato com a Hindustan Aeronautics Limited (HAL) para a aquisição de 97 jatos Tejas para a Força Aérea. As entregas devem começar em 2027.

O governo indiano também assinou um acordo com a HAL em 2021 para 83 aeronaves Tejas. As entregas, previstas para o ano passado, foram adiadas principalmente devido à escassez de motores que precisam ser importados dos Estados Unidos.

Imagem de outubro de 2025 mostra caça indiano HAL Tejas, que caiu durante uma demonstração aérea em Dubai em 21 de novembro de 2025 (Foto: Francis Mascarenhas/ Reuters)
Via g1 e ASN

Sequência de fotos mostra momento em que motor de avião se desprendeu da asa e causou acidente

Órgão de investigação dos EUA divulga relatório preliminar da ocorrência que resultou na queda do MD-11 cargueiro. Catorze pessoas morreram.

Motor número 1 se separa da estrutura da asa do MD-11 da UPS (NTSB/Divulgação)
O Conselho Nacional de Segurança no Transporte dos Estados Unidos (NTSB) divulgou suas conclusões preliminares sobre o acidente aéreo da UPS em Louisville, que resultou na morte de 14 pessoas, incluindo os 3 pilotos a bordo, quando o motor esquerdo da aeronave supostamente se separou da asa durante uma rotação, em 4 de novembro.

O relatório detalhou que o voo 2976 da UPS (United Parcel Service), operado por um McDonnell Douglas MD-11F com destino a Honolulu, foi destruído após o motor esquerdo e o suporte da asa se desprenderem momentos depois do início da decolagem da pista 17R, por volta das 17h15.


Imagens de câmeras de segurança do aeroporto registraram a sequência dramática que mostra o motor esquerdo se separando da asa, provocando um incêndio que continuou enquanto a aeronave subia brevemente a cerca de 9 metros acima do nível do solo antes de se chocar contra vários prédios ao sul do aeroporto.

“O avião inicialmente subiu, mas não ultrapassou cerca de 30 pés acima do nível do solo, de acordo com os dados de altitude obtidos por rádio”, afirmou o relatório do NTSB.

Asa esquerda do MD-11F sem o motor número 1 (Reprodução)
A aeronave ultrapassou a barreira de proteção da pista, mas atingiu um armazém da UPS Supply Chain Solutions com o trem de pouso principal esquerdo antes de colidir com um pátio de estocagem, uma instalação de reciclagem de petróleo e outros edifícios.

Os destroços se espalharam por cerca de 900 metros e foram em grande parte consumidos pelo fogo, acrescentou o relatório.

Investigadores do NTSB encontraram evidências de “trincas de fadiga” na fixação traseira do pilone esquerdo, que conecta o motor à asa, segundo o relatório. O rolamento esférico que ajuda a fixar essa conexão havia sofrido uma fratura circunferencial, de acordo com o exame do laboratório de materiais, informa o LEX18.

O acidente apresenta semelhanças com a queda do voo 191 da American Airlines em Chicago, em 1979, quando o motor esquerdo de um DC-10 também se desprendeu durante a decolagem, matando 273 pessoas. O MD-11 foi desenvolvido a partir do projeto do DC-10.

A UPS e a FedEx suspenderam todas as operações de sua frota de MD-11 em 7 de novembro como medida de precaução. A Administração Federal de Aviação (FAA) emitiu diretrizes de emergência proibindo novos voos de aeronaves MD-11 e DC-10 até que as inspeções e ações corretivas sejam concluídas, de acordo com o relatório.

A aeronave havia acumulado 92.992 horas de voo e 21.043 ciclos no momento do acidente. Os registros de manutenção mostraram que as inspeções especiais detalhadas obrigatórias dos componentes do pilone não haviam sido concluídas, embora ainda não estivessem vencidas com base na contagem de ciclos da aeronave.

Tanto o gravador de voz da cabine quanto o gravador de dados de voo foram recuperados e analisados ​​com sucesso. A investigação continua em andamento.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Avião de Maduro derruba cerca em aeroporto da Venezuela

A corrente de ar quente do motor do veículo aéreo pode ter contribuído para deteriorar e derrubar a cerca do aeroporto de Bolívar.


Uma aeronave do governo venezuelano, usada pelo presidente Nicolás Maduro, derrubou uma parte da cerca do aeroporto da cidade de Bolívar e prejudicou um motociclista ao iniciar a decolagem. O vídeo, compartilhado nas redes neste domingo (9/11), exibe o Airbus A319-133(CJ), prefixo YV2984 causando o incidente.

No vídeo, é possível ver o avião presidencial impulsionando os motores e percorrendo a via do Aeroporto Tomás de Heres para alçar o voo.

Porém, a aeronave estava muito próxima de uma via movimentada da Venezuela, e, ao iniciar o processo para dar partida ao voo, o arranque do avião derrubou a cerca e um motociclista.
A corrente de ar quente do motor do veículo aéreo pode ter contribuído para deteriorar e danificar a cerca do aeroporto durante a decolagem.


O Airbus A319 utilizado pelo governo da Venezuela desde 2001 é operado pela Airbus Corporate Jet, marca criada por meio de um consórcio europeu. Os voos são coordenados pela companhia aérea estatal Conviasa.

Este modelo aéreo é utilizado por Maduro para fins governamentais e viagens ao exterior, quando o líder venezuelano tem compromissos diplomáticos na agenda.

Via Metrópoles

Avião militar de carga da Turquia cai na Geórgia

Aeronave Lockheed C-130 tinha decolado do Azerbaijão em direção à Turquia. A causa da queda é desconhecida, e o número de vítimas não foi divulgado.


O avião cargueiro militar Lockheed C-130E Hercules, número de cauda 68-01609, da Força Aérea da Turquia, código de voo TUAF543, caiu na Geórgia nesta terça-feira (11), informou o Ministério da Defesa turco.

O avião, do modelo C-130, havia acabado de decolar do Azerbaijão em direção à Turquia e caiu na região da fronteira entre o país de origem do voo e a Geórgia, segundo a pasta.


Segundo relatos, o avião decolou de uma base militar no Azerbaijão pela manhã com destino à Turquia. O contato com a aeronave foi perdido logo após a decolagem. Os destroços teriam sido encontrados após buscas na região montanhosa da fronteira entre o Azerbaijão e a Geórgia .

Segundo a Reuters e a AP , o local do acidente é uma região montanhosa perto da fronteira entre o Azerbaijão e a Geórgia . Embora a causa do acidente ainda não tenha sido determinada, as avaliações iniciais.

O ministério disse que as operações de busca e resgate estão em andamento em coordenação com as autoridades georgianas e azeris, sem fornecer mais detalhes.


