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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Cachorro morre após falha no transporte aéreo da Gol em Guarulhos, SP; pet foi levado para Ceará em vez de Mato Grosso

Tutor do cachorro Joca, João Fantazzini, voltou para São Paulo para encontrar o animal já sem vida. Família acusa empresa de negligência, mas cia aérea diz que pet recebeu cuidados e que morreu ao chegar no aeroporto de Guarulhos. Atestado de óbito diz que pet morreu de parada cardiorrespiratória.

Tutor João Fantazzini com Joca, Golden Retriever de 5 anos que morreu durante transporte aéreo da Gol 
Um cachorro de 5 anos morreu durante o transporte aéreo da Gollog, empresa da companhia Gol, depois de um erro no destino, nesta segunda (22), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

A família diz que o cachorro não recebeu os cuidados necessários da empresa, mas a companhia aérea afirma que acompanhou o pet e que o falecimento foi inesperado, já em São Paulo.


O Golden Retriever chamado Joca deveria ir para de Guarulhos para Sinop, no Mato Grosso, onde o tutor o aguardava. Mas por erro da empresa, acabou sendo levado para Fortaleza, capital do Ceará, e depois foi trazido de volta para o Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Há vídeos do cachorro bebendo água em uma garrafa de plástico através das grades do canil no nordeste do país, segundo o divulgado pela família tutora do animal.

“Eles colocam água em um negocinho que o cachorro tem que passar a língua para tirar água. Um cachorro daquele tamanho, com 47 quilos, não dá para acreditar nisso. Aí eles colocaram o cachorro de volta sem nenhuma avaliação, sem nenhum veterinário examinar o animal", contou Marcia Martin, mãe de João, tutor do Joca.

João Fantazzini e Joca, cão que morreu em transporte aéreo da Gol
"Nem estabilizaram o cachorro, nem levaram para um lugar refrigerado, nem andaram um pouquinho com ele para ver como ele estava e mandaram de volta. Quando chegou aqui em Guarulhos, eles demoraram de 30 a 40 minutos e meu filho perguntando o que aconteceu, cadê meu cachorro?”, completou.

Ao chegar em Sinop, João Fantazzini, tutor do Joca, contou que chegou a perguntar onde poderia buscar o pet no espaço da Gollog, mas foi avisado que teria que voltar para SP, porque, por um erro, o animal tinha ido para Fortaleza.

Ao retornar ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, entretanto, João afirma que encontrou o cachorro morto dentro do canil da empresa.

Segundo atestado de óbito, Joca morreu por uma parada cardiorrespiratória, mas os motivos ainda não foram esclarecidos.

O que diz a Gol


Por meio de nota, a Gol afirmou que foram surpreendidos com o falecimento de Joca porque ele recebeu cuidados da equipe na capital cearense e que a morte aconteceu logo depois do pouso do voo em Guarulhos.

A empresa justifica também que o pet foi parar em Fortaleza por uma falha operacional, que fotos do animal foram enviadas para o tutor na parada e que o João escolheu voltar para Guarulhos para encontrar o animal. A Companhia também afirma estar oferecendo suporte ao tutor e estar apurando os detalhes do ocorrido com prioridade.

“Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação”, disse a nota.

Confira nota completa da Gol

"A GOL lamenta profundamente o ocorrido com o cão Joca e se solidariza com a dor do seu tutor. A Companhia informa que o cão Joca deveria ter seguido para Sinop (OPS), no voo 1480 do dia 22/04, a partir de Guarulhos (GRU), porém, por uma falha operacional o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (FOR).

Assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos (GRU) para reencontrar o Joca.

A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal.

A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação."

Via Camila Quaresma, Patrícia Marques, g1 SP e TV Globo - Fotos: Arquivo pessoal

terça-feira, 23 de abril de 2024

Aerolíneas Argentinas terá 95 voos semanais para o Brasil durante o Inverno


A Aerolíneas Argentinas apresentou sua oferta de voos e destinos para a temporada de inverno de e para o Brasil durante a feira WTM Latin America (World Travel Market) na cidade de São Paulo.

Em conversa com a imprensa e operadores turísticos do país, Fabián Lombardo, presidente da companhia, anunciou que haverá um total de 95 frequências semanais para diferentes pontos desse país, numa aposta para competir no mercado do turismo receptivo durante a temporada de neve de julho e agosto, como informa o portal parceiro Aviacionline.

Essa ampliação inclui a novidade de um voo diário direto entre São Paulo e Bariloche e o retorno da rota para Porto Seguro com dois voos semanais, um destino que não era oferecido há 5 anos. Com essa nova incorporação, serão sete cidades do Brasil que terão uma melhoria na conectividade para o período invernal, alcançando um aumento de 12% nas vagas em relação à oferta de inverno de 2023.

São Paulo também terá dois voos semanais para Ushuaia e Chapelco/Neuquén (com parada em Aeroparque), além dos voos diretos para Córdoba (dois semanais), Salta (um semanal) e Buenos Aires (cinco voos diários). Por outro lado, a cidade de Buenos Aires estará conectada com três voos diários para o Rio de Janeiro, somados às sete frequências semanais para Porto Alegre, seis para Salvador de Bahia, seis para Curitiba e três para Brasília.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Você sabia: American Airlines costumava ser chamada de American Airways

A Lei do Correio Aéreo de 1934 fez a American Airways mudar seu nome para American Airlines.

(Foto: Flugkerl2 via Wikimedia Commons)
Você sabia que antigamente a maior companhia aérea do mundo, a American Airlines, costumava se chamar American Airways? A companhia aérea com sede em Fort Worth, Texas, pode traçar suas raízes até os primeiros dias de aeronaves sendo usadas para transportar correspondência entre as regiões dos Estados Unidos.

Os Correios dos Estados Unidos perceberam como a entrega de correio aéreo poderia revolucionar seus negócios e, em 1925, começou a contratar companhias aéreas privadas para transportar correspondências. No verão de 1927, aeronaves eram usadas para entregar correspondência em quase todos os cantos do país.

Várias companhias aéreas se fundiram para formar a American Airways

Baseado em Lambert-St. Louis Flying Field, a Robertson Aircraft Corporation começou a entregar correspondência entre St. Louis e Chicago, com paradas em Springfield e Peoria, Illinois. Na época, o piloto-chefe da companhia aérea era Charles Lindbergh, o mesmo homem que mais tarde se tornaria o primeiro aviador a voar sozinho pelo Oceano Atlântico.

Ao mesmo tempo, a Bee Line, como foi chamada pela primeira vez, entregava correspondência entre Boston e Nova York. Mais tarde, sob a liderança de Juan Trippe, o homem que viria a criar a Pan American World Airways , a companhia aérea mudou seu nome para Colonial Air Transport.

Embora ambas as companhias aéreas pudessem obter um bom lucro transportando apenas correspondência, o governo queria incentivá-las a transportar passageiros. Para manter os custos mínimos, as companhias aéreas preferiram usar aviões monomotores e não as aeronaves multimotores maiores necessárias para o transporte de passageiros.

O Postmaster General queria incentivar as companhias aéreas a transportar mais passageiros

Para incentivar as companhias aéreas a transportar mais passageiros, o Postmaster General Walter Brown elaborou uma legislação para mudar a forma como as companhias aéreas eram pagas. Chamada de "Lei McNary-Watres", essa legislação acrescentou incentivos para o transporte de passageiros nas rotas postais. Além disso, para evitar que as companhias aéreas falissem durante a Grande Depressão, Brown as encorajou a se fundirem enquanto criava mais duas rotas transcontinentais de correio aéreo.

