quinta-feira, 14 de junho de 2012

Consórcios assinam contrato com o governo para controlar aeroportos


O governo firmou nesta quinta-feira o contrato de concessão que passará para a iniciativa privada o controle e a exploração dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos-SP), Viracopos (Campinas-SP) e Juscelino Kubistchek (Brasília-DF). Os consórcios terão o prazo limite de dezembro de 2013 para deixar os aeroportos em condições para receber passageiros durante os jogos da Copa do Mundo de 2014. 

O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, disse que hoje 90% da população brasileira já viaja de avião e que o País passa hoje pela "dor do crescimento". "Nossa infraestrutura não consegue se expandir na mesma velocidade", ponderou. Segundo Guaranys, Cumbica, Viracopos e Juscelino Kubitschek são aeroportos que recebem 30% da demanda total brasileira. 

A multa por descumprimento é de R$ 150 milhões, mais R$ 1,5 milhão por dia de atraso. Além dos terminais, estão previstas obras em ampliação de pistas, pátios, estacionamentos, vias de acesso, entre outras. 

O governo estuda e deve divulgar em curto prazo o nome de novos três aeroportos que também serão destinados ao regime de concessão. É ponto pacífico dentro do governo a escolha do aeroporto de Confins (Belo Horizonte-MG) e Galeão (Rio de Janeiro-RJ). A dúvida está no terceiro, que pode ser o de Salvador ou o de Recife. A tendência é que o aeroporto de Salvador seja o escolhido, uma vez que está em condições piores que o pernambucano. 

O leilão 

Em fevereiro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fez um leilão para transferir ao setor privado a exploração de três terminais aéreos internacionais: o de Cumbica, em Guarulhos, o de Viracopos, em Campinas e o Juscelino Kubitschek, em Brasília. O aeroporto de Brasília foi o que teve o maior valor acima da oferta mínima exigida pelo governo. 

O consórcio Inframerica Aeroportos levou a concessão na capital federal com a oferta de R$ 4,5 bilhões, ante preço mínimo de R$ 582 milhões - um ágio de 673%. O consórcio formado por Invepar, OAS e a sul-africana ACSA, apresentou a melhor oferta econômica pela concessão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), no valor de R$ 16,2 bilhões, com ágio de 375% sobre o preço mínimo de R$ 3,4 bilhões. Já o consórcio que inclui a Triunfo Participações e a francesa Egis Airport Operation fez a proposta financeira mais elevada pelo aeroporto de Viracopos (SP), de R$ 3,8 bilhões. O preço mínimo era de R$ 1,47 bilhão - um ágio de 159%. Os três aeroportos respondem, conjuntamente, pela movimentação de 30% dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro. 

Após a abertura das propostas na sede da Bovespa em São Paulo, os consórcios que fizeram as melhores propostas iniciais continuaram a disputa em um leilão viva-voz. Encerrado o tempo de lances, as ofertas totalizaram R$ 24,53 bilhões a serem pagos ao governo - um ágio médio de 347%. O grupo Inframérica Aeroportos, que ficou com o aeroporto de Brasília, conta com a Engevix e a argentina Corporación América, que no ano passado venceu a disputa pelo aeroporto São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. 

Investimentos

Até o final da concessão de cada aeroporto estão previstos investimentos da ordem de R$ 4,6 bilhões em Guarulhos, R$ 8,7 bilhões em Viracopos e R$ 2,8 bilhões em Brasília. Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos. Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos. 

Copa 2014 

As concessionárias também têm investimentos mínimos estabelecidos para obras concluídas até a Copa de 2014. Para Brasília, estão previstos R$ 626,5 milhões, que devem ir para um novo terminal de passageiros para pelo menos dois milhões de pessoas por ano. Em Viracopos, a vencedora do leilão terá que colocar R$ 873 milhões, incluindo um terminal para 5,5 milhões de passageiros por ano. Já em Cumbica, a empresa deverá construir um terminal para sete milhões e fazer investimento de R$ 1,38 bilhão. Além disso, estão previstas obras de ampliação de pistas, pátios, estacionamentos, vias de acesso. Os contratos assinados determinam o estabelecimento de padrões internacionais de qualidade de serviço. 