A Turquia divide fronteira com a Geórgia, que por sua vez divide a fronteira com o Azerbaijão. Apenas um país, a Armênia, divide a Turquia e do Azerbaijão.

O presidente da Turquia, Recep Erdogan, disse estar "profundamente entristecido" com o acidente e expressou suas condolências aos "mártires".


Os aviões militares de carga C-130 são amplamente utilizados pelas Forças Armadas da Turquia para o transporte de pessoal e para operações logísticas.

Este acidente pode ser um dos mais graves envolvendo aeronaves de transporte que a Força Aérea Turca sofreu nos últimos anos. O terreno montanhoso e as condições climáticas da região dificultaram as buscas, e o incidente causou profunda tristeza tanto na Turquia quanto no Azerbaijão.

Avião de carga militar C-130 da Turquia em foto de 2011
(Foto: Peter Bakema/Wikimedia Commons)
Fontes da área de defesa afirmam que todos os voos da frota de C-130 podem ser temporariamente suspensos após o acidente.

Via g1, ASN e goklerdeyiz.net

sábado, 1 de novembro de 2025

Aérea paga bônus a funcionário que cobrar taxa por mala fora do padrão

(Imagem: Divulgação/Ryanair)
Viajar com malas de mão fora das dimensões exigidas pode ser uma dor de cabeça. Além da possibilidade de ser despachada para ir no porão da aeronave, o passageiro pode ter de pagar uma taxa extra caso ela não esteja de acordo com as regras.

Uma empresa em particular até incentiva os funcionários que impedem os viajantes de embarcarem com bagagem acima do tamanho permitido. Trata-se da Ryanair, a maior companhia aérea de baixo custo da Europa.

Conhecida pelo seu bom-humor nas redes sociais ("vendemos assentos, não janelas"), a empresa também é conhecida por obrigar todos a seguirem rigidamente as suas regras.

Incentivo aos empregados


Boeing 737 da aérea de baixo custo irlandesa Ryanair (Imagem: Divulgação/Ryanair)
Michael O'Leary, CEO da Ryanair, confirmou em entrevistas que a empresa paga um valor extra no salário de quem consegue barrar uma mala acima do tamanho limite. A recompensa é de 1,50 euro (cerca de R$ 9,40), mas subirá para 2,50 euros (R$ 15,70) a partir de novembro.

Entretanto, essa bonificação é limitada a 80 euros (R$ 500) por mês por empregado. O executivo afirmou que essa política se deve ao fato de que cada vez menos viajantes estão levando malas fora do padrão e que, com isso, manteria os funcionários motivados a fazer todos seguirem as regras.

Em entrevista ao jornal britânico "The Independent", O'Leary justificou o motivo da inflexibilidade quanto às normas serem seguidas à risca. "Quanto mais pudermos fazer isso, mais rápido será o embarque, mais rápidos serão os tempos parados no solo e mais eficiente a Ryanair será no geral. E continuaremos repassando essas eficiências na forma de tarifas baixas", afirmou o executivo.

Conheça os tamanhos (e as multas)


Interior do avião Boeing 737 com novo interior da Ryanair: Empresa costuma ter aviões
mais apertados do que a média (Imagem: Divulgação/Jessica Oyanagi/Boeing)
Hoje, o valor da multa cobrada pela Ryanair é de até 75 euros (cerca de R$ 470) para quem tenta embarcar com a mala fora do padrão, variando de acordo com o tamanho, a rota e a data do voo. A regra atual permite que apenas uma bolsa pequena seja levada de graça, desde que as medidas não ultrapassem 40 cm x 30 cm x 20 cm.

Malas de até 10 kg podem ter dimensões no limite de 55 cm x 40 cm x 20 cm. Entretanto, é preciso pagar de 12 euros (R$ 75) no momento da reserva até 60 euros (R$ 377) quando o pagamento é feito no aeroporto (os valores mudam de acordo com o momento, a rota e a data do voo).

Caso uma mala esteja dentro das dimensões, mas acima do peso limite, o viajante deverá pagar uma taxa de 13 euros (R$ 82) por quilo extra na bagagem despachada.

Por que tão rígido?


A irlandesa Ryanair é uma empresa aérea low cost, ou seja, de baixo custo. Ela consegue oferecer passagens por valores bem atrativos, mas precisa cobrar onde é possível para lucrar.

Uma passagem da Irlanda para França custa 24,99 euros (R$ 157), por exemplo, em voo de 2h35min. Para ter preços menores, a empresa também aposta em aeroportos fora dos grandes centros.

O tempo no solo também é um elemento-chave: quanto mais tempo os aviões passam voando, maior o lucro para a empresa. Com isso, passageiros com bagagens fora do padrão acabam atrapalhando o tempo de embarque, e às vezes chegam a ser retirados do voo por causa disso.

Com isso, a multa aplicada aos passageiros visa evitar esse tipo de comportamento. Mesmo assim, o CEO da empresa diz que apenas "um em cada mil passageiro" infringe a regra.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

TransAsia 235: o avião que caiu depois que o comandante ‘desligou’ o motor errado

Imagens do momento em que a aeronave ATR 72-600 atinge um táxi em Taipei, a capital de Taiwan, rodaram o mundo em 2015. Deficiências do piloto ficaram claras ao longo das investigações, que também apontaram falhas no processo seletivo e no treinamento da companhia aérea.


Pouca gente conhece a via elevada Huandong Boulevard fora de Taipei, na capital de Taiwan. Mas a avenida no leste da cidade ganhou os jornais do mundo ao ser palco de um acidente trágico: a colisão entre um táxi e um avião que levava 53 passageiros e 5 tripulantes.

Câmeras instaladas nos carros naquela manhã de 4 de fevereiro de 2015 flagraram o momento em que um ATR 72-600 fora de controle bateu sua asa esquerda no veículo antes de cair no rio Keelung, ao lado da avenida —43 pessoas morreram.


O voo 235 da TransAsia Airways durou cerca de três minutos entre a cabeceira da pista e seu desfecho trágico, e teve consequências graves para a companhia aérea.

Naquele dia, o comandante Liao Chien-tsung e o copiloto Liu Tze-chung fariam a rota entre o aeroporto de Songshan, o segundo maior de Taipei, para a ilha de Quemói, uma província taiwanesa que fica a poucos quilômetros da China continental.

Não à toa, 31 passageiros a bordo eram chineses.

Liu voava como copiloto, mas também tinha habilitação de comandante. Além deles, um outro piloto, Hung Ping-chung, estava dentro da cabine de pilotagem, como observador em treinamento. Dois comissários completavam a lista de 58 ocupantes do voo.

Aquele mesmo ATR 72-600, com a mesma dupla de pilotos, havia feito a rota Songshan-Quemói e retornado, e se preparava para o terceiro voo do dia, pouco após as 10h30 da manhã.

