terça-feira, 17 de abril de 2012

Ave entra em motor e aeronave é obrigada a retornar a aeroporto em Foz do Iguaçu (PR)

Neste domingo (15), um avião da empresa aérea Webjet, que decolou do aeroporto de Foz do Iguaçu precisou voltar ao terminal aéreo, logo após a decolagem. O voo ia em direção à Guarulhos, São Paulo, precisando voltar ao Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. Segundo informações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), uma ave teria entrado na turbina da aeronave.

Embora não tenha sido registrado nenhum dano maior ou feridos, o avião permaneceu na pista do terminal aéreo até o final da tarde para análise do motor. Passageiros informaram que meia hora após a decolagem, o comandante avisou a tripulação que seria preciso retornar à fronteira. Como não tinha autorização para retornar e pousar, o avião precisou sobrevoar a região por mais uma hora. Sem saber o que estava ocorrendo, e com o forte cheiro de queimado, muitos passageiros entraram em pânico.

Em nota, a Webjet confirmou que uma ave tenha entrado nos motores da aeronave e escalereceu que em medida de segurança o avião retornou imediatamente para o mesmo aeroporto. O pouso ocorreu sem registro de problemas, e todos os clientes que seguiam para São Paulo (Guarulhos) foram atendidos pela companhia, sendo acomodados em outros voos.


Fonte: Bem Paraná com Portal Banda B

Batalha nos ares

Que saudades quando os problemas de acomodação em um voo se resumiam a uma poltrona não reclinar ou ter que sentar-se no meio. Hoje, pela falta de espaço, cada vez que um passageiro reclina, a tampa do laptop é fechada e os joelhos atropelados. Por essa e outras, a briga entre viajantes e companhias aéreas por mais lugar dentro dos aviões está deixando de ser um drama para se tornar comédia.

O problema é que os atores involuntários desse filme são não só joelhos, mas também cotovelos, cabeças e colunas vertebrais.

Tudo começou com a busca pelas empresas aéreas por uma nova equação para encaixar mais gente em menos área nas aeronaves. Inventaram, então, mais poltronas por fileira. Para tristeza das pernas, o espaço no sentido horizontal foi reduzido, e, como má notícia aos gordinhos, a largura dos assentos diminuído. Como é impossível colocar dois corpos no mesmo espaço, foi preciso minimizar a inclinação e a espessura das poltronas.

Esgotada a capacidade de baixar custos, as aéreas foram atrás de outras fontes de renda. Resolveram taxar, entre outros, as refeições, até chegar às malas despachadas. Essa é uma tendência que veio para ficar, pois representou, só em 2011, um reforço de caixa de US$ 32,5 bilhões por ano, segundo a Amadeus.

A reação dos passageiros não tardou. Fugindo da cobrança, carregados de malas e pertences cada vez maiores, o embarque nos aviões de hoje lembra uma corrida de cavalos para apostar quem chega à frente para ocupar os compartimentos sobre os as poltronas, não projetados para tanto volume. Houve um aumento de 87% no número de passageiros que trazem para dentro do avião as bagagens nos últimos anos, de acordo com a United Continental.

Além da irritação, sobrecarga da tripulação e atrasos nos voos, o viajante de negócios, principal cliente, passou a selecionar aeronaves que permitissem mais bagagem pessoal a bordo. Diante disso, as principais companhias aéreas norte-americanas resolveram ampliar o espaço dos compartimentos. Além disso, a Boeing passou a projetar interiores com mais lugar para esse fim. O que faltou foi bom senso. "Era só não cobrar a primeira mala despachada que as pessoas deixariam de trazer tanta coisa para dentro do avião", comenta com razão Robeli Libero, ex-presidente da IBM para a América Latina.


As ações tomadas pelas companhias áreas geraram outros efeitos colaterais. Com o encolhimento do espaço entre o passageiro da frente e o de trás, acabou-se o lugar para os joelhos, situação ainda mais dramática quando a poltrona da frente é inclinada. Para se defender das pancadas não anunciadas de maneira questionável, surgiu um apetrecho com o nome de "defensor de joelhos". Vendido por US$ 20 (GadgetDuck.com), ele fica preso à mesa de refeições e impede ao passageiro da frente reclinar a poltrona.

