Por meio do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), os trabalhadores da Gol devem entrar na semana que vem com uma ação coletiva contra o modelo de remuneração da companhia aérea.
A conta é estimada em de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões, considerando o pagamento retroativo dos últimos cinco anos a 5.000 pilotos e comissários.
Há ainda a conta futura, com a inclusão do item na folha de pagamentos.
Salário variável
A disputa é relativa ao "descanso semanal remunerado": segundo os trabalhadores, a companhia aérea não paga o descanso remunerado na parte variável do salário.
O salário dos aeronautas é dividido em um valor fixo e em um variável, que depende das horas efetivamente voadas.
Na remuneração fixa são considerados os 30 dias, mas na variável, apenas 22.
Os trabalhadores cobram o pagamento da parcela variável proporcional aos oito dias de descanso.
Diante do fracasso das negociações com a Gol, os trabalhadores decidiram por unanimidade, em assembleia realizada no dia 7 de agosto, entrar com a ação judicial.
Procurada, a Gol afirmou que não vai comentar.
O sindicato também tenta negociações com a Avianca, mas a expectativa é que as conversas também terminem na Justiça.
De acordo com o Sindicato, a TAM paga o descanso social remunerado sobre o salário variável há mais de dez anos.
A Azul passou a pagar no início deste ano, na época da integração com as carreiras dos tripulantes da Trip.
Recentemente, o sindicato conseguiu fazer acordo com a Absa, empresa de cargas do grupo Latam (dono da TAM), que deve honrar os pagamentos retroativos.
Há ainda negociações em andamento com outras empresas de carga.
Os trabalhadores dão como certa uma vitória na Justiça pois há casos de "dezenas de trabalhadores" que conseguiram incluir a conta na indenização trabalhista após se desligar da Gol.
Fonte: Mariana Barbosa (Folha de S.Paulo)