Durante o táxi em direção à cabeceira da pista, o gravador de voz do cockpit gravou uma extensa conversa entre copiloto e o piloto observador no “jump seat” (assento retrátil atrás dos pilotos, usado por funcionários autorizados, como comissários, instrutores ou pilotos em treinamento).

Enquanto isso, o comandante Liao realizava sozinho as checagens pré-decolagem. O procedimento não é comum e até contraindicado: o momento é tido como importante para a segurança do voo e os dois tripulantes devem estar atentos às informações repassadas.

Avião ATR 72-600 da TransAsia Airways em janeiro de 2015; aeronave se envolveu
em acidente no mês seguinte (Foto: Genshio/Wikimedia Commons)

Uma luz apagada no painel


Às 10h51 no horário local, a torre de Songshan autorizou a decolagem, o comandante Liao acionou as manetes de empuxo e o ATR iniciou a aceleração na pista 10 do aeroporto.

Apenas quatro segundos depois, o copiloto faz uma observação crucial a seu colega: a luz do sistema ATPCS do motor 2, que fica do lado direito da aeronave, estava apagada.

ATPCS é a sigla para “Automatic Take Off Power Control System” (sistema automático de controle de potência na decolagem). Trata-se de um sistema instalado nos motores Pratt & Whitney dos ATRs que monitora o desempenho da unidade na decolagem. Caso detecte alguma anomalia, ele transfere automaticamente mais potência para o motor que está funcionando corretamente.

Mais que isso: ele também coloca as pás das hélices num modo chamado Auto Feather, quando elas ficam "embandeiradas", ou alinhadas ao fluxo de ar, diminuindo o arrasto. Em compensação, as pás nessa posição não "empurram" o ar para trás e, portanto, não produzem empuxo.

Tanto comandante como copiloto haviam iniciado suas carreiras na TransAsia a bordo dos modelos ATR 72-500. Liao fez seu curso de atualização para o modelo mais recente, -600, em maio do ano anterior.

Ambos os modelos são considerados modernos, seguros e muito similares. O manual do ATR 72-500, porém, permite que o piloto decole com a luz do ATPCS desativada caso todos os outros parâmetros do avião estejam normais. Já no ATR 72-600, a luz apagada é um impeditivo do procedimento.

Liao seguiu acelerando. Mas a investigação posterior constatou tratar-se de um erro: a decolagem deveria ter sido abortada.

21 segundos de normalidade


Ainda no chão, mas já em velocidade, Liu tenta alertar o colega: “Impeditivo de decolagem”. Liao repete a expressão, mas não toma atitude alguma, a não ser ordenar: “Proceder com a decolagem”.

A aviação comercial funciona com uma série de sistemas redundantes e excesso de cautela, justamente para prevenir acidentes, mesmo que alguns sistemas falhem ocasionalmente. Portanto, essa decisão do comandante não explica, sozinha, a queda do voo 235.

É razoável dizer, porém, que aquele foi o início da cadeia de acontecimentos que levou ao desastre.

A investigação revelou depois que o “hardware” do ATPCS do motor direito apresentava fissuras na solda – dessa forma, os sinais eletrônicos que ela enviava estavam intermitentes, por isso a luz não estava acendendo no painel.

Ela só acende cerca de 10 segundos antes de a aeronave levantar voo, às 10h52 no horário local. Mais quinze segundos e o piloto automático é ativado. Parecia um voo normal até o aeroporto de Quemói.

Foram apenas 21 segundos de normalidade. Às 10h52min37s, o ATPCS do motor direito, defeituoso, identifica incorretamente uma anomalia no equipamento.

Ainda ganhando altitude, a apenas 365 metros do solo, o primeiro alarme soa na cabine. O sistema corta automaticamente a potência do motor direito (chamado de motor 2 pela tripulação) e ativa um protocolo que inclui o modo Auto Feather, que muda o ângulo das pás das hélices. Ao mesmo tempo, o sistema joga mais potência para o motor 1, na asa esquerda.

No display central do painel de comando, um aviso aparece aos pilotos: “ENG 2 FLAME OUT AT TAKE OFF” (motor 2 apagado na decolagem).

Apesar disso, a aeronave segue ganhando altitude. Tudo acontece muito rápido. Dois segundos após o alarme soar, Liao desativa o piloto automático e avisa: “Controles comigo”.

Em retrospecto, a decisão é vista como desnecessária e até prejudicial: o comandante assume para si uma carga de trabalho maior, sobrecarregando o copiloto por tabela.

Apenas cinco segundos após o início da emergência, Liao diz: “Vou puxar pra trás [desligar] o motor 1”. O comandante estava prestes a desligar o motor errado: ele se referia ao motor esquerdo, que funcionava normalmente.

“Espere a checagem”, adverte o copiloto, possivelmente desconfiando que seu colega havia se confundido. O comandante não espera e puxa a manete de impulso do motor 1 de 75º para 66º.

Liu, o copiloto, talvez não tenha percebido. Sua função como tripulante que não está pilotando a aeronave é realizar uma checagem de emergência de diversos parâmetros. Enquanto ele procede, Liao avisa mais uma vez que está diminuindo a potência do motor 1, e puxa mais um pouco para trás a manete.

Alarmes soam na cabine


Às 10h53min09s, o voo 235 atinge a altitude de 496 metros, o máximo ao qual ele chegaria. A partir de então, com um motor em modo “feather” e o outro funcional, mas com o comandante diminuindo cada vez mais a potência deste último, não há mais empuxo suficiente para o ATR sustentar a subida.

A situação na cabine de comando, na qual os pilotos já não se entendiam, se deteriora com a ativação desenfreada de alarmes: o de estol (perda de sustentação) começa a soar, enquanto o manche vibra para indicar a perda das condições de voo.

“Ok, desligamento do motor 2 confirmado”, diz o copiloto, ao completar o check. O comandante responde com um “ok”, mas segue atuando para reduzir a potência do motor 1 —o que estava normal.

“Espera um pouco, isso… empuxo! Empuxo!” o copiloto afirma, mas não completa a frase. O nervosismo do comandante se agrava e ele interrompe: “Terreno à frente”. Liao dá potência no motor 2 (que está com a hélice em modo “feather” e, portanto, não gera potência) e diminui a do motor 1.

“Ok, abaixe…”, insiste o copiloto, pedindo para Liao apontar o nariz do avião para baixo, procedimento de manual para recuperação de estol – mas ele é novamente interrompido, dessa vez pelo piloto observador que estava no jump seat: “Você está baixo!”.