Quem não quiser adotar recurso tão extremo terá que conviver com voos de longo alcance como os Boeing 777-300 da TAM, em que, cada vez que o vizinho da janela for ao banheiro, uma fileira inteira de passageiros é despertada para se levantar.

Fonte: Fabio Steinberg (dcomercio.com.br) - Foto: Juca Varella/Folhapress

Discovery aterrissa depois de voo final com destino a museu

O ônibus espacial americano Discovery aterrissou sem problemas nasta terça-feira no Aeropoerto Internacional Dulles (Virginia), perto de Washington, depois de seu último voo sobre um avião da Nasa para ser levado para um museu, seu destino final.

"Aterrisse, Discovery!", ordenou a Nasa quando o ônibus, que realizou 39 missões no espaço e fo retirado formalmente de circulação no ano passado, tocou em terra e começou a percorrer a pista depois de um bem sucedido voo sobre um Boeing 747 vindo de Cabo Cañaveral, Flórida.

Uma multidão ovacionou e aplaudiu a chegada do ônibus que voou pela primeira vez em 1984, enquanto este sobrevoava em círculos a capital americana, antes de aterrissar no aeroporto local.


Fonte: AFP via R7

Laser atrapalha piloto quando aterrissava no aeroporto de Uberaba (MG)


Piloto de avião da Trip Linhas Aéreas que vinha de Belo Horizonte para Uberaba no domingo, dia 15, quase precisou arremeter quando chegava ao aeroporto local devido a um raio laser que atingiu a cabine da aeronave. Ele havia partido de Belo Horizonte às 21h30 e fazia linha regular para Uberaba, trazendo 40 passageiros, quando aconteceu o incidente.

O feixe, que partia das imediações do aeroporto, chegou a atrapalhar a visão do piloto por alguns instantes. O fato foi comunicado à torre, que acionou a Polícia Militar, mas no local de origem do raio ninguém foi localizado.

As investigações já começaram por parte das autoridades. Segundo a Polícia Militar, o fato aconteceu por volta de 23h, quando o avião, que estava chegando à cidade, já se preparava para a manobra de pouso.

Fonte: Aloísio Cândido (jmonline.com.br) - Imagem ilustrativa via nvtspotting.blogspot.com

EUA absolvem os pilotos do Legacy que se chocou com avião da Gol em 2006

As autoridades americanas se recusam a punir os pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, responsáveis pelo jato Legacy que se chocou com um avião da Gol que sobrevoava Mato Grosso, em setembro de 2006, causando a morte de 154 pessoas. O argumento é que, pela legislação do país, o processo já prescreveu. A alegação, divulgada ontem, foi feita na última quinta-feira, por meio de carta-resposta enviada pela Administração Federal de Aviação (Federal Aviation Administration, FAA) à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para cassar o brevê dos pilotos, que voam normalmente em território norte-americano. Durante o voo que causou o acidente, eles não acionaram o sistema anticolisão e estavam com o transponder desligado — o equipamento informa a posição às outras aeronaves.

De acordo com a assessoria de imprensa da Anac, o governo brasileiro analisará o material e, em 60 dias, tomará medidas cabíveis. Até o momento, a FAA tem respondido às decisões judiciais e paga multas estipuladas, mas, desde 2010, mostra-se resistente em proibir que Lepore e Paladino exerçam a profissão. No espaço aéreo brasileiro, no entanto, eles não podem mais voar.

Segundo a diretora da Associação dos Familiares e Amigos do Voo Gol 1907 e viúva de uma das vítimas, Rosane Gutjahr, a entidade continuará lutando pela punição dos pilotos. "Eles foram considerados culpados. Existe um acordo entre o Brasil e os EUA e nós precisamos ver eles seguirem nossa decisão. Não podem simplesmente chegar aqui, voar, causar um acidente que acabou com milhares de sonhos e continuarem a voar como se nada tivesse ocorrido. Insistimos para que os brevês sejam cassados. Não podemos continuar aceitando que a FAA continue nos enrolando."