O que muda na operação 

- A estatal Infraero é responsável pela operação dos aeroportos no Brasil 

- Agora, nos aeroportos concedidos, a Infraero será sócia dos concessionários privados, com participação de 49% 

- A partir do contrato, haverá um período de transição de seis meses no qual a concessionária administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero. Após esse período, que pode ser prorrogado por mais seis meses, o novo controlador assume o controle das operações do aeroporto 

- A Infraero continuará operando 63 aeroportos no País, responsáveis pela movimentação de cerca de 67% do total de passageiros 

- Não há previsão de aumento ou diminuição das tarifas 

Fonte: Diogo Alcântara (Terra - com informações da Reuters) - Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP via Veja.com

Paraná é o segundo em denúncias de uso de raio lasers contra aviões

Das 82 ocorrências registradas este ano, 56 foram em Londrina. 

SP é o primeiro em denúncias deste tipo de incidente; são 145 em 2012


O Paraná é o segundo estado que mais registra denúncias envolvendo o uso de raio lasers contra aviões, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Depois de São Paulo, que tem 145 casos neste ano, o Paraná contabiliza 82 ocorrências. 

A maioria deste tipo de incidente acontece em Londrina. Do total de 82, 56 são registradas no Aeroporto Governador José Richa. As demais são: nove no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, oito no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, sete no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, uma em Maringá e uma em Cascavel. 

Em todo o ano passado, foram registrados 332 casos de uso de laser contra aviões no Brasil e 111 deles, foram em Londrina. 

De acordo com a gerente de navegação do Aeroporto de Londrina, Cláudia Venâncio, apontar esse feixe de luz para aviões que estão voando pode ter “consequências desastrosas”. 

“Apontando essa luz para a cabine do piloto, vai aparecer um clarão dentro da cabine, o que pode deixar o piloto momentaneamente cego. Isso acontece normalmente nas aproximações, onde o piloto é obrigado a enxergar a pista para prosseguir pra pouso. Se isso não acontece, ele tem que fazer outros procedimentos dentro da aeronave, provavelmente arremeter a aeronave”, explicou. 

Ainda segundo Venâncio, campanhas estão sendo realizadas na cidade para disseminar informações sobre os perigosos deste tipo de atitude. 

Fonte: G1 PR, com informações da RPC TV Londrina - Foto: Vesti.Ru

Aéreas brasileiras tiveram perda de R$ 1,4 bi em 2011

Para o sindicato patronal (Snea), uma das principais razões para o mau desempenho é o aumento dos custos, sobretudo com combustíveis e tarifas


As companhias aéreas brasileiras encerraram 2011 com um prejuízo total em torno de 1,4 bilhão de reais. A estimativa é do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). "Cerca de 1 bilhão de reais foi o prejuízo somado da Gol e da TAM – empresas de capital aberto que divulgam seus resultados", afirmou o diretor-presidente da entidade, José Márcio Monsão Mollo, que participa nesta quarta-feira de um seminário sobre transporte aéreo realizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em seus cálculos, se consideradas também as companhias aéreas de capital fechado, o prejuízo do setor ficou entre 1,3 bilhão de reais e 1,4 bilhão de reais no ano passado.

Combustíveis e tarifas

Entre os motivos para o desempenho ruim, ele citou o aumento de custos. Além do preço do combustível, que subiu mais de 30% ano passado, ele mencionou a elevação de 130% nas tarifas aeroportuárias promovida pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) também no ano passado. "Em janeiro deste ano tivemos 150% de reajuste nas tarifas de comunicação e navegação e já está previsto um outro aumento de 83% em janeiro de 2013", disse.

Crítica à Petrobras

O diretor-presidente do SNEA criticou a forma como a Petrobras estabelece o preço do querosene de aviação (QAV) no Brasil, que, segundo ele, é o mais caro do mundo. "Apesar de 80% do querosene de aviação ser produzido pela própria Petrobras, localmente, o preço é estabelecido como se ele fosse 100% importado, incluindo custo de frete e de nacionalização", disse durante o seminário.

"Isso é uma caixa preta que a Petrobras não abre de forma alguma". Ainda de acordo com o executivo do SNEA, os 20% restantes são importados da região do Caribe e abastecem as regiões Norte e Nordeste do Brasil.

As despesas com combustíveis representam mais de 30% dos custos totais das companhias aéreas. Segundo Mollo, ao longo de 2011, o preço do QAV no Brasil subiu 33,55% e, neste ano, até maio, a alta acumulada é de 9,19%. A Petrobras reajusta mensalmente o preço do querosene de aviação.


Fonte: Agência Estado via Veja.com - Foto: Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem

Passageiros não utilizariam o celular durante o voo, mesmo com liberação, diz pesquisa


A maior parte dos passageiros não aprovam o uso de celulares nos voos, mesmo que as companhias aéreas liberassem. Segundo pesquisa da Skyscanner, empresa de busca on-line de passagens aéreas, hotéis e locação de automóveis, 86% dos passageiros preferem se privar do uso de aparelhos celulares durante as viagens, do que ter escutar conversar dos outros. 

A pesquisa foi feita com cerca de 650 pessoas, de mais 35 países incluindo o Brasil, após a o anúncio feito pela companhia aérea Virgin Atlantic, de que liberaria o uso de celulares nos voos de Londres para Nova York . 

Ainda 48% dos entrevistados disseram que só usariam o celular para enviar mensagens de textos, 35% para navegarem na Web e 10% usariam para enviar um email. Apenas 6% dos entrevistados disseram que usariam os telefones para fazer e receber chamadas e 1% pagariam a mais para voar em uma companhia que oferecesse chamadas móveis. 

Liberação do uso dos celulares nos voos

Segundo o diretor geral da Skyscanner no Brasil, Matheus Rocha, a tendência é que as companhias aéreas adotem a liberação do uso do celular durante os voos. “Embora a notícia não tenha sido bem recebida pelos passageiros, o pontapé inicial já foi dado e, acredito que, ao longo dos anos, outras companhias aéreas busquem implantar esse benefício”, explica Rocha. 

O custo das chamadas custará em média 1 libra por minuto e o envio do SMS será de 0,20 centavos, variando de acordo com a operadora de telefonia, porém significativamente mais caro que em terra firme. 

Fonte: InfoMoney - Imagem via IDG Now!

Companhia aérea oferece aos passageiros suítes de luxo dentro de seus aviões


Cama de casal, espaço suficiente para colocar as pernas, privacidade, cadeiras de couro reclinável costuradas à mão por um artesão italiano, TV de 23 polegadas, comida e bebida de um cardápio selecionado por chefes. Parece coisa de hotel, mas estamos falando de um “avião suíte”. Isso mesmo, uma companhia aérea da Singapura (Singapore Airlines) oferece esses mimos aos seus passageiros. 

Nada de pernas dobradas e cotovelos esbarrando no vizinho de cadeira. O fim do aperto nas viagens aéreas longas parece estar próximo, no entanto, só para quem tem cerca de R$ 30 mil (!) disponíveis para pagar a passagem de um voo ida e volta entre Nova York e Singapura, por exemplo. 

O preço do conforto é salgado, mas há quem esteja disposto a desembolsar a quantia para ter sua cabine privada e não precisar dividir um espaço minúsculo com um desconhecido – coisa que mesmo a primeira classe dos aviões comuns não costumam fazer. 


Fonte: virgula.uol.com.br - Imagem via Daily Mail

Agência Fitch faz alerta para a gestão dos aeroportos brasileiros

Qualidade do crédito para o setor no país pode deteriorar em 2012, diz. 

Gerir as taxas de crescimento de tráfego é um desafio, afirma. 

A agência de classificação de risco Fitch alertou nesta quinta-feira (14) que os aeroportos brasileiros enfrentam desafios para gerir o alto crescimento do movimento de passageiros de forma econômica e sustentável. Por conta disso, afirmou esperar que a qualidade do crédito global para o setor aéreo brasileiro se deteriore em 2012, impulsionada pelo desequilíbrio entre a geração de receitas e os altos custos. 

“Enquanto os aeroportos brasileiros e companhias aéreas se beneficiaram de um crescimento extraordinário de volume de passageiros, eles agora enfrentam desafios relacionados com a sua capacidade de gerir as taxas de crescimento de tráfego de forma sustentável e econômica”, diz relatório divulgado pela agência. 