A situação, apontou a investigação mais tarde, indica uma péssima organização de trabalho na cabine. O conceito, conhecido como “cockpit resource management”, ou CRM (gerenciamento de recursos do cockpit), é vital em uma emergência. Pilotos são treinados para agir em conjunto, com noções de prioridade e de forma complementar quando há alguma situação fora do normal em voo.

Estol, motores desligados, emergência declarada

Para a surpresa do comandante, a aeronave não recupera a altitude. Ele não se dá conta de que está retirando potência do motor errado. O motor 1 deveria estar produzindo 82,2% de seu torque máximo, por estar atuando sozinho – mas, com a manete puxada, ele produz apenas 24,4%.

Após desativar o piloto automático, Liao acumula a função de controlar o motor com a de refazer a rota do voo. A rota original previa uma longa curva à direita, mas ele agora precisa virar à esquerda para voltar ao aeroporto de Songshan, numa rota de emergência que desvia do relevo acidentado.

Com a atenção dividida, o comandante faz o motor 1, plenamente funcional, entrar também em modo "feather".

Apesar de já ter saído do trajeto previsto, só às 10h53min35s o copiloto anuncia a emergência para a torre de controle de Songshan.

A torre recebe uma mensagem de outra aeronave e não escuta direito o pedido. Ele responde orientando o voo 235 a sintonizar na frequência do controle de decolagens de Taipei

'Perdemos os dois motores'


O copiloto parece, então, ser o primeiro a se dar conta do que está acontecendo. “Não apagou o motor, nós perdemos os dois lados!”.

A meros 166 metros de altitude, o comandante lança mão de seu último recurso: desligar e religar os motores. Mas não há mais altura suficiente em relação ao solo para se recuperar do estol. São 10h54min07, e faltam 29 segundos para o impacto.

As últimas palavras ditas por Liao são gravadas às 10h54min27, quando ele percebe o erro: “Uau, puxei pra trás a manete do lado errado”.

A aeronave descreve um giro em torno de seu próprio eixo, e a asa esquerda fica a 80º em relação ao solo, quando colide no táxi que passava na via expressa. O ATR finalmente cai no rio já de cabeça para baixo.

Com o impacto, 43 pessoas morrem, a maioria instantaneamente. Catorze passageiros e uma comissária ficaram feridos, mas sobreviveram. Parte deles conseguiu nadar para a superfície do rio Keelung e se agarrar a destroços, enquanto outros ficaram presos em uma bolha de ar na fuselagem, salvando-se graças à chegada rápida dos serviço de resgate.

Investigação e crise diplomática


A queda chegou a causar um princípio de crise diplomática entre China e Taiwan, por causa dos cidadãos chineses entre as vítimas. A relação entre Pequim e Taipei é delicada: Taiwan reivindica ser o governo legítimo de toda a China, enquanto a China continental considera Taiwan uma província rebelde.

Logo, porém, ficou claro que o desastre não foi proposital.

A causa principal do acidente pode ser descrita como “erro humano”. Mas a expressão é imprecisa e não costuma ser apontada como a única causa de um acidente aéreo, nem mesmo quando o profissional age de forma intencional.

Durante as investigações, os analistas se debruçaram sobre todo o histórico do comandante. Eles descobriram que, antes de ser contratado pela TransAsia, Liao, egresso da Força Aérea de Taiwan, tentou ser piloto do Airbus A330, uma aeronave muito maior.

Ele fez o curso para o modelo entre setembro de 2009 e março de 2010, mas foi reprovado. Em sua ficha, os instrutores apontaram uma série de deficiências, como dificuldade para lidar com diversas tarefas ao mesmo tempo, consciência situacional e confiança insuficientes e mau gerenciamento de estresse.

Ele finalmente conseguiu a licença para pilotar o ATR 72-500, mas, para passar de copiloto a comandante, teve dificuldades e precisou refazer a prova.

Ao reprová-lo, o examinador escreveu em sua ficha que ele havia feito checagens de bordo de forma incompleta e demonstrado conhecimento insuficiente do manual de referência para emergências da aeronave. Uma das falhas era relacionada ao procedimento durante falha do motor em voo.

Finalmente, ao completar a atualização para a versão -600, o instrutor anotou em sua ficha que ele demonstrou nervosismo e hesitação. “Pode precisar de treinamento extra”, escreveu o examinador, colocando em seguida diversos procedimentos que requeriam atenção – incluindo falha de motor durante a decolagem.

Boa parte da responsabilidade recaiu sobre a TransAsia. A companhia aérea foi responsabilizada por treinamentos de má qualidade para seus pilotos, incluindo em quesitos como CRM. Ela também foi questionada por ter aprovado as promoções do comandante do voo 235 apesar das deficiências apontadas.

Com o incidente, a TransAsia passou a ser vista com desconfiança, e não conseguiu voar por muito mais tempo. Ela fechou as portas menos de dois anos após o acidente, em novembro de 2016.

Voo TransAsia Airways 235 (Imagem: Thalita Ferraz/Editoria de Arte g1)

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Tragédia: avião com 11 turistas cai e explode no Quênia


A queda do avião Cessna 208B Grand Caravan, prefixo 5Y-CCA, da Mombasa Air Safari, com turistas provocou uma explosão e matou 11 pessoas na manhã desta terça-feira, 28, na região costeira de Kwale, no Quênia. De acordo com a Associated Press, a aeronave seguia para a Reserva Nacional Masai Mara.

Anteriormente, a Autoridade de Aviação Civil do Quênia (KCAA) havia informado que 12 pessoas estavam a bordo da aeronave do tipo Cessna Caravan, mas depois foi confirmado que se tratava de 11 ocupantes. Em um comunicado, a companhia aérea Mombasa Air Safari informou que oito deles eram húngaros e dois alemães, além do piloto que não teve a nacionalidade revelada.

Todos eles morreram com a queda que aconteceu em meio a uma área montanhosa e de floresta, a cerca de 40 quilômetros da pista de pouso do resort turístico de Diani, conforme as autoridades. Após a queda, a aeronave pegou fogo, deixando os destroços carbonizados.


Testemunhas relataram à AP que ouviram um grande estrondo e, ao chegarem ao local, encontraram restos humanos irreconhecíveis.

A empresa afirmou que o piloto não comunicou a partida. Segundo a companhia, a torre de controle do aeroporto tentou contato com ele por 30 minutos até que o avião fosse localizado.

As autoridades informaram à AP inicialmente que o acidente ocorreu às 5h30 (horário local), mas o ministro dos Transportes informou que a queda aconteceu às 8h30. A companhia aérea não confirmou o horário exato em que os destroços do avião foram localizados.


