segunda-feira, 26 de maio de 2008

FAB nega conclusão de relatório sobre acidente da TAM

O Comando da Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou nota oficial negando que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) tenha concluído o relatório final sobre o acidente com o A-320 da TAM no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Na semana passada, o Jornal da Band havia afirmado ter tido acesso ao documento, que responsabilizaria a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), a Airbus, a TAM e os pilotos pelo acidente. A reportagem do telejornal apontava as supostas falhas cometidas por cada um.

"Cabe destacar que esse documento não apontará culpados pelo acidente e sim os fatores que contribuíram para que o mesmo ocorresse, visando unicamente a segurança da atividade aérea", traz o comunicado, assinado pelo chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, brigadeiro-do-ar Antonio Carlos Moretti Bermúdez. A Aeronáutica explicou ainda que, após o término da apuração, o resultado será primeiramente apresentado aos familiares das vítimas e, posteriormente, divulgado à mídia, sem qualquer forma de privilégio a jornalistas ou veículos específicos de comunicação.

Em 17 de julho de 2007, o A-320 bateu contra um prédio da TAM Express após tentar aterrissar em Congonhas, na zona sul da capital paulista. Morreram 199 pessoas no acidente.

Fonte: A Tarde

Helicóptero faz pouso forçado após ser atingido por tiro

Aeronave transportava cinco pessoas e seguia para Ibitipoca, em Minas Gerais.

Infraero confirmou o incidente e disse que vai informar Secretaria de Segurança.


Um helicóptero particular foi atingido por um tiro na sexta-feira (23) quando passava pela Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio de Janeiro. A aeronave, que transportava cinco pessoas e seguia para Ibitipoca (MG), fez um pouso forçado no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no subúrbio. Ninguém ficou ferido.

O helicóptero foi atingido por um tiro de fuzil que, segundo testemunhas, por pouco não acertou o tanque de combustível. A aeronave A Infraero confirmou o incidente e disse que vai informar a Secretaria estadual de Segurança.

Fonte: G1 / RJTV

Nasa apresenta primeiros resultados científicos de nova sonda marciana

Em entrevista coletiva, cientistas descrevem primeiros resultados.
Missão ainda terá muito trabalho pela frente nos próximos 90 dias.

Imagem com cores aproximadas da região em que pousou a sonda Phoenix

Depois que - literalmente - a poeira assentou, os cientistas e engenheiros envolvidos com a missão Phoenix começaram a apresentar os primeiros resultados, junto com as primeiras imagens coloridas coletadas pela sonda na superfície de Marte.

"Podemos ver nas imagens rachaduras no solo, feitas por gelo, o que significa que o solo está ativo", disse Peter Smith, cientista-chefe da missão da Nasa. "Agora, estamos particularmente interessados no que está na nossa área de escavação."



O braço robótico da Phoenix só pode alcançar as regiões mais próximas do local de pouso do veículo (como ele não é um jipe, ele fica parado o tempo todo no mesmo lugar), mas mesmo aí ainda há incertezas - até agora, apenas fotos numa direção foram tiradas.

Os dados coletados vêm em conta-gotas para a Terra, em razão do esquema de comunicação da sonda com a Terra. A Phoenix é incapaz de transferir dados diretamente para cá; em vez disso, ela precisa enviar os dados a alguma das sondas americanas em órbita (Mars Odyssey ou Mars Reconnaissance Orbiter), que por sua vez disparam as informações para a Terra.

Imagem com cores realçadas mostra pedras de gelo no solo ártico marciano

Fontes: G1 - Fotos: NASA

Queda de avião de carga mata 9 pessoas na Rússia

Nove tripulantes de um avião cargueiro russo morreram quando a aeronave caiu perto da cidade de Chelyabinsk na região dos Urais nesta segunda-feira, disse uma porta-voz do Ministério dos Transportes.

Svetlana Kryshtanovskaya disse que o An-12 com quatro motores turbo aparentemente apresentou problemas técnicos a 10 quilômetros do aeroporto. O avião ia de Chelyabinsk para a cidade de Perm.

"A tripulação entrou em contato com os controladores às 18 horas (9h em Brasília) para dizer que havia fumaça na cabine. Logo depois, moradores viram o avião caindo", disse. "Aparentemente os nove tripulantes estão mortos."

Agências de notícias russas citaram autoridades de emergência que disseram que os corpos dos nove tripulantes foram encontrados no local. O avião, que pertencia a companhia aérea Moskovia, não transportava nenhuma carga no momento.