(Foto: Flugkerl2 via Wikimedia Commons)
Ao fazer isso, ele salvou muitas companhias aéreas de falir. Depois de receber a promessa da rota transcontinental do sul, a Robertson Aircraft Corporation e a Colonial Air Transport, juntamente com outras companhias aéreas, se fundiram para formar o que seria chamado de American Airways em 1930.

Vários anos depois, os críticos começaram a reclamar sobre como os lucrativos contratos de correio eram concedidos, dizendo que as pequenas companhias aéreas eram tratadas injustamente. A verdade é que grandes holdings aéreas como a American Airways tiveram preferência sobre companhias aéreas independentes menores.

Em resposta ao que seria conhecido como a "Crise do Correio Aéreo" em 1934, o presidente Franklin Roosevelt cancelou todos os contratos de correio aéreo e deu a tarefa de entregar o correio do país ao Corpo Aéreo do Exército. Os militares começaram a entregar a correspondência em fevereiro de 1934, durante o pior inverno que o país viu em anos. Mal preparados para o trabalho e prejudicados pelo clima, muitos aviões caíram e vários pilotos morreram.

Um avião de correio aéreo bimotor do Corpo de Ar do Exército de Havilland
em tempestade de neve (Foto via Wikimedia Commons)
Entre os críticos da decisão do presidente Roosevelt de cancelar os contratos de correio estava o chefe da American Airways e herói de guerra da Primeira Guerra Mundial, Eddie Rickenbacker, que chamou a decisão de "assassinato legalizado". Charles Lindbergh, considerado um herói nacional após cruzar o Atlântico, testemunhou perante o Congresso criticando a decisão de Roosevelt.

American Airways torna-se American Airlines

O clamor público de testemunhos de Rickenbacker, Lindbergh e outros levou Roosevelt a cancelar a entrega de correspondência do Corpo Aéreo do Exército até que melhorias fossem feitas. Isso levou à Lei do Correio Aéreo de 1934 e ao retorno dos contratos de correio às companhias aéreas privadas. Uma das estipulações da lei era que as empresas que contêm tanto a fabricação de aeronaves quanto as transportadoras aéreas devem se dividir em entidades separadas. Para recuperar seus antigos contratos de correio, a American Airways mudou seu nome para American Airlines.

Com informações de Simple Flying

terça-feira, 16 de abril de 2024

Veja quais aeronaves a GOL renegocia e pode devolver aos seus donos


Em meio à Recuperação Judicial, a GOL Linhas Aéreas está renegociando o aluguel e a possível devolução de alguns aviões para seus donos.

A empresa brasileira tem a maioria da sua frota em leasing, que é um acordo de aluguel com um banco ou instituição financeira especializada, que compra o avião junto ao fabricante a pedido da GOL, que por sua vez paga um aluguel mensal fixo em contratos que duram em média 10 anos.

Uma dessas empresas que alugam aviões à GOL é a AerCap, que é a maior dona de aviões no mundo, com mais de 1.500 aeronaves. Com a GOL, algumas dezenas de aeronaves, Boeing 737-700, −800 e MAX 8 estão em contrato.

A GOL informou às autoridades americanas que fazem parte da Recuperação Judicial, que chegou a um acordo com a Aercap para renegociar o pagamento do leasing não atrasado, e devolver algumas aeronaves que também estão com o débito em dia.

O documento o qual o Aeroin teve acesso mostra uma lista (abaixo) de aeronaves que fazem parte deste acordo de renegociação. Algumas delas serão devolvidas e outras terão seus termos de leasing alterados, mas não é possível saber até agora em qual situação cada aeronave se encaixa.

Os Boeings 737-700 de matrículas:
  • PR-GEQ
  • PR-VBQ
  • PR-GOR
  • PR-GOQ
  • PR-GEH
  • PR-GEI
Os Boeings 737-800 de passageiros de registros:
  • PR-GGN
  • PR-GUB
  • PR-GUA
  • PR-GUX
  • PR-GZW
Os 737-800 que eram de passageiros e foram convertidos para carga (BCF):
  • PS-GFB
  • PS-GFF
  • PS-GFD
  • PS-GFC
  • PS-GFE
Além dos novos Boeing 737 MAX 8 de matrículas:
  • PS-GPF
  • PS-GRB
  • PS-GPD
  • PS-GPE
  • PS-GPG
  • PS-GPO
  • PS-GPP
  • PS-GPR
O processo de renegociação é uma das partes mais importantes numa Recuperação Judicial de uma companhia aérea, já que o custo do leasing (que num 737 começa em média em $300 mil dólares mensais) tem fatia significante na folha de custos da empresa.

Azul é autuada pela ANAC após voar com avião Embraer E195 amassado

A Azul Linhas Aéreas foi autuada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) por ter liberado uma aeronave para voo sem as devidas correções e autorizações.


O caso aconteceu em 12 de setembro de 2023, quando uma inspeção de rotina da ANAC foi feita no Embraer E195-E2 de matrícula PS-AEE no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, principal centro de operações da Azul.

No documento ao qual o AEROIN obteve acesso, os inspetores da agência identificaram que uma das travas da porta de acesso ao cone traseiro estava danificada e que a porta também estava danificada no local de outra trava. Segundo a ANAC, “claramente este dano não era recente, já havendo marcas de reparos provisórios sobre eles”


Também foi identificado reparo realizado por fita metálica, impedindo visualização dos placares junto à porta de acesso ao cilindro de oxigênio do porão de carga dianteiro. Na ocasião da inspeção não foi apresentada nenhuma liberação de aeronavegabilidade compatível com o reparo, tendo, desta forma, operado a aeronave de forma irregular, ao menos no trecho Rondonópolis – Campinas.

O principal ponto foi uma mossa (amassado) acima do radome do lado direito (como mostra a imagem que ilustra esta matéria). Na ocasião da inspeção não foi apresentado nenhuma liberação de aeronavegabilidade compatível com o dano.

Já nas asas, foram encontrados reparos em fita metalizadas sem registros disponíveis e com algumas pontas soltas nas canoas que servem de carenagem para o sistema de acionamento dos flapes, além de outros reparos em fitas inadequados nos estabilizadores horizontais.


A empresa posteriormente respondeu à ANAC, ainda em setembro, com as liberações feitas pelos técnicos de manutenção da empresa após uma análise ainda no aeroporto. No entanto, como a agência considerou que a aeronave não deveria ter voado sob aquela condição, emitiu uma multa no final do mês de março, que pode chegar até R$ 10 mil, com possibilidade de desconto de 50% caso a empresa não recorra (similar ao que ocorre com carros com adesão ao SNE).

A Azul ainda está no prazo para recorrer da multa e pagá-la com desconto.

Via Carlos Martins (Aeroin) - Fotos: Reprodução

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Middle East Airlines, a companhia aérea do Líbano em meio aos sequestros, ataques terroristas e a guerra

(Foto: Rabih Moghrabi/AFP via Getty Images)
A transportadora nacional do Líbano, Middle East Airlines, conhecida como MEA, opera uma frota moderna de jatos Airbus em toda a área e para cidades em toda a Europa, com algumas rotas de longo curso para a África Ocidental. É sinônimo de bom serviço e confiabilidade, e é membro da aliança SkyTeam. Durante a guerra civil dos anos 1970 e 1980, o Líbano era um dos lugares mais perigosos do mundo, e o MEA tornou-se um elo vital para a sobrevivência do país. Aqui está a história de uma companhia aérea que não parava de voar por maiores que fossem os obstáculos, de bravura praticamente inigualável na história da aviação civil.