Houve uma forte chuva na costa do Quênia durante a manhã, no entanto, não é possível afirmar que esta foi a causa do acidente. As autoridades locais investigam o caso, conforme informou o comissário do Condado de Kwale, Stephen Orinde.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou nas redes sociais que o Ministério das Relações Exteriores da Hungria estava em contato com autoridades no Quênia para tratar sobre as vítimas húngaras. Ele se referiu ao caso como “ tragédia”. “Nossas sinceras condolências às famílias dos húngaros que morreram no acidente aéreo no Quênia”, escreveu no Facebook.

Via Terra e ASN

domingo, 26 de outubro de 2025

Aeroporto no Chile mantém pernas humanas congeladas há 1 ano após impasse

Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, em Santiago, Chile (Foto via El Pais)
Em setembro de 2024, uma carga incomum chegava ao aeroporto Arturo Merino Benítez, em Santiago (Chile). Trinta pernas humanas pousavam na capital chilena, mas não poderiam sair dali devido a um limbo jurídico.

A carga está até hoje no aeroporto, congelada, enquanto aguarda uma decisão definitiva sobre o seu destino, que parece estar cada vez mais próximo.

O que é a carga?


As 30 pernas humanas fazem parte de um lote de partes humanas adquiridas e importadas pelo CEMQ (Centro de Entrenamiento Médico Quirúrgico, ou, Centro de Treinamento Médico-Cirúrgico em português). Elas seriam usadas para treinamento de profissionais de saúde, algo comum em faculdades e centros de pesquisa e estudos.

Entretanto, a legislação do país proíbe a comercialização de partes de corpos humanos, sendo possível apenas o uso de restos mortais doados para a finalidade de ensino e pesquisa.


Recursos na Justiça


Em setembro, quando a carga completou um ano parada no aeroporto de Santiago, o CEMQ entrou com novo recurso pedindo a liberação das pernas humanas. Foi alegado durante as idas e vindas na Justiça que os restos mortais são oriundos dos EUA, e seguem um rigoroso controle sanitário.

Mesmo com a anuência dos falecidos e de seus familiares, a prática de comercialização não tem regulamentação no Chile, o que impede a entrada dos corpos e partes humanas no país. Decisão recente da suprema corte do país negou o recurso da empresa, que tentou alegar a possibilidade de ingresso do material com a finalidade de estudo e aperfeiçoamento dos médicos por ser lícita a sua atividade econômica.

Segundo veículos de imprensa locais, diversas faculdades de medicina se queixam da falta de corpos e partes humanas para serem usadas nas aulas e em pesquisas. Muitas acabam fazendo estudos em modelos anatômicos ou com modelos virtuais em softwares.

Qual o destino da carga?


Ainda não é certo o que poderá ser feito com as pernas humanas, já que as decisões na Justiça ainda não estão definidas. Entretanto, entre os caminhos possíveis está a destruição das amostras, já que podem ser consideradas um material biológico irregular.

Outra alternativa está a devolução para a empresa que fez a venda ou, ainda, o retorno às famílias dos mortos para enterrarem ou cremarem os restos mortais de seus entes.

Como é no Brasil?


De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), "a comercialização de órgãos, tecidos e partes do corpo humano é vedada no ordenamento jurídico brasileiro". Isso segue um entendimento da Constituição Federal e a prática "configura conduta penalmente tipificada — há vedação legal e possibilidade de responsabilização (penal e administrativa)".

Embora a regulação sobre o uso das partes humanas e corpos não seja competência direta da agência, é ela quem trata das regulamentações desse tipo de transporte.

No caso de transporte de restos mortais, excetuado cinzas, "o translado deve ocorrer em urnas funerárias e serem tomados todos os cuidados necessários a minimizar qualquer risco para a saúde pública, devendo os documentos relativos ao procedimento de conservação estar à disposição da autoridade competente, sempre que solicitado".

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Imagens fortes: avião cai e explode após decolagem na Venezuela. Vídeo

Duas pessoas morreram na queda do avião de pequeno porte em San Cristóbal, na Venezuela. Autoridades investigam causas do acidente.


O avião de pequeno porte Piper PA-31T1 Cheyenne I, prefixo YV1443, caiu e explodiu logo após a decolagem, na manhã desta quarta-feira (22/10), no Aeroporto de Paramillo, em San Cristóbal, capital do estado de Táchira, na Venezuela. As duas pessoas que estavam a bordo, identificadas como os pilotos da aeronave, morreram no local.

Assista ao momento da queda:


De acordo com veículos da imprensa venezuelana, o avião, um modelo Cheyenne de matrícula YV1443, tentava ganhar altitude quando perdeu força e caiu próximo à pista. O impacto provocou uma forte explosão, seguida de um incêndio que destruiu completamente a aeronave.


Equipes do Corpo de Bombeiros Militar, da Protección Civil Táchira e da Polícia Nacional Bolivariana foram acionadas e conseguiram controlar as chamas. Os corpos das vítimas foram encontrados carbonizados dentro do avião.

Um inquérito foi aberto para apurar as causas do acidente. O Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) informou que deve divulgar, nos próximos dias, um relatório preliminar com detalhes da investigação.

O Aeroporto de Paramillo, localizado em uma área de relevo montanhoso, é usado principalmente para voos regionais e privados. Até o momento, as autoridades não divulgaram a identidade das vítimas.

Com informações do Metrópoles, ASN, Reporte Confidencial e TV Azteca

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Avião da United Airlines é atingido por objeto misterioso que teria vindo do espaço

O impacto danificou o para-brisa da aeronave, que precisou fazer um pouso de emergência, e resultou em pequenos ferimentos no piloto.

Piloto da United fica com os braços sangrando após 'objeto misterioso' atingir sua aeronave (Foto: Reprodução)
O Boeing 737 MAX 8, prefixo N17327, da United Airlines, foi atingido por um objeto misterioso enquanto voava para Los Angeles, nos Estados Unidos, causando rachadura no para-brisa e forçando pouso de emergência. O incidente ocorreu na última quinta-feira (16) e há suspeita de que envolva detritos vindos do espaço ou até um meteorito.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram uma das janelas da aeronave bastante danificada pelo impacto, que também afetou a estrutura de metal. Ela não chegou a se quebrar nem houve perda de pressão na cabine, porém os estilhaços atingiram o braço do piloto, resultando em pequenos cortes.


O que pode ter atingido o voo da United Airlines?


Partindo da cidade de Denver, o voo UA 1093 transportava 140 pessoas a bordo e seguia rumo ao aeroporto de Los Angeles. No entanto, algo atingiu a janela do cockpit do Boeing 737 MAX enquanto ele sobrevoava o estado de Utah a aproximadamente 11.000 m de altitude, fazendo a tripulação mudar os planos.

Estilhaços de vidro no painel de avião da United Airlines (Foto: Reprodução/X)
Ao detectar a fissura no para-brisa, o piloto iniciou imediatamente a manobra de descida e solicitou um pouso de emergência no aeroporto de Salt Lake City, onde o avião aterrissou em segurança;

O comandante da aeronave comentou, após o pouso, que o incidente teria sido causado por lixo espacial, como restos de foguetes ou satélites desativados orbitando a Terra;

Mas há várias outras possibilidades, incluindo balões ou sondas meteorológicas, granizo ou cristais de gelo;

Algo que também pode ter colidido com o Boeing é uma ave, embora a maior parte dos pássaros não consiga voar à altitude em que ele estava no momento do incidente.


Em meio a tantas hipóteses, uma das que vem ganhando mais força é o impacto de um pequeno meteorito com a aeronave, apesar de não haver confirmação por parte de autoridades nem da companhia aérea. Estudos apontam que milhares de fragmentos de rochas espaciais caem no planeta anualmente, aumentando os riscos de colisões.

Além disso, há relatos de marcas de calor no vidro, sugerindo uma colisão de alta energia que causou os danos registrados pelas fotos. Estima-se que o vidro laminado em várias camadas tenha evitado a ruptura completa da janela, mantendo a pressão no interior da cabine.

Uma passageira de avião da United Airlines que foi atingido por "objeto misterioso" a 36 mil pés (cerca de 10 mil metros) de altitude na semana passada disse ter vivido um momento de terror e temido pelo pior.

"Só pensava que cairíamos a qualquer momento", contou Heather Ramsey, uma das 134 passageiras do voo 1093, que seguia de Denver a Los Angeles (EUA), à Fox. "Ficamos todos prendendo a respiração até o fim. Era possível sentir a tensão em toda a aeronave", emendou ela.

Heather Ramsey viveu momentos de terror a bordo de avião da United após piloto
ficar ferido em acidente ainda sem explicação (Foto: Reprodução)
O impacto foi tão forte que estilhaçou o para-brisa do Boeing 737 MAX 8 e deixou um braço do piloto com vários ferimentos.

Heather relatou o episódio nos ares: "Uma comissária de bordo levantou a voz e disse a outra: 'Para trás. Para a parte de trás da aeronave, pare o serviço'. A tripulação anunciou pelo interfone: 'Temos más notícias. A aeronave colidiu com um objeto'."

Caso em investigação


O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB) está investigando a colisão do avião da United Airlines com um objeto supostamente vindo do espaço. O órgão vai examinar o vidro rachado e os resíduos microscópicos em busca de pistas.

A parte metálica atingida também passará por análise, podendo ajudar a desvendar a origem do objeto, assim como dados de radar, meteorológicos e do gravador de voo. Se a suspeita for confirmada, este pode se tornar um dos raros casos de colisão de voo comercial com detritos originados no espaço.

Vale destacar que apenas o piloto sofreu ferimentos no incidente. Os passageiros seguiram voo em outra aeronave até Los Angeles, concluindo a viagem cerca de seis horas depois do que o originalmente previsto.

Via André Luiz Dias Gonçalves (Techmundo), ASN

domingo, 12 de outubro de 2025

Avião da seleção da Nigéria faz pouso de emergência antes de partida decisiva pelas Eliminatórias

Aeronave teve uma rachadura no para-brisa 25 minutos depois da decolagem.


A seleção da Nigéria passou por um susto, ontem, durante uma viagem de avião. A aeronave que levava a delegação de Polokwane, na África do Sul, para a cidade de Uyo, no país, fez um pouso de emergência e causou o atraso na chegada dos jogadores e dirigentes à capital do Estado de Akwa Ibom.

Após uma parada de reabastecimento em Luanda, na Angola, o avião teve uma rachadura no para-brisa 25 minutos depois da decolagem. Isso levou o piloto da aeronave fretada a iniciar procedimentos de emergência e retornar ao aeroporto angolano. Todos a bordo do voo foram evacuados em segurança.


O incidente ocorreu antes da partida decisiva da Nigéria pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Terceira colocada no Grupo C, a seleção nigeriana encara o Benim, na terça-feira, no Estádio Internacional Godswill Akpabio, em Uyo, na Nigéria, e precisa vencer para continuar sonhando com uma vaga no Mundial.

O Benim está na liderança do grupo, com três pontos na frente da Nigéria e com dois gols a mais de diferença. Se ganhar por dois gols de diferença, o time nigeriano garante, ao menos, um lugar na repescagem para a Copa do Mundo — eles precisam torcer para a África do Sul tropeçar contra a Ruanda para se classificar ao Mundial diretamente.

Veja a nota oficial da Federação Nigeriana de Futebol

"A Federação Nigeriana de Futebol informou que o para-brisa rachado da aeronave fretada da companhia ValueJet Airline, que transportava a delegação da seleção nigeriana — os Super Eagles — de Polokwane, na África do Sul, para Uyo, onde acontecerá na terça-feira a partida das eliminatórias da Copa do Mundo da FIFA contra o Benim, causou o atraso na chegada dos jogadores e dirigentes à capital do Estado de Akwa Ibom.

A mesma aeronave havia levado parte da delegação a Polokwane na noite de quinta-feira, chegando à cidade sul-africana na manhã de sexta-feira.

No entanto, após uma parada de reabastecimento de rotina em Luanda, Angola (onde o avião também havia parado para reabastecer na quinta-feira à noite e onde já fizera escala de ida e volta para Bloemfontein, na África do Sul, no mês passado, para o confronto da 8ª rodada entre os Super Eagles e os Bafana Bafana), a aeronave sofreu uma rachadura no para-brisa em pleno voo, logo após a decolagem. O piloto conseguiu, com habilidade, conduzir o avião de volta em segurança ao aeroporto de Luanda.

A ValueJet Airline e as autoridades competentes do Governo Federal da Nigéria — incluindo o Ministro da Aviação, o Ministro das Relações Exteriores e o Chefe de Gabinete do Presidente — estão trabalhando intensamente para obter as permissões de sobrevoo e pouso necessárias para que outra aeronave parta de Lagos, recolha a delegação em Luanda e a leve até Uyo."

Via O Globo

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Putin admite que Rússia derrubou avião da Embraer no Cazaquistão; acidente matou 38 pessoas

A aeronave caiu no dia 25 de dezembro de 2024, após sair de Baku, capital do Azerbaijão. O presidente russo ainda prometeu indenização aos afetados e pediu desculpas.

Avião fabricado pela Embraer caiu no Cazaquistão no dia 25 de dezembro de 2024
(Foto: Azamat Sarsenbayev/Reuters)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta quinta-feira (9) que as defesas aéreas russas foram responsáveis por derrubar um avião da Embraer no Cazaquistão. O acidente, em dezembro do ano passado, matou 38 pessoas.