O An-12 é um veterano da frota russa de aviação civil e ainda é muito usado em rotas curtas e médias de transportes de carga.

A Rússia, cuja economia está em alta alimentada pelos preços do petróleo, gastou centenas de milhões de dólares para modernizar sua envelhecida frota aérea civil nos últimos anos.

Entretanto, acidentes causados por equipamentos velhos e por falhas humanas não são raros, especialmente nas províncias onde os padrões de segurança são menos rigorosos.

Fonte: Tatyana Ustinova (Reuters/Brasil Online)

Aviação nacional está em risco

Brigadeiro Ozires Silva critica política de céu aberto que está sendo executada pela Anac

O diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ronaldo Seroa da Motta, disse que a agência é favorável à expansão da concorrência entre empresas aéreas e que isso reduz o preço dos bilhetes aéreos. Motta é o responsável pela área de relações internacionais da Anac. Ele disse que a agência está implicada em dois projetos que irão aprofundar a redução da tarifa aérea.

– O marco legal da Anac escolheu proteger a economia brasileira e não as operadoras – disse o diretor da Anac.

Mas neste as posições da agência enfrentam acérrima oposição do fundador da Embraer, ex-ministro da Infra-estrutura e ex-presidente da Varig, brigadeiro Ozires Silva:

– Se o governo insistir na formulação de uma política de céus abertos com empresas norte-americanas e européias destruirá a aviação nacional. Dará de bandeja o mercado brasileiro às estrangeiras – rebate Ozires Silva, que comandou também a Varig entre os anos de 2000 a 2003.

Segundo Ozires Silva, antes da Anac estabelecer essa política deveria ocorrer uma consulta pública.

– Não é possível que o governo brasileiro tome uma decisão dessas sem a opinião dos maiores interessados, os empresários brasileiros. Deve haver essa consulta – ressaltou o brigadeiro.

No Ministério da Defesa a questão que está sendo tratada com maior emergência é a falta de cobertura de vôos regionais. Esses vôos de interligação entre cidades de menor porte são considerados fundamentais para melhor integração regional do país. Os projetos que estão em curso na agência são a expansão da concorrência sub-regional no Mercosul e a eliminação de qualquer restrição de capacidade sem necessidade de um acordo bilateral.

– Queremos os céus abertos na América do Sul, Europa, Estados Unidos e ir expandindo esse movimento – disse o diretor da Anac.

Segundo Motta, o fim das companhias de bandeira é um movimento global que mudou o panorama do setor não só no país.

– Algumas empresas perderam, mas o Brasil ganhou – comparou Motta. Ele disse ainda que a mudança trouxe benefícios para a economia brasileira e para as empresas que precisam ter seus executivos voando mais a preços mais baixos.

O ministro Nelson Jobim quer abrir discussão nacional para ver qual a solução para a falta de investimentos nesse tipo de vôos.

Fonte: Jornal do Brasil

Padre constrói avião e está pronto para voar

Depois de duas tentativas frustradas, religioso sonha em voar no ultraleve construído após 12 anos de trabalho


Como um garoto que fala do brinquedo novo para um colega, o padre Albino Dziadzio, 63 anos de idade e 33 de sacerdócio, se empolga em apresentar o projeto Borboleta Branca 2 (BB-2). O ultraleve é resultado de um minucioso trabalho de 12 anos divididos entre um modesto salão paroquial em Guarapuava e um hangar emprestado no Aeroclube de Ponta Grossa. A aeronave, que custou o equivalente a um carro popular, está pronta para os primeiros testes. Para o padre, que sonhava com aviação desde a infância carente na zona rural de Palmeira, nos Campos Gerais, ver o ultraleve pronto é mais significante que voar. "Posso dizer que já realizei meu sonho", diz.

Antes dos testes de pista, onde se verifica a capacidade moto-propulsora do avião, é preciso fazer alguns ajustes mecânicos. O padre voador conta com a acessoria do instrutor de vôo Jorge de Almeida. "O avião tem uma boa estrutura e condições para voar, mas precisamos fazer os testes de pista para ver como funcionam a aerodinâmica e a moto-propulsora", explica Almeida.

O ultraleve foi construído após duas tentativas de aeronaves que não tiveram condições técnicas de alçar vôo. Ele foi batizado de Borboleta Branca pelo tamanho de suas asas e pela lentidão que se espera no ar. Tem 530 quilos, 11 metros entre as duas extremidades das asas, 6,70 metros de comprimento, motor de um veículo Santana 1.8 com capacidade para 40 litros de gasolina e potência de 90 cavalos. O padre usou um motor Volkswagen baseado num avião fabricado pelo mecânico Ludwig Michel, em 1970, no Rio Grande do Sul.

Embora sua aerodinâmica não lembre os ultraleves comerciais, o padre revela que sua construção foi projetada pensando em períodos de turbulência. "Ele é muito resistente", resume. Com capacidade para duas pessoas, o banco do piloto sobe 20 centímetros para se ter uma visão panorâmica da pista. "Tenho uma ampla visão lateral devido às janelas e posso melhorar a visão da pista se eu erguer o banco do piloto", explica.

Construído basicamente em madeira e alumínio, o avião também tem partes feitas com utensílios do dia-a-dia, dando aspecto artesanal ao projeto. Até o spinner, aparelho que fica no meio da hélice, é um funil comprado numa loja de R$ 1,99, adaptado pelo padre.

O BB-2 consumiu 4,5 mil horas de trabalho do religioso, desde que saiu do papel, em 1996. Padre Albino, que ganha em média três salários mínimos, se dedicava à construção enquanto não estava rezando missa ou envolvido nos afazeres das paróquias por onde passou. Nascido em Palmeira, ele se oredenou em Ponta Grossa, passou por Cândido de Abreu, Guarapuava e retornou a Ponta Grossa, onde atualmente é pároco da igreja Nossa Senhora do Monte Claro.

Nas laterais, o avião revela que o interventor é um religioso. Com as inscrições "Reianimai-vos! Cristo virá" e outros versículos bíblicos, padre Albino lembra que aproveitou a construção para levar a palavra de Deus para todos. É na sua fé que o interventor justifica a demora na construção do projeto. "Deus não está com pressa", brinca. Ele avisa que a cautela o diferencia do padre Adelir de Carli, que desapareceu no litoral catarinense no dia 20 de abril após voar numa cadeira amarrada a mil balões de festa. "Foi imprudência em grau de loucura", diz.


Primeiro projeto nasceu há quase 30 anos

Padre Albino Dziadzio se considera um inventor. "Se não tivessem inventado o avião, eu o teria inventado", assegura. Em 1979, ele desenhou o primeiro esboço de uma aeronave. Apenas sua carcaça foi construída, com direito à cabine e às rodas. O projeto foi melhorando e, em 1981, surgiu o Borboleta Branca 1, que chegou a ganhar ares de ultraleve, mas tinha o motor muito fraco e não consegui decolar. "Fui adaptando o projeto até chegar à construção do Borboleta Branca 2, em 1996", recorda.

Além de construir, o padre sonha em pilotar sua invenção. Para isso, iniciou ano passado um curso de piloto desportivo e se filiou à Associação de Pilotos de Ultraleve. Ele precisa passar por cinco matérias teóricas e 15 horas de vôo. "Já fiz quatro horas", comenta. Mas, para pilotar o BB-2 ainda precisa autorização do Departamento de Aviação Civil. O instrutor de vôo Jorge de Almeida será o primeiro a pilotar o ultraleve artesanal, por já ser piloto habilitado. "A expectativa é muito grande", diz.

Padre Albino se descobriu um apaixonado por aviação no seminário, quando um padre apresentou aos seminaristas um avião rudimentar movido à elástico que correu apenas dois metros na sala de aula. Já sacerdote, no final de década de 70, fez uma viagem de avião entre Ponta Grossa e União da Vitória. Ele se convenceu de que voar era um plano divino. "Deus quer que eu faça o avião. Essa minha paixão pode estar no plano de Deus", afirma.

Fonte : Jornal Gazeta do Povo (25/05/2008)

Acidente com pequeno avião na África do Sul

Um avião Cessna 182R ao realizar a aterrissagem no Aeroporto Rustenburg, na África do Sul, perdeu controle direcional e chocou-se contra a pista danificando o nariz e perdendo as rodas, por volta das 10:30 (hora local) desta segunda-feira (26).

O avião prefixo ZS-LBP, que está registrado para Riverpak Steel (Pty) Ltd, levava apenas o piloto.

Fonte: ASN

Queda de avião próximo a Moscou causa a morte de seus dois ocupantes

Um avião Yakovlev Yak-52, da Agroavia, caiu próximo ao distrito de Мyachkovo Kolomenskogo, na região de Moscou, Rússia, no domingo (25).

O avião que realizava a aproxima para aterrissagem, caiu e pegou fogo.

A tragédia ocorreu às 12:26 (hora local). No avião estavam dois homens que morreram na hora. De acordo com dados preliminares, um dos ocupantes era o diretor-geral da companhia aérea Agroavia, dona do avião. Os peritos não excluem que o avião caiu devido a avaria técnica.