O Líbano, uma pequena república na costa mediterrânea, era uma província da Síria até 1920, embora com uma identidade cultural distinta que remonta a milênios nas páginas da Bíblia (que até mesmo recebeu o nome da cidade libanesa libanesa de Byblos, aliás). Totalmente independente em 1948, após o fim do mandato francês na região, o Líbano reafirmou-se no papel que ocupava desde os primórdios, como encruzilhada natural de comércio e transporte, localizado no extremo leste da Europa e no limite ocidental da Ásia, agora recém-ricos com a riqueza do petróleo. Sua vibrante capital Beirute tornou-se famosa nos primeiros anos da era do jato por seus bancos, boates, mercados e praias, com estradas que levam à cordilheira do Líbano, cujos picos nevados forneciam um cenário dramático para a movimentada cidade. Só no Líbano, dizia-se.

A companhia aérea nacional, Middle East Airlines, cresceu rapidamente com frotas de Vickers Viscounts, deHavilland Comet 4s, Vickers VC-10s e Sud Aviation Caravelles. O primeiro Boeing 707/720 chegou em 1º de janeiro de 1966, na forma do Queen Of Sheba da Ethiopian Airlines em um contrato de arrendamento de 22 meses. Em novembro de 1967, foi trocado pelo navio irmão The Blue Nile , que foi cancelado em um acidente de pouso não fatal em 9 de janeiro de 1968. Na verdade, a escolha do avião a jato da MEA foi o VC-10, mas os bancos britânicos se recusaram a financiar a compra, então a MEA voltou-se para os Estados Unidos e novos 707s logo chegaram de Seattle.

(Foto: Wikimedia Commons/Steve Williams)
Beirute sempre foi uma cidade barulhenta, com o barulho das buzinas dos carros, o chamado do muezzin para a oração ecoando nas mesquitas, o latido de comerciantes de souk concorrentes, o som metálico da música árabe e os sermões dos pregadores vindos de alto-falantes metálicos. Os ensurdecedores e enfumaçados Comet 4s e 707s da MEA se encaixaram bem no alto rugindo a apenas 500 pés das finais para o aeroporto, que fica a apenas alguns quilômetros ao sul do centro da cidade. Em 1970, havia mais de 100 voos diários, incluindo Varig e Japan Air Lines, e a Pan Am parava todos os dias em ambas as direções em seu serviço de jatos de volta ao mundo.

No entanto, sob a superfície do idílio do jet set do Líbano espreitavam falhas políticas. O Líbano, quatro milhões de pessoas em uma faixa costeira com metade do tamanho do País de Gales, abrigava 17 religiões reconhecidas pelo governo, que nem sempre se davam bem e que não estavam igualmente representadas na constituição desigual legada pela França. Além disso, a Palestina, vizinha do Líbano ao sul, tornou-se Israel em 1948, então o Líbano também abrigava um milhão de refugiados palestinos, agora apátridas, incluindo movimentos armados de libertação que usavam o Líbano como base para suas atividades paramilitares.

Em 26 de dezembro de 1968, um 707 israelense da El Al foi atingido por tiros de metralhadora enquanto taxiava para decolar no aeroporto de Atenas por membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), matando um passageiro. Como o Líbano era a base da FPLP e da mais conhecida Organização de Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yassir Arafat, era o alvo inevitável da retaliação.

Na noite de 28 de dezembro de 1968, sob o codinome Operação Gift, comandos israelenses invadiram o aeroporto de Beirute. Embora felizmente não houvesse vítimas humanas, doze aviões foram destruídos, incluindo oito pertencentes à MEA – três Comet 4s, dois Caravelles, um Vickers Viscount, um Vickers VC-10 alugado pela Ghana Airways e um 707 novinho em folha recém-chegado do fábrica em Seattle. A rival Lebanese International Airways perdeu todos os quatro de sua frota, resultando no fim da companhia aérea e suas licenças de rota sendo transferidas para a MEA; A companhia aérea de carga libanesa Trans Mediterranean Airlines perdeu dois hélices. O MEA voltou a funcionar em um dia com aviões alugados de várias fontes, mas, em retrospecto, o ataque foi um marco claro para o início da espiral de décadas do caos no Líbano.

Foi possível encobrir as rachaduras na brilhante bola de espelhos do Líbano por mais alguns anos, com apenas incidentes isolados, como um em 9 de agosto de 1973, quando Israel identificou um voo do MEA Caravelle como tendo quatro militantes palestinos procurados a bordo. O vôo foi interceptado por caças israelenses após a decolagem de Beirute e escoltado para Israel; na verdade, os militantes não estavam entre os passageiros e a aeronave foi devolvida ao Líbano no mesmo dia.

Outro jato MEA fez uma visita inesperada a Israel uma semana depois, em 16 de agosto. Em uma demonstração não convencional de unidade árabe-israelense, um passageiro líbio sequestrou um MEA 707 para Tel Aviv com 125 passageiros a bordo como um gesto de boa vontade bastante demente para Israel. Depois que os passageiros foram resgatados, a aeronave foi devolvida a Beirute.

A Guerra Civil Libanesa


Este incidente pode ter parecido inofensivo, mas a “Paris do Oriente Médio” estava indo para as rochas. A guerra civil libanesa, que duraria 15 anos, eclodiu em abril de 1975 com a eclosão de combates inicialmente entre palestinos e cristãos libaneses. Com o mosaico de identidades étnicas no Líbano, o número de facções armadas se multiplicou e rapidamente usurpou funções básicas do Estado. O exército nacional se dividiu ao longo de linhas confessionais e o que havia sido um importante centro de comércio e lazer rapidamente se tornou uma abreviação global para colapso e caos urbano.

Três Boeing 747 foram entregues à MEA assim que os combates começaram, mas ultrapassados ​​pelos eventos, dois foram rapidamente alugados para a Saudia Airlines. Apesar dos combates na cidade que rapidamente engolfaram os hotéis à beira do porto e o distrito comercial do centro, a MEA conseguiu manter uma aparência de normalidade pelo resto de 1975, mas a tragédia da guerra atingiu duramente no dia de Ano Novo de 1976. Cedarjet 438 para Dubai, um 720B com 66 passageiros e 15 tripulantes a bordo, se desintegrou no ar sobre o deserto saudita depois que uma bomba explodiu no compartimento de bagagem dianteiro. Os culpados nunca foram encontrados.

Em 27 de junho, outro 720B foi destruído no solo quando o aeroporto foi atacado por foguetes e morteiros de facções em duelo. Os passageiros desembarcaram, mas um membro da tripulação foi morto e outros dois ficaram feridos. Apenas alguns dias depois, os combates sobrecarregaram a capacidade do que restava das autoridades de proteger o aeroporto. A porta de entrada do Líbano para o mundo fechou por 168 dias, deixando a MEA para encontrar trabalho como transportadora charter em outros mercados a partir de uma base temporária em Paris.

Logo após a retomada dos voos, em 5 de junho de 1977, um 707-323C foi seqüestrado para o Kuwait por um passageiro em cadeira de rodas, que mais tarde foi liberado pelas autoridades do Kuwait e repatriado para o Líbano.

Outro sequestro ocorreu em 16 de janeiro de 1979, quando um 707-323C foi tomado por seis skyjackers armados com pistolas com a intenção de dar uma entrevista coletiva em Larnaca. No entanto, as autoridades cipriotas recusaram a permissão de pouso para o voo, que retornou a Beirute, onde o evento de mídia ocorreu antes da rendição dos seis.

(Foto:Michel Gilliand via Wikimedia Commons)
Um evento mortal no aeroporto em 23 de julho de 1979 foi uma exceção, pois não foi um ato deliberado. Um cargueiro Boeing 707-327C da Trans Mediterranean Airways caiu invertido durante os circuitos durante o treinamento de um novo grupo de pilotos. O comandante de treinamento, engenheiro de vôo, piloto de segurança e três cadetes morreram.

