quarta-feira, 28 de abril de 2010

Caos aéreo pode ter custado até R$ 5,8 bilhões a empresas europeias

O caos aéreo provocado na União Europeia pela erupção de um vulcão na Islândia custou entre 1,5 bilhão e 2,5 bilhões de euros (aproximadamente entre R$ 3,5 bilhões e R$ 5,8 bilhões) às companhias aéreas e às agências de turismo, segundo cálculos preliminares divulgados ontem (terça-feira) pela Comissão Europeia (CE), o órgão Executivo do bloco.

De acordo com a CE, mais de 100 mil voos tiveram que ser cancelados durante os seis dias a partir de 14 de abril, em que até 80% dos aeroportos europeus permaneceram fechados, uma situação que afetou a cerca de 10 milhões de passageiros.

O comissário europeu de Transportes, Siim Kallas, ressaltou que o valor anunciado ainda deve ser "cuidadosamente revisado", especialmente para considerar o impacto econômico da crise sobre o setor turístico como um todo, já que algumas de suas áreas saíram beneficiadas.

É o caso de hotéis e companhias de ônibus, trens e locadoras de veículos, cujas atividades aumentaram com a procura de passageiros que tiveram voos cancelados.

Ajudas

Para Kallas, o caos causado pelo fechamento dos aeroportos colocou em evidência o "papel crítico" que o setor de transportes aéreos exerce no funcionamento da economia europeia.

"Milhares de negócios e de cidadãos em toda a Europa são altamente dependentes de uma indústria aérea funcional e competitiva", disse em entrevista coletiva.

Por isso, a CE "fará todo o possível" para ajudar as companhias aéreas a enfrentar a atual situação, inclusive permitir a concessão de ajudas estatais para cobrir os prejuízos causados pelo que chamou de "circunstâncias excepcionais" e suspender por um período limitado a cobrança de taxas aeroportuárias.

Kallas propôs, ainda, suspender temporariamente as restrições a voos noturnos para permitir que as companhias possam mais rapidamente voltar a operar dentro de seus horários normais e levar os passageiros prejudicados a seus destinos finais.

Reforma

O comissário também chamou atenção para a necessidade de acelerar a implementação do chamado "Céu Único Europeu", um projeto de reforma estrutural previsto para 2012 destinado a harmonizar a administração dos 27 espaços aéreos da UE, atualmente de competência das autoridades nacionais.

Kallas confia que a criação de uma única entidade reguladora de tráfego aéreo para coordenar em nível europeu o trabalho dos reguladores nacionais poderia evitar novas crises como a causada pela nuvem de cinzas vulcânicas.

Todas essas propostas serão discutidas pelos ministros de Transportes da UE no próximo 4 de maio, em uma reunião extraordinária em Bruxelas.

As medidas temporárias poderão ser ativadas imediatamente caso sejam aprovadas.

Fonte: BBC Brasil via O Globo

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