De acordo com especialistas, a maioria dos desastres de aviação do gênero na Rússia ocorrem devido ao fator humano: violação das normas de segurança e falta de qualificação. Recentemente, o número de ocorrências na aviação interna tem crescido devido ao envelhecimento da frota e da utilização de componentes e peças de reposição falsificadas para reparar equipamentos.

Fontes: News Ribbon(Новостная лента) / ASN

Pequeno avião cai na Nova Zelândia matando seus dois ocupantes

Foto: Gisborne Herald

O secretário do Wairoa Aero Club, Richard Tollison, afirmou ontem (25) que não podia entender porque dois destacados membros do clube foram tentar voar à noite a bordo do avião Zenith CH601-XL, prefixo ZK-ZXL.

Darren McNay, 39 e Anthony Bell, 30, morreram quando seu avião caiu a cerca de 120m a partir da parte norte do fim da pista do Aeroporto de Wairoa, no Distrito de mesmo nome, na Nova Zelândia.

Os dois homens, que eram amigos, deixaram Wairoa por volta das 3:15 da madrugada.

Um amigo em solo acionou o socorro assim que eles não conseguiram retornar após uma hora.

Os dois homens a bordo eram pilotos experientes e a polícia suspeita que eles beberam.

As equipes de resgate encontraram os destroços do avião com as duas vítimas por volta das 7:30 da manhã.

Richard Tollison disse ainda não poderia explicar por que eles sairam em más condições atmosféricas e no meio da noite.

A segurança aérea está investigando o acidente.

Um Zenith CH601-XLsemelhante ao acidentado - Foto: zacdealer.com

Fontes: ASN / NZPA

Rússia derrubou avião-robô da Geórgia, diz ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta segunda-feira que um avião militar da Rússia derrubou um avião-robô espião da Geórgia sobre a Abkházia, no mês passado, o que fortalece as acusações do governo georgiano sobre os russos estarem auxiliando os separatistas desse território.

Um relatório da ONU feito a partir de imagens de vídeo, testemunhos e registros de radar surge como a comprovação independente mais vigorosa até agora a confirmar a alegação da Geórgia - negada pela Rússia - de que uma aeronave russa derrubou, no dia 20 de abril, um avião espião.

Segundo o documento, registros de radar mostraram que o jato ingressou em espaço aéreo russo após derrubar o avião-robô sobre a Abkházia, uma região separatista.

"Na ausência de provas contundentes em contrário, isso leva à conclusão de que a aeronave pertencia à Força Aérea da Rússia", disse o relatório divulgado por meio do site da missão da ONU na Geórgia, www.unomig.org.

O Ministério da Defesa da Rússia negou a acusação, afirmando que "os aviões da Força Aérea russa não realizaram vôos perto da fronteira georgiana no dia 20 de abril."

"Não há como falar em violação da fronteira oficial da Geórgia e nem há como falar nada sobre a derrubada de um avião não-tripulado", afirmou Alexander Drobyshevsky, porta-voz do ministério russo.

Anteriormente, a Rússia tinha dito que o avião-robô havia sido derrubado por baterias antiaéreas usadas pelos separatistas da Abkházia.

O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, disse a repórteres que o relatório da ONU "representava o primeiro documento em que uma organização internacional responsabiliza a Rússia por uma operação do tipo."

O relatório contém "uma acusação direta contra a Rússia por ter realizado um ato de agressão", afirmou.

O incidente do mês passado fez aumentar as tensões entre os dois países, que já travam uma batalha acirrada devido ao apoio russo aos separatistas e devido aos planos da Geórgia de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Autoridades georgianas tinham divulgado um vídeo, gravado pela câmera do avião-espião antes de este ser derrubado, que mostra um caça aproximando-se dele e depois lançando um míssil em sua direção.

Internacionalmente, a Abkházia é considerada parte da Geórgia. Mas a região goza de grande autonomia desde que expulsou as forças georgianas em uma guerra separatista ocorrida nos anos 90.

Fonte: Christian Lowe (Reuters)

Polícia testa girocóptero nos céus da Alemanha

Autoridades estudam o uso da aeronave MT-03 em operações oficiais.

Teste foi realizado nesta segunda-feira (26).