A virada da década não trouxe trégua para a guerra civil ou seu pedágio na aviação civil. Em 18 de janeiro de 1980, um adolescente libanês sequestrou um 720-023B, originalmente destinado a Larnaca, ao Irã para se encontrar com o aiatolá Khomeini para interceder junto aos líbios para ajudar a encontrar o clérigo libanês Imam Musa Sadr, desaparecido na Líbia. Em vez disso, o voo retornou a Beirute e o jovem teve permissão para uma entrevista coletiva antes de se render. Dez dias depois, com a mesma intenção de manter a pressão para encontrar Sadr, um homem com sua esposa e quatro filhos a bordo sequestraram um 720B com destino a Bagdá; ao desembarcar na Saddam International, foram feitos arranjos para que o homem lesse um discurso antes de se entregar à polícia iraquiana. Em 23 de maio, um voo com destino ao Bahrein só chegou a Amã antes de ser forçado a pousar por uma ameaça de bomba (nenhuma bomba foi encontrada).

No último dia de 1981, um 720B explodiu na rampa de Beirute após a conclusão de um voo comercial; passageiros e tripulantes tiveram uma sorte incrível que o voo foi concluído antes que o cronômetro da bomba fosse acionado.

Este foi o pano de fundo em que a MEA estava tentando operar com lucro e reconquistar seu lugar como uma das grandes companhias aéreas do mundo. No início da década de 1980, novos assentos foram instalados nos 707s e novos destinos foram abertos, incluindo a capital da Tunísia e Yerevan na Armênia soviética. Antecipando o fim do conflito, começou a construção de um enorme hangar de manutenção em Beirute que poderia acomodar dois 747s.


No entanto, o pior ainda estava por vir. 1982 viu uma invasão em grande escala do Líbano por Israel para expulsar a OLP. Beirute foi isolada do mundo e o aeroporto foi fechado por 115 dias. Seis 707s e 720Bs foram destruídos no solo, com outros dois severamente danificados.

A chegada de uma força de paz multinacional no início de 1983 liderada pelos Estados Unidos permitiu algum otimismo, e os dois jumbos alugados à Saudia retornaram, permitindo que a MEA cruzasse o Atlântico pela primeira vez, abrindo serviço de 747 para Nova York via Paris.


Mais seqüestros


No entanto, em 23 de outubro, a base dos fuzileiros navais dos EUA no aeroporto de Beirute, que em tempos de paz havia sido o prédio de treinamento do MEA, foi atacada por um caminhão-bomba, matando 241. Foi (e continua sendo) a pior perda de vidas militares dos EUA em um dia. desde o Vietnã. Um ataque simultâneo à base militar francesa na cidade matou mais 58. As forças de paz logo se retiraram, deixando o Líbano à sua sorte. A luta intensa viu o fechamento do aeroporto de Beirute durante a maior parte do primeiro semestre de 1984 (154 dias consecutivos), causando perdas de US$ 46 milhões.

Uma hora após a reabertura do aeroporto, o primeiro Cedarjet estava pousando. No entanto, o ambiente sem lei em que a companhia aérea operava logo se reafirmou, com um 707 perto do final de um voo de Abu Dhabi para Beirute sequestrado em 21 de julho de 1984 por um homem com um coquetel molotov, exigindo ser devolvido à capital dos Emirados. Com pouco combustível, o capitão conseguiu persuadir o homem a aceitar Beirute como local de desembarque, onde deu uma entrevista coletiva antes de se render.

Quando o tiroteio começou, o vice-presidente executivo de operações da MEA, Abed Hoteit, foi até a torre de controle e conversou com os voos de chegada, bem como com as aeronaves em solo aguardando autorização de partida. Assim que houvesse uma calmaria no tiroteio, fosse de fuzileiros navais dos EUA em direção às montanhas Chouf imediatamente a leste do aeroporto, ou de milicianos drusos ou xiitas em direção ao aeroporto, Hoteit deixaria os voos entrarem. caso de briga nas proximidades do aeroporto era que se um vôo estava embarcado e pronto para partir, era melhor esperar uma calmaria e depois realizar uma “saída acelerada” do que desembarcar os passageiros e devolvê-los ao terminal, onde eles podem ser expostos a mais perigo.

Os 275 pilotos do MEA, todos menos 13 libaneses, não correram riscos excessivos. Mas eles voaram para onde outros temiam por causa de seu conhecimento íntimo das montanhas íngremes e planícies estreitas ao redor do aeroporto de Beirute, e porque consideravam trazer suas aeronaves para o Líbano como um dever nacional.

Em 1984, a companhia aérea anunciou que havia perdido US$ 54,6 milhões no ano anterior e mais de US$ 100 milhões desde o início da guerra. Para mitigar os custos, as aeronaves foram alugadas e a equipe sofreu vários cortes salariais, de até quinze por cento de cada vez. A publicidade foi reduzida, pois nenhuma quantidade de persuasão poderia tentar os viajantes a visitar o Líbano em guerra. O prestigiado órgão da indústria Air Transport World homenageou o fundador Salim Salaam com um prêmio especial em seu evento anual em Nova York pela “perseverança e sobrevivência em condições muito difíceis” da MEA.

Embora a primeira década da guerra civil do Líbano tenha sido ruim para o MEA, 1985 foi o apocalipse. Às vezes, o combustível de aviação não podia ser entregue no aeroporto, e os 747 provaram ser úteis como um navio-tanque improvisado – um jumbo seria despachado vazio para Chipre, onde todos os tanques estavam cheios até a borda, então a aeronave voltaria na ponta dos pés para Beirute e o o combustível seria decantado na frota de 707s e 720s para manter o serviço básico para os destinos essenciais no mapa de rotas da companhia aérea, principalmente Paris, Cairo e Golfo Pérsico.

Em 23 de fevereiro, um segurança do aeroporto comandou um MEA 707 que havia acabado de embarcar e estava pronto para ligar para o início de um voo para Paris. O sequestrador ordenou que os passageiros evacuassem usando escorregadores de fuga, mas as Forças Libanesas e milicianos de Amal começaram a atirar e o sequestrador ordenou que o capitão começasse a taxiar mesmo enquanto a evacuação continuava. A explosão do jato matou um passageiro e feriu outros, e o fogo de metralhadora abriu um buraco no tanque de combustível na asa esquerda. Mesmo assim a aeronave decolou, ainda com as portas abertas e os escorregadores pendurados. A motivação para o sequestro era obter melhores salários para os seguranças dos aeroportos e protestar contra o alto custo de vida. Após o desembarque em Larnaca, no Chipre, um telefonema com o supervisor do sequestrador prometeu anistia e uma investigação sobre as reivindicações financeiras. Após o retorno da aeronave e do sequestrador para Beirute, a aeronave foi recebida por um veículo da autoridade aeroportuária e ele estava livre para retornar à sua casa nos subúrbios do aeroporto. Apenas mais um dia no Líbano sem lei dos anos 80.

Os soldados do Exército libanês cercam o estabilizador queimado da aeronave Middle East Airlines (MEA) que foi atingida em 08 de janeiro de 1987 por foguetes durante um bombardeio pesado no aeroporto de Beirute (Foto: Rabih Moghrabi/AFP via Getty Images)
Em 1º de abril, um sequestrador assumiu um 707 a caminho de Jeddah com alegações de ter uma arma e uma bomba e exigiu assistência do governo libanês para os guerrilheiros que lutavam contra a ocupação israelense do sul do Líbano. Apelada pela tripulação, a aeronave pousou em seu destino e o sequestrador foi preso pela polícia saudita na chegada.


