O estado de abandono dos imóveis, peças de carro e de avião, da pista de pouso construída com recursos federais - via o extinto Ministério da Aeronáutica -, são exemplos do menosprezo do governo estadual com a história do povo amapaense.
O museu a céu aberto da Base Aérea de Amapá, localizado a nove quilômetros da sede do município, está completamente entregue ao mato, à lama e à ferrugem. São partes de caminhões e de aviões da 2ª Guerra Mundial sepultadas sob monturos de lixo e terra. Os imóveis construídos pelo então Ministério da Aeronáutica, por determinação do presidente Getúlio Vargas, para abrigar militares brasileiros e norte-americanos, estão ruindo sob a ação implacável das chuvas torrenciais que desabam diariamente na região.
Incluída entre as principais atrações do museu, a torre de ferro utilizada para atracações dos zeppelins (aeróstato dirigível, já em desuso, formado por uma armação de duralumínio em feitio de grande charuto, e que foi criado em 1900 pelo Conde Zeppelin (1838-1917), inventor alemão.) também é duramente castigada pela ação do tempo. Com tanto ferrugem corroendo a base da torre, está na iminência de cair caso as chuvas se tornem mais intensas nos próximos meses.
O município de Amapá já desfrutou da condição de capital do então Território Federal do Amapá, passando o privilégio para Macapá a partir de 1945. As primeiras informações do município são de 1893, quando os garimpeiros paraenses, naturais de Curuçá, Germano e Firmino, descobriram ouro em Calçoene (a esse tempo pertencente ao município de Amapá).
O rush dos franceses da Guiana, que queriam o ouro a todo custo, criou vários incidentes, com choques violentos que culminaram com a vitória dos brasileiros sob o comando de Francisco Xavier da Veiga Cabral, o “Cabralzinho”. Em 21 de janeiro de 1901, as terras do atual município, antes contestadas pela França, foram anexadas ao Estado do Pará após o ganho de causa do Brasil, compreendendo três municípios (Amapá, Oiapoque e Calçoene), com o nome de Aricari.
Fonte: Notícias Daqui (AP)