Pilotos observam o trânsito no teste realizado com o girocóptero, na Alemanha

Polícia local de Brandenburg testa o MT-03, que voa acompanhado por um helicóptero oficial

Fontes: G1 / France Presse - Fotos: AFP

AVIÕES NO CEARÁ - Precariedade compromete 30% das pistas de pouso

Situação das pistas de pouso foi denunciada há mais de 10 meses pelo Diário do Nordeste. O quadro ainda é crítico


Fortaleza. A preocupação com a condição de segurança dos aeroportos brasileiros tomou conta do País após 17 de julho de 2007, quando 199 pessoas morreram no maior acidente aéreo da história da aviação nacional, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Três dias depois, o caderno Regional publicou matéria relatando a situação precária em que se encontravam os aeródromos do Ceará. Hoje, com mais de dez meses decorridos, a situação praticamente não mudou.

De acordo com avaliação do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), dos 69 aeroportos e aeródromos cadastrados, 21 têm a situação física descrita como “impraticável”, o que eqüivale a 30,43% do total. Os equipamentos citados são pistas de pouso administradas pelos municípios e, segundo o superintendente do DER, Quintino Vieira, estão desativadas. O Aeródromo Municipal de Morada Nova está interditado. Três aeroportos ou aeródromos são avaliados como em “péssimo” estado. Outros oito recebem a graduação de “ruim”. Entre eles, está o Aeródromo Municipal de Icó, que já não funciona há quatro anos, apesar da desativação não aparecer nos registros do DER.

A soma dos registros do DER indica que 47,82% dos terminais aeroviários estão desativados, interditados ou em más condições de uso. Os demais são enquadrados como ótimos, bons ou regulares. Mesmo assim, a classificação pode ser contestada. O exemplo é o do Aeródromo Municipal de Jaguaribe, cuja situação é definida como “regular”, mas apresenta aspecto bem pior.

Mas também há boas notícias para a infra-estrutura aeroportuária cearense. O governo do Estado assinou ordem de serviço para a ampliação dos aeroportos de Aracati e Tauá. O terminal de Camocim também será ampliado, mas a licitação para a obra ainda não foi feita. Nos dois municípios litorâneos, a expansão vai possibilitar o recebimento de vôos comerciais, o que, atualmente, só ocorre no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, e no Aeroporto Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte. Os demais só operam com vôos fretados, alugados ou particulares. As três obras devem ficar prontas entre oito e 12 meses após serem iniciadas.

Segundo o secretário-adjunto de Infra-Estrutura do Estado, Otacílio Borges Filho, a empresa que executará a obra em Aracati já está se instalando. No local, haverá ampliação das pistas de pouso e decolagem — que passará a medir 1.800m de comprimento — e de taxiamento das aeronaves. Além disso, o aeroporto será dotado de balizamento noturno, terá o pátio de estacionamento das aeronaves ampliado e ganhará uma estação de passageiros. Uma das ações previstas para incentivar o movimento naquela cidade será a instalação de um hangar da companhia aérea TAF. Os recursos para a ampliação somam R$ 11,69 milhões, provenientes do Estado e do Ministério do Turismo.

Pólo nos Inhamuns

Em Tauá, a empresa executora da obra já se instalou, conforme Borges Filho. O terminal também ganhará balizamento noturno, além de novo asfaltamento na pista de pouso e decolagem, pátio de estacionamento para os aviões e terminal de passageiros. Segundo o secretário-adjunto, a idéia é que o aeroporto seja um pólo na Região dos Inhamuns e, no futuro, também receba vôos comerciais. O investimento, do tesouro estadual, é da ordem de R$ 3,53 milhões.

Já em Camocim, o foco será dotar o aeroporto de maior segurança. Segundo o representante da Seinfra, o balizamento noturno e parte do muro do local foram quebrados em atos de vandalismo da população, que atravessa a pista do terminal para ter acesso a um bairro da cidade a fim de diminuir o percurso. Além disso, haverá melhorias na pista de pouso e decolagem e no pátio de estacionamento. O aeroporto terá papel fundamental no desenvolvimento do turismo no Litoral Oeste do Ceará e beneficiará também os Estados vizinhos: Piauí e Maranhão. Para isso, conta com R$ 3,97, provenientes do Estado e da União.

Ajuda do governo

Questionado sobre a dificuldade que as prefeituras têm para administrar os aeródromos, Borges Filho afirmou que o governo do Estado pode ajudar na recuperação dos equipamentos, mas, que, para isso, precisa ser provocado oficialmente pelas gestões municipais. Atualmente, o DER administra sete aeroportos no Ceará: Aracati, Crateús, Camocim, Campos Sales, Iguatu, Quixadá e Sobral, todos avaliados como em “bom” ou “ótimo” estado.

