terça-feira, 18 de setembro de 2007

CPI: Relatório sugere construção de 3º aeroporto em SP

O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea da Câmara, elaborado pelo deputado Marco Maia (PT-RS), sugeriu a construção de um terceiro aeroporto no Estado de São Paulo.

Segundo Maia, o aeroporto deve absorver cerca de 748 mil operações de pousos e decolagens por ano e pode ficar pronto até 2015, tendo custo estimado em R$ 500 milhões. "Não chegou até essa CPI um estudo mais aprofundado, capaz de avaliar a opção mais adequada na ampliação de oferta de capacidade de infra-estrutura aeroportuária em São Paulo", disse Maia.

Maia afirmou ainda que, caso não seja construído um terceiro aeroporto no Estado, a capacidade aeroportuária de São Paulo ficará ainda mais saturada, já que os aeroportos de Congonhas, Cumbica, Viracopos e Campo de Marte recebem somados cerca de 25% do movimento de vôos do País.

Pelos cálculos do relator, com o reordenamento da malha aérea determinado pelo Conselho de Aviação Civil (Conac) serão necessários investimentos de R$ 1,864 bilhão em São Paulo. Além da construção de um terceiro terminal, o relator sugere ampliação de Cumbica e Viracopos.

Fonte: G1/Agência Câmara

TAM quer "minar nossas forças", dizem parentes de vítimas do vôo 3054

Parentes das vítimas do vôo JJ 3054 atacaram a TAM em um manifesto divulgado na tarde deste domingo. No texto, os familiares dizem que há informações desencontradas e diz que a empresa tenta "minar nossas forças, ao mesmo tempo em que tenta preservar sua imagem junto à opinião pública".

Os familiares estiveram reunidos ontem (15) e hoje em um hotel na zona sul de São Paulo para discutir a criação de uma associação, que terá como objetivo acompanhar de perto as investigações sobre a maior tragédia aérea do Brasil, que matou 199 pessoas em 17 de julho.

Sobre as causas do acidente, os parentes afirmam que pensam "se tratar de uma confluência de fatores, que vão da omissão dos órgãos governamentais à negligência da companhia aérea, dentro desta crise estrutural do setor aéreo que se arrasta há anos. Em outras palavras, a ganância pelo lucro causou mais uma tragédia no Brasil".

A assessoria de imprensa da TAM informou que a empresa não irá comentar o manifesto. A companhia aérea afirma que na próxima terça-feira será assinado o termo de compromisso entre a empresa, a Secretaria de Justiça, Ministério Público do Estado de São Paulo, Defensoria Pública do estado, Procon e representantes das famílias, para documentar a transparência nas informações.

A TAM diz que tem colaborado com os órgãos competentes que investigam as causas do acidente e declara ser de interesse da empresa esclarecer a tragédia.

Manifesto

Leia na íntegra o manifesto:

"Nós, familiares das vítimas do vôo TAM JJ 3054, reunidos nos dias 15 e 16 de setembro de 2007, em São Paulo (SP), vimos a público manifestar nossa indignação e nossa dor com a perda de nossos entes queridos, vitimados na tragédia ocorrida em 17 de julho de 2007.

No dia 17 de setembro, completam-se dois meses do desastre. Além do trauma gerado em nossas famílias, permanece a desinformação a respeito das causas da tragédia. Diante dessa situação, afirmamos:

1. A dor e a revolta não cessam. Famílias se desestruturaram e, para muitos, a vida perdeu o sentido. Alguns estão vivendo a base de medicamentos, largaram seus empregos e não fazem outra coisa a não ser lidar no dia-a-dia com a morte de seus familiares.

2. Os inúmeros relatos apresentados pelos familiares deixam claro que ainda há muitas informações desencontradas por parte da companhia aérea. Demandas semelhantes entre as famílias vêm sendo tratadas de formas distintas. Está claro que a TAM procura minar nossas forças, ao mesmo tempo em que tenta preservar sua imagem junto à opinião pública. Enquanto isso, as notícias divulgadas na imprensa revelam que ainda há aeronaves voando com problemas, os aeroportos permanecem sobrecarregados, e a fiscalização pelos órgãos competentes, da mesma forma, continua inadequada.

3. Sobre as causas que levaram a essa tragédia, sabemos se tratar de uma confluência de fatores, que vão da omissão dos órgãos governamentais à negligência da companhia aérea, dentro desta crise estrutural do setor aéreo que se arrasta há anos. Em outras palavras, a ganância pelo lucro causou mais uma tragédia no Brasil.

