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- 18h54 - Missa no Rio. Familiares de passageiros compareceram a missa em homenagem às vítimas do acidente.
- 18h11 - Tubos de Pitot. A agência Associated Press informou ter tido acesso a um memorando interno da Air France informando aos pilotos que a empresa vai trocar os sensores de velocidade em todos os seus Airbus.
- 17h58: 'Teatro'. O cabeleireiro Newton Marinho, irmão de um dos passageiros, disse que as autoridades 'montaram um teatro' para os parentes que viajaram ao Recife.
- 16h58: 'Estaca zero'. Nelson Faria Marinho, pai de um dos passageiros, reclamou da viagem rápida que os familiares fizeram a Recife para acompanhar as buscas do avião. Segundo ele, a falta de informações e o fato de os destroços recolhidos até agora não serem da aeronave deixam as famílias apreensivas.
- 14h19: Novo avião. Uma aeronave francesa passou a integrar a equipe de buscas. Segundo nota divulgada pelos comandos da Marinha e da Aeronáutica, agora 12 aeronaves participam dos trabalhos.
- 13h12: Prudência. O secretário de Estado dos Transportes da França, Dominique Bussereau, lançou novo pedido de prudência em relação aos dados da investigação sobre a queda do Airbus da Air France e disse que a prioridade é a busca das caixas-pretas.
- 12h52: Dados. Agentes da Polícia Federal se reuniram com parentes das vítimas, no hotel onde as famílias estão hospedadas. Segundo o advogado Marco Túlio Moreno, que perdeu os pais, a PF vai começar a coletar informações sobre os passageiros na tarde de sexta.
- 12h48: Investigação. O Ministério Público de Paris anunciou a abertura de um processo de "homicídio culposo" relacionado ao desaparecimento do Airbus. As famílias receberão uma carta para "fornecer a elas todas as informações úteis sobre este procedimento civil".
- 12h20: Barreira. A presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa), Sandra Assali, diz que tentou se encontrar com familiares das vítimas do voo 447 da Air France, nesta sexta, mas teria sido impedida pela Air France.
- 10h07: Dificuldade. A visibilidade na área de buscas pelo voo 447, em Fernando de Noronha, está prejudicada na manhã desta sexta. As aeronaves usadas nos trabalhos de resgate decolaram e foram deslocadas para regiões onde as condições estão melhores.
- 9h11: Mudança de nome. A companhia aérea Air France informou em comunicado que, a partir de domingo, dia 7, o voo AF 447, entre os aeroportos Galeão (Rio de Janeiro) e Charles de Gaule (Paris), receberá a numeração AF 445.
- 9h08: Caixa preta.G1 explica como funcionam as caixas pretas de um avião. Apesar de provavelmente estar em uma área de grande profundidade no oceano, a caixa preta do Airbus da Air France que caiu no Atlântico deve ter sobrevivido ao impacto.
- 8h57: Airbus. A empresa Airbus emitiu um comunicado para seus clientes do A330 (mesmo modelo da aeronave que desapareceu) alertando as tripulações a seguir os procedimentos padrões caso suspeitem que os indicadores de velocidade estejam falhando.
- 8h55: Tempestade.G1 explica como uma tempestade afeta um voo. Isso porque uma forte tempestade sobre o Oceano Atlântico vem sendo apontada pela maioria dos especialistas como a provável razão para o acidente envolvendo o Airbus da Air France.
- 8h45: Emergência.G1 mostra como opera o sistema que permite que avião voe mesmo após pane elétrica. Chamado de “RAT”, ele que gera energia para manter as funções básicas de uma aeronave. Por isso, uma pane do tipo não seria suficiente para causar o acidente.
Rota sobre oceano é apontada como área de mau tempo.
Especialistas analisam possibilidade de tempestade causar acidente.
