quinta-feira, 26 de março de 2015

Após queda de voo na França, aéreas mudam procedimentos de cabine

Cabine deverá ter duas pessoas dentro, dizem Norwegian Air e Icelandair. 


A companhia norueguesa Norwegian Air Shuttle e a irlandesa Icelandair afirmaram nesta quinta-feira (26) que mudarão seus procedimentos para que sempre haja duas pessoas dentro da cabine do piloto, informa a agência France Presse.

Os anúncios acontecem depois que as autoridades francesas comunicaram nesta quinta que o copiloto do A320 da Germanwings, que caiu nos Alpes franceses com 150 pessoas a bordo, provocou a tragédia de forma voluntária, depois de impedir que o piloto entrasse na cabine.

"Quando um ocupante abandonar a cabine, deverá ter duas pessoas dentro", declarou Thomas Hesthammer, chefe de operações da Norwegian, a terceira companhia de baixo custo europeia.


A Icelandair tomou a mesma decisão que a Norwegian, indicou um porta-voz da companhia.

A finlandesa Finnair já aplica esta medida, de acordo com Päivyt Tallqvist, porta-voz da companhia.
Outra companhia de baixo custo, a britânica EasyJet, decidiu manter duas pessoas dentro da cabine.

"A EasyJet confirma que a partir de sexta-feira, dia 27 de março, mudará suas regras e a todo momento terá dois membros da tripulação na cabine do piloto", afirma um comunicado.

Por fim, a linha aérea de charters canadense Air Transat igualmente manterá duas pessoas na cabine.


Cabines são travadas



Desde os ataques de 11 de setembro, a FAA, agência dos Estados Unidos responsável pela aviação civil, intensificou as regras de proteção dos pilotos, alvos dos atentados de 2001.

Para evitar novos casos, a indústria da aviação fez grandes investimentos e aumentou a segurança do tráfego aéreo, incluindo o reforço na proteção das cabines.

Clique AQUI para ver em tamanho maior.

No caso do modelo A320 da Airbus, foi implantada uma tecnologia que permite a abertura da porta apenas por quem estivesse na área ocupada por piloto e copiloto.


Um botão no painel aciona a porta após a requisição e identificação de quem estiver pedindo do lado de fora, como membros da tripulação.

Normalmente, a chamada é feita por interfones e o piloto consegue checar por vídeo quem pede ou por uma abertura existente na porta, o chamado “olho mágico”.

Para os casos em que o piloto ou copiloto se ausente do cockpit, um código de segurança pode ser digitado para que a porta destrave e ele retorne ao local. É necessário que quem estiver na cabine destrave a entrada mediante verificação do código correto.

Fontes: Site Desastres Aéreos / G1 - Imagens: Reprodução

Saiba quem era o copiloto do avião que caiu na França

Andreas Lubitz era alemão, tinha 28 anos e foi contratado em 2013.

Segundo promotor, ele parece ter derrubado o avião de propósito.


O copiloto do avião da Germanwings que caiu na terça-feira (24) nos Alpes franceses era alemão e tinha 28 anos. Segundo a Promotoria da França, Andreas Lubitz (foto acima) parece ter derrubado a aeronave deliberadamente. As informações são preliminares, e as investigações ainda não foram encerradas. 

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26), Brice Robin, promotor de Marselha, disse que o copiloto não estava em nenhuma lista de suspeitos de terrorismo. Lubitz se tornou copiloto da Lufthansa, dona da Germanwings, em setembro de 2013 e tinha 630 horas de voo de experiência, informou a companhia à AFP.

Carsten Spohr, CEO da Lufthansa, disse em entrevista coletiva que Lubitz começou seu treinamento em 2008 e foi comissário de bordo enquanto não podia pilotar.

Disse ainda que ele interrompeu o treinamento por alguns meses, mas que isso não é incomum, e que ao se tornar copiloto estava "100% apto para voar, sem restrições". Segundo Spohr, ele passou em todos os exames médicos e de pilotagem.

O copiloto era natural de Montabaur, na região de Rhineland-Palatinate, na Alemanha. Ele vivia com os pais na cidade e também tinha uma moradia em Düsseldorf, afirmou a prefeita de Montabaur ao jornal "El País".

Página de Andreas Lubitz em rede social - Foto: Reuters

A publicação espanhola afirma ainda que o perfil de Lubitz no Facebook foi apagado (veja acima uma captura de tela da página).

Na casa que acredita-se ser dos pais de Lubitz, as cortinas estavam fechadas nesta quinta-feira e quatro carros de polícia isolaram o local, informou a AP. A casa de dois andares fica em um bairro próspero de Montabaur, cidade localizada a cerca de 60 km de Frankfurt. Os vizinhos se recusaram a comentar o caso.

Perfil psicológico


O promotor Brice Robin afirmou nesta quinta que não tem nenhuma informação sobre o perfil psicológico ou a filiação religiosa do copiloto.

Segundo um repórter da revista alemã "Spiegel", fontes próximas ao copiloto disseram que ele teria tido uma depressão ligada ao esgotamento profissional em 2009, conhecida como síndrome de burnout.

Segundo o jornal inglês "The Guardian", Lubitz era descrito por vizinhos como uma pessoa amigável e que perseguia seus sonhos "com vigor".

Na cidade de Montabaur, um conhecido do copiloto disse à AP que ele não mostrava sinais de depressão quando o viu no último outono, enquanto ele renovava sua licença para pilotar planadores em um clube local.

“Ele estava feliz por ter o emprego na Germanwings e estava indo bem”, disse um membro do clube, Peter Ruecker. Ele descreveu Lubitz como um homem “um pouco reservado”, mas "muito amigável", e disse que não viu nenhuma indicação de que algo estivesse errado com ele.

Ruecker disse que o copiloto tinha uma namorada, mas afirmou não ter detalhes sobre sua vida pessoal.

Policiais protegem a casa de Andreas Lubitz em Monatbaur, na Alemanha
Foto: Michael Probst/AP  

O acidente


O promotor de Marselha, Brice Robin, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26) que os registros de áudio do avião mostram que o piloto deixou a cabine e que o copiloto se recusou a reabrir a porta. Disse ainda que Lubitz estava respirando normalmente até o momento em que a aeronave bateu nas montanhas.

Ele também afirmou que o copiloto acionou o mecanismo de descida do avião de maneira voluntária quando estava sozinho na cabine. Não houve alerta de emergência vindo do avião, segundo Robin.

Clubes de voo


O clube de voo LSC Westerwald, na Alemanha, do qual Lubitz era membro, postou em seu site uma nota sobre o copiloto.

Placa na casa de Andreas Lubitz - Foto: Michael Probst/AP

“Quando jovem, Andreas se tornou membro do clube, ele queria realizar seu sonho de voar. Ele começou como aprendiz em planadores e conseguiu se tornar piloto do Airbus A320. Ele foi bem-sucedido em alcançar seu sonho, um sonho com o qual ele pagou com a vida", afirma o texto.

Lubitz também foi certificado pela Associação de Aviação Federal dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) para uma categoria não comercial de pilotos. A inclusão do piloto alemão na base de dados de pilotos certificados foi notícia em um portal jornalístico da área de aviação comercial em setembro de 2013.

Segundo o banco de dados da FAA, Andreas Gunter Lubitz recebeu uma licença da associação como piloto em treinamento ("student pilot") em 2010 e uma certificação de “piloto particular” em 6 de janeiro de 2012.

O site também especifica que o certificado de Lubitz nos Estados Unidos é válido apenas para aeronaves com um só motor ou planadoras e quando está acompanhado de sua licença para voar emitida pela Alemanha.

Associação americana de aviação emitiu certificado para Andreas Lubitz
em janeiro de 2012 - Foto: Reprodução/FAA (clique AQUI para ampliar)

Fonte: G1

Para bater, piloto precisa desabilitar sistemas de segurança do Airbus

Para especialista, se piloto tivesse passado mal, avião seguiria normalmente.

Cabine é aberta só por dentro após senha e acionamento de botão.


O copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos, comandou a descida 
do avião até bater nos Alpes da França - Foto: Reprodução

O copiloto do voo da Germanwings que colidiu contra Alpes da França precisaria ter desabilitado o piloto automático e as proteções do Airbus que impediriam ou alertariam sobre a proximidade do acidente, de acordo com o coronel da reserva da FAB Luis Lupoli. O especialista investigou a queda de um Airbus da Air France no Oceano Atlântico em 2009 (voo AF447), que deixou 228 mortos.

Nesta quarta-feira (26), a Promotoria francesa divulgou que o copiloto Andreas Lubitz teria derrubado o Airbus A320 da Germanwings deliberadamente, pois não permitiu a entrada do comandante na cabine e também acionou por 15 vezes em poucos minutos o procedimento de descida do avião. Segundo a autoridade, ele estava respirando normalmente até o momento em que a aeronave bateu nas montanhas.


“O Airbus, em seu sistema normal de voo (chamado de normal law), possui proteções que não deixam o avião tomar atitudes anormais, adotar altas velocidades. O avião, mesmo fora do piloto automático, avisa para recuperação”, entende o oficial.

Para o coronel, o copiloto trocou o modo de voo para o sistema “alternate law”, no qual o avião perde proteções contra perda de sustentação e excesso de velocidade. A mudança de sistema de controle ocorre com o avião fora do piloto automático e nas mãos dos pilotos.

“Ele tirou as proteções, derrubou o sistema que ajudaria a proteger. O que resta entender é por que ele fez isso”, disse o investigador.

Alarmes


Segundo o oficial brasileiro, o avião também possui sistema de GPS que acionaria o alarme de colisão com o terreno. Os procuradores franceses afirmaram que o alarme não foi acionado na cabine, o que indicaria, segundo Lupoli, que o copiloto também possa ter desligado o item.

“Se o copiloto tivesse passado mal ou desfalecido, o voo seguiria o procedimento normal programado para o aeroporto de destino, não teria descido. Não acredito que ele tenha caído em cima e empurrado [o manete]. Isso é quase impossível”, defende Lupoli.

“Como ele não abriu a porta para o comandante, parte-se do princípio de que foi uma coisa deliberada. Ele também não acionou o código de emergência. O piloto só adotaria procedimento de descida em caso de emergência ou despressurização, o que parece não ter havido”, acrescentou o coronel.

O oficial diz que, ao ouvir os dados da caixa-preta de áudio, os investigadores podem filtrar o som para a faixa somente da respiração do copiloto e perceber se ele estava com a respiração normal.

Cabine fechada é aberta com pino



A cabine das aeronaves que transportam passageiros na aviação civil mundial é fechada por dentro desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, quando terroristas invadiram a cabine de aviões, usando-os como armas para atingir as torres gêmeas do World Trade Center. 

No caso do voo da Germanwings, o comandante deixou a cabine, segundo o procurador da França que acompanha a investigação, para talvez ir ao banheiro e, quando tentou voltar, o copiloto, que estava na cabine, não abriu a porta.

Conforme o coronel Lupoli, é normal os pilotos “deixarem a cabine para ir ao banheiro ou para alongarem as pernas” e retornarem em seguida, pois não há banheiro lá dentro. Nas aeronaves modernas, o procedimento para entrada do piloto é inserir, do lado de fora da cabine, uma senha. Sem que precise deixar a cadeira de pilotagem, o outro piloto autoriza ou não a entrada através de um pequeno pino de três fases, que tranca ou libera a porta.

O pino é facilmente acessível às mãos dos pilotos e fica no console central de comando, próximo aos manetes de redução de velocidade. O piloto autoriza ou não a porta a ser aberta se a senha inserida do lado de fora for correta.

No caso da Germanwings, segundo as autoridades francesas, o comandante tentou entrar na cabine, e a porta não se abriu, até que ele tentou arrombar a porta. Para o coronel Lupoli, os passageiros devem ter percebido o desespero do comandante. Nos momentos finais, diz a investigação da França, ouvem-se gritos dos passageiros.

O A320 da Germanwings que caiu tinha 24 anos de fabricação e não foi divulgado se ele tinha senhas de acesso à cabine. Segundo Lupoli, nas aeronaves antigas, o pedido de autorização para abrir a porta é feito por interfone e a tripulação combina códigos para o caso de sequestro em andamento, para que a porta não seja aberta. Também há um olho mágico que permite ver do lado de fora os passageiros.

Lupoli diz que o acidente fará a comunidade internacional analisar alternativas para que o incidente não volte a se repetir, como se pensar em duas portas. O oficial acredita que há uma forma de se abrir a porta por fora, para manutenção, mas que isso não é divulgado nem entre tripulações para que não haja riscos.

Fonte: Tahiane Stochero (G1)

Em 2013, piloto se trancou na cabine e derrubou avião na Namíbia

Brasileiro estava entre 33 mortos em queda de avião da Embraer na África.

Investigadores acreditam que Airbus que caiu terça também foi derrubado.

Queda de avião matou 33 na Namíbia - Foto: Nampa, Olavi Haikera/AP

A divulgação, por parte das autoridades francesas, de que o copiloto do voo da Germanwings parece ter deliberadamente derrubado o avião com 150 pessoas na França, lembrou um caso recente. Em 2013, uma investigação também concluiu que o piloto jogou contra o solo "propositadamente" um avião da fabricante brasileira Embraer que fazia um voo da LAM Mozambique, deixando 33 mortos.

Entre as vítimas do voo TM 470 estavam seis tripulantes e 27 passageiros, incluindo o empresário luso-brasileiro Sérgio Miguel Pereira Soveral, de 36 anos, que morava em Portugal.

A aeronave, um Embraer 190, seguia de Maputo, capital de Moçambique, com destino à Luanda, em Angola, e caiu no Parque Nacional de Bwabwata, na Namíbia. Pouco antes, o piloto fez o último contato. Chovia muito na região.

Dias depois da tragédia, em dezembro de 2013, o chefe do Instituto Moçambicano de Aviação Civil, João Abreu, declarou que as caixas-pretas do avião mostraram que o comandante Herminio dos Santos Fernandes tinha "uma intenção clara" de derrubar o avião.

As gravações revelaram na época que o avião caiu após o comandante se trancar na cabine, ignorando sinais de alerta e não permitindo a entrada do copiloto. “Durante esses atos é possível ouvir alarmes de alta intensidade e constantes batidas na porta, de alguém que exige entrar na cabine”, disse o investigador.

Além disso, a altitude do avião da Embraer foi alterada manualmente três vezes, de 38.000 pés para 592 pés, assim como a velocidade, também modificada pelo piloto. “O avião caiu com o piloto alerta e as razões que podem ter dado origem ao seu comportamento são desconhecidas. Naquele momento, o copiloto havia deixado a cabine e estava ausente quando tudo aconteceu”, disse o chefe do Instituto. 

A procuradoria da França afirmou que houve algo semelhante com o Airbus A-320 da Germanwings, que seguia de Barcelona, na Espanha, com destino a Düsseldorf, na Alemanha, e levava 150 pessoas – 144 passageiros e seis tripulantes. Pelas informações da caixa-preta de voz, que já foi encontrada, o copiloto não permitiu o reingresso do comandante na cabine e, "deliberadamente", adotou procedimento de descida e não evitando a colisão contra os Alpes da França.


Segundo as autoridades francesas, o copiloto respirava normalmente e não havia indícios de que ele tivesse passado mal.Esse acidente é considerado o mais grave da história da Aviação Civil de Moçambique desde o do avião do presidente Samora Machel em 1986 na África do Sul, quando 34 pessoas morreram. A União Europeia (UE) proibiu voos dessa companhia em seu espaço aéreo em 2011.

Avião brasileiro


O avião Embraer 190, envolvido no acidente na Namíbia, tem capacidade para cem passageiros e é produzido em São José dos Campos (SP).

A empresa brasileira divulgou, na época, uma nota na época lamentando o acidente. Segundo a companhia Lam, de Moçambique, a aeronave estava com quase três mil horas de voo. A companhia não informou as condições de manutenção do jato. 

Fonte: G1

Acidentes aéreos e o suicídio de pilotos

Suspeita-se que a queda do Airbus 320 não tenha sido um acidente, mas o suicídio do co-piloto.Uma parcela pequena dos acidentes aéreos podem ser devido ao comportamento suicida dos pilotos, o que é importante porque, embora não sejam frequentes, tais casos são preveníveis.

Embora não seja possível qualquer certeza por enquanto, a notícia de que o piloto do Airbus 320 da Germanwings estava trancado do lado de fora da cabine quando o avião caiu levou o promotor responsável pelas investigações a afirmar que o co-piloto Andreas Lubitz, de 28 anos, teria derrubado a aeronave propositalmente. O áudio da caixa-preta mostra que após o piloto ter saído por alguns minutos, ficou trancado do lado de fora. Chamou por Lubitz, mas sem receber resposta tentou abrir e posteriormente arrombar a cabine enquanto o avião descia em direção às montanhas, aparentemente sem pane que justificasse a queda. O silêncio na cabine era total, o co-piloto não respondia tampouco ao chamado de terra, mas a hipótese de que ele estivesse desacordado é fraca, já que existe um mecanismo de segurança que permite ao tripulante entrar, usando um código de segurança, a não ser que seja ativamente barrado por quem está dentro. Esse parece ter sido o caso.


Ninguém gosta de falar sobre o assunto, mas a verdade é que pilotos também adoecem – podem ficar deprimidos, tornar-se dependentes químicos, e em casos extremos cometer suicídio. Às vezes, durante o trabalho. No final dos anos noventa, pesquisadores britânicos levantaram as causas de 1.000 acidentes consecutivos, entre 1956 e 1995. Dos mil acidentes, nove foram por intoxicação alcoólica dos pilotos, e três por comprovado suicídio. Em outro grande estudo, feito nos EUA, os cientistas levantaram os casos de acidentes aéreos suspeitos de suicídio entre 1983 e 2003, comparando-os com quedas verdadeiramente acidentais. Nesses vinte anos identificaram 36 casos de suicídio e um de tentativa, quase todos com aviões pequenos e sem outros passageiros. Os exames toxicológicos revelaram que em 24% dos casos havia uso de álcool e em 14% de outras drogas ilícitas. Problemas sociais estavam presentes em quase metade dos casos (46%) e questões legais em outros 40%. Comparando com outras quedas, os pilotos suicidas são mais novos, os acidentes são mais destrutivos e mais distantes do aeroporto do que os casos aleatórios. Ainda na década de 90 um estudo estimou que entre 2 e 3% de todos os acidentes aéreos (incluindo com aviões pequenos, jatos executivos etc) sejam por suicídio, atribuindo grande peso ao alcoolismo e depressão não detectados, além dos já comentados problemas familiares.

Mas um dos estudo mais polêmicos sobre o tema foi publicado em 1978 na prestigiosa revista Science. Estudando apenas vôos não comerciais, verificou-se que nos dias seguintes à divulgação midiática de casos de homicídio-suicídio, aqueles nos quais alguém mata uma ou mais pessoas antes de dar cabo da própria vida, o casos de acidentes aumentavam na proporção direta da divulgação – quanto mais publicidade o crime tivesse, maior o número de quedas de aviões. Sabendo que os comportamentos humanos são em geral contagiosos, mesmo comportamentos tão extremos com o autoextermínio, o pesquisador concluiu à época que casos de suicídio estavam sendo disfarçados como acidentes por pilotos.

É trágico, mas não é preciso criar um pânico coletivo. Sabe-se que o número de acidentes aéreos é muito pequeno diante da quantidade de passageiros transportados todos anos. E apenas uma fração ínfima (dessa já diminuta fatia) é atribuível ao suicídio de pilotos. Essa não tem que ser uma preocupação dos passageiros, mas talvez fosse interessante que as agências reguladores instituíssem algum tipo “check-up psiquiátrico” regulares nas companhias aéreas. Embora esses casos sejam poucos, são daqueles que podem ser prevenidos.

Por: Daniel Martins de Barros via Estadão

MAIS


Lista de acidentes causados por pilotos suicidas: AQUI.

Imagens relacionadas ao acidente com o Airbus nos Alpes Franceses














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Cabines de aviões são travadas desde atentados de 11 de setembro


Sistemas que travam a porta da cabine de aviões existem desde a década de 1980, mas depois dos ataques de 11 de setembro, a FAA, agência dos Estados Unidos responsável pela aviação civil, intensificou as regras de proteção dos pilotos, alvos dos atentados de 2001. 

Clique AQUI para assistir a reportagem.

Na época, quem conduzia os quatro aviões sequestrados por terroristas foram rendidos e as aeronaves redirecionadas para alvos como o World Trade Center e o Pentágono.

Para evitar novos casos, a indústria da aviação fez grandes investimentos e aumentou a segurança do tráfego aéreo, incluindo o reforço na proteção das cabines.

No caso do modelo A320 da Airbus, foi implantada uma tecnologia que permite a abertura da porta apenas por quem estivesse na área ocupada por piloto e copiloto.

Um botão no painel aciona a porta após a requisição e identificação de quem estiver pedindo do lado de fora, como membros da tripulação.

Normalmente, a chamada é feita por interfones e o piloto consegue checar por vídeo quem pede ou por uma abertura existente na porta, o chamado “olho mágico”. 

Código de segurança


Foto feita em um simulador de voo mostra o sistema de trava da porta
da cabine do Airbus A320 - Foto: Leonhard Foeger/Reuters

Para os casos em que o piloto ou copiloto se ausente do cockpit, um código de segurança pode ser digitado para que a porta destrave e ele retorne ao local. É necessário que quem estiver na cabine destrave a entrada mediante verificação do código correto. 

Um vídeo divulgado pela Airbus mostra um membro da tripulação digitando a senha. Porém, essa sequência numérica é informada exclusivamente a quem irá pilotar a aeronave. 

Mas o acesso à cabine ainda pode ser evitado se o piloto determinar que proteger o controle da aeronave é a prioridade.

Basta acionar um botão para o modo lock (como se pode ver na foto acima). Quando isso acontece, o código de segurança deixa de funcionar e a cabine se torna um dos lugares mais seguros da aeronave.

O presidente da companhia aérea Lufthansa, proprietária da Germannwings, confirmou a existência dessa tecnologia.

“Se um dos pilotos deixa a cabine, é possível chamar do lado de fora. O piloto pode olhar e ver quem quer entrar e você pode abrir a porta, controlada eletronicamente. Temos procedimentos - se o piloto saiu e o que ficou dentro está inconsciente, há um código que pode ser utilizado. Há um barulho dentro da cabine, e se ninguém abrir, a porta se abre eletronicamente. Mas a pessoa que está do lado de dentro pode impedir que a porta se abra.”

Em casos de falhas elétricas na aeronave, a porta é desbloqueada automaticamente, mas permanece fechada. 

Fonte: G1

Airbus Reinforced Cockpit Door Description and Procedure.











Copiloto derrubou avião na França, acreditam investigadores

Aeronave da Germanwings caiu nos alpes franceses com 150 pessoas.

Segundo autoridades, copiloto não estava em lista de suspeitos de terrorismo.

O copiloto Andreas Lubitz - Foto: Reprodução

A Promotoria francesa disse nesta quinta-feira (26) que o copiloto do avião da Germanwings que caiu na terça-feira (24) nos alpes franceses assumiu o controle da aeronave e teria derrubado o avião de maneira deliberada. Segundo a autoridade, ele estava vivo e respirando até o momento em que a aeronave bateu nas montanhas.

O copiloto foi identificado como Andreas Lubitz, de 28 anos, de nacionalidade alemã. Segundo o jornal "Bild", ele seria de Montabaur, em Rhineland-Palatinate, na Alemanha. Ele não estava em lista de suspeitos de terrorismo, e por enquanto não há base para afirmar que tenha sido um incidente terrorista.

O promotor de Marselha, Brice Robin, afirmou em uma entrevista coletiva que os registros de áudio mostram que o piloto deixou a cabine e que o copiloto se recusou a abrir a porta para a volta do tripulante.

'Pode ter acontecido suicídio, ato intencional, falha técnica ou humana', diz especialista.

Robin também afirmou que o copiloto acionou o mecanismo de descida do avião de maneira voluntária quando estava sozinho na cabine. Não houve alerta de emergência vindo do avião, segundo o promotor. Ainda de acordo com Robin, os sons da caixa-preta dão a entender que Andreas Lubitz estava bem e não parecia ter sofrido nenhum problema de saúde, como um AVC. Ele disse que só nos últimos minutos da gravação se ouvem gritos dos passageiros.


Segundo o promotor, durante os primeiros 20 minutos de voo, há uma troca de cortesias e até mesmo brincadeiras entre o piloto e o copiloto.

Quando o piloto começa a preparar o procedimento para a aterrissagem em Dusseldorf (Alemanha), o copiloto se mostrou mais "lacônico".

Passageiros gritaram nos segundos finais da queda do avião.

Depois que o comandante sai da cabine, o copiloto fica sozinho até o momento da queda.

"Por vontade própria, ele se negou a abrir a porta da cabine para o comandante", enfatizou.

"Ele não tinha nenhuma razão para impedir a volta do comandante ao cockpit", contou ainda Robin, acrescentando que o piloto pediu várias vezes acesso à cabine, sem obter resposta do copiloto.

Sozinho na cabine, o copiloto "pressionou o botão de perda de altitude por uma razão que não fazemos nenhuma ideia, mas que pode ser visto como um desejo de destruir a aeronave", afirmou. 


Com os dados que a investigação tem até agora, não se pode falar de suicídio, segundo o promotor, que reforçou que todas as informações são preliminares e que as investigações continuam.

De acordo com Robin, a análise da caixa-preta de dados irá ajudar os investigadores a entender melhor o que aconteceu. Por enquanto, não há indícios de envolvimento de outras pessoas.

O ministro alemão de Transportes, Alexander Dobrindt, disse que, segundo especialistas alemães, é "plausível" que o copiloto tera deliberadamente derrubado o avião da Germanwings

Piloto teria tentado arrombar a porta


Nesta quarta, uma fonte militar próxima das investigações disse sob anonimato ao jornal “New York Times” que a gravação da caixa-preta indica que um dos pilotos teria ficado trancado para fora da cabine e não teria conseguido voltar.

A fonte disse que a gravação indica que no começo do voo os dois pilotos conversavam de maneira tranquila e que depois um deles teria saído da cabine e não teria conseguido entrar de volta.



"O homem do lado de fora bate levemente na porta da cabine e não há resposta. Depois bate mais forte e sem resposta. Nunca há uma resposta", diz a fonte. Também seria possível escutar ele tentando arrombar a porta.

Segundo a Promotoria francesa, a interpretação mais plausível dos dados obtidos até agora aponta que o copiloto deliberadamente se recusou a abrir a porta da cabine para a volta do piloto.

Lufthansa chocada


Carsten Spohr, CEO da Lufthansa, disse em entrevista coletiva após a divulgação das informações que está sem palavras com a revelação de que o copiloto teria deliberadamente derrubado o avião da Germanwings.

Segundo o CEO da Lufthansa, o copiloto Andreas Lubitz começou seu treinamento em 2008, mas o interrompeu brevemente. Ele foi comissário de bordo enquanto não podia pilotar. Ele começou a atuar como copiloto da companhia em 2013. Ele estava "100% apto para voar, sem restrições", e passou em todos os exames de pilotagem e médicos.

Spohr também disse que não tem nenhuma informação sobre o motivo que levou o copiloto Andreas Lubitz a fazer o que fez. "O que aconteceu foi um incidente trágico individual, eu gostaria de enfatizar isso", disse. "Temos altos padrões, mas um caso único como este não pode ser previsto."

Ele também explicou como funciona o acesso à cabine de comando. “Se um dos pilotos deixa a cabine, é possível chamar do lado de fora, o piloto pode olhar e ver quem quer entrar, e você pode abrir a porta controlada eletronicamente. Temos procedimentos - se o piloto saiu e o que ficou dentro está inconsciente, há um código que pode ser utilizado. Há um barulho dentro da cabine, e se ninguém abrir, a porta se abre eletronicamente. Mas a pessoa que está do lado de dentro pode impedir que a porta se abra.”

O que se sabe sobre a tripulação


Andreas Lubitz havia sido contratado em setembro de 2013 e tinha 630 horas de voo de experiência, informou a Lufthansa à AFP. Jornais internacionais disseram que Andreas se formou na escola de voo da Lufthansa em Bremen e obteve sua licença de voo em junho de 2010.

Ele vivia com os pais na cidade e também morava em Düsseldorf, afirmou a prefeita de Montabaur ao jornal "El País". O jornal espanhol afirmou ainda que o perfil de Andreas no Facebook foi apagado.

O promotor Brice Robin disse que não tem nenhuma informação sobre o perfil psicológico ou a filiação religiosa do copiloto.

Já o piloto do Airbus A320 tinha 10 anos de experiência e mais de 6.000 horas de voo, segundo a Germanwings. Identificado pelo jornal "Bild" como Patrick S., o piloto também era alemão.

Não explodiu


Segundo Rémi Jouty, diretor do BEA, órgão responsável pela investigação do acidente, a trajetória do avião indica que ele voou até a queda, descartando a hipótese de explosão no ar. "Isso não é a característica de um avião que explodiu em voo", disse, explicando a maneira como os destroços ficaram espalhados no terreno da queda. Ele se recusou a dizer se a tripulação estava consciente durante a queda e na hora do choque.

A última mensagem da cabine do avião para o controle de tráfego era rotineira, segundo a BEA. Um minuto depois, o avião começou a descida, que continuou até o impacto.

O radar acompanhou a aeronave até bem pouco antes do choque com a montanha. A aeronave perdeu contato com o tráfego aéreo francês quando estava a 6 mil pés de altura.

Segundo ele, é necessário comparar os dados das duas caixas-pretas para saber o que exatamente aconteceu com o avião acidentado. Isso pode levar dias, semanas ou meses. A segunda caixa-preta, que mostra dados do voo, ainda não foi encontrada.

Vítimas


As autoridades ainda não divulgaram a lista de passageiros e tripulantes embarcados no avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses. Porém, diante da notícia da tragédia, alguns familiares, empresas e órgãos oficiais dos países divulgaram nomes de pessoas que estavam no voo.

O Airbus A320 partiu de Barcelona, na Espanha, com destino a Düsseldorf, na Alemanha, e levava 150 pessoas – 144 passageiros e seis tripulantes.

Restos dos primeiros corpos resgatados já estão sendo identificados.

Segundo informações da Germanwings, entre as vítimas do acidente havia 72 alemães, 35 espanhóis, 2 australianos, 2 argentinos, 2 iranianos, 2 venezuelanos, 2 americanos, 1 marroquino, 1 britânico, 1 holandês, 1 colombiano, 1 mexicano, 1 dinamarquês, 1 belga e 1 israelense.

A origem de algumas vítimas ainda é incerta, especialmente devido a casos de dupla nacionalidade. Devido à violência do acidente, as autoridades acham pouco provável encontrar sobreviventes. Conheça as histórias de algumas das vítimas.

Clique AQUI e AQUI para assistir as reportagens.



Fonte: G1