No início deste ano, o processo foi julgado em segunda instância e os três autos de infração emitidos — dois contra os pilotos e um contra a empresa de táxi aéreo ExcelAire, responsável pelo jato no Brasil — foram mantidos. Lepore e Paladino foram atuados em R$ 3,5 mil e a empresa, em R$ 7 mil. Em fevereiro, todos foram autuados novamente, dessa vez pela Junta de Julgamento da Aeronáutica, que os acusou de descumprir a legislação de tráfego aéreo no país por, entre outros problemas, terem preenchido de forma incorreta o plano de voo e pelo desligamento do transponder. O valor da pena, no entanto, só será divulgado após o julgamento da ação.

Além desse processo administrativo, os pilotos respondem criminalmente pela ação na 3ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. A ação, que se iniciou no Ministério Público. Segundo Rosane Gutjahr, a intenção do TRF é de repetir a decisão da Anac de exigir a cassação dos brevês e pedir para que a punição em prestação de serviços seja revertida em prisão. A expectativa dos familiares e dos amigos das vítimas é de que o veredito saia entre maio e junho.

Apesar de os pilotos terem sido considerados culpados pelo acidente, a condenação respingou em cinco controladores de voo. O Ministério Público Militar considerou que eles teriam agido com imperícia durante a execução das funções por não terem tomado medidas necessárias para evitar a colisão.

Fonte: Correio Braziliense via diariodoturismo.com.br

Boeing faz primeiro voo com combustível de óleo de cozinha

Avião voou de Everett, nos Estados Unidos, a Tóquio com redução na emissão de CO2


A fabricante norte-americana de aviões Boeing e a companhia aérea japonesa All Nippon Airways (ANA) fizeram história nesta terça-feira (17) ao realizar o primeiro voo com combustível baseado principalmente em óleo de cozinha usado.

O modelo 787 Dreamliner combina eficiência de combustível e sustentabilidade com a redução das emissões de carbono.

O voo inaugural saiu de Everett, em Washington (EUA), e chegou a Tóquio, no Japão. No trajeto, foram reduzidas aproximadamente 30% das emissões de gás carbônico se comparado com um avião do mesmo porte movido a combustíveis fósseis.

Fonte: R7 - Foto: Divulgação/Boeing

Avião da Virgin Atlantic faz pouso de emergência em Londres


Um problema técnico obrigou o Airbus A330-343X, prefixo G-VSXY, da Virgin Atlantic, que realizava o voo VS-27, do Aeroporto Gatwick, em Londres, para Orlando, na Flórida (EUA), com 312 pessoas a bordo (299 passageiros e 13 tripulantes), dar meia volta e aterrissar de emergência no aeroporto de Gatwick. Quatro pessoas sofreram ferimentos leves, segundo a companhia.


Fonte: Fontes: AFP / Aviation Herald - Foto: AP

Avião da Delta Airlines realiza pouso de emergência em Dublin


Um avião da companhia Delta Airlines procedente de Istambul fez um pouso de emergência no aeroporto de Dublin nesta segunda-feira, depois que o piloto assinalou a presença de um objeto suspeito, mas a polícia não encontrou nada a bordo, informaram as autoridades.

A aeronave, o Boeing 767-332(ER), prefixo N189DN, que decolou de Istambul, se dirigia ao aeroporto de JFK em Nova York (voo DL-73), com mais de 200 passageiros e tripulantes a bordo quando o piloto pediu autorização para aterrissar na capital irlandesa depois de ter encontrado algo suspeito a bordo, indicou a Dublin Airport Authority (DAA).


Quando aterrissou, foi recebido por bombeiros e escoltado para um local afastado dos terminais (foto de arquivo, acima).

"Todos os passageiros permaneceram a bordo. A polícia entrou no avião e falou com o piloto", acrescentou o porta-voz. "A ameaça foi descartada", disse ainda.