Uma forte tempestade sobre o Oceano Atlântico vem sendo apontada pela maioria dos especialistas como a provável razão para o acidente envolvendo o Airbus da Air France que partiu do Rio de Janeiro no domingo (31) em direção a Paris e desapareceu com 228 pessoas a bordo. O mau tempo na região, segundo pilotos ouvidos pelo G1, de fato é uma constante, mas não é algo que aumente necessariamente os riscos do voo. A reportagem falou com Jorge Barros, diretor da Nvtec, especialista em segurança de voo, com Newton Claizoni, piloto de jato executivo, e com Hamilton Munhoz, piloto de jato executivo e comercial.
É possível prever as tempestades na rota de um voo?
Imagem de satélite mostra como estava o tempo na noite do acidente
Sim. Antes de decolar, o comandante recebe seu planejamento de voo, chamado navegação, em uma pasta organizada pelo despachante de voo, que mostra o que deve encontrar durante a viagem. Além do aviso da navegação, há uma leitura por códigos de números, que são entendidos pelos comandantes e oferecem uma previsão meteorológica por satélite da região que vai ser cruzada. A aeronáutica mostra a fotografia do satélite e oferece um desenho feito à mão por um meteorologista, que a interpreta e transforma em um código a ser lido pelos pilotos. Isso é feito até 36 horas antes de cada voo. Com esses dados, o comandante pode pedir uma rota diferente, mais segura que a inicialmente prevista. Quando recebe a navegação, o piloto a estuda na cabine e decide como vai executá-la, contestando se achar que há algum problema.
Existe algum alerta maior sobre riscos na região do oceano em que ocorreu o acidente?
Mancha em destaque aponta a tempestade por que o avião passaria na noite do acidente
Essa região é uma zona de instabilidade que na maior parte do tempo apresenta tempo ruim.Todos os pilotos que passam por ela ficam atentos para desviar dos núcleos das tempestades. Alguns chegam a “ziguezaguear” por toda a viagem. Em relação a um tempo especialmente pesado, não há nenhum alerta específico. Há códigos nas previsões que já requerem a atenção dos pilotos, como o TCU, que significa “towering cumulus”, situação anterior à de CB, “cumulus nimbus”, que são as tempestades mais violentas.
Que ferramentas o piloto usa para analisar o tempo durante o voo?
Imagem detalhada da principal tempestade sobre o oceano naquela noite
Ao longo do voo, o comandante acompanha a meteorologia com três ferramentas:
A mais básica é perguntar ao controle de tráfego aéreo através do serviço Volmet, que passa informações atualizadas por rádio, informando o que mudou desde a partida do voo. Esta é a ferramenta mais clássica.
A segunda é falar com a companhia aérea pelo Acars (Automatic Communication Addressing and Reporting System – uma espécie de computador de bordo ligado por satélite), por voz ou por escrito. É um serviço privado, que as companhias têm por satélite. A empresa aérea ajuda a tomar decisões.
Por último vem a ferramenta mais grosseira, que é o radar meteorológico, com um princípio de funcionamento dos anos 1930. Ele mostra na tela do piloto uma imagem vertical, escaneando as nuvens e permitindo interpretar o miolo delas.
As informações a que o piloto tem acesso são exatas?
Vista interna de um avião durante a noite
Essas coisas evoluem muito rapidamente, especialmente em relação ao que é indicado pelos dois sistemas remotos, mas é possível ter uma previsão meia hora antes de se chegar a uma nuvem. O radar meteorológico, por outro lado, não é uma ferramenta muito precisa. É grosseira e pode iludir os comandantes ao não mostrar em profundidade as nuvens que estão além da primeira. Não é a ferramenta ideal.
A aeronave só passa a identificar uma área de tempestade quando está muito perto dela, entre 30 km e 50 km do núcleo, o que significa cerca de 15 minutos de voo até o avião entrar na tempestade. O piloto pode enfrentá-la ou desviar para cima, para baixo ou para os lados.
Como funcionam os radares meteorológicos?
Nuvens espessas chamadas cumulus nimbus formam as tempestades
Eles emitem uma frequência de ondas que é refletida por água. Se houver uma concentração de água adiante, ele reflete, indicando que pode haver uma nuvem. Normalmente, onde há muitas nuvens, há mais turbulência, mas há exceções em que pode haver turbulência sem nuvens ou nuvens sem turbulência. Há radares mais modernos que têm módulos para detectar turbulências a partir da velocidade do vento. Ainda assim, a turbulência não pode ser prevista com tanta segurança. Nos Estados Unidos, há tecnologias que permitem voar com auxílio de imagens de satélite, que podem até funcionar melhor de que radar meteorológico.