Em 11 de junho, um Boeing 727 da Alia Royal Jordanian  foi comandado por cinco libaneses xiitas armados com metralhadoras e explosivos pouco antes da decolagem de Beirute no início do curto voo de volta a Amã. Eles exigiram ser levados para Túnis, mas a falta de combustível exigiu uma parada em Larnaca; quando Tunis recusou a permissão de pouso, o vôo pousou em Palermo. De Palermo a aeronave retornou a Beirute, reabasteceu novamente e decolou, desta vez passando duas horas em um voo para lugar nenhum, e pousou na madrugada de 12 de junho de volta a Beirute. Todos a bordo evacuados e a aeronave foi destruída por explosivos. Poucas horas depois, um palestino assumiu o controle de um MEA 707 que acabara de desembarcar de Larnaca e exigiu que fosse levado de avião para Amã. Depois de permitir a saída dos passageiros e da tripulação de cabina,

(Foto: Joel Robine/AFP via Getty Images)

Voo TWA 847


Dois dias depois, em 13 de junho, um dos sequestros mais famosos da época ocorreu quando o voo 847 da TWA foi requisitado após a decolagem de Atenas em um voo com rota Cairo-Atenas-Roma (onde deveria alimentar um jumbo transatlântico com destino a Boston e Los Angeles). Os sequestradores eram membros dos grupos xiitas libaneses Hezbollah e Jihad Islâmica e armados com granadas e armas. O Boeing 727 parou primeiro em Beirute, onde 19 passageiros foram trocados por combustível, depois em Argel, onde outros 20 passageiros foram liberados. A aeronave fez mais duas viagens de volta a Argel antes que os 40 reféns restantes fossem retirados do avião e mantidos em uma prisão nos subúrbios de Beirute. Depois de duas semanas em cativeiro, eles foram libertados depois que uma das principais demandas dos sequestradores, a libertação de 700 xiitas libaneses detidos em prisões israelenses, foi atendida. Tragicamente,

Voo 847 da TWA - O Capitão John Testrake com sequestrador em Beirute
A MEA sofreu danos colaterais da provação do TWA 847 quando membros do sindicato dos trabalhadores de transporte no JFK de Nova York se recusaram a atender o voo 747 da MEA (o líder sindical anunciou “Não trabalhamos para a conveniência dos terroristas”) e, em 1º de julho, o presidente Ronald Reagan anunciou que a transportadora de bandeira libanesa foi banida do espaço aéreo dos EUA. Em agosto, a MEA voou com uma equipe da TWA para Beirute para pegar seu 727 encalhado, N64339, e transportá-lo para os Estados Unidos para uma revisão e retornar ao serviço; esse foi o fim do incidente, mas o setor de aviação civil do Líbano estava em frangalhos. Como uma nota de rodapé brutal para um verão terrível, em 21 de agosto, um par de 720Bs foi destruído no solo em Beirute por combates.

A guerra civil ainda tinha anos pela frente; em 8 de janeiro de 1987, um 707 foi destruído por um bombardeio logo após o desembarque de 126 passageiros. Em 1º de fevereiro, o aeroporto fechou por outro período prolongado de combates, desta vez com duração de 107 dias.

No final da década de 1980, a situação de segurança em terra no Líbano estava tão esgotada que os passageiros das companhias aéreas não podiam mais chegar ao aeroporto dos subúrbios do leste de Beirute ou do norte do país e enfrentavam longas viagens de balsa dos portos de Trípoli e Jounieh para apanhar voos a partir de Chipre, ou uma longa viagem até ao aeroporto de Damasco, na Síria, que incluía o percurso pelo Vale do Bekaa, que devido à guerra se tornou uma das zonas mais perigosas do país.

Para diminuir a divisão, a MEA iniciou um transporte aéreo diário duplo de Beirute para o Aeroporto de Kleyate (KYE/OLKA), uma instalação militar praticamente em desuso perto da cidade de Trípoli, no norte do pequeno país. A distância entre os dois aeroportos é de apenas 96 quilômetros e o tempo de voo foi de cerca de quinze minutos. A rotação da manhã foi numerada Cedarjet 1 e 2, e a rotação da noite foi Cedarjet 3 e 4. Além de passageiros de companhias aéreas de conexão, os moradores locais usavam os voos para ir de um lado a outro de Beirute para ir ao trabalho ou ver amigos e família do outro lado da cidade dividida.

Após quinze anos de luta, as negociações entre as facções em conflito resultaram em um compromisso em questões constitucionais, encerrando a guerra em outubro de 1990.

150.000 libaneses morreram, incluindo 40 funcionários da MEA. 12 720s e três 707s foram destruídos. Nenhum canto do país ficou ileso.

Os Boeings antigos da MEA, tendo fornecido uma linha de vida essencial do Líbano para o mundo, agora realizavam seu ato final, o canal para o boom econômico do dividendo da paz do pós-guerra. Cidadãos libaneses que fugiram para o exterior começaram a retornar para reclamar propriedades e reiniciar negócios; engenheiros de construção e vendedores afluíram para ajudar no gigantesco esforço de reconstrução; e os turistas eram atraídos pelas praias arenosas, cultura antiga e montanhas frescas que agora tinham uma camada extra de notoriedade.

A frota sobrevivente de 707s e 720s voava 24 horas por dia, à medida que o número de passageiros aumentava e as datas de aposentadoria eram repetidamente adiadas. Os dois últimos 720Bs, OD-AGB e -AFM, eram principalmente ativos para treinamento de tripulação e substituições de equipamentos ad hoc, mas retornaram ao serviço programado em junho de 1994; -AGB, construído em 1960, era na época o avião a jato mais antigo do mundo. Esses dois bravos soldados finalmente deixaram o Líbano em dezembro de 1995 para novas vidas na Pratt & Whitney Canada como testes de voo. A MEA expandiu-se de volta aos antigos mercados e, com seus 747 de volta para casa, abriu novos voos de longa distância para Sydney via Cingapura e São Paulo via Dakar.

(Foto: Eduard Marmet via Wikimedia Commons)
Os Airbus A310s alugados gradualmente forçaram os 707 a saírem das rotas mais prestigiadas para a Europa, onde a nova legislação de ruído punia o hardware mais antigo com taxas de pouso punitivas, e os últimos destinos do MEA 707 estavam no Golfo Pérsico e mais perto de casa, em saltos curtos de uma hora onde a queima de combustível importava menos, como Cairo, Amã, Larnaca e Istambul.

Entusiastas de companhias aéreas que queriam voar em um 707 apareceram regularmente nos voos da MEA na década de 1990, mas a companhia aérea ainda se via como uma marca de linha aérea de primeira linha e não se orgulhava de ser a última operadora de 707 de passageiros convencional; no calendário, os novos Airbus A310 foram indicados como “Airbus A310”, enquanto os 707 eram na melhor das hipóteses “Boeing” ou às vezes apenas “Jet”. Além disso, libaneses de todas as tribos se orgulham até hoje da linha de vida que sua transportadora nacional forneceu. A sobrevivência de sua nação dependia disso, e a MEA nunca os decepcionou.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu com informações do site Sam Chui

Hoje na História: 15 de abril de 1926 - O primeiro voo da American Airlines


Em 15 de abril de 1926, Charles Lindbergh partiu de St. Louis, Missouri, pilotando uma aeronave Robertson DH-4, transportando correio dos EUA com destino a Chicago, Illinois, no que é considerado o primeiro voo da American Airlines.

Em 1930, após uma série de fusões e aquisições de 82 pequenas companhias aéreas, a transportadora de correio aéreo foi denominada American Air Ways. Em 1934, após oito anos de transporte aéreo, a empresa foi adquirida por Errett L. Cord, que contratou Cyrus R. Smith como CEO e logo o nome foi mudado para American Airlines.