SAIBA MAIS

Estado

O Plano Aeroviário Estadual tem aeroportos e aeródromos em 57 municípios, além de um heliponto em São Gonçalo do Amarante. O Aeroporto Internacional Pinto Martins integra a Rede Infraero. Em breve, o de Juazeiro também receberá essa classificação.

Região

Os aeroportos regionais são destinados a atender regiões de interesse estadual, demanda por transporte aéreo regular em ligação com grandes centros ou capitais, bem como aqueles com potencial socioeconômico estratégico.

Local

O aeroporto turístico atende principalmente a vôos charters. O aeroporto local caracteriza-se exclusivamente pela aviação não-regular de pequeno porte, induzida pela atividade econômica local. Já os aeródromos municipais são as pistas de pouso. Funcionam para atender a interesses municipais prioritariamente.

Fonte: Ícaro Joathan (Especial para o Diário do Nordeste)

Mais informações:

Departamento de Edificações e Rodovias, (85) 3101.5788
Seinfra, (85) 3101.3715

CARIRI

Falta de homologação limita Aeroporto Orlando Bezerra

Juazeiro do Norte. O Aeroporto Regional Orlando Bezerra de Menezes, neste município, está tendo perdas consideráveis, principalmente no que diz respeito a restrições da pista de pouso, por conta da ausência de homologação da atual, que está com 1.950 metros de comprimento e consta apenas 1.800 metros, suportando aeronaves de porte inferior às que circulam atualmente. Empresas como a TAM deixaram de instalar linhas aéreas pela falta de condições de pouco para suas aeronaves, de grande porte para a região.

A pista de pouso do Aeroporto do Cariri tem 1.950m, mas o comprimento ainda não foi homologado pelo Estado. Ficam valendo os antigos 1.800m (Foto: Elizângela Santos)

O aeroporto é o único no Interior do Estado e absorve uma demanda crescente, incluindo cidades do interior do Pernambuco e Paraíba, na divisa da região sul cearense. A perda, de uma só vez, de quatro vôos da OceanAir, dos seis diários, reabre polêmica envolvendo o Ministério Público, pela perda de 9 mil passageiros por mês. A justificativa da empresa foi reestruturação dos aviões. As exigências imediatas do aeroporto dizem respeito à melhoria na pista e homologação. A situação ainda não passou, sequer, dos trâmites burocráticos.

“A minha grande preocupação não é a perda recente dos vôos, mas a possibilidade de outras empresas não aceitarem e podermos até perder a que já existe, pelas restrições existentes”, diz o superintendente regional da Infraero na região, Edson Fernandes. As mudanças ocorridas a partir de 2004 na pista legalmente não existem.

O vôo inaugurado da Gol, no último dia 12 maio, com linha Juazeiro-Recife –Brasília, teve atrasos por conta das adequações da empresa à realidade da pista. “Não temos pista adequada para aeronaves de grande porte. As empresas acabam justificando prejuízos em não ter que sobrevoar”, diz.

Adequação ao parâmetro

A aeronave da Gol deve ter até 145 passageiros, mas por conta das restrições existentes na pista, transporta cerca de 125, para se adequar aos parâmetros reconhecidos do local. “A gente tem que trabalhar em cima do que está reconhecido. Esse projeto de adequação foi concebido de maneira modesta e acanhada, com uma aeronave vazia”, diz Fernandes.

O problema de resolver essa primeira parte, a burocrática, deve passar pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Em seguida por órgãos ligados a Aeronáutica. Enquanto se luta para legalizar uma pista, que ainda permanecerá com restrições, há uma verba de R$ 10 milhões destinada pelo orçamento federal. Com esse dinheiro, o problema ficaria resolvido no que diz respeito à adequação para pouso de cargueiros. Pelo menos esse é o cálculo previsto pelo superintendente Edson Fernandes. Sobre essa situação, o secretário-adjunto de Infra-estrutura do Estado, Otacílio Borges, afirma que o terminal aeroviário do Cariri atingiu um nível operacional muito grande e, por isso, será administrado por uma empresa especializada, no caso, a Infraero. Segundo Borges, o governo do Estado implantará todas as melhorias necessárias no local assim que a parte burocrática de transferências das atribuições for resolvida. Sobre a saída da OceanAir, afirma que a empresa passou por reestruturação e o Estado não pode evitar o ocorrido.