O que o piloto deve fazer quando há tempestade em sua rota?
Imagem mostra o tipo de avaria provocada por granizo ao passar por uma tempestade
Ao longo de todo o voo, as condições mudam. Ele tem de ir acompanhando o desenrolar, analisando o gasto real de combustível, a velocidade real, o clima. Ele vai alterando ao longo da viagem o que for necessário. Ele pode mudar o nível de voo, a rota e a velocidade. Ele muda a altitude como recurso para aproveitar melhor os ventos, como se fosse um surfista numa onda. A velocidade varia em função das condições meteorológicas. Se há turbulência, quanto mais lento o avião estiver, melhor (da mesma maneira que ocorre com um carro em uma rua esburacada). Os aviões são projetados para voar em velocidades específicas para penetração em turbulência. Se não é possível reduzir o impacto, reduzir a velocidade já pode ajudar.
Caso encontre condições de tempo severas repentinamente, o próprio comandante pode se desviar das autorizações de voo originais para garantir a segurança da aeronave. Se o comandante vê uma nuvem muito pesada à frente, ele entra em contato com o controle e solicita uma mudança de curso para evitar passar no meio dela. Ele costuma pedir, mas teoricamente pode até tomar a decisão à revelia. Se um piloto julgar que é preciso agir de forma imediata, sem comunicar nada, ele pode.
A altitude tem alguma relação com a turbulência em uma tempestade?
Normalmente, quanto mais alto se voa, melhor a eficiência em relação a combustível. Não tem necessariamente a ver com a velocidade, mas com a possibilidade de fazer o mesmo percurso gastando menos combustível. Como regra geral, quanto mais alto, mais o avião se afasta das nuvens de turbulência. Mas essa regra vale para cerca de 80% dos casos. Às vezes, pode haver uma turbulência maior numa altitude mais alta.
Muitas vezes não é possível passar por cima da maioria das tempestades, pois elas são muito altas, podendo até passar dos 50 mil pés, ficando acima do teto atingido por muitas aeronaves. A ideia de desviar das tempestades é ir contornando-as, tentando ficar a 20 milhas delas. Até porque, ao passar por cima muito próximo a elas, ainda há risco de enfrentar turbulência. Esse conjunto de nuvens, que parece uma nuvem gigante, é chamado de célula. A única alternativa a passar no meio dela é contorná-la, desviando pelo menos dos núcleos. Nem sempre é possível desviar, e aí o que se faz é procurar as áreas menos intensas das nuvens.
Raios e granizo podem ter um efeito mais violento sobre a aeronave?
Um raio, sozinho, não é uma situação de risco para uma aeronave. A estrutura da aeronave é metálica. Nas aeronaves existem cabos que descarregam energia. Então, o raio passa pela aeronave e é descarregado nas nuvens. O raio não provoca danos na aeronave, principalmente nos equipamentos eletrônicos.
Uma pedra de granizo é diferente e pode se tornar um fator de alto risco para um avião. Uma célula de tempestade é como uma bexiga com alta densidade de pressão e com várias pedras dentro, e o avião passando dentro disso. É basicamente essa a situação que um piloto enfrenta: camadas de granizo, em alta velocidade, vindo de encontro à aeronave. Normalmente, o piloto consegue desviar, porque o radar meteorológico detecta.
Os centros de controle devem alertar para nova formação de tempestade na rota da aeronave?
O interesse do controle de tráfego aéreo é especialmente evitar que dois aviões colidam entre si. Não cabe ao controle de tráfego aéreo separar os aviões nem de situações de tempo ruim nem de possíveis choques com montanhas. O comandante é quem tem essas e outras preocupações. Nos EUA, já há equipamentos melhores e radares que desviam os aviões das nuvens. Na maioria dos centros de controle no Brasil, esses equipamentos ainda não estão disponíveis.
