Segundo a secretária de Turismo, Marcia Lins é preciso que a Anac altere sua decisão para não prejudicar a vinda de turistas do exterior ao Rio. Na sua opinião, a decisão de abrir o Santos Dumont para vôos nacionais desestimulará o uso do Galeão e a chegada de novos vôos internacionais.
"Temos trabalhado continuamente para aumentar o fluxo turístico para a Cidade e no momento em que estamos conseguindo revitalizar o Galeão vem a Anac e muda as regras do jogo", alertou ela.
Já o secretário municipal de Turismo, Antonio Pedro Mello lembrou que o Galeão é um dos principais hubs do país. "Os vôos internacionais precisam oferecer conexões imediatas e as operações no Galeão têm dado sustentação para que isso aconteça".
O secretário de Transportes Júlio Lopes pediu maior planejamento e organização por parte da Anac e disse que a posição do governo estadual era em função do interesse do consumidor e da economia estadual. Para Nilo Sérgio, presidente da Turisrio, o enfraquecimento do Galeão poderá gerar desemprego. "Vamos brigar até o fim para manter o modelo atual de revitalização do Galeão, mantendo as restrições para o Santos Dumont", afirmou.
Já o subsecretário de Transportes Delmo Pinho afirmou que os dados da Anac sobre volume de passageiros transportados no Santos Dumont estavam equivocados e lembrou a importância do Galeão para a realização da Copa do Mundo em 2014 e a possibilidade do Rio sediar as Olimpíadas em 2016.
"Precisamos ter no Galeão um hub internacional e não será transferindo os vôos de lá para o Santos Dumont que iremos conseguir isso. O aeroporto Internacional Tom Jobim é uma estratégia deste governo e que não pode ser prejudicada por uma decisão da Anac", alertou.
A audiência pública reuniu também representantes de Associações de Moradores que manifestaram sua preocupação com a ausência de estudos por parte da Anac do impacto de poluição sonora com os novos vôos do Santos Dumont a serem autorizados.
Snea critica Anac por mudança de regras e critérios
Depois de afirmar que a posição do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias é neutra, já que os interesses de seus associados "são conflitantes", o presidente do Snea, José Marcio Mollo criticou a Anac pelas constantes mudanças de regras para o setor da aviação comercial.
"As empresas aéreas fazem um planejamento de longo prazo e não podem conviver com as constantes mudanças de regras como tem feito a Anac. Isto prejudica qualquer planejamento. Nesta questão do Santos Dumont nós não nos pronunciamos já que temos opiniões contrárias de nossos associados", afirmou.
O dirigente confirmou que Tam e Gol se pronunciaram contra a expansão de vôos no Santos Dumont, enquanto Azul, Webjet e OceanAir são favoráveis.
Fonte: Luiz Marcos Fernandes (Mercado & Eventos) - Foto: Agência O Globo