Na época, as companhias aéreas não eram capazes de operar com sucesso uma rota lucrativa transportando apenas passageiros, então C. R Smith começou a trabalhar em estreita colaboração com Donald Douglas para desenvolver o DC-3, que seria capaz de transportar até 28 passageiros.

Inicialmente não interessado em desenvolver uma nova aeronave, Douglas foi persuadido por Smith, que expressou sua intenção de comprar 20 aeronaves e, em 26 de junho de 1936, a American Airlines voou o primeiro DC-3 de Nova York para Chicago.

O DC-3 foi uma aeronave integral nos primeiros dias de crescimento da American
como transportadora de passageiros (Foto: Getty Images)
Devido ao DC-3, a American Airlines conseguiu transferir a receita do correio para os serviços de passageiros. Referindo-se ao DC-3 como o “Flagship”, a AA fundou o Admiral Club para passageiros ilustres e, no final da década, a American Airlines começou a ser negociada na Bolsa de Valores de Nova York.

Em 1953, AA tornou-se o cliente de lançamento do DC-7, tendo solicitado que Donald Douglas construísse um avião capaz de voar de costa a costa dos EUA, sem escalas em oito horas. A American, que comprou 25 aeronaves, foi pioneira em serviços transcontinentais sem escalas nos EUA.

O DC-7 ajudou a American a ganhar uma vantagem inicial nas rotas transcontinentais
(Foto: Jon Proctor via Wikimedia Commons)
Entrando na era do jato, a American Airlines havia encomendado o De Havilland Comet, de fabricação britânica, mas logo cancelou o pedido após relatos de fadiga do metal.

O Boeing 707 quadrijato foi introduzido na frota em janeiro de 1959 e dominou o setor aéreo durante os anos 1960 e início dos anos 1970, simbolizando o início da era dos jatos. Em 1959, pela primeira vez, mais pessoas viajaram transatlânticos por via aérea do que por mar.


A American Airlines abriu caminho para o setor aéreo na segunda metade do século XX. Notavelmente, a American foi a primeira companhia aérea do mundo a abrir uma faculdade de treinamento de comissários de bordo em Dallas-Fort Worth em 1957.

Em 3 de dezembro de 1964, a companhia aérea recrutou o primeiro piloto comercial afro-americano e foi a primeira grande companhia aérea dos EUA a empregar uma piloto feminina em 30 de março de 1973, quando Bonnie Tiburzi foi contratada para pilotar a frota de Boeing 727. Em 1986, a companhia aérea fez história ao operar o primeiro voo dos EUA a ser tripulado por uma equipe exclusivamente feminina.

A tripulação de voo de 1986 era composta por 7 mulheres (@wecomefromaway)
Mais uma vez, a American Airlines teria um papel fundamental no lançamento de uma nova aeronave quando, em 1966, a companhia aérea apresentou especificações aos fabricantes para uma aeronave de fuselagem larga, menor que o Boeing 747, mas com capacidade de longo alcance. O tri-jato McDonnell Douglas DC-10 foi desenvolvido e entrou em serviço em 5 de agosto de 1971, com a American Airlines.

Em 1979, a AA mudou-se para Dallas-Fort Worth, mudando para uma operação no estilo hub and spoke. Robert Crandall, o novo CEO, expandiu a presença da American Airlines nos principais hubs em Chicago e Dallas, adicionando serviços para destinos europeus e também para o Japão.

Durante a década de 1980, a American lançou o AAdvantage®, o primeiro programa de fidelidade de companhias aéreas e, em 1984, fundou a American Eagle. A American Eagle é uma subsidiária regional da American Airlines e opera voos de curta e média distância, alimentando o tráfego nos principais hubs de Dallas, Charlotte, Chicago e Los Angeles, entre outros.

A American Airlines comemorou o marco de transportar seu bilionésimo cliente em 27 de março de 1991 e em 1999 fez parceria com British Airways, Cathay Pacific, Canadian Airlines e Qantas para fundar a aliança de companhias aéreas Oneworld, que hoje atende 1.012 aeroportos em 170 países em todo o mundo.

A década de 2000 trouxe dificuldades financeiras para o setor aéreo após os eventos dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos quais, tragicamente, a American Airlines estava diretamente envolvida. Naquela fatídica manhã de 2001, com a queda dos voos 11 e 77, a American Airlines perdeu 23 pessoas, enquanto o país lamentou a perda de 2.977 entes queridos.

A companhia aérea não retornaria ao lucro até 2005, no entanto, o sucesso revivido durou pouco quando a crise financeira global atingiu em 2008, colocando mais pressão sobre a companhia aérea.

Ao longo da década de 2010, a AA expandiu-se em grande escala, lançando joint ventures com a Japan Airlines, British Airways, Iberia e JetBlue Airways. Em julho de 2011, a American assinou o maior pedido de aeronaves da história, concordando em comprar 460 aeronaves Boeing 737 e Airbus A320.

No entanto, em 29 de novembro de 2011, a empresa controladora da American Airlines AMR Corporation entrou com pedido de concordata e logo iniciou as discussões para uma possível fusão. Foi em 14 de fevereiro de 2013 que a US Airways e a AMR Corporation anunciaram que se fundiriam para formar o American Airlines Group, criando a maior companhia aérea do mundo.

A fusão levou adiante o nome e a marca AA, incluindo a nova pintura, lançada em 17 de janeiro de 2013. O voo final da US Airways partiu em 16 de outubro de 2015 sob o indicativo '1939', símbolo de seu primeiro voo, e o seguinte dia em que a American e a US Airways começaram a operar como uma única companhia aérea.

Hoje, a American Airlines é a maior companhia aérea do mundo tanto em tamanho de frota, com cerca de 900 aeronaves, quanto em passageiros regulares, com cerca de 200m voados pré-pandemia. Com hubs principais em Dallas-Fort Worth, LAX, JFK e Charlotte, a companhia aérea opera cerca de 6.800 voos por dia para impressionantes 350 destinos e emprega 123.000 funcionários.

A American, como todas as companhias aéreas, sofreu muito durante a pandemia do COVID-19, acumulando uma perda de US$ 8,9 bilhões em 2020. A companhia aérea aposentou mais de 100 aeronaves antigas, incluindo frotas E190, A330, 757, 767 e CRJ200. Devido a essas aposentadorias, a AA agora opera a frota mais jovem das transportadoras tradicionais dos EUA.

Com informações da Aerotime

segunda-feira, 25 de março de 2024

Oito incidentes em duas semanas: o que está acontecendo com a frota da United nos Estados Unidos?

Companhia aérea americana tem enfrentado problemas com seus aviões fabricados tanto por Boeing quanto por Airbus.

Avião modelo Boeing 737-900 da United (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Um incêndio no motor causado por uma embalagem plástica; um pneu solto pouco depois da decolagem; um avião que saiu da pista. Essas são algumas das oito ocorrências nas duas últimas semanas em voos da United Airlines. Embora ninguém tenha ficado ferido – ou coisa pior –, os incidentes viraram manchete e redobraram a ansiedade das autoridades e dos passageiros em relação à segurança do setor.

Todos aconteceram no espaço aéreo dos EUA, e cinco envolveram aeronaves fabricadas pela Boeing, que já enfrenta questionamentos intensos. Em janeiro, uma das portas tampão do Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines se soltou em pleno voo, forçando o piloto a fazer um pouso de emergência.

A aérea, uma das maiores do mundo, usa aviões fabricados principalmente pela Boeing e pela Airbus. Em um e-mail que começou a enviar aos clientes em 18 de março, o CEO Scott Kirby diz que, embora não estejam relacionadas entre si, as ocorrências recentes são "lembretes da importância da questão da segurança":

– Quero que todos saibam que esses incidentes têm toda a nossa atenção e aguçaram ainda mais nosso foco; cada caso está sendo avaliado cuidadosamente, e pode vir a influenciar nosso esquema de treinamento e os procedimentos de segurança.

