Caso a Phoenix tenha sucesso, confirmação de pouso deve vir às 20h53.
Espaçonave da Nasa custou quase meio bilhão de dólares.
Espaçonave da Nasa custou quase meio bilhão de dólares.
Concepção artística da tentativa de pouso da Phoenix em Marte
Ficou decidido que uma última correção de curso não era necessária, e a espaçonave Phoenix já está pronta para tentar fazer um complicado pouso em Marte. O procedimento ocorre automaticamente, e um sinal de sucesso deve vir às 20h53 deste domingo, pelo horário de Brasília.
O desafio não pode ser subestimado. A equipe da agência espacial americana tem por objetivo realizar uma forma de pouso que foi conduzida com sucesso em Marte pela última vez em 1976 - 32 anos atrás.
Em vez de usar airbags para o contato final com a superfície - como o fizeram as missões robóticas Mars Pathfinder e Mars Exploration Rovers -, a Phoenix usará retrofoguetes, que devem desacelerar a sonda e permitir que ela pouse suavemente sobre seus três pés.
A última sonda a tentar fazer isso foi a americana Mars Polar Lander - que se espatifou no chão marciano, em 1999, e nunca mais foi vista. Curiosamente, a Phoenix está lá para fazer o que a Polar Lander não conseguiu - descer numa das regiões mais geladas de Marte. Só que, enquanto a Polar Lander mirou uma área próxima ao pólo sul, a Phoenix tentará a sorte no pólo norte.
A Nasa sabe que é uma missão de alto risco. Quanto risco? "Tem muitos cálculos, mas o melhor medidor é dizer que menos de 50% das missões para Marte tiveram sucesso. A missão tem muito risco", disse ao G1 Ramon de Paula, engenheiro brasileiro responsável pela missão no Quartel-General da Nasa, em Washington.
Pode acontecer de tudo. A descida é feita automaticamente, e todos os sistemas - ativação dos pára-quedas, desprendimento do escudo térmico, acionamento dos retrofoguetes - precisam funcionar na hora certa, com todas as incertezas que a entrada atmosférica em um mundo alienígena traz.
Além disso, a Phoenix também precisará de sorte. Com 2,6 metros de comprimento, a sonda pode se quebrar ao meio, se der o azar de cair sobre uma rocha suficientemente grande. Não há como controlar com precisão o local de pouso (no máximo, os engenheiros desenham uma elipse imaginária no solo, e a sonda deve cair em algum ponto daquela área), de modo que o pedregulho fatal é uma real possibilidade.
Pedras adjacentes ao local de pouso também podem prejudicar a abertura dos painéis solares, colocando em risco o sucesso da missão.
Todas essas emoções, a um custo de quase meio bilhão de dólares (US$ 420 milhões dos EUA, mais US$ 37 milhões vindos do Canadá, que bancou a estação meteorológica instalada a bordo da sonda).
Claro que, para arriscar tanto, a Nasa espera recompensas.
Caso a missão dê certo, terá uma oportunidade única de estudar o gelo marciano - que tem, além de dióxido de carbono, também água, como seus componentes. Mais que isso, sensores poderão procurar, em meio a essas pedras congeladas, substâncias orgânicas. Seria o próximo passo na busca por vida no planeta vermelho, depois que os jipes Spirit e Opportunity constataram que Marte já teve grandes quantidades de água corrente em sua superfície - um dos sinais para identificar a habitabilidade de um mundo, segundo os astrobiólogos.
Por ora, entretanto, tudo que a Nasa quer é que a Phoenix pouse com sucesso e envie dados científicos. É um passo crucial para manter o programa de exploração marciana nos trilhos, já que o futuro não parece particularmente animador no planejamento da agência a partir da próxima década.
Fonte: G1 - Foto: Nasa
O desafio não pode ser subestimado. A equipe da agência espacial americana tem por objetivo realizar uma forma de pouso que foi conduzida com sucesso em Marte pela última vez em 1976 - 32 anos atrás.
Em vez de usar airbags para o contato final com a superfície - como o fizeram as missões robóticas Mars Pathfinder e Mars Exploration Rovers -, a Phoenix usará retrofoguetes, que devem desacelerar a sonda e permitir que ela pouse suavemente sobre seus três pés.
A última sonda a tentar fazer isso foi a americana Mars Polar Lander - que se espatifou no chão marciano, em 1999, e nunca mais foi vista. Curiosamente, a Phoenix está lá para fazer o que a Polar Lander não conseguiu - descer numa das regiões mais geladas de Marte. Só que, enquanto a Polar Lander mirou uma área próxima ao pólo sul, a Phoenix tentará a sorte no pólo norte.
A Nasa sabe que é uma missão de alto risco. Quanto risco? "Tem muitos cálculos, mas o melhor medidor é dizer que menos de 50% das missões para Marte tiveram sucesso. A missão tem muito risco", disse ao G1 Ramon de Paula, engenheiro brasileiro responsável pela missão no Quartel-General da Nasa, em Washington.
Pode acontecer de tudo. A descida é feita automaticamente, e todos os sistemas - ativação dos pára-quedas, desprendimento do escudo térmico, acionamento dos retrofoguetes - precisam funcionar na hora certa, com todas as incertezas que a entrada atmosférica em um mundo alienígena traz.
Além disso, a Phoenix também precisará de sorte. Com 2,6 metros de comprimento, a sonda pode se quebrar ao meio, se der o azar de cair sobre uma rocha suficientemente grande. Não há como controlar com precisão o local de pouso (no máximo, os engenheiros desenham uma elipse imaginária no solo, e a sonda deve cair em algum ponto daquela área), de modo que o pedregulho fatal é uma real possibilidade.
Pedras adjacentes ao local de pouso também podem prejudicar a abertura dos painéis solares, colocando em risco o sucesso da missão.
Todas essas emoções, a um custo de quase meio bilhão de dólares (US$ 420 milhões dos EUA, mais US$ 37 milhões vindos do Canadá, que bancou a estação meteorológica instalada a bordo da sonda).
Claro que, para arriscar tanto, a Nasa espera recompensas.
Caso a missão dê certo, terá uma oportunidade única de estudar o gelo marciano - que tem, além de dióxido de carbono, também água, como seus componentes. Mais que isso, sensores poderão procurar, em meio a essas pedras congeladas, substâncias orgânicas. Seria o próximo passo na busca por vida no planeta vermelho, depois que os jipes Spirit e Opportunity constataram que Marte já teve grandes quantidades de água corrente em sua superfície - um dos sinais para identificar a habitabilidade de um mundo, segundo os astrobiólogos.
Por ora, entretanto, tudo que a Nasa quer é que a Phoenix pouse com sucesso e envie dados científicos. É um passo crucial para manter o programa de exploração marciana nos trilhos, já que o futuro não parece particularmente animador no planejamento da agência a partir da próxima década.
Fonte: G1 - Foto: Nasa
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