“Companhias aéreas nacionais continuam incapazes de melhorar a produtividade e manter as margens devido aos custos”, ressalta o relatório. 

A agência ressalta que, de 2007 a 2011, o número de passageiros servidos pelos aeroportos brasileiros cresceu cerca de 75%. “Em comparação com outras regiões em do mundo, o mercado interno brasileiro é o quarto maior em termos de passageiros transportados”, diz. O número de passageiros transportados nos segmentos domésticos e internacional cresceu cerca de 61% e 31%, respectivamente, durante os últimos três anos, afirma. 

Ações governamentais 

Apesar de ações do governo, como as concessões para os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos, há uma “margem limitada para o erro”, diante da proximidade de eventos coma Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, salienta a agência.

Fonte: G1

Por que alguns aviões de combate a incêndios soltam fumaça vermelha?

Entenda o motivo que leva os aviões a utilizarem produtos químicos que deixam a água colorida nessas ocasiões.


Você já deve ter visto este tipo de aeronave em jornais e programas de televisão. Os aviões de combate a incêndios geralmente são acionados para acabar com o fogo que se alastra em plantações e florestas, utilizando um material especialmente preparado para isso. Para quem não sabe do que se trata, parece apenas uma fumaça vermelha, mas há muita química por trás disso.

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Twitter expõe ataque aéreo secreto da CIA

No Iêmen, usuários da rede social divulgam, pela primeira vez, uma operação secreta de drones da CIA, acompanhada minuto-a-minuto 


Apesar de ser tarde da noite, as redes sociais no Iêmen estavam em plena atividade. Fazia poucos minutos que um ataque por controle remoto – os chamados “drones” guiados pela CIA – tinha atingido um comboio de veículos em uma parte remota do país, matando três supostos militantes. 

O ataque, como todos os ataques do tipo, realizados pelos EUA nos últimos anos fora de zonas de guerra, deveria ser secreto. Porém, o advogado Haykal Bafana, que mora na capital, Sana, começou a transmitir pelo twitter, minuto a minuto, o que se passava. Pouco depois da uma hora da manhã da quinta-feira, 17 de maio, ele postou o seguinte:


....
#Yemen AGORA | Ataque de mísseis a carros em Wadi Hadhramaut. 
Próximo à cidade de Shibam. 
Suspeita de que seja um ataque de drone dos EUA”. 
Como ele explicou ao Bureau of Investigative Journalism, parceiro da Pública, seus parentes vivem em Shibam, uma cidade de 30 mil habitantes. “Quando o primeiro ataque aconteceu, a cidade – que estava sem luz na hora – ficou completamente iluminada. Meus parentes ligaram imediatamente para me contar sobre o ataque”. 

“Até agora, nenhum ataque” 

No dia anterior, o advogado já havia tuitado que aviões “drones” estavam sobrevoando a região de maneira suspeita. A província de Hadhramaut, um ex-sultanato esparsamente povoado, fica bem distante do sul do Iêmen, considerado problemático pelos americanos e onde ocorre a maioria dos ataques de aviões dos EUA controlados remotamente. 

Há alguns anos ocorrem atividades militantes na região, segundo os moradores e desde 2010 aviões “drones” de vigilância sobrevoam a área. Mas nunca houve um ataque de “drone”antes desse. “Há quatro ou cinco dias, os meus parentes começaram a me contar sobre aviões “drones” sobrevoando a área em plena luz do dia, a toda hora, o que é raro. Militantes também foram vistos andando na área, talvez preparando o terreno para uma rota de fuga das batalhas no sul do país. Todo mundo sentia que algo estava para acontecer”, lembra Haykal Bafana. Ele tuitou as notícias para os seus seguidores.

.....
#Yemen | Há muitos relatos de “drones” sobrevoando Hadhramaut,
em especial em Shibam/Qatn (rota para a Arábia Saudita). 
Até agora, nenhum ataque.

Quando o ataque finalmente aconteceu nas primeiras horas da quinta-feira, já não era segredo onde seria o alvo. Um pouco mais cedo, sites em árabe na cidade de al-Mukalla, capital da província, publicaram que um comboio de supostos rebeldes da Al Qaeda estava se dirigindo rumo ao norte. Esta notícia também foi bastante retuitada. 