Fontes: AFP / Aviation Herald - Fotos via Daily Mail

Relatório: piloto da Air Canada confundiu Vênus com avião

Um piloto sonolento da Air Canada confundiu o planeta Vênus com um avião, fazendo o Boeing comandado por ele mergulhar na direção do mar para evitar uma colisão imaginária, segundo um relatório oficial divulgado nesta segunda-feira. 

O incidente aconteceu em janeiro de 2011 e deixou 16 passageiros e tripulantes feridos. Na ocasião, o Boeing 767-36N/ER, prefixo C-GHLQ / 658, da empresa canadense voava de Toronto para Zurique, na Suíça, com 95 passageiros e 8 tripulantes a bordo.


O piloto fez a manobra para desviar de um avião norte-americano que ele erroneamente pensou que estava na rota de colisão de sua aeronave. "Sob os efeitos de uma significativa inércia do sono (quando o desempenho e a consciência da situação são degradadas imediatamente após o despertar), o primeiro oficial percebeu a aeronave que vinha na direção contrária como estando em rota de colisão, e começou a descer para evitá-la", disse o relatório do Departamento de Segurança dos Transportes do Canadá. "Essa ocorrência salienta o desafio de administrar a fadiga na cabine de voo", afirmou o investigador Jon Lee.

O relatório diz que o piloto havia acabado de acordar de um longo cochilo e, desorientado, soube do comandante que um avião cargueiro dos Estados Unidos estava vindo na direção do Boeing. "O primeiro oficial inicialmente confundiu o planeta Vênus com um avião, mas o capitão o orientou novamente que o alvo estava na posição 12h (bem em frente) e mil pés (305 m) abaixo", disse o relatório.

"Quando o primeiro oficial viu a aeronave em direção contrária, interpretou sua posição como estando acima e descendo na direção deles. O primeiro oficial reagiu a essa percebida colisão iminente empurrando a coluna de controle", continuou o relatório. O avião desceu cerca de 400 pés antes que o capitão voltasse a puxar o manche. Os passageiros e tripulantes que se feriram na manobra estavam sem cinto de segurança, desrespeitando o aviso luminoso.

O tripulante envolvido no caso tinha filhos pequenos e não conseguia dormir direito em casa. Ele havia cochilado durante 75 minutos, em vez dos 40 estabelecidos como máximo pelos regulamentos da companhia. Isso significa que ele adormeceu profundamente e acordou desorientado. A Air Canada afirmou que depois do incidente orientou os pilotos sobre os limites para os cochilos e para que fiquem atentos a sinais de fadiga. Um formulário especial para que os pilotos relatem seu cansaço começará a ser usado em meados deste ano.

A Associação de Pilotos da Air Canada disse que o caso mostra a necessidade de limitar a jornada de trabalho nos voos noturnos, que hoje pode chegar a até 14 horas.

Fontes: Reuters via Terra / Aviation Herald - Imagem: Reprodução

MAIS

Problema com avião interdita pista de aeroporto em Fortaleza

Avião de pequeno porte apresentou falhas no trem de pouso, diz Infraero.


Passageiros reclamaram de atraso dos voos.


Um problema com um avião de pequeno porte interditou a pista do aeroporto internacional Pinto Martins, em Fortaleza, na noite desta segunda-feira (16). De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o avião apresentou falhas no trem de pouso e os três passageiros que estavam no voo não ficaram feridos.

A Infraero informou ainda que três voos que viriam para Fortaleza foram desviados para Recife e um para Belém; o voo que vinha de Juazeiro do Norte e outros cinco que sairiam de Fortaleza não decolaram.

O problema gerou reclamações de passageiros que tiveram de lidar com os atrasos. “Minha amiga devia ter chegado de Manaus há quatros horas e meia”, disse o motorista Manuel Firmiano. A pista do aeroporto foi liberada depois das 22h, duas horas depois de ter sido interditada. A companhia aérea Avianca, dona da aeronave, informou que a empresa só deve se pronunciar sobre o assunto nesta terça-feira (17).

