Sob suspeita
A Procuradoria Geral da República montou uma força-tarefa para investigar mais um foco de suspeitas de irregularidades na Infraero: o loteamento dos aeroportos para a instalação de lojas e restaurantes, conforme revela reportagem no GLOBO de Bernardo Mello Franco. Ações abertas em diferentes estados acusam a estatal de favorecer empresas que ocupariam pontos privilegiados nos terminais sem disputar licitações ou graças a editais direcionados para eliminar concorrentes. O problema teria se alastrado tanto que a cúpula do Ministério Público Federal em Brasília decidiu recrutar procuradores de diversas regiões para promover uma devassa nesses contratos em todo o país.
O grupo entra em funcionamento nas próximas semanas, ao mesmo tempo em que a Polícia Federal investiga a Infraero por suspeitas de fraude em obras de construção e ampliação de aeroportos. O procurador escolhido para coordenar a força-tarefa é Alexandre Ribeiro Chaves, do Rio de Janeiro. Segundo ele, a meta é acelerar a abertura de ações por improbidade administrativa contra dirigentes da estatal e comerciantes, além de exigir a desocupação dos espaços. Nos casos mais graves, as denúncias devem gerar investigações criminais por fraude e dispensa irregular de licitação.
- Durante muitos anos, a exigência de licitação foi sistematicamente ignorada pela Infraero. Quem circula pelos aeroportos percebe que as mesmas lojas estão ali desde sempre. Em muitos casos, os vínculos têm elementos de improbidade e até criminais - afirma Chaves.
A investigação iniciada no Rio já deu origem a ações por improbidade contra dois ex-dirigentes da Infraero, Pedro Gilson Azambuja e Wellington Grizzi Nunes, além das empresas Cafés Finos (dona do Café Palheta) e Localiza Rent a Car. De acordo com o MP, ambas deveriam ter deixado o aeroporto em 2003, mas permaneceram nos pontos sem contrato por mais de um ano. "A área não foi devolvida à Infraero, passando a ser ocupada de modo informal e irregular", dizem as ações, que correm na 12 Vara Federal do Rio.
Infraero diz em nota que vai colaborar com MP nas investigações
