Os corpos dos dois bombeiros mortos em um acidente aéreo ocorrido nesta terça-feira em Resende foram transladados para o Rio, onde as vítimas moravam, e sepultados nesta quarta. O piloto, o major-bombeiro Jasper Sanderson, de 34 anos, e o aspirante a oficial Guilherme Augusto Neto, de 28 anos, eram tripulantes do avião modelo monomotor de prefixo PR-EBM, de combate a incêndios florestais do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que caiu por volta das 16h de terça-feira na Rua José Estevan da Mota, no bairro Santa Isabel, em Resende.
O avião era novo e tinha capacidade de armazenar 3,1 mil litros de água. O voo seria para reconhecimento da área no entorno do Pico das Agulhas Negras, no Parque Nacional de Itatiaia. A rota serviria para futuros treinamentos da corporação para combater incêndios florestais. A aeronave pertencia ao Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros do estado. O monomotor teria perdido altitude, pouco depois de levantar vôo do Aeroporto de Resende. Ela caiu na Rua José Estevan da Motta, no bairro Santa Isabel, explodiu e pegou fogo.
A aeronave havia saído de Jacarepaguá, no Rio, e pousou no Aeroporto de Resende, antes de decolar novamente e cair. Guilherme estava ansioso para voar e o sargento-bombeiro Castro, cedeu sua vez, para ele. O major e o aspirante foram carbonizados. As labaredas atingiram prédios de cinco andares de um condomínio próximo do local do acidente, aonde moraram 200 pessoas, mas ninguém se feriu. O fogo foi logo debelado.
Nesta quarta-feira, o coordenador da Defesa Civil de Resende, coronel Marco Resende, esteve novamente onde ocorreu queda do avião, assim como peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Marco tranqüilizou os moradores alegando que as estruturas dos prédios não foram abaladas por causa do desastre. No final da noite de terça-feira, técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), da Aeronáutica, liberaram a retirada dos corpos fossem dos destroços.
De acordo com o coronel Antônio Augusto Walter de Almeida, do Cenipa, a Aeronáutica designou uma comissão de três investigadores para atuar no local do acidente. Eles vão colher informações técnicas, realizaram registros fotográficos, além de entrevistar moradores e testemunhas.
- Depois, será redigido um relatório de ações iniciais que deverá ficar pronto em 30 dias. Já o relatório final tem o prazo de até 12 meses para ser concluído - disse Antônio Augusto. - Nós trabalhamos de acordo com normas internacionais, e o nosso objetivo não é procurar culpados, mas sim trabalhar com diversas linhas de pesquisas para prevenir futuros acidentes aéreos. Depois dessa pesquisa preliminar, outras serão desenvolvidas com engenheiros, psicólogos, investigadores científicos. O motor e a hélice, bem como outras partes do avião, serão enviados para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) de São José dos Campos (SP), a fim de serem analisados com profundidade. Serão feitas contas, medições, laudos de engenharia e, ainda, um perfil psicológico do piloto. Tudo isso vai ser investigado, e o relatório final vai ser publicado no site do Cenipa.
Ainda segundo ele, o piloto Jasper Sanderson fez um plano de vôo de decolagem do Rio de Janeiro por volta de 12h30m, e o avião era um monomotor agrícola da Air Tractor adaptado para o Corpo de Bombeiros. Sobre a hipótese de que o piloto teria desviado de um prédio para evitar um acidente maior, o coronel disse que ainda é muito cedo para se afirmar isso.
Os moradores do bairro Santa Isabel estão ainda muito abalados com o acidente. Entre eles está a arquiteta Andreza Heringer Tavares, moradora do primeiro andar de um apartamento do bloco 3. O local foi o mais afetado pelo fogo, provocado pela queda do queda do avião, que incendiou. Segundo ela, está até agora em estado de choque, a impressão era a de que estava estourando uma bomba dentro da sua casa.
- O estrondo foi ensurdecedor. Eu vi uma bola de fogo entrando pela janela. Eu não conseguia entender nada. Só deu tempo de arrastar a cama da minha filha de perto da janela para o colchão não pegar fogo e alastrar mais fogo pelo apartamento. Ela não estava em casa na hora, se estivesse no quarto não quero nem pensar. Depois que eu puxei o colchão, sai do apartamento gritando e chamando todos os outros moradores para saírem. Só fomos entender que era um avião que tinha caído na rua quando chegamos ao térreo do prédio - contou a arquiteta.
Até a manhã desta quarta-feira, a Rua José Estevan continuava interditada. Havia muita fuligem ainda, e os destroços do avião não tinham sido retirados. O comandante do 23º Grupamento de Incêndio de Resende, tenente-coronel Ernane Motta, acompanhou ontem o trabalho dos peritos. O militar disse que observou a aeronave perder altitude e testemunhou o esforço que o piloto fez para não bater em nenhuma residência. Motta classificou o ato do piloto como heróico.