A declaração foi dada durante um encontro com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev. Putin afirmou que dois mísseis russos detonaram ao lado do avião da Azerbaijan Airlines depois que drones ucranianos entraram no espaço aéreo do país.

"Os dois mísseis lançados não atingiram o avião diretamente. Se isso tivesse acontecido, ele teria caído no local. Mas eles explodiram, talvez como medida de autodestruição, a poucos metros de distância, cerca de 10 metros. E, assim, o dano foi causado, não pelas ogivas, mas provavelmente pelos destroços dos próprios mísseis", detalhou.

"É por isso que o piloto percebeu a colisão como um bando de pássaros, o que ele relatou aos controladores de tráfego aéreo russos, e tudo isso está registrado nas chamadas 'caixas-pretas'", continuou Putin.

Aliyev, que criticou a Rússia na época do acidente, acusando o país de tentar encobrir sua causa, nesta quinta agradeceu a Putin por monitorar pessoalmente o progresso da investigação.


O presidente russo ainda prometeu indenização aos afetados e pediu desculpas: "É claro que tudo o que for necessário em casos tão trágicos será feito pelo lado russo em termos de indenização e uma avaliação legal de todas as questões oficiais será feita. É nosso dever, repito mais uma vez... fazer uma avaliação objetiva de tudo o que aconteceu e identificar as verdadeiras causas".

A aeronave havia saído de Baku, capital do Azerbaijão, e tinha como destino a cidade russa de Grózni, capital da Chechênia. A companhia aérea declarou que a aeronave Embraer 190, que realizava o voo J2-8243, foi forçada a realizar um pouso de emergência a aproximadamente 3 km da cidade cazaque de Aktau.

Investigação apontou que queda foi provocada por 'objetos externos'


Em fevereiro, o governo do Cazaquistão divulgou um relatório preliminar sobre a investigação do acidente e apontou que a queda poderia ter sido provocada por objetos externos, mas que eram "necessárias outras pesquisas e exames para determinar a natureza e a origem dos danos causados por esses objetos".

De acordo com o documento, os pilotos solicitaram a mudança no local de pouso, relatando que o avião havia sido atingido por pássaros e que dois assentos explodiram.

O relatório não cita mísseis, mas uma das suspeitas de especialistas era de que o avião poderia ter sido atingido por estilhaços do sistema antiaéreo de defesa da Rússia, já que, alguns dias depois do acidente, o governo russo admitiu que três cidades estavam sob ataque de drones ucranianos e os sistemas de defesa agiram para repelir esses ataques.

Ainda segundo o relatório, ''um exame inicial dos fragmentos revelou danos múltiplos, penetrantes e não penetrantes, de vários tamanhos e formas na seção da cauda, fuselagem, barbatana e estabilizador, elevador e leme. Danos semelhantes foram encontrados no motor esquerdo e na asa esquerda da aeronave''.

Perfurações no avião da Embraer que caiu no Cazaquistão em dezembro de 2024
(Foto: Reprodução/Relatório preliminar do governo do Azerbaijão)

Investigação do Brasil


A análise dos dados da caixa-preta do avião foi feita no Brasil, país onde fica a sede da Embraer, empresa fabricante do avião. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu no dia 6 de janeiro a análise das caixas-pretas do avião da Embraer.

Os equipamentos chegaram ao solo brasileiro em 1º de janeiro e começaram a ser analisados no dia seguinte. Os dados extraídos foram entregues à Autoridade de Investigação de Acidentes Aeronáuticos do Cazaquistão – agência responsável pela análise e investigação do acidente. Ainda não há detalhes sobre o que foi ouvido nas gravações.

"Toda a análise e as conclusões que serão publicadas no Relatório Final dessa investigação aeronáutica são de exclusiva responsabilidade da Autoridade de Investigação do Cazaquistão", informou a FAB à época.


Via g1

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Adolescente de 18 anos reinventa o design de asa da NASA e ganha prêmio de US$ 70 Mil


Um jovem de 18 anos de Olympia, Washington, acaba de dar um passo significativo para transformar a forma como pensamos a aviação. A nova abordagem de Kevin Shen para o design de asas oblíquas não só alcança um nível mais alto de eficiência, como também lhe rendeu US$ 70.000 em uma prestigiosa competição científica.

Na aeronáutica, um projeto de asa oblíqua gira a asa de uma aeronave para inclinar o corpo e reduzir o arrasto geral. Isso aumenta a eficiência de combustível; no entanto, também torna o avião difícil de controlar. Shen conseguiu projetar seu próprio avião e programar um computador de voo que o estabilizou, consumindo 9,2% menos combustível. Organizações como a NASA abandonaram projetos de asa oblíqua no passado. No entanto, com esse avanço, Shen pode estar ajudando a moldar o futuro da aviação.

Antes de construir modelos de aviões e vencer competições científicas renomadas, Shen se inspirava em ícones científicos online como Bill Nye, Mark Rober, Flite Test, Veritasium, Kurzgesagt, Vsauce e outros. “Quando se trata de quem teve o maior impacto em mim como herói, não foi um cientista ganhador do Nobel, mas um cientista online”, disse Shen. “Eles tornam o STEM acessível ao grande público e o inspiram a se interessar e valorizar a ciência de uma forma divertida e envolvente.”


Esses ícones desafiaram Shen ainda jovem e o inspiraram a seguir uma carreira em STEM. Logo, ele estava construindo e pilotando aeromodelos e experimentando designs não convencionais, incluindo asas oblíquas. Ele viu potencial em algo que a NASA havia arquivado décadas antes. Shen teorizou que um sistema de controle de voo assistido por computador poderia superar as deficiências do projeto. Ele começou a trabalhar e logo tinha um modelo funcional construído com placas de espuma baratas, peças impressas em 3D, cola quente e técnicas de construção do zero.

“Minha parte favorita do projeto foi construir fisicamente o aeromodelo de asa oblíqua. Depois de literalmente centenas de horas de revisão bibliográfica, otimização de design, simulação de fluidos, modelagem computacional e programação, ver todo o meu trabalho árduo se concretizar em um aeromodelo físico validou meu esforço. Gosto de trabalhar não apenas com a mente, mas também com as mãos, então finalmente conseguir montar algo que eu havia projetado na minha cabeça foi incrivelmente gratificante”, disse Shen.


Sua experiência não foi isenta de contratempos e desafios. Após cada teste fracassado e subsequente acidente de avião, ele tinha que caminhar pelo campo de testes para coletar peças espalhadas. Assistir a horas de trabalho árduo destruídas em segundos era desanimador, mas ele sabia que o fracasso é parte integrante da pesquisa — e muitas vezes o melhor professor.