Fonte: Elizângela Santos (Repórter - Diário do Nordeste)

Pistas de pouso não têm condições de uso

Iguatu. Na região Centro-Sul, apenas esta cidade dispõe de aeroporto com pista em asfalto, balizamento noturno, em boas condições para pousos e decolagens de aeronaves de pequeno e médio porte de até 30 passageiros. Em Cedro, o aeródromo está operando, mas nas demais cidades as condições são impraticáveis. As fortes chuvas caídas na quadra invernosa deste ano contribuíram para agravar ainda mais o estado de precariedade dos campos de pouso que têm pavimentação de piçarra.

Em Icó, o aeródromo local está sem condições de funcionamento há quase quatro anos. A pista em asfalto, localizada no conjunto Delta, está esburacada em vários pontos e apresenta rachaduras. Ao lado, há plantações de milho e feijão. Os moradores da comunidade usam a antiga via como acesso para a agrovila. É comum o tráfego de tratores, animais, carros, motos e pedestres.

Campo de pouso de Icó está sem condições de uso. A pista serve para tráfego de trator (Foto: Getúlio Oliveira)

Após o período invernoso, os pequenos produtores rurais usam a pista para secar os grãos de milho e feijão. Há quase três anos, surgiu a idéia de construção da nova cadeia pública de Icó, na área do antigo campo de pouso. A construção de alicerces foi iniciada, mas a obra foi suspensa porque a Câmara de Vereadores não concordou com a idéia. O presídio passou a ser construído do outro da pista.

Além do asfalto rachado e esburacado, o aeródromo de Icó não apresenta nenhuma infra-estrutura. A área não é cercada e não há ponto de apoio. “Aqui só ficou uma pista abandonada, cheia de rachaduras, com mato e plantação por todos os lados”, observou o agricultor, Francisco Custódio. Atualmente, não apresenta as mínimas condições de vôos e decolagens. Há ainda uma polêmica sobre o loteamento da área para construção de 100 casas populares, feito em 2004. Essas obras estão suspensas.

Na cidade de Acopiara, o campo de pouso também está abandonado e sem operação, há quase cinco anos. É impraticável o uso porque o pavimento em piçarra está esburacado, além da unidade não dispor de nenhuma infra-estrutura básica ou ponto de apoio. No entorno e em parte da pista de terra, o governo do Estado está construindo um presídio local. Representantes de entidades de classe, clubes de serviço e da Maçonaria reclamam o abandono do aeródromo e solicitam do governo do Estado uma melhoria mínima para a unidade.

Melhorias

Em Cedro, o aeródromo passou, há dois anos, por serviços de melhoria. A via de piçarra recebeu uma camada superficial de asfalto para evitar infiltrações. A área está cercada para evitar o trânsito de animais e de veículos, não autorizados, mas alguns moradores da área costumam cortar o arame da cerca para encurtar o acesso às casas e roças. Em Várzea Alegre, o campo de pouso também está em operação. A pista de piçarra recebeu melhorias, nivelamento e asfalto.

O Aeroporto de Iguatu atende, portanto, às necessidades da região com vôos fretados. O balizamento da pista, com 1.410m, permite pousos e decolagens noturnos. Foi homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil em 1997.

Fonte: Honório Barbosa (Repórter - Diário do Nordeste)

VALE DO JAGUARIBE

Vôos transformam-se em operação de risco

Jaguaribe. O Aeroporto Municipal dessa cidade era uma propriedade pública que depois foi arrendada a privados e, em seguida, destinada à responsabilidade municipal de manter a operacionalidade do local. Inaugurado quando da construção da BR-116, ainda hoje é lembrado pela população por ter sido pouso de aterrissagem de ninguém menos do que o então presidente da República, Castelo Branco. O aeroporto também é coisa da memória, que hoje o saguão abriga apenas os morcegos que aterrissam, além de muita sujeira e mato.

Em Jaguaribe, a pista de pouso é cheia de pedras e matagal. Não há mais hangar e saguão (Foto: Melquíades Júnior)

Conforme populares de Jaguaribe, há aviões que se arriscam em aterrissar, “mas é coisa muito difícil”, afirma o comerciante José Evaristo. Quem mais aterrissa são os políticos, o que pode ficar mais evidente neste ano eleitoral. O local já foi retratado pela reportagem no ano passado. O quadro de desgaste é o mesmo que há dez meses e ninguém toma providência. A própria Prefeitura Municipal reconhece o problema. O prefeito José Sérgio diz lamentar o estado de degradação do aeroporto que poderia servir a toda a região, mas que é muito caro e pouquíssimo rentável mantê-lo.