Fonte: G1 CE, com informações da TV Verdes Mares

Discovery é levada a museu em Washington

Ônibus espacial foi aposentado em março do ano passado após sua última missão

Boeing 747 foi modificado para conseguir transportar o ônibus espacial rumo ao
Museu Nacional Aeroespacial - Foto: Bruce Weaver (AFP)

O ônibus espacial Discovery realizou seu último voo nesta terça-feira. A nave pegou uma carona em um avião, ao ser transportada da Flórida para Washington, onde será exposta no Museu Nacional Aeroespacial.

No ano passado, os Estados Unidos aposentaram sua frota de ônibus espaciais após a conclusão da construção da Estação Espacial Internacional. A nave foi aposentada em março de 2011, após sua última missão.

A Nasa agora segue focada em projetos de naves capazes de levar astronautas a locais mais distantes que a estação, que se encontra a 384 quilômetros de altitude.

A Discovery decolou em cima de um Boeing 747 modificado, no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. O ônibus ocupará o lugar da Enterprise no museu em Washington. Já esta última, por sua vez, será transferida para o Museu Marítimo e Aeroespacial de Nova York.


Fonte: band.com.br

Aviões hipersônicos vão se tornar realidade?

Os passageiros do avião hipersônico A2 não terão janelinhas à disposição porque o atrito da fuselagem com o ar fará a temperatura superar os 1.000 ºC - Imagem: Reaction Engines

Era pós-Concorde

Quando o Concorde foi aposentado em 2003, o transporte aéreo supersônico tornou-se uma coisa do passado.

Mas logo começaram os trabalhos para projetar um avião de passageiros que possa ir mais longe e mais rápido o que o próprio Concorde.

Será que algum dia aviões supersônicos ou hipersônicos se tornarão uma realidade?

A Agência Espacial Europeia (ESA) está levando a sério a meta de criar um avião de passageiros hipersônico, que voe mais de cinco vezes mais rápido do que a velocidade do som, e seis vezes mais rápido do que um avião normal.

O projeto é muito mais ambicioso do que os testes de voo hipersônico mais recentes, feitos com protótipos que são basicamente motores estatojato, como o X-51A ou o HTV2, que atingiu Mach 20, ambos da NASA, ou o australiano HyCAUSE.


X-15

Se os planos forem adiante, não é a primeira vez que se tenta um voo hipersônico tripulado.

Em 1960, os testes foram feitos no X-15 - um híbrido meio avião, meio míssil - que transportava um piloto e que conseguiu voar por 90 segundos antes que o combustível do seu foguete acabasse.

Seus criadores acreditavam que esse teste era o anúncio de uma nova era, de uma era de uma aviação civil de alta velocidade.

Neil Armstrong, mais famoso por ter sido o primeiro homem a pisar na Lua,
também pilotou o X-15 - Imagem: NASA

Mas, mais de 50 anos depois, um avião de passageiros hipersônico ainda não foi construído, quanto menos testado.

A física dos voos hipersônicos

Agora, uma equipe liderada pela própria ESA, conhecida como Lapcat, está trabalhando em um avião chamado A2, que poderia decolar de onde o X-15 parou.

O problema é que a tecnologia necessária para superar a velocidade do som - conhecida como Mach 1 - é extremamente complexa.

"O número Mach é a chave", diz o especialista em aerodinâmica do Imperial College de Londres, Paul Bruce. "Quando você vai abaixo de Mach 1, e então passa a voar acima de Mach 1, a física muda."

"Quando você vai para Mach 5 ou 6, as leis começam a mudar mais uma vez," explica o engenheiro.

Em velocidades hipersônicas, gases e metais se comportam de forma muito diferente. Motores de avião que trabalham bem em velocidades subsônicas - cerca de Mach 0,85, ou 913 quilômetros por hora - não funcionam nesse regime.

Ocorre que um avião que pretenda voar cinco ou seis vezes mais rápido do que a velocidade do som também precisa de um motor que possa decolar, obviamente em velocidade subsônica, acelerar para supersônica, e atingir uma velocidade de cruzeiro hipersônica.