Também conhecido como asa inclinada, o design de asa oblíqua permite que as asas de uma aeronave girem em torno de um ponto de pivô central. A aeronave pode voar com uma configuração regular de asa reta, mas também pode girar as asas, movendo uma ponta para a frente e a outra para trás. Alterar o ângulo da asa reduz o arrasto em velocidades mais altas.


Como funcionam as asas oblíquas: de asas retas na decolagem a asas oblíquas totalmente enflechadas em velocidades supersônicas, cada posição equilibra sustentação, arrasto e controle, liberando eficiência, mas exigindo sistemas de voo avançados.

Na década de 1970, a NASA realizou pesquisas sobre projetos de asas oblíquas e demonstrou sua eficiência aerodinâmica. Infelizmente, o projeto foi abandonado devido a problemas de controle de voo. Décadas depois, Kevin Shen desenvolveu e programou um computador de bordo para lidar com esses desafios, alcançando uma redução de 9% no arrasto e diminuindo significativamente o consumo de combustível e as emissões de carbono.

Vencendo no Regeneron Science Talent Search 2025 e além.

No início deste ano, Shen enviou seu projeto para o Regeneron Science Talent Search de 2025. Ele competiu com quase 1.900 outros estudantes do ensino médio nos EUA, conquistando uma vaga entre os 40 finalistas, avançando para uma competição de uma semana em Washington, D.C., e conquistando o 7º lugar, além de um prêmio de US$ 70.000.

Shen ficou impressionado com os resultados e declarou: “Quando entrei na competição, pensei que tinha uma chance tão pequena que nem estava planejando me inscrever. Foi só quando um finalista anterior me incentivou persistentemente a tentar que me inscrevi de última hora”.

Seu projeto também recebeu US$ 25.000 do programa Davidson Fellows e US$ 5.000 do 1º Grande Prêmio do ISEF. Somando os três prêmios, chega-se a um total de US$ 100.000, que, segundo ele, serão destinados a custos educacionais futuros.


Kevin Shen já provou que sua aeronave de asa oblíqua voa com mais eficiência do que tentativas anteriores, mas ele está apenas começando. Se tivesse mais tempo e recursos, ele diz que o próximo passo seria a autonomia total. Atualmente, seu computador de voo auxilia a aeronave, mas não a controla completamente. Tornar o avião totalmente autônomo abriria as portas para dados mais ricos e precisos — insights que poderiam acelerar a evolução do projeto e levá-lo ao próximo nível.

Quanto ao que vem a seguir, Shen é pragmático, mas ambicioso. Ele enfrenta recursos limitados em casa, mas vê a faculdade e uma futura carreira como sua chance de crescer. Seu sonho é construir aviões de asa oblíqua maiores, mais seguros e mais avançados, capazes de redefinir a eficiência na aviação. Por enquanto, o projeto serve como uma prova de conceito — mas nos próximos anos, poderá ser muito mais do que isso.

Via Kevin Anderton (Forbes) e davidsongifted.org

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Avião faz pouso de emergência no Japão após princípio de incêndio


O Boeing 737-824 (WL), prefixo N39297da United Airlines, operando o voo 32 com destino a Cebu, vindo do Aeroporto de Narita, fez um pouso de emergência na pista do Aeroporto de Kansai pouco depois das 19h do dia 12. Uma luz de alerta indicando incêndio no compartimento de carga do avião acendeu enquanto o avião ainda estava no ar.

Cinco passageiros sofreram ferimentos leves durante o pouso de emergência. Passageiros que escaparam descreveram a atmosfera tensa a bordo, dizendo: "Senti cheiro de queimado e entrei em pânico".

Cinco passageiros sofreram ferimentos leves. O Conselho de Segurança dos Transportes do Japão classificou o incidente como "incidente grave".

De acordo com o Ministério de Terras, Infraestrutura, Transporte e Turismo e os Aeroportos de Kansai, o voo 32 da United Airlines, que partiu do Aeroporto de Narita por volta das 17h30 do dia 12 e tinha como destino o Aeroporto de Mactan-Cebu, na Ilha de Cebu, nas Filipinas, fez um pouso de emergência na pista A do Aeroporto de Kansai às 19h08.

O avião então se moveu para uma pista de táxi, onde todas as 142 pessoas a bordo, incluindo 135 passageiros e sete tripulantes, conseguiram evacuar usando escorregadores de emergência conhecidos como paraquedas.


De acordo com o Ministério de Terras, Infraestrutura, Transporte e Turismo (MLIT), um sinal de alerta indicando um incêndio no compartimento de carga na parte traseira da aeronave foi exibido enquanto a aeronave sobrevoava o Oceano Pacífico, e um estado de emergência foi declarado.

De acordo com o corpo de bombeiros, dois passageiros, uma japonesa de 80 anos e uma estrangeira de 50 anos, sofreram ferimentos leves (contusões). Acredita-se que eles tenham se ferido enquanto evacuavam usando os paraquedas. Segundo o MLIT, outros três passageiros também sofreram ferimentos leves.

Devido ao pouso de emergência, a pista A do Aeroporto de Kansai permaneceu fechada até 00h15 do dia 13 (horário do Japão).

O Conselho de Segurança de Transporte do Japão do MLIT já classificou o acidente como um "incidente grave" e nomeou dois investigadores.

Passageiros que evacuaram descreveram os momentos tensos,  incluindo "crianças chorando, comissários de bordo nos dizendo para sair, sair" e "avisos nos incentivando a sair!" 


Um passageiro disse: "Havia um cheiro de queimado e pânico (no avião)". Uma passageira relatou: "Foi realmente assustador. Todos começaram a fazer um alvoroço a bordo e a entrar em pânico, dizendo que era ruim. As pessoas se separaram para sair, alguns do fundo e outros da frente". "Eles disseram 'Saiam!'  Durante o anúncio, disseram com muita ênfase, então todos ficaram tipo 'Hã?'"

Outro passageiro disse: "Crianças começaram a chorar e os comissários de bordo disseram 'saiam, saiam!' e tudo ficou agitado. Eu estava tão em pânico que não me lembro de muita coisa, mas sabia que tínhamos que ir embora." 

Mais outro passageiro declarou: "Houve um breve anúncio no avião e então o capitão imediatamente disse 'saiam!' e eu me lembro dele dizendo 'desapertem os cintos de segurança imediatamente e saiam'. Os comissários de bordo disseram 'corra, corra!'"

Passageiros são examinados em busca de ferimentos após evacuar uma aeronave que fez um pouso de emergência no Aeroporto de Kansai (20h53 de 12 de setembro, no Aeroporto de Kansai)
De acordo com autoridades do aeroporto, os passageiros foram transferidos para um hotel perto do Aeroporto de Kansai e estavam descansando em uma sala de conferências, onde cobertores e lanches foram fornecidos.

Com informações de ASN, UOL, mbs.jp