A Nasa cogita "esticar" missões destinadas a trazerem amostras de Marte, a fim de contornar as restrições orçamentárias impostas pelo governo, disse um pesquisador na quarta-feira.
Pode ser possível subdividir em três essa complicada e cara missão, disse Steve Squyres, astrônomo da Universidade Cornell e chefe da Missão do Jipe de Exploração de Marte.
"Isso torna o programa mais acessível porque dilui o custo ao longo do tempo", disse Squyres por telefone a jornalistas. "Reduz o custo anual de fazer isso."
A agência espacial dos EUA recebeu 6 bilhões de dólares adicionais no último orçamento federal, mas o presidente Barack Obama disse que é hora de abandonar o custoso projeto Constellation, que deveria levar astronautas de volta à Lua, para em vez disso focar em Marte e em asteroides próximos, e que a Nasa deveria usar empresas terceirizadas para apoiar as missões.
Squyres, que participa no Texas de uma conferência sobre a busca de vida extraterrestre, disse que a nova abordagem não afeta o trabalho dos robôs da sua equipe. "Todos nós queremos ver humanos em Marte recolhendo amostras", disse ele. Mas os "detalhes" de quais foguetes são usados para lançar tais missões não interessam, disse ele.
Ele descreveu como "infernal" a missão em que um robô, semelhante aos bem sucedidos jipes Spirit e Opportunity, escavaria uma amostra na superfície marciana. "A próxima missão seria um pousador que despencaria ao lado dele", disse Squyres.
Esse veículo poderia atirar o objeto na órbita de Marte, esperando uma terceira missão que viria recolhê-lo para ser estudado na Terra.
Fósseis de gesso
Na mesma conferência do Texas, outros cientistas disseram que esse tipo de missão tem grandes condições de encontrar sinais de vida em Marte, se houver.
Por exemplo, o gesso que cobre grande parte da superfície do planeta poderia conter evidências, disse Bill Schopf, da Universidade da Califórnia, Los Angeles.
Ele e seus colegas relataram a descoberta de plânctons, diatomáceas (tipo de alga) e cianobactérias em depósitos de gesso formados quando o Mediterrâneo secou, 6 milhões de anos atrás.
"Sabemos como (o gesso) é um bom lugar para procurar evidências de vida fossilizada em Marte", disse Schopf. "Se pudermos encontrar a matéria orgânica, então temos uma verdadeira razão para crer que já houve vida lá."
Também na quarta-feira, equipes lideradas por Andrew Rivkin, da Universidade Johns Hopkins, em Maryland, e Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central, relataram sinais espectrais de água - na verdade, uma fina camada de gelo - sobre 24 Themis (imagem acima), um dos maiores objetos do cinturão de asteroides que existe entre Marte e Júpiter.
Segundo cientistas, isso contribui com a hipótese de que a água chegou à Terra pela colisão de asteroides. Astrônomos acreditam que a água recentemente descoberta na Lua também foi levada por asteroides.
Fonte: Maggie Fox (Reuters) via O Globo - Gabriel Pérez/Divulgação
Leia mais:
Asteroide revestido de gelo pode ajudar a entender origem dos oceanos e da vida.
Pode ser possível subdividir em três essa complicada e cara missão, disse Steve Squyres, astrônomo da Universidade Cornell e chefe da Missão do Jipe de Exploração de Marte.
"Isso torna o programa mais acessível porque dilui o custo ao longo do tempo", disse Squyres por telefone a jornalistas. "Reduz o custo anual de fazer isso."
A agência espacial dos EUA recebeu 6 bilhões de dólares adicionais no último orçamento federal, mas o presidente Barack Obama disse que é hora de abandonar o custoso projeto Constellation, que deveria levar astronautas de volta à Lua, para em vez disso focar em Marte e em asteroides próximos, e que a Nasa deveria usar empresas terceirizadas para apoiar as missões.
Squyres, que participa no Texas de uma conferência sobre a busca de vida extraterrestre, disse que a nova abordagem não afeta o trabalho dos robôs da sua equipe. "Todos nós queremos ver humanos em Marte recolhendo amostras", disse ele. Mas os "detalhes" de quais foguetes são usados para lançar tais missões não interessam, disse ele.
Ele descreveu como "infernal" a missão em que um robô, semelhante aos bem sucedidos jipes Spirit e Opportunity, escavaria uma amostra na superfície marciana. "A próxima missão seria um pousador que despencaria ao lado dele", disse Squyres.
Esse veículo poderia atirar o objeto na órbita de Marte, esperando uma terceira missão que viria recolhê-lo para ser estudado na Terra.
Fósseis de gesso
Na mesma conferência do Texas, outros cientistas disseram que esse tipo de missão tem grandes condições de encontrar sinais de vida em Marte, se houver.
Por exemplo, o gesso que cobre grande parte da superfície do planeta poderia conter evidências, disse Bill Schopf, da Universidade da Califórnia, Los Angeles.
Ele e seus colegas relataram a descoberta de plânctons, diatomáceas (tipo de alga) e cianobactérias em depósitos de gesso formados quando o Mediterrâneo secou, 6 milhões de anos atrás.
"Sabemos como (o gesso) é um bom lugar para procurar evidências de vida fossilizada em Marte", disse Schopf. "Se pudermos encontrar a matéria orgânica, então temos uma verdadeira razão para crer que já houve vida lá."
Também na quarta-feira, equipes lideradas por Andrew Rivkin, da Universidade Johns Hopkins, em Maryland, e Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central, relataram sinais espectrais de água - na verdade, uma fina camada de gelo - sobre 24 Themis (imagem acima), um dos maiores objetos do cinturão de asteroides que existe entre Marte e Júpiter.
Segundo cientistas, isso contribui com a hipótese de que a água chegou à Terra pela colisão de asteroides. Astrônomos acreditam que a água recentemente descoberta na Lua também foi levada por asteroides.
Fonte: Maggie Fox (Reuters) via O Globo - Gabriel Pérez/Divulgação
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