sábado, 4 de dezembro de 2010

EUA relatam que FAB disse preferir caça F-18

O comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), brigadeiro Juniti Saito, aparece em um despacho secreto da diplomacia norte-americana afirmando dar preferência aos F-18, aviões caça dos Estados Unidos, informa reportagem de Fernando Rodrigues, publicada na edição deste domingo da Folha.

Trata-se de referência a uma das maiores licitações da história da Aeronáutica, que pretende adquirir 36 aviões por um valor aproximado de R$ 15 bilhões. A preferência do Palácio do Planalto é pelos equipamentos oferecidos pela empresa francesa Dassault, que fabrica o Rafale.

Segundo a reportagem, em 31 de julho do ano passado, o telegrama secreto assinado pelo então embaixador norte-americano em Brasília, Clifford Sobel, dizia que Saito tomou a iniciativa de ter uma conversa reservada em jantar no dia anterior para o general Doug Fraser, comandante do Comando Sul. Na conversa, Saito disse que "não existia dúvida, do ponto de vista técnico, que o F-18 era o melhor avião". Esse é o caça produzido pela empresa Boeing.

Esse despacho diplomático ao qual a Folha teve acesso é um entre milhares obtidos pela organização não governamental WikiLeaks. Além desse telegrama, a Folha teve acesso a vários outros que tratam da compra dos caças pelo Brasil.

Leia a reportagem completa na Folha deste domingo, que já está nas bancas ou, amanhã, aqui neste Blog.

Fonte: Folha.com

Parceria aeronáutica – prós e contras

Visão de um piloto vivido

No momento que o A-1 atinge a sua meia-vida operacional e a Força Aérea, sabidamente, promove sua modernização para aproveitar o restante da vida estrutural disponível, é oportuno recordar com ele foi desenvolvido.

O AMX, posteriormente denominado A-1, foi desenvolvido ao longo dos anos 80 tendo iniciado operação ao final daquela década.

As necessidades operacionais da FAB, no início dos anos 80, não eram muito diferentes das atuais, era claro que, como tanto o F-5 quanto o Mirage III estavam no ponto alto de sua vida operacional e era hora de programar sua substituição ou a sua evolução. Naquela época era impensável a aquisição de um avião para a FAB de um fabricante diferente da Embraer, afinal tratava-se de uma empresa brasileira e era consenso que qualquer avião para a Força Aérea Brasileira deveria sair de sua linha de montagem. Entretanto, assim como acontece hoje, era sabido que a melhor linha de ação seria procurar uma parceria para tal empreendimento, as exigências tanto técnicas quanto financeiras inviabilizavam um programa conduzido unicamente pela Embraer.

Como quase tudo na vida, o desenvolvimento de um avião em parceria apresenta vantagens e desvantagens e não há como generalizar, entretanto, se há mais de uma do que da outra. Na verdade cada caso é diferente, porém alguns aspectos gerais são comuns: (1) inexoravelmente, programas conjuntos tendem a extrapolar prazos e custos, principalmente quando os requisitos dos parceiros são diferentes e conflitantes; (2) os programas chegam ao final não importando os prazos e custos uma vez que as penalizações pela desistência de uma das partes são sempre extremamente pesadas.

Havia, naquela data, uma especificação preliminar para uma aeronave de ataque (A-X), porém tais especificações, ao serem avaliadas pela área técnica e operacional foram consideradas insuficientes. Uma grande parte das pessoas envolvidas no processo estava convencida de que era necessário que o avião fosse um avião de superioridade aérea e não um avião dedicado ao ataque ao solo. Como a maioria dos pilotos envolvidos na discussão e análise das especificações do A-X eram pilotos de caça a preferência por um avião de superioridade aérea era de se esperar. Os pilotos de caça sempre veem a capacidade de destruição da Força Aérea inimiga em agressivo combate aéreo como uma capacitação prioritária, o que sem dúvida é verdade. Além disso, o avião de superioridade aérea também é capaz de executar ataques ao solo com eficiência e o oposto não é verdadeiro.

Nessa altura dos acontecimentos os italianos surgiram com uma proposta de parceria. Entretanto, essa parceria impunha um fato consumado, eles já estavam engajados no desenvolvimento de um avião de ataque já praticamente definido.