O Aeroporto Municipal de Jaguaribe foi construído há 40 anos, na época da construção da BR-116 – inclusive com aproveitamento de manta asfáltica produzida para a rodovia. Na época, o governo do Estado, por meio da Funceme, construiu a estrutura para, dentre outras atribuições, fazer a observação meteorológica regional. Havia restaurante, saguão e pista para aterrissagem de aviões de médio porte.

Isso pode, e deve, mudar, com a instalação do Distrito Industrial do Vale do Jaguaribe, no município homônimo, que recebeu o primeiro aporte de R$ 140 mil do governo do Estado. A região pretende ser pólo de grandes indústrias, notadamente de metal-mecânica.

A pista de pouso do município de Morada Nova, no bairro das Populares, é praticamente a única das mais precárias do Interior do Estado que está oficialmente desativada. Ainda assim tem avião bimotor que se arrisca a pousar na pista de terra batida pedregosa e esburacada. Não há qualquer previsão de uma solução.

Fonte: Melquíades Júnior (Colaborador - Diário do Nordeste)

Vôos noturnos são proibidos em Quixadá (CE)

O avião da FAB acima foi a maior aeronave a utilizar o aeroporto turístico de Quixadá em fevereiro passado. O lugar aguarda homologação. (Foto: Alex Pimentel)

Quixadá. O único aeródromo turístico existente na região Centro do Estado funciona regularmente. A estrutura aeroviária está em boa condição de conservação. Os pousos e decolagens ocorrem com tranqüilidade durante o dia. Entretanto, as manobras noturnas não são permitidas. Quase um ano após a última constatação da proibição, publicada no Diário do Nordeste, a pista ainda não recebeu homologação da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). A situação é confirmada pelo encarregado do aeroporto, Geomaicon Xavier.

Além da impossibilidade de taxiamento noturno, o sistema utilizado na comunicação com as aeronaves ainda é o mesmo. O contato com os pilotos é feito através de telefonia celular. Todavia, o operador garante que não há problemas. No início do mês seis aviões utilizaram o complexo aeroportuário no mesmo dia. Eram secretários e equipes do governo do Estado, durante o Governo Itinerante em Quixeramobim. Nenhum problema foi registrado.

Também não ocorreram transtornos quando o avião da comitiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva pousou em Quixadá, na sua última visita ao Sertão Central no fim de fevereiro passado. A aeronave, com capacidade para 60 passageiros, foi a maior até então a estacionar no pátio do aeroporto turístico que foi inaugurado faz sete anos. O bimotor das Forças Armadas, com mais de 30 metros de comprimento, realizou facilmente a operação na pista de 1.200m.

Além de Quixadá, existem outras sete áreas aeroportuárias no Sertão Central. Cinco delas são municipais: Quixeramobim, Banabuiú, Solonópole, Pedra Branca e Mombaça. Boa Viagem e Senador Pompeu contam com pistas complementares. Na realidade são pequenos campos de pouso, carroçáveis, de piçarra, destinadas ao tráfego de pequenas aeronaves. A maioria é utilizada por empresários e políticos.

Fonte: Alex Pimentel (Colaborador - Diário do Nordeste)

ESPAÇO AÉREO

Comunicação poderá receber melhorias

Fortaleza. Em 20 de julho do ano passado, o Diário do Nordeste já registrava que a comunicação entre pilotos e encarregados dos aeroportos de Quixadá e Sobral era feita com o uso de telefones celulares. O secretário-adjunto de Infra-estrutura do Estado, Otacílio Borges Filho, no entanto, soube do problema ao ser informado pela reportagem do jornal na última sexta-feira, 23. “Não tinha conhecimento disso. É possível pensar em adquirir aparelhagem de comunicação para esses aeroportos. Vou entrar em contato com o pessoal da área técnica do DER”, se comprometeu.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com base no Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) 121, proíbe o uso de telefones celulares a bordo de aeronaves civis registradas no Brasil. Segundo o comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Fortaleza, Mamede Sales Júnior, o piloto que usa o celular a bordo não ameaça a segurança das demais aeronaves, mas traz riscos para si próprio. “Ele está correndo risco de aquele sinal (telefônico) prejudicar a navegação dele”, explica. Sobre o problema, o comandante esclarece que não é possível ter controle sobre o uso de telefones celulares nos céus.

Para evitar acidentes, a solução é dotar os aeroportos de instrumentos de comunicação. Os radiocomunicadores são exigidos, por exemplo, nas aeronaves que voam na região coberta pelo controle do tráfego aéreo de Fortaleza, abrangendo até 40 milhas náuticas ou cerca de 72km da Capital.

Fonte: Ícaro Joathan (Especial para o Diário do Nordeste)