É preciso desviar sempre? Qual o risco de entrar em um núcleo de tempestade?
Entrar no núcleo da tempestade não é necessariamente fatal, mas é desaconselhável porque, na verdade, não se conhece o risco real de estar dentro deste núcleo. Não se conseguiu estudar estes núcleos quanto a sua gravidade real. Na dúvida, recomenda-se que o comandante se afaste deles. Todas essas nuvens muito saturadas apresentam as três ameaças ao mesmo tempo: raio, granizo e turbulência (massas de ar forte). Na fotografia do dia do acidente, chama a atenção a magnitude do tempo ruim.
Tempo ruim é uma constante, mas, no dia do acidente, ele era péssimo, com nuvens em uma altura de até 50 mil pés, não permitindo passar por cima delas. Na hora em que o avião entra em uma nuvem muito carregada, começa a receber um tiroteio de granizo, a chacoalhar de forma violenta e ser alvo de rajadas de raio. A chance de algo deixar de funcionar nessa situação é muito grande. Isso tudo poderia ter sido evitado se ele tivesse desviado do núcleo da nuvem.
O que faz um piloto preferir não desviar?
Desviar gera prejuízo financeiro para a empresa aérea, e é difícil entender a relação colaborativa entre a empresa e suas tripulações. Se a tripulação diz que precisa fazer um desvio de 90 graus, qual a postura da empresa em relação ao combustível a mais que ele vai gastar para isso? É uma decisão da tripulação, ele não precisa consultar a empresa na hora de decidir, mas ele tem que se entender com a empresa depois. É um problema clássico do mundo da aviação e envolve uma decisão humana.
O piloto pode ver que há uma tempestade à frente, mas achar que é normal, que dá para passar por ela. Um outro comandante, em seguida, pode interpretar de forma diferente e desviar sua rota. É uma decisão individual. A praxe é que o comandante tome a decisão discutindo isso com sua tripulação. É uma gangorra permanente. A empresa tem que treinar os comandantes sobre a percepção intuitiva e a tomada de decisões.
Segundo o serviço meteorológico AccuWeather, entretanto, o avião da Air France que desapareceu quando voava sobre o Atlântico enfrentou "tempestades muito intensas" que não poderiam ser evitadas.
Fonte: Daniel Buarque e Glauco Araújo (G1) - Imagens: Reprodução/TV Globo - Clique nas imagens para ampliá-las
Um memorando enviado hoje (5) pela Air France aos seus pilotos informou que a empresa aérea está substituindo os sensores de velocidade de todos os seus jatos da Airbus de média e longa autonomia de voo e terminará o trabalho "nas próximas semanas". A companhia não quis comentar o memorando, justificando que o documento é apenas para os pilotos.
Já a Airbus disse que o assunto faz parte da investigação sobre o desaparecimento do Airbus 330 que fazia o voo AF 447 de Rio à Paris com 228 pessoas a bordo, no domingo. O Escritório de Investigações e Análises, que concentra as investigações francesas sobre o acidente, disse que responderá todas as questões em entrevista coletiva amanhã.