Seguem abaixo os problemas enfrentados recentemente pela companhia.

1. O que exatamente ocorreu nos/com os aviões?


A maioria dos casos relatados nas duas últimas semanas exigiu pousos de emergência ou desvios.
  • 4 de março: um Boeing 737-900 que decolou do Aeroporto Intercontinental George Bush, em Houston, teve de retornar e fazer um pouso de emergência depois que um dos motores engoliu uma embalagem plástica, gerando um pequeno foco de incêndio.

  • 7 de março: um Boeing 777 saiu de San Francisco rumo a Osaka, no Japão, e fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Los Angeles depois de perder um dos pneus.

  • 8 de março: um Boeing 737 Max 8 saiu da pista do aeroporto George Bush, em Houston, depois da aterrissagem, e acabou tombando na grama.

  • 8 de março: um Airbus A320 que saiu de San Francisco com destino à Cidade do México foi desviado para Los Angeles porque teve problemas no sistema hidráulico.

  • 9 de março: um Airbus A320 que saiu do Aeroporto Internacional O'Hare, rumo a Salt Lake City, teve de retornar a Chicago por causa de problemas de manutenção.

  • 11 de março: um Boeing 777 na rota de Sydney a San Francisco retornou logo depois da decolagem em decorrência de um vazamento hidráulico.

  • 14 de março: um Airbus A320 que saiu do Aeroporto Internacional Dallas Fort Worth teve um vazamento hidráulico pouco antes de aterrissar no destino final, San Francisco.

  • 14 de março: um Boeing 737-800 que decolou de San Francisco pousou no Aeroporto Internacional Medford, no Vale Rogue, estado do Oregon, depois de perder um painel externo.

2. Esses problemas são considerados normais ou há motivo para preocupação?


Segundo Robert Sumwalt, ex-diretor do Conselho Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB, em inglês) que hoje lidera um novo centro de segurança da aviação na Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, os incidentes não são consequência de problemas sistêmicos:

– Alguns acontecem ocasionalmente, mas não recebem atenção por parte da imprensa. Ainda assim, nenhum é aceitável.

Para Kyra Dempsey, que acompanha acidentes aéreos e escreve para um blog chamado Admiral Cloudberg, os incidentes recentes da United estão sendo "erroneamente confundidos com os problemas da Boeing":

– É falta de sorte da empresa, porque foram vários em um período muito curto, mas ocorrem com frequência no mundo todo e não estão, de forma alguma, se tornando mais frequentes.

3. Qual foi a reação da United?


"Kirby preparou uma mensagem sucinta aos clientes, incluindo os membros do programa de milhagem da companhia, que começou a ser enviada na manhã de 18 de março", informou o porta-voz Josh Freed.

De acordo com a nota, os pilotos da United terão um dia a mais de treinamento presencial a partir de maio. "A alteração já estava prevista antes das últimas ocorrências. A companhia também adotará um currículo focado na capacitação prática dos técnicos em manutenção recém-contratados", informou Kirby.

4. Quais são as agências governamentais que regem essas questões, e como reagiram a elas?


A Administração Federal de Aviação (FAA, em inglês) é responsável pelo sistema nacional e investiga os problemas referentes à segurança das aéreas norte-americanas, enquanto o NTSB cuida das causas dos acidentes, colisões e quedas envolvendo aeronaves das empresas nacionais e também outros acidentes envolvendo operadoras comerciais e de transporte público. De acordo com Sumwalt, as duas agências têm autonomia na condução das investigações.

Segundo seus representantes, atualmente o NTSB está cuidando do incidente de oito de março em Houston, no qual o avião saiu da pista, e de outro, anterior – de dez de fevereiro, ocorrido com um voo da United que saiu de Los Angeles rumo a Newark, Nova Jersey, e sofreu uma turbulência tão forte que acabou ferindo mais de 12 passageiros. (O Boeing 777 aterrissou normalmente, mas foi recepcionado por uma equipe médica.)

Os especialistas dizem que alguns problemas não exigem necessariamente uma investigação por parte de qualquer uma das agências.

– A perda parcial de alguns dos múltiplos sistemas hidráulicos do avião, por exemplo, é bem comum; a FAA só se envolve se o problema virar padrão – afirmou Michael McCormick, professor assistente da Universidade Aeronáutica Embry-Riddle e ex-controlador de voo da FAA.

O episódio de janeiro envolvendo a perda da porta do avião da Alaska Airlines está sendo investigado pela NTSB e pelo Departamento de Justiça.

Via O Globo com informações de Christine Chung do The New York Times

sexta-feira, 22 de março de 2024

Vídeo: Reportagem - Dono de companhia aérea falida é investigado por golpe milionário


Uma empresa de transporte rodoviário fundada na década de 1950, que fez parte da história de muitos brasileiros, foi transformada em um grande grupo que deu origem a uma companhia aérea em plena pandemia da Covid-19. O que ninguém sabia era que um empresário tinha colocado de pé um plano ousado sem nenhum real em caixa. O resultado não poderia ser diferente: 5.670 passageiros tiveram voos cancelados e quase mil funcionários foram lesados. A RECORD teve acesso a uma investigação do Ministério Público de São Paulo que levantou o passado de Sidney Piva de Jesus, o então dono da ITA Transportes Aéreos.

domingo, 17 de março de 2024

A história da transportadora norte-americana Hooters Air, de curta duração

A companhia aérea voou por menos de três anos.

Boeing 737 da Hooters Air (Foto: aeroprints.com/Wikimedia Commons)
Abrindo seu primeiro restaurante em 1983, o Hooters é famoso por suas asas de frango servidas por "Hooters Girls" em seus shorts laranja de marca registrada e tops decotados. O restaurante agora tem mais de 300 locais nos Estados Unidos, bem como filiais adicionais em quase 30 países em todo o mundo. Depois de se afirmar como uma potência no cenário hoteleiro, a marca decidiu usar seu nome para oferecer algo diferente no ar. Esta é a história da Hooters Air, que duraria menos de três anos e se revelaria um empreendimento dispendioso para o seu proprietário.

Uma nova abordagem


O Hooters Air foi um produto do proprietário do Hooters of America, Robert Brooks. Em dezembro de 2002, ele adquiriu a Pace Airlines, uma empresa charter fundada em 1996. Inicialmente, Brooks queria uma nova maneira de aumentar o reconhecimento da marca e tomou o caminho de formar um "outdoor voador" com uma frota de Boeings de fuselagem estreita com o nome Hooters.

(Foto: EMcCutchan/Wikimedia Commons)
A sede da Hooters Air estava situada em Myrtle Beach, Carolina do Sul. No entanto, suas operações de voo, pessoal e bases de manutenção permaneceram baseadas nas instalações da Pace em Winston-Salem. A nova transportadora tinha como objetivo os golfistas embarcarem, que foram recebidos por Hooters Girls que se juntaram aos tripulantes tradicionais na cabine. Curiosamente, as Hooters Girls não tinham permissão para servir comida ou empurrar carrinhos porque não eram certificadas pela FAA.

A transportadora promoveu ofertas de baixo custo, mas com espaço extra para as pernas em meio à disposição dos assentos da Club Class, a experiência do passageiro estava longe de ser econômica. Avgeekery.com observa que o produto a bordo era competitivo, com tarifas fixas de US$ 129 e uma generosa distância entre assentos de 34 polegadas. Além disso, foram servidas refeições e bebidas gratuitas a bordo de voos com duração superior a uma hora.

O mix da frota


Todas as aeronaves do Hooters já haviam sido mantidas pela Pace Airlines, e as unidades foram fornecidas ao projeto esporadicamente durante sua gestão. No total, a Hooters Air operava uma frota totalmente Boeing que consistia em dois 737-200, um 737-400 e um único 757-200. Foram os 737-200 que iniciaram as operações da companhia aérea, com o par de fuselagens chegando em fevereiro e março de 2003. O 757-200 veio em seguida, juntando-se ao grupo em novembro de 2003, e o primeiro 737-300 foi adquirido em maio. 2004, com os outros seguindo em 2005.

(Foto: Enrico Pierobon/Wikimedia Commons)
Voando com o código IATA Y5 da Pace Airlines, os serviços começaram em 6 de março de 2003. A companhia aérea seguiu para vários destinos na Flórida, Nova Jersey, Pensilvânia, Carolina do Sul, Colorado, Geórgia, Illinois, Indiana, Maryland, Nevada, Ohio e Texas. Até voou para o exterior, para Porto Rico e Nassau.

"Colocando a 'diversão' de volta em voar"


A Hooters prometia aos seus passageiros diversão nos céus, um conceito que a diferenciaria da experiência comum de outras companhias aéreas. No entanto, sua abordagem autodescrita como “deliciosamente cafona” não se adaptou tão bem à cabine. Notavelmente, os próprios comissários de bordo encarregados do serviço foram supostamente prejudicados pelo programa Hooters.


Drew Whitelegg compartilhou o seguinte em um livro de 2007 intitulado "Working the Skies: The Fast-Paced, Disorienting World of the Flight Attendant": “Com a ascensão do Hooters Air e outras referências ao “nostálgico comissário de bordo”, os comissários de bordo dos EUA também estão sendo prejudicados no front doméstico. Com suas Hooters Girls desfilando na cabine, enfraquece ainda mais os ganhos obtidos pelos comissários de bordo. Para começar, há ênfase na “diversão”. (…) Na base da empresa em Myrtle Beach, os funcionários usam camisetas que proclamam "Hooters Air. Chegar lá é metade da diversão", com a palavra "metade" riscada. Robert Brooks afirmou não "ter qualquer experiência em companhias aéreas". mas posicionou claramente a companhia aérea como uma alternativa às empresas principais em dificuldades, como a Delta e a United. A implicação aqui é que as companhias aéreas mais antigas e estabelecidas simplesmente não são divertidas o suficiente”.

A Hooters Air suspendeu os serviços em 9 de janeiro de 2006 e, por fim, encerrou as operações em 17 de abril de 2006. Em suma, o aumento dos custos de combustível após o furacão Katrina e o furacão Rita no outono anterior dificultou o acompanhamento da operação. No entanto, a Pace Airlines continuou os serviços gerais de fretamento até parar de voar em setembro de 2009.


O Business Insider observa que, no total, a controladora Hooters of America perdeu US$ 40 milhões com o empreendimento aéreo fracassado. No final das contas, entre o início e o encerramento de suas operações comerciais, a Hooters Air esteve nos céus por pouco menos de três anos. Definitivamente é considerada uma das companhias aéreas mais incomuns da história - outras companhias aéreas que oferecem um conceito único incluem a Smokers Express, que, é claro, era uma companhia aérea amiga dos fumantes, e a The Lord's Airline, que teria aplicado uma política anti-álcool. e exibiu apenas conteúdo religioso em sistemas de entretenimento de bordo.

Com informações de Simple Flying

sábado, 16 de março de 2024

A companhia aérea do "Senhor", a Lord's Airline

Veja por que a companhia aérea religiosa que esperava voar entre os Estados Unidos e Israel nunca decolou.

Um Douglas DC-8 da Lord's Airline estacionado no aeroporto de Miami
(Foto: Guido Allieri via Wikimedia Commons)
Ao longo dos anos, muitos conceitos de companhias aéreas deixaram marcas. Uma dessas transportadoras, The Lord's Airline, usando o slogan "Voe pelos céus celestiais", procurava conectar Miami e Israel. Infelizmente, porém, a companhia aérea nunca conseguiu decolar; vejamos a história da Companhia Aérea do Senhor.

O início


Em 1985, o empresário de Nova Jersey, Ari Marshall, procurou construir uma nova companhia aérea para peregrinações cristãs e judaicas que forneceria fretamentos com tudo incluído entre o Aeroporto Internacional de Miami (MIA) e o Aeroporto Internacional Ben Gurion (TLV) de Tel Aviv, proporcionando um caminho direto para Jerusalém. Marshall acreditava fortemente na criação de uma companhia aérea religiosa para transportar passageiros entre os Estados Unidos e Israel. "Os russos têm sua companhia aérea. Os britânicos têm uma. A Playboy também. Então, por que o Senhor não deveria ter uma companhia aérea própria?", Marshall perguntou à Reuters em 1986.

O Douglas DC-8 da Lord's Airline estacionado sem motores (Foto: JetPix via Wikimedia Commons)
A companhia aérea com sede nos EUA planeava voar três vezes por semana entre a Florida e Israel, e os seus aviões incluiriam características únicas, como uma política de proibição de álcool, bem como Bíblias e Torás em vez de revistas de bordo. Além disso, apenas filmes religiosos seriam exibidos no IFE, cada encosto teria uma placa com os Dez Mandamentos e haveria aulas religiosas para crianças a bordo. Por último, um quarto dos ingressos seria destinado ao trabalho missionário.

Marshall, o fundador cristão da companhia aérea, disse à United Press International em novembro de 1985: "Os aviões terão um tema bíblico, com Bíblias para os cristãos e Torás para os passageiros judeus". Acrescentando que o tema da companhia aérea é uma atmosfera judaico-cristã.

Problemas para preparar


A Lord's Airline precisava de uma aeronave para que o plano de negócios se concretizasse, então eles compraram um único avião DC-8 com o registro N893AF. No entanto, a companhia aérea não conseguiu a aprovação da Administração Federal de Aviação (FAA) para as modificações que pretendia fazer nas aeronaves. Ao mesmo tempo, os investidores da companhia aérea começaram a ficar inquietos com os constantes atrasos do voo inaugural.

Em 1987, ficou claro que a companhia aérea não iria decolar e os investidores ficaram cada vez mais chateados. Isso deu início a uma disputa na imprensa entre Marshall e seu ex-parceiro de negócios, Theodore Lyszczasz, que se referiu a Marshall como um "vigarista profissional". No rescaldo da disputa pública, o sonho de Marshall de criar uma companhia aérea altamente religiosa com sede nos Estados Unidos fracassou quando a companhia aérea faliu.

Mesma rota, nova companhia aérea


Embora a Marshall nunca tenha conseguido lançar voos entre Miami e Tel Aviv, a companhia aérea israelense EL AL opera um serviço direto entre os dois destinos, pois há uma demanda significativa em ambas as direções.

Um Boeing 787 Dreamliner da El Al na chegada ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Israel
(Foto: Mike Fuchslocher/Shutterstock)
Desde novembro de 2017, a EL AL conectou Tel Aviv e Miami e só aumentou sua presença no sul da Flórida depois que a American Airlines encerrou seu serviço entre Miami e Tel Aviv em março de 2023. Em 15 de abril de 2024, a EL AL lançará um serviço duas vezes por semana. serviço entre Tel Aviv e Fort Lauderdale usando um Boeing 787. Essa expansão ocorreu em meio à crescente demanda por voos para Israel devido a uma migração histórica de israelenses-americanos e judeus americanos para a Flórida. O estado tem a terceira maior população judaica dos Estados Unidos, depois de Nova York e Califórnia, em 2020.

Com informações do Simple Flying