Fonte: Dicler de Mello e Souza (O Globo) - Foto: Lucia Pires (Diário do Vale)
O avião era novo e tinha capacidade de armazenar 3,1 mil litros de água. O voo seria para reconhecimento da área no entorno do Pico das Agulhas Negras, no Parque Nacional de Itatiaia. A rota serviria para futuros treinamentos da corporação para combater incêndios florestais. A aeronave pertencia ao Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros do estado. O monomotor teria perdido altitude, pouco depois de levantar vôo do Aeroporto de Resende. Ela caiu na Rua José Estevan da Motta, no bairro Santa Isabel, explodiu e pegou fogo.
A aeronave havia saído de Jacarepaguá, no Rio, e pousou no Aeroporto de Resende, antes de decolar novamente e cair. Guilherme estava ansioso para voar e o sargento-bombeiro Castro, cedeu sua vez, para ele. O major e o aspirante foram carbonizados. As labaredas atingiram prédios de cinco andares de um condomínio próximo do local do acidente, aonde moraram 200 pessoas, mas ninguém se feriu. O fogo foi logo debelado.
Nesta quarta-feira, o coordenador da Defesa Civil de Resende, coronel Marco Resende, esteve novamente onde ocorreu queda do avião, assim como peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Marco tranqüilizou os moradores alegando que as estruturas dos prédios não foram abaladas por causa do desastre. No final da noite de terça-feira, técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), da Aeronáutica, liberaram a retirada dos corpos fossem dos destroços.
De acordo com o coronel Antônio Augusto Walter de Almeida, do Cenipa, a Aeronáutica designou uma comissão de três investigadores para atuar no local do acidente. Eles vão colher informações técnicas, realizaram registros fotográficos, além de entrevistar moradores e testemunhas.
- Depois, será redigido um relatório de ações iniciais que deverá ficar pronto em 30 dias. Já o relatório final tem o prazo de até 12 meses para ser concluído - disse Antônio Augusto. - Nós trabalhamos de acordo com normas internacionais, e o nosso objetivo não é procurar culpados, mas sim trabalhar com diversas linhas de pesquisas para prevenir futuros acidentes aéreos. Depois dessa pesquisa preliminar, outras serão desenvolvidas com engenheiros, psicólogos, investigadores científicos. O motor e a hélice, bem como outras partes do avião, serão enviados para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) de São José dos Campos (SP), a fim de serem analisados com profundidade. Serão feitas contas, medições, laudos de engenharia e, ainda, um perfil psicológico do piloto. Tudo isso vai ser investigado, e o relatório final vai ser publicado no site do Cenipa.
Ainda segundo ele, o piloto Jasper Sanderson fez um plano de vôo de decolagem do Rio de Janeiro por volta de 12h30m, e o avião era um monomotor agrícola da Air Tractor adaptado para o Corpo de Bombeiros. Sobre a hipótese de que o piloto teria desviado de um prédio para evitar um acidente maior, o coronel disse que ainda é muito cedo para se afirmar isso.
Os moradores do bairro Santa Isabel estão ainda muito abalados com o acidente. Entre eles está a arquiteta Andreza Heringer Tavares, moradora do primeiro andar de um apartamento do bloco 3. O local foi o mais afetado pelo fogo, provocado pela queda do queda do avião, que incendiou. Segundo ela, está até agora em estado de choque, a impressão era a de que estava estourando uma bomba dentro da sua casa.
- O estrondo foi ensurdecedor. Eu vi uma bola de fogo entrando pela janela. Eu não conseguia entender nada. Só deu tempo de arrastar a cama da minha filha de perto da janela para o colchão não pegar fogo e alastrar mais fogo pelo apartamento. Ela não estava em casa na hora, se estivesse no quarto não quero nem pensar. Depois que eu puxei o colchão, sai do apartamento gritando e chamando todos os outros moradores para saírem. Só fomos entender que era um avião que tinha caído na rua quando chegamos ao térreo do prédio - contou a arquiteta.
Até a manhã desta quarta-feira, a Rua José Estevan continuava interditada. Havia muita fuligem ainda, e os destroços do avião não tinham sido retirados. O comandante do 23º Grupamento de Incêndio de Resende, tenente-coronel Ernane Motta, acompanhou ontem o trabalho dos peritos. O militar disse que observou a aeronave perder altitude e testemunhou o esforço que o piloto fez para não bater em nenhuma residência. Motta classificou o ato do piloto como heróico.
Fonte: Dicler de Mello e Souza (O Globo) - Foto: Lucia Pires (Diário do Vale)
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