A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou material mostrando a evolução das buscas do Airbus A330, da Air France; a imagem mostra a região do oceano Atlântico sob responsabilidade do Brasil (em azul) e a área do Cindacta 3 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), de Recife
No dia 1 de junho (segunda-feira) a região de busca corresponde à área dentro dos quadriláteros em verde
No dia 2 de junho (terça-feira) a região de busca corresponde à área dentro dos quadriláteros em verde; na imagem, estão indicados os destroços que foram localizados
No dia 3 de junho (quarta-feira) a região de busca corresponde à área dentro dos quadriláteros em verde; na imagem, estão indicados os destroços que foram localizados
No dia 4 de junho (quinta-feira) a região de busca corresponde à área dentro dos quadriláteros e do círculo em verde; na imagem, estão indicados os destroços que foram localizados; neste dia foram encontrados objetos que não pertenciam ao Airbus, como o pallet de madeira
Hoje, no dia 5 de junho (sexta-feira) a região de busca corresponde à área dentro dos quadriláteros e do círculo em verde; na imagem, estão indicados os destroços que foram localizados
Imagem mostra as aeronaves utilizadas pela FAB nas buscas pelos destroços do Airbus A330 da Air France - Imagem: FAB/Divulgação
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Avião Hércules da FAB usado nas buscas pelos destroços é visto estacionado em Recife (PE) - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Tripulantes de avião-radar francês retornam à base militar em Dakar, no Senegal - Foto: AP
Aeronave da Marinha francesa chega à base militar em Natal após participar de operações de buscas - Foto: AP
Helicóptero da FAB parte de Fernando de Noronha para fazer buscas na área onde destroços foram encontrados - Foto: Reuters
Aeronave da Força Aérea Brasileira chega à base militar de Natal após operações de busca ao avião da Air France - Foto: AP
Avião manobra no aeroporto de Fernando de Noronha - Foto: FAB/Divulgação
Aeronave da FAB se prepara para decolar em Fernando de Noronha - Foto: FAB/Divulgação
Helicóptero da FAB deixa base aérea de Natal (RN) para ajudar nas buscas por destroços - Foto: AP
Militares franceses desembarcam de avião de monitoramento por radares após realizarem buscas no Oceano Atlântico, em Dakar (Senegal) - Foto: Reuters
Avião da FAB se prepara para decolar em Fernando de Noronha - Foto: AFP
Avião R99 da Força Aérea Brasileira (FAB) decola de aeroporto em Fernando de Noronha para auxiliar na busca pelos destroços do vôo AF 447 da Air France - Foto: AFP
Avião militar francês que ajudará na busca pelas caixas pretas chega ao aeroporto de Dacar - Foto: EFE
Aeronave Hércules C-130 da FAB, com imagens dos destroços do airbus da Air France, desce na base aérea de Natal - Foto: Jr Santos/Tribuna do Norte/Especial para Terra
Dois pilotos revisam aeronave R-99 da FAB em Fernando de Noronha. O avião possui um radar e um sensor infravermelho para captar objetos no mar e medir diferenças de temperatura - Foto: EFE
Helicóptero da FAB que fazia buscas na costa brasileira se prepara para descer em Fernando de Noronha - Foto: AP
Aeronave francesa se prepara para deixar a base aérea de Dakar (Senegal) para ajudar nas buscas pelos destroços do vôo AF 447- Foto: AP
Helicóptero da FAB chega a base militar de Natal (RN) para ajudar nas buscas aos destroços - Foto: Reuters
Avião militar francês chega a base de Natal (RN) para ajudar nas buscas pelos destroços do vôo AF 447 - Foto: Reuters
Avião da FAB se prepara para decolar no aeroporto de Fernando de Noronha para participar das buscas pela aeronave desaparecida - Foto: AFP
Imagem de arquivo mostra Embraer E-99 da FAB equipado com radares, semelhante ao usado nas buscas pelos destroços - Foto: AFP
Apesar de provavelmente estar em uma área de grande profundidade no oceano, a caixa-preta do Airbus da Air France que caiu no Atlântico deve ter sobrevivido ao impacto e ter seus dados intactos. O dispositivo é feito para suportar a pressão de até seis quilômetros de profundidade.
Mesmo no caso de uma pane elétrica, a caixa preta continuaria registrando dados. “A caixa-preta tem uma bateria própria, que é acionada quando ela se solta do avião ou quando ele apresenta uma pane elétrica. Assim ela continua registrando dados até o momento de um eventual impacto”, explica o professor de engenharia aeronáutica da USP Fernando Catalano.
O que chamamos de “caixa-preta”, na verdade, são duas caixas separadas de cor laranja. Em uma ficam gravados os dados do voo, como altitude e velocidade. Na outra, ficam registradas as comunicações feitas no cockpit.
Os dados são gravados em múltiplas cópias em chips, guardados em um cilindro de aço ou titânio. Para minimizar o impacto, eles são protegidos por borracha de silicone. Para proteger as informações são colocados isolantes térmicos e contra água.
“A caixa-preta é muito resistente. Ela aguenta altas temperaturas, um forte impacto, pode ficar submersa e seus dados continuarão intactos”, diz Catalano.
