quarta-feira, 28 de abril de 2010

Aeroporto Salgado Filho: Mais três anos de atrasos em voos

Ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho, que permitirá o sistema antineblina, deve demorar pelo menos 36 meses

Devem surgir no Rio Grande do Sul esta semana as primeiras brumas dos nevoeiros que costumam atormentar a região. E gaúcho que tem compromisso com hora marcada, em outras partes do país, pode se munir de muita paciência.

É que voar nos céus de Porto Alegre, nas manhãs de maio a agosto, vai se tornar loteria. Calvário que vai se prolongar, pelo menos, pelos próximos invernos. Tudo porque a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho, dos atuais 2.280 metros de comprimento para 3.200 metros, não sai antes de três anos. E, sem ela, não pode ser instalado o equipamento ILS-2 (Instrumental Landing System, categoria 2), que propicia pousos e decolagens em dias de pouca visibilidade.

A previsão é de que a remoção de vilas situadas na cabeceira, o aumento da pista e a instalação da aparelhagem estejam concluídas até julho de 2013 – mas essa é uma perspectiva otimista. As três providências, fundamentais para driblar a neblina, são cogitadas desde 1997 e foram sucessivamente adiadas. Só agora começam a sair do papel.

A primeira novela a ser resolvida é a remoção de duas vilas e de parte das residências de um bairro situados na cabeceira da pista do Salgado Filho. São 2.978 famílias, das vilas Dique, Nazareth e do bairro Jardim Floresta, que impedem a ampliação da pista do aeroporto em 920 metros. O aumento é vital para a instalação de equipamentos mais modernos para voo em neblina, que vão evitar, por exemplo, que a empresa aérea gaste R$ 19,3 mil adicionais cada vez que uma aeronave não consegue pousar em Porto Alegre.

Para instalar os dois conjuntos de aparelhos que compõem o ILS-2, o glideslope e o localizer, é necessário colocá-los onde estão hoje as vilas. Mesmo que a retirada de casas seja rápida, só as obras nas pistas levarão três anos, porque é necessário aterramento de áreas alagadiças e descanso do terreno, antes de pavimentá-lo. Mas o superintendente regional da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Jorge Herdina, não perde o otimismo.

– Para quem esperou 15 anos, estamos na reta final. Em 2013 o aparelho deve estar instalado, até porque vem aí uma Copa do Mundo. E os nevoeiros, que existem, afetam cerca de 1% do total de horas de funcionamento do aeroporto – minimiza Herdina.

Veja as imagens em tamanho maior clicando aqui (em .pdf).

Fonte: Humberto Trezzi (Zero Hora) - Imagens: Zero Hora

Nenhum comentário: