quinta-feira, 26 de março de 2015

Em 2013, piloto se trancou na cabine e derrubou avião na Namíbia

Brasileiro estava entre 33 mortos em queda de avião da Embraer na África.

Investigadores acreditam que Airbus que caiu terça também foi derrubado.

Queda de avião matou 33 na Namíbia - Foto: Nampa, Olavi Haikera/AP

A divulgação, por parte das autoridades francesas, de que o copiloto do voo da Germanwings parece ter deliberadamente derrubado o avião com 150 pessoas na França, lembrou um caso recente. Em 2013, uma investigação também concluiu que o piloto jogou contra o solo "propositadamente" um avião da fabricante brasileira Embraer que fazia um voo da LAM Mozambique, deixando 33 mortos.

Entre as vítimas do voo TM 470 estavam seis tripulantes e 27 passageiros, incluindo o empresário luso-brasileiro Sérgio Miguel Pereira Soveral, de 36 anos, que morava em Portugal.

A aeronave, um Embraer 190, seguia de Maputo, capital de Moçambique, com destino à Luanda, em Angola, e caiu no Parque Nacional de Bwabwata, na Namíbia. Pouco antes, o piloto fez o último contato. Chovia muito na região.

Dias depois da tragédia, em dezembro de 2013, o chefe do Instituto Moçambicano de Aviação Civil, João Abreu, declarou que as caixas-pretas do avião mostraram que o comandante Herminio dos Santos Fernandes tinha "uma intenção clara" de derrubar o avião.

As gravações revelaram na época que o avião caiu após o comandante se trancar na cabine, ignorando sinais de alerta e não permitindo a entrada do copiloto. “Durante esses atos é possível ouvir alarmes de alta intensidade e constantes batidas na porta, de alguém que exige entrar na cabine”, disse o investigador.

Além disso, a altitude do avião da Embraer foi alterada manualmente três vezes, de 38.000 pés para 592 pés, assim como a velocidade, também modificada pelo piloto. “O avião caiu com o piloto alerta e as razões que podem ter dado origem ao seu comportamento são desconhecidas. Naquele momento, o copiloto havia deixado a cabine e estava ausente quando tudo aconteceu”, disse o chefe do Instituto. 

A procuradoria da França afirmou que houve algo semelhante com o Airbus A-320 da Germanwings, que seguia de Barcelona, na Espanha, com destino a Düsseldorf, na Alemanha, e levava 150 pessoas – 144 passageiros e seis tripulantes. Pelas informações da caixa-preta de voz, que já foi encontrada, o copiloto não permitiu o reingresso do comandante na cabine e, "deliberadamente", adotou procedimento de descida e não evitando a colisão contra os Alpes da França.


Segundo as autoridades francesas, o copiloto respirava normalmente e não havia indícios de que ele tivesse passado mal.Esse acidente é considerado o mais grave da história da Aviação Civil de Moçambique desde o do avião do presidente Samora Machel em 1986 na África do Sul, quando 34 pessoas morreram. A União Europeia (UE) proibiu voos dessa companhia em seu espaço aéreo em 2011.

Avião brasileiro


O avião Embraer 190, envolvido no acidente na Namíbia, tem capacidade para cem passageiros e é produzido em São José dos Campos (SP).

A empresa brasileira divulgou, na época, uma nota na época lamentando o acidente. Segundo a companhia Lam, de Moçambique, a aeronave estava com quase três mil horas de voo. A companhia não informou as condições de manutenção do jato. 

Fonte: G1

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