4. Neste momento, nosso maior objetivo é que as investigações sejam ágeis e transparentes e que todos os responsáveis sejam punidos, para que tragédias como essa não mais se repitam. É fundamental que este processo seja transparente e que as informações estejam disponíveis às autoridades policiais. É inadmissível que um verdadeiro crime como este termine em impunidade.

Tristes e certos de que não teremos nossos familiares de volta, esperamos que estas trágicas mortes sirvam, ao menos, para evitar que outras vidas sejam perdidas no Brasil, vítimas da omissão estatal e da ganância privada.

São Paulo, 16 de Setembro de 2007"
Fonte: Folha Online (Publicada em 16/09/2007)

Dois meses após acidente com vôo 3054, famílias ainda esperam corpo

18/09/2007

Dois meses após o acidente com o Airbus-A320 da TAM, que deixou 199 mortos e tornou-se a maior tragédia da aviação brasileira, quatro famílias ainda vivem a dor da espera pelo reconhecimento dos corpos de seus parentes.

Oficialmente, a Secretaria Estadual da Segurança Pública de São Paulo diz que os peritos do IC (Instituto de Criminalística) ainda estão trabalhando no caso. Extra-oficialmente, alguns familiares contam que já ouviram dos próprios funcionários do instituto que não há mais nada a fazer.

Cansadas de aguardar, duas famílias decidiram fazer enterros simbólicos. No domingo passado, a comissária Michelle Leite, 26, única integrante da tripulação não-identificada pelos legistas, teve seus pertences sepultados no Cemitério do Carmo, em São Paulo.

Dois dias antes, a mamadeira e a mochila de Levi Ponce de Leão, um ano e oito meses, foram enterrados ao lado do corpo da mãe, Jamile, 21, identificado no dia 11 de agosto.

Os parentes de Ivalino Bonato, 54, ainda esperam, mas têm poucas esperanças. Já Eliane, a mulher de Andrei Mello, 42, não quer o corpo do marido. Prefere guardar a lembrança dele vivo.

A reportagem também procurou a assessoria de imprensa do IML (Instituto Médico Legal) para entrevistar os legistas e peritos que há 60 dias trabalham no caso.

O pedido foi negado com a alegação de que eles só falarão quando os trabalhos forem encerrados. Não há previsão para o término do trabalho, que analisa fragmentos de pele encontrados no local do acidente.

Neste momento, o laboratório de DNA do IC está analisando amostras diferentes dos mesmos tecidos encontrados. Cerca de 20 funcionários estão envolvidos no caso.

A TAM também diz que continua dando apoio aos parentes das vítimas. Segundo o último "Resumo de assistência às vítimas", divulgado pela empresa em 28 de agosto, 195 funerais tinham sido pagos, a um valor total de R$ 1,5 milhão.

Ainda segundo o relatório, 91 parentes tinham recebido da empresa adiantamentos de R$ 30 mil cada um.

A assessoria de imprensa da TAM afirmou que, no início da semana, 14 parentes ainda estavam acomodados em hotéis e que R$ 3,6 milhões tinham sido gastos em hospedagem e táxi.

Fonte: Folha Online (Publicada em 16/09/2007)

Helicóptero faz avião arremeter em Congonhas

Um Airbus A320 da TAM teve que arremeter nesta segunda-feira (17/09) no Aeroporto de Congonhas por causa da aproximação de um helicóptero.

O vôo 3210 partiu do aeroporto de Confins e ao chegar em Congonhas o piloto teve que arremeter por causa de um helicóptero que se encontrava nas proximidades.


Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, o Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo analisa o caso para apurar se houve irregularidades.


Fonte: Guilherme Braz (vc repórter)/Terra - Foto: Nelson Antoine (FP)

Piloto e ventos são o centro da investigação sobre acidente aéreo

18/09/2007

Fernando Mullor Grifol Bangcoc, 18 set (EFE). - As autoridades tailandesas da área de aviação civil apontam um erro do piloto como a causa do acidente aéreo de domingo, no qual morreram 91 pessoas, que estão sendo identificadas pelos legistas.

Os especialistas ainda aguardam o exame dos dados das duas caixas-pretas. A sua investigação se concentra até agora nas decisões que o piloto adotou durante a manobra de aterrissagem e suas comunicações com a torre de controle do aeroporto de Phuket, onde o avião bateu após deslizar pela pista.

O diretor-geral do departamento de Transporte Aéreo tailandês, Chaisak Angsuwan, confirmou que antes do pouso o piloto foi alertado pelos controladores para a presença de rajadas de vento que podiam desestabilizar o avião. Mas, mesmo assim, ele decidiu aterrissar.