Depois do impacto, o dispositivo é programado para emitir um sinal para que possa ser localizado por até 30 dias. O sinal do avião da Air France ainda não foi encontrado.
Para o professor, seria difícil construir uma caixa-preta tão resistente e capaz de flutuar. “Ela é muito pesada”, afirma. Além disso, se ela flutuasse, seria levada pelas correntes marítimas - dificultando sua localização.
Mancha de óleo foi deixada no mar após o acidente com o avião da Air France
O Tribunal de Paris anunciou nesta sexta-feira a abertura de uma investigação por "homicídio involuntário" em relação ao desaparecimento do avião da Air France que fazia o trajeto Rio de Janeiro-Paris com 228 pessoas a bordo.
"A investigação não é contra ninguém em particular", afirmou o tribunal em comunicado, no qual informa que a juíza instrutora será Sylvie Zimmerman.
A corte informou ainda que a Promotoria de Paris enviou uma carta a cada família das vítimas para notificar sobre o procedimento penal e informar da designação de associações de ajuda aos afetados.
Além disso, comunicou a abertura do correspondente processo civil no Tribunal de Grande Instância da capital francesa.
O brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Aeronáutica, afirmou nesta manhã em Recife (PE) que é cada vez mais remota a possibilidade de encontrar algum sobrevivente do voo AF 447 da Air France, que desapareceu durante o trajeto Rio-Paris na noite do último domingo (31) com 228 pessoas a bordo. "Hoje já fica muito pouco provável encontrar vítimas", disse.
Hoje, em comunicado, a Air France informou que a partir de domingo, 7 de junho de 2009, o voo AF 447, entre os aeroportos Galeão (Rio de Janeiro) e Charles de Gaulle (Paris), receberá a numeração AF 445. O voo AF 444 entre Paris e Rio de Janeiro mantém a numeração.
Segundo Cardoso, os destroços recolhidos ontem pelos navios serão trazidos hoje para Fernando de Noronha. O material que não for do Airbus da Air France será analisado e descartado. "Foram localizadas uma mancha de querosene, uma poltrona, alguns pedaços da aeronave, fiação e peças da parte interna da aeronave".
De acordo com o brigadeiro, a "meteorologia da área (de busca) está bastante prejudicada", mas mesmo assim os aviões de busca estão no local. "Temos hoje mais cinco áreas previstas para serem feitas as buscas".
O brigadeiro afirmou ainda que 13 parentes dos passageiros estão em Recife para entender melhor a operação de resgate e conhecer a aeronave que faz as buscas no oceano Atlântico, mas negou que os familiares vão para Fernando de Noronha e que irão acompanhar as buscas. "Nós trazemos o piloto para conversar com os familiares, mas eles não vão pra Fernando de Noronha". "É um missão complexa, que dura várias horas, seria desgastante (para os familiares)", acrescentou.
Os 13 parentes foram recebidos por Cardoso e pelo comandante do 3º Distrito Naval, almirante Edison Lawrence Mariath Dantas. "Responderemos a qualquer pergunta para que não fique nenhuma dúvida", comentou Cardoso.
Cardoso disse que não sabe a localização exata dos três navios da Marinha que estão no local e reafirmou que o Brasil não irá trabalhar na "busca dos motivos que possam ter sido a causa do acidente".
Ontem (3), ao confirmar que o Comando da Aeronáutica havia convidado os parentes que quisessem conhecer a sede do órgão onde está concentrada a coordenação das buscas a corpos e a destroços do Airbus A330, Cardoso explicou que a visita seria breve, mas serviria para que os interessados conhecessem detalhes do trabalho dos militares.
"Isso serviria também para que eles tomassem conhecimento das dificuldades do nosso trabalho. Todos querem respostas que não podemos dar devido às dificuldades inerentes a uma busca no mar", disse Cardoso.
O grupo de familiares partiu da Base Aérea do Rio de Janeiro por volta das 7h de hoje (5) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A previsão é de que a reunião com as autoridades militares presentes ao Cindacta 3 termine perto da hora do almoço. Após o encontro, os familiares retornarão ao Rio de Janeiro, onde participarão de missa em homenagem aos passageiros e tripulantes do voo AF 447.