Assim que os veículos se aproximaram de Shibam, à uma da madrugada, pelo menos um carro, um Toyota Hilax, foi destruído por mísseis. A força aérea do Iêmen não possui equipamento ou know-how para fazer um ataque de precisão deste tipo durante a noite. 

Agências de notícias depois revelariam que houve um ataque por drones, e que dois dos mortos no ataque foram Zeid bin Taleb e Mutii Bilalafi, ambos descritos como líderes locais da Al Qaeda. Como dezenas de ataques dos EUA no Iêmen, este deveria ter sido realizado secretamente. Porém, o twitter e outras redes sociais estavam acompanhando a operação ao vivo. 

“É incrível como a mesma tecnologia usada pela CIA para matar pessoas com os drones no Iêmen está ajudando o povo do Iêmen a tuitar sobre os ataques enquanto eles ocorrem”, diz Noel Sharkey, professor de robótica na Universidade de Sheffield, no Reino Unido. “Eles podem nos mandar fotos e nos aproximar do horror que estão vivendo. Assim, a tecnologia em pequena escala pode até barrar o uso de tecnologia militar em grande escala”. 

#NoDrones

Redes sociais como Facebook e Twitter – que tiveram um papel importante na primavera árabe no Iêmen – agora sendo amplamente utilizadas para atrair a atenção em relação ao aumento de ataques de drones dos EUA nas últimas semanas. 

Como observa Haykal Bafana, poucos minutos depois de ter tuitado a respeito do ataque, a notícia foi postada no Facebook e em pequenos sites de notícias em árabe. 

“O uso da internet aqui no Iêmen é de apenas 2%. Mas mesmo assim faz uma grande diferença. Muitas pessoas recebem suas notícias através de pequenos sites locais em vez de agências estrangeiras ou estatais. E o twitter é cada vez mais importante”. 

Quando o conselheiro sênior de Obama em contraterrorismo John Brennan visitou Sana após o ataque, houve um protesto online no twitter com a hashtag #NoDrones. 

O ativista iemenita Sadam al-Adwar (@sadamtweety), por exemplo, disse “Sou contra #terrorismo &   #extremismo, e também sou contra #drones. É contra-producente & leva a mais extremismo”. 

E @WomanFromYemen, conhecida como a consultora Atiaf al-Wazir, tuitou aos seus mais de 8 mil seguidores: “Para cada manchete que você lê a respeito de ‘militantes’ mortos por drones no #Yemen, pense nos mortos civis que não são contados. #NoDrones.’ 

Dando um furo sem saber 

O ataque que ocorreu no Iêmen parece ter sido o primeiro a ser acompanhado ao vivo pelo twitter. 

“Eu nunca tinha ouvido falar de pessoas tuitando enquanto os drones estavam atacando”, diz o Dr Micah Zenko, da ONG americana Council on Foreign Policy, um expert em questões de segurança no Iêmen. “Isso é um golpe contra o mito de que se pode manter esses ataques secreto”. 

Há um precedente. No ano passado um paquistanês desavisadamente tuitou sobre a presença de helicópteros de ataque das Forças Especiais dos EUA a caminho de matar Osama bin Laden. No dia 1 de maio de 2011, o consultor de TI Sohaib Athar tuitou o seguinte:

Helicóptero sobrevoando Abbottabad a uma da manhã
(um acontecimento estranho). 

Depois de um “barulhão de janela tremendo”, ele discutiu o que aconteceu naquela noite pelo twitter, enquanto as forças especiais dos EUA finalizavam sua controversa missão. Ele respondeu a um seguidor que “mudou para Abbottabad para ‘permanecer seguro’”. 

Porém, quando surgiram as notícias sobre a morte de Bin Laden, lamentou: ‘Uh oh, agora eu sou o cara que tuitou ao vivo o ataque a Bin Laden sem saber”. 

Reportagem publicada pelo Bureau of Investigative Journalism. Clique aqui para ler o original, em inglês.

Fonte: Chris Woods e Jack Serle, do Bureau of Investigative Journalism via apublica.org - Imagem: Reprodução