"Aterrissando" foi a última palavra do piloto do avião da companhia tailandesa de baixo custo One-Two-Go, disse Angsuwan à imprensa após ouvir as gravações das conversas entre o capitão e a torre de controle.

"Foi tudo muito rápido. Apenas alguns minutos depois de o piloto falar com os controladores de tráfego, o avião caiu, e a fuselagem se inclinou para a direita", explicou o chefe do departamento de Transporte Aéreo, em entrevista coletiva.

O piloto indonésio morreu após o pouso. O avião se partiu em três após cair sobre um conjunto de árvores e muros. Houve várias explosões e então um incêndio.

A direção da companhia aérea Orient Thai Airlines, proprietária da One-Two-Go, também considera uma combinação do fator humano e rajadas de vento como causa mais provável do acidente.

O ministro dos Transportes, Theera Haocharoen, insistiu que o resultado definitivo da investigação depende da análise das caixas pretas do avião. As duas foram enviadas aos Estados Unidos para serem examinadas por especialistas, que deverão oferecer suas conclusões dentro de uma semana.

O McDonnell Douglas MD-82, um dos sete da frota da One-Two-Go, transportava 123 passageiros e sete tripulantes. Eles tinham partido de Bangcoc rumo à paradisíaca ilha de Phuket, cerca de 700 quilômetros o sudoeste da capital.

O Departamento de Meteorologia tailandês confirmou em comunicado que no domingo a província de Phuket foi afetada por fortes rajadas de vento. A cada meia hora o órgão informou à torre de controle do aeroporto as mudanças na direção do vento.

Enquanto isso, os legistas tailandeses informam que identificaram 53 corpos, entre eles 21 de estrangeiros. O chefe interino da Polícia, general Seripisuth Temiyavej, explicou que alguns deles estão quase totalmente carbonizados e serão identificados por testes de DNA e pela arcada dentária.

O Governo, liderado pelo primeiro-ministro interino, general Surayud Chulanont, se reuniu hoje para decidir sobre a ajuda econômica às famílias dos mortos e feridos no acidente.

Dos 91 mortos, 55 eram estrangeiros, confirmou ontem um porta-voz da companhia. O avião transportava turistas da Austrália, Alemanha, Estados Unidos, França, Irlanda, Irã, Israel, Reino Unido e Suécia.

Dezoito iranianos morreram, informou hoje o embaixador do Irã na Tailândia, Mohsen Pakain. O diplomata, citado pela agência de notícias "Fars", disse que também ficaram feridos seis iranianos.

Os analistas econômicos acreditam que o acidente terá um impacto nas companhias asiáticas de baixo custo. O setor pode sofrer uma queda de passageiros de cerca de 20%.

Fonte: Terra/EFE

Pilotos alemães estão prontos para derrubar aviões de passageiros

18/09/2007

A Força Aérea alemã, a Luftwaffe, conta com pilotos dispostos a derrubar aviões de passageiros caso sejam seqüestrados com fins terroristas, apesar da ausência de uma lei prevendo uma medida de conseqüências tão drásticas.

O jornal "Leipziger Volkszeitung" afirma em sua edição de hoje que os comandantes da Luftwaffe querem evitar que algum piloto se recuse a obedecer uma ordem desse tipo.

Em declarações ao jornal, um oficial alemão lotado numa das centrais da Otan dedicadas a vigiar o espaço aéreo europeu afirmou que as duas esquadrilhas de emergência alemãs contam exclusivamente com pilotos dispostos a cumprir as suas ordens.

Eles estão nas bases de Wittmund, no norte da Alemanha, e Neuburg, no sul. Em caso de alarme, demoram menos de 15 minutos para decolar com seus caças.

A recusa a cumprir ordens superiores entre os membros das duas esquadrilhas "é inimaginável", diz o oficial alemão, cuja identidade não é revelada.

O jornal acrescenta que, caso seja obrigado a dar a ordem de derrubar um avião de passageiros seqüestrado por terroristas, o ministro da Defesa da Alemanha, Franz-Josef Jung, renunciaria ao cargo logo em seguida.

O democrata-cristão Jung seguiria assim o exemplo de seu antecessor, o social-democrata Peter Struck. Ele assumiu esse compromisso com os mais altos comandantes da Luftwaffe, na ausência de uma legislação clara sobre o tema.

Franz-Josef Jung pediu nesta segunda-feira uma norma constitucionalmente clara para permitir que as forças de defesa derrubem aviões que tenham sido seqüestrados por terroristas para cometer atentados como os de 2001 nos Estados Unidos.

"O Estado tem que ter capacidade de manobra em todos os casos", declarou o ministro.

Fonte: Terra