A presidente da Abrapavaa (Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos), Sandra Assali, chegou nesta manhã ao hotel Windsor, onde se encontram os familiares dos passageiros do voo AF 447, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Sandra pretende dar apoio e algumas orientações às famílias. "Eles têm todo o direito de estarem cheios de esperanças. Não foi encontrado absolutamente nada", afirmou a presidente da associação.
Velocidades incoerentes
Em um comunicado à imprensa, o Centro de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês) afirmou que é possível estabelecer, "a partir da avaliação das mensagens automáticas transmitidas pelo avião, uma incoerência das diferentes velocidades medidas".
A aeronave possui diferentes aparelhos para mensurar a velocidade, e os investigadores disseram que havia "uma incoerência entre essas velocidades".
Ainda segundo o comunicado, a investigação permite confirmar que o avião voava em uma zona de forte tempestade no momento em que teria ocorrido o acidente.
A nota diz que "esses são os únicos elementos estabelecidos" e pede que se evitem "todas as interpretações apressada ou especulação". Nos últimos dias, as autoridades francesas têm pedido "cautela" na divulgação de informações sobre o acidente.
Nos últimos cinco dias, desde que as buscas pelo Airbus tiveram início na costa brasileira, a aproximadamente 650 km ao norte de Fernando de Noronha, 11 aeronaves da FAB já sobrevoaram uma área de 185.349 km², o equivalente ao território do Estado do Acre, em busca de sobreviventes, corpos e destroços.
Comunicado foi emitido pela empresa na manhã desta sexta-feira (5).
Buscas por aeronave continuam.
A companhia aérea Air France informou em comunicado nesta sexta-feira (5) que a partir de domingo, dia 7, o voo AF 447, entre os aeroportos Galeão (Rio de Janeiro) e Charles de Gaule (Paris), receberá a numeração AF 445. O acidente com a aeronave que fazia essa rota no último domingo permanece sem esclarecimento. O Airbus desapareceu sobre o oceano com 228 pessoas a bordo.
Segundo a empresa, o voo AF 444 entre Paris e Rio de Janeiro irá continuar com a mesma numeração.
A empresa Airbus avisou para seus clientes do A330 (mesmo modelo da aeronave que desapareceu) para que alertassem as tripulações a seguir os procedimentos padrões caso suspeitem que os indicadores de velocidade estejam falhando.
A Aeronáutica informou que, nesta quinta-feira, aviões militares completaram a busca pelos destroços e vítimas do vôo 447 da Air France em uma cobertura de 185.349 km², uma área equivalente ao território do Estado do Acre. Não houve resultados pelo quarto dia seguido, após as autoridades constatarem que os primeiros materiais retirados do Atlântico não pertencem à aeronave
Ao longo do dia, aeronaves continuaram avistando vestígios isolados nas áreas de busca, tais como manchas de óleo e bóias. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), as buscas seguirão a mesma conduta adotada nos dias anteriores, sendo que três navios da Marinha do Brasil estão na área das buscas em condições de resgatar eventuais destroços localizados.
Um suporte utilizado no transporte de cargas (pallet) de 2,5 m² e duas bóias, que se pensava que fossem do avião acidentado, foram os primeiros materiais recuperados pela Marinha brasileira em uma extensa área do Atlântico. Mas a análise do material coletado pela fragata Constituição na manhã de hoje demonstrou que os destroços não pertenciam ao vôo AF 447.
"O pallet que foi achado não fazia parte da aeronave", disse o brigadeiro-general Ramón Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo ele, o suporte achado é de madeira e os usados em aviões costumam ser de alumínio por ser um metal leve. "Até o momento, nenhum pedaço da aeronave foi recuperado", afirmou o militar, que disse ainda que os aviões da FAB detectaram restos do avião flutuando no mar, mas até agora nenhum deles pôde ser recolhido por navios porque as correntes marinhas os arrastam por quilômetros.
Nem a FAB, que varre desde a segunda-feira a região onde se acredita ter acontecido o acidente, nem a Marinha, que enviou cinco navios à área, encontraram sobreviventes, corpos ou pertences de passageiros e tripulantes.
"Estamos com mais de 100 horas desde o acidente e cada vez é mais remota essa possibilidade" de encontrar sobreviventes, disse o oficial, que acrescentou que amanhã tentarão recolher do mar alguns dos pedaços do avião avistados nos três últimos dias.
A Marinha do Brasil informa que a Fragata “Constituição”, realizando buscas ao avião Air France AF 447, recebeu informações das aeronaves da FAB sobre o avistamento, às 11:40 desta manhã, de um objeto a cerca de 500 km do Arquipélago de Fernando de Noronha. O helicóptero LYNX da Fragata recolheu um estrado de madeira de dimensões 1,20 x 0,80 x 0,15 cm, sem nenhuma identificação. Não é possível afirmar que o estrado encontrado pertence à aeronave da Air France.
A 80 km do local do recolhimento a Fragata avistou uma mancha de óleo no mar. O Navio recolheu amostras deste óleo para posterior análise.
Não é possível, até o momento, afirmar que o estrado de madeira e o óleo encontrados pertencem ao avião da Air France.
As condições metereológicas na área de busca:
- céu meio encoberto; - vento NE com intensidade de 6 nos; - visibilidade 8 a 10 mn; - temperatura do ar 28ºC ; - estado do mar 2 (ondas de 0,5 a 1 metro); - temperatura da água do mar 28ºC; e - corrente NE com 0,8 nós.
Segundo ele, prioridade era encontrar sobreviventes ou corpos.
Equipes vão focar a atenção no recolhimento dos destroços
O tenente-brigadeiro Ramon Cardoso afirmou nesta quinta-feira (4), no Recife, que as equipes vão focar a atenção no recolhimento dos destroços a partir de sexta-feira (5). Segundo ele, a prioridade até o momento era encontrar sobreviventes e corpos.
O Airbus da Air France partiu do Rio de Janeiro no domingo (31) em direção a Paris e desapareceu sobre o oceano. A aeronave levava 228 pessoas a bordo.
"A probabilidade de encontrar destroços é a mesma, porque sempre estamos fazendo o avistamento de destroços. No início, nós estávamos deixando que os destroços passassem, porque estávamos mais interessados em tentar descobrir sobreviventes ou corpos", afirmou Cardoso, que ressaltou que a cada minuto diminui a possibilidade de corpos serem encontrados por causa do tempo que passou após o acidente.
"Agora, nós vamos dar uma atenção maior para o recolhimento desses destroços. A partir de amanhã, vamos poder divulgar um pouco mais sobre o que nós encontrarmos, porque já estamos com todos os meios na área para fazer a coleta", afirma.
De acordo com Cardoso, muitos objetos que não fazem parte da aeronave foram recolhidos. Entre eles está um suporte utilizado para acomodação de cargas em aviões, chamado de pallet.
"Confirmamos que o pallet que foi encontrado não fazia parte dos destroços da aeronave. Era um pallet que estava na região, muito mais considerado para nós como um lixo, mas temos que tratar. Qualquer objeto que nós encontrarmos, nós vamos fazer o recolhimento, depois fazer a análise e descartar aqueles que não façam parte da aeronave", disse o brigadeiro.
Mesmo não pertencendo ao avião, o material será levado para Fernando de Noronha e Recife, após análise, será descartado. "Não é possível coletar o material, mesmo que seja lixo, e jogar de volta ao mar. O material vai para a terra e descartado por não fazer parte da investigação."
"Nenhum material do avião foi recolhido", afirmou Cardoso. "O que nós vimos foram materiais pertencentes a uma aeronave que foram deixados por causa da prioridade de busca de corpos, mas até o momento nenhum pedaço da aeronave foi recuperado."
Cardoso explicou que a mancha de óleo avistada no mar não pertence a um avião, porque é uma quantidade muito pequena. "A maior probabilidade é que seja óleo de navio".
No caso do combustível, a probabilidade é que seja do avião, pois a substância encontrada não é usada em barcos.