Outro problema é o calor. Quando o ar se move ao longo do chassi do avião em alta velocidade, o atrito faz com que sua temperatura suba muito rapidamente - a mais de 1.000 C, de forma que a camada externa do avião tem que ser construída para resistir a temperaturas muito altas.

Custo do hidrogênio

Mas será que haveria alguém disposto a pagar o preço da passagem de um avião hipersônico?

Muitos acreditam que não, e pesquisas indicam que as empresas, os maiores interessados em potencial, estão mais interessadas em economizar custos do que em ganhar algumas horas de seus executivos - que, de qualquer modo, continuam trabalhando em seus computadores e se comunicando por seus celulares durante as viagens.

Comparação das dimensões do A2 com o Airbus A380
Imagem: Reaction Engines

A Reaction Engines, que faz parte do consórcio Lapcat, se defende dizendo que o custo de voo hipersônico deverá ser equivalente a uma passagem da atual classe de negócios.

Mas os céticos dizem que isto pressupõe a descoberta de alguma técnica nova e muito mais barata para produzir o combustível do A2, que deverá ser hidrogênio líquido.

Atualmente, para produzir hidrogênio suficiente para abastecer 10 voos hipersônicos diários do Reino Unido até a Austrália exigiria até 20% de toda a eletricidade disponível no Reino Unido, segundo um cálculo lá realizado.

Perto demais

Você pode se perguntar então, porque fazer cálculos do Reino Unido até Austrália, se rotas como Londres ou Paris até Nova Iorque são as principais rotas de negócios do mundo?

É porque o A2 não será capaz de voar da Europa para Nova Iorque porque a distância é curta demais para que ele alcance a altitude necessária.

Modelo do SABRE, um híbrido de turbina e motor foguete
Imagem: Reaction Engines

Ainda assim, o projeto Lapcat já recebeu €10 milhões de financiamento da Comissão Europeia. O orçamento dura até 2013, quando a viabilidade do projeto será revista antes que possa continuar.

"Em 2013 conseguiremos demonstrar que a tecnologia crítica não é mais um ponto de bloqueio," afirma Johan Steelant, coordenador do projeto. "Mas é claro que existem diferentes sistemas e subsistemas que ainda precisam ser provados."

Os engenheiros acreditam que podem superar esses problemas, mas vai levar décadas: não se espera que o A2 voe antes de 2040.

Como testar um avião hipersônico

Testar como os metais se comportam em altas velocidades é extremamente difícil.

Aviões subsônicos são testados em túneis de vento, mas soprar vento de um ventilador na velocidade hipersônica exigiria uma quantidade imensa de energia.

Se o avião hipersônico A2 não decolar, a Reaction Engines pretende usar o conhecimento gerado no projeto de avião-foguete reutilizável, chamado Skylon, capaz de levar cargas até a Estação Espacial Internacional - mais um na lista de candidatos a sucessor dos ônibus espaciais - Imagem: Reaction Engines

Como alternativa, engenheiros criaram uma arma de alta pressão que atira ar em um material de teste em alta velocidade.

Eles têm apenas alguns milissegundos para capturar o efeito usando fotografia de alta velocidade e sensores de temperatura.

Motor do avião hipersônico A2

A Reaction Engines projetou um motor híbrido que irá utilizar uma turbina, como a do Concorde, para a decolagem e para acelerar o avião até velocidades supersônicas.

Em seguida, um foguete é disparado, levando a aeronave a Mach 6 ou mais.

O conjunto, batizado de Sabre, será alimentado por hidrogênio líquido.

Ele vai queimar o hidrogênio puxando ar da atmosfera, dispensando tanques de oxigênio.

Números Mach

O número Mach é a velocidade de uma aeronave em relação à velocidade do som viajando pelo ar.

Mach 1 é a velocidade do som - cerca de 1.236 km/h, dependendo de vários fatores, incluindo temperatura e altitude.

Mach 2 é o dobro da velocidade de som, Mach 3 é três vezes a velocidade do som, e assim por diante, sempre levando em consideração os demais fatores.

Fonte: Site Inovação Tecnológica (com informações da BBC e da Reaction Engines)