Feliz ou infelizmente, dependendo da preferência de quem analise os fatos, o apelo técnico da participação no desenvolvimento de um novo avião de combate foi maior que o apelo operacional. Para fazer justiça, é necessário ressaltar que esse seria, de fato, o primeiro programa de elevado conteúdo técnico e de parceria com grandes empresas, que tanto a FAB quanto as empresas nacionais se envolveriam. Até então a FAB tinha sido apenas compradora e a Embraer, apesar da sua maturidade no desenvolvimento de aviões de transporte e de treinador militar, ainda não tinha participado no desenvolvimento de um avião de combate. Assim, apesar do avião italiano não ser exatamente o que a FAB necessitava era quase impossível não entrar no programa. Com a assinatura do Memorando de Entendimento (MOU) número 1 ficou estabelecido como as partes iriam interagir na execução do programa. Com uma participação de 30% o Brasil teria a Embraer juntando-se à Aeritalia e Macchi italianas para o projeto, desenvolvimento e fabricação do avião. No início das conversações os italianos indicavam ser possível a acomodação de novos requisitos, porém após a assinatura do MOU número 1 qualquer tentativa de mudar o avião era resistida ferozmente.

A campanha de ensaios de desenvolvimento do AMX transcorreu relativamente livre de problemas sérios e apesar das obstruções dos italianos, tentativas foram feitas, na Embraer, para melhorar a capacidade ar-ar do avião. Algumas modificações aerodinâmicas foram testadas, por exemplo: uma ponta da asa diferente, uma extensão no bordo de ataque do slat e uma extensão no bordo de ataque da asa junto à fuselagem, todas as mudanças resultaram em pequena melhoria na margem de manobra, mas nenhuma apresentou vantagem suficiente para incorporação definitiva no projeto. Vantagem significativa somente seria obtida se houvesse também um aumento na tração do motor, algo impossível de conseguir sem um novo motor. Assim sendo o AMX passou pela campanha de ensaios de desenvolvimento e entrou em produção praticamente sem modificação.

A perda da oportunidade de desenvolvermos um avião de superioridade aérea foi a primeira consequência de programa AMX. A segunda foi um insignificante avanço na nossa capacitação técnica, na FAB e na indústria, que nos possibilita hoje promover a modernização das nossas aeronaves em serviço e, se desejássemos o desenvolvimento do F-X. Aliás, se essa fosse a nossa determinação já estaríamos no quinto ano de desenvolvimento em lugar de estarmos ainda lutando para comprar um avião.

Em suma podemos afirmar com segurança que o programa AMX nos trouxe mais benefícios do que desvantagens e hoje estamos aproveitando esses benefícios.

Fonte: Revista Força Aérea, nº 66 via Adm. Vinicius Costa Formiga Cavaco (administradores.com.br)

Avião mexicano aterrissa de emergência nos Açores

Um avião que viajava entre o México e Espanha (voo AM-1) foi obrigado a aterrissar de emergência neste sábado (4) no aeroporto de Santa Maria, nos Açores, devido a um problema técnico.

A tripulação teve de desligar o motor direito do Boeing 777-2Q8/ER, prefixo N746AM, da AeroMexico quando sobroava os Açores.

Os 200 passageiros foram alojados em unidades hoteleiras locais e deverão seguir viagem esta madrugada num outro avião.

Fontes: RTP Açores / Aviation Herald

Espanha reabre espaço aéreo com fim da greve dos controladores

O espaço aéreo espanhol foi reaberto neste sábado na Espanha e os controladores aéreos retomaram suas atividades pondo fim a seu movimento de greve depois que o governo decretou estado de alerta pela paralisação do tráfego aéreo.

O anúncio foi feito pelo ministro de Infraestrutura e Transporte, José Blanco, que enfatizou, no entanto, que o funcionamento normal dos aeroportos ainda levará de 24 a 48 horas.

Os primeiros voos decolaram no início da tarde de vários aeroportos do país. O primeiro avião saiu do aeroporto da ilha de Grande Canária por volta das 16H00 local (13H00 de Brasília).

Do aeroporto de El Prat, em Barcelona, o segundo do país, saiu um avião com destino a Zurique com mais de nove horas de atraso, segundo a autoridade aeroportuária, AENA.

O espaço aéreo espanhol, que foi fechado na sexta-feira com o início da greve dos controladores, voltou a ser aberto no início da tarde de sábado, depois que o governo declarou estado de alerta e colocou o controle aéreo nas mãos dos militares.

Foi a primeira vez que se declara o estado de alerta na Espanha desde a volta à democracia após a morte do ditador Francisco Franco, em 1975.

"Os aeroportos permanecem praticamente todos paralisados, por isso o conselho de ministros aprovou um decreto que institui o estado de alerta, de acordo com a Constituição", segundo no início da manhã o primeiro vice-presidente do executivo, Alfredo Pérez Rubalcaba.

"Isso significa que os controladores passam a estar mobilizados e, no caso de não comparecerem ao trabalho, estarão incorrendo num delito de desobediência tipificado no código penal militar", explicou.

O estado de alerta é reconhecido pela Constituição e em uma lei de 1981 para eventualidades como "terremotos, inundações, incêndios ou acidentes de grande magnitude, crise sanitárias, paralisações de serviços públicos essenciais ou situações de desabastecimento de produtos de primeira necessidade".

A procuradoria de Madri abriu uma investigação por delito de perturbação da ordem pública, punível com penas de até oito anos.

Companhias aéreas como KLM, Air France, EasyJet e Ryanair chegaram a cancelar seus voos a partir de Madri em função da paralisação dos controladores. A companhia aérea espanhola Iberia também anunciou que suspenderia todos seus voos até domingo, às 06H00 (03H00 de Brasília).

Cerca de 250.000 passageiros estavam desde sexta-feira bloqueados pela greve, iniciada pelos controladores em protesto por suas condições de trabalho.

Este movimento obrigou às autoridades a fechar progressivamente quase todo o espaço aéreo espanhol e quase todos os aeroportos deixaram de operar.

O fechamento aeroportuário ocorreu no início de um feriado prolongado na Espanha até a próxima quarta-feira, quando eram previstas milhares de viagens, e "está provocando graves problemas no tráfego aéreo de toda a Espanha".

O movimento dos controladores aéreos aconteceu depois do governo espanhol aprovar, na manhã de sexta-feira, a privatização parcial da gestão dos aeroportos.

Essa decisão, segundo os controladores, o obrigavam a trabalhar mais horas, o que supõe uma situação insustentável.

"Vivemos denunciado há meses que estamos chegando a nosso máximo de horas, o e que isso ia acontecer no mês de dezembro", denunciou o porta-voz do sindicato dos controladores USCA, Daniel Zamit.

Segundo cifras do ministério dos Transportes, dos 2.300 controladores aéreos ativos na Espanha, 135 recebem mais de 600.000 euros anuais e 713, entre os 360.000 e 540.000 euros, cifra bem maior que seus colegas europeus, devido a um sistema muito vantajoso.

Fonte: AFP - Foto: Sky.com

Pouso de emergência na Rússia deixa dois mortos e 40 feridos

Um avião com 155 passageiros derrapou neste sábado (4) para fora da pista durante um pouso de emergência no aeroporto de Domodedovo, em Moscou, deixando dois mortos e 40 feridos.

Segundo o porta-voz da agência federal de aviação do país, Sergei Izvolsky, o Tupolev-154M, prefixo RA-85744, da Dagestan Airlines, apresentou problemas elétricos, mas as causas ainda são desconhecidas.

Izvolsky afirmou que o avião decolara do aeroporto de Vnukovo, também na capital russa, rumo a Makhachkala, no Daguestão. O piloto recebeu sinais de que os três motores pararam a cerca de 80 quilômetros do destino a uma altitude de 9.100 metros.

O aeroporto modificou a escala de voos para uma segunda pista e o serviço normal não foi afetado.

Recentemente, a empresa de transporte de aviões Aeroflot retirou todos os Tu-154 de circulação, depois de uma série de problemas que poderiam colocar a segurança em risco. Mas os Tupolev menores, que começara m a operar nos anos 1970, permanecem como principal suporte das companhias aéreas pequenas dentro da Rússia. Eles foram banidos da Europa por conta do barulho excessivo das turbinas.

Fontes: AP via O Globo / Aviation Herald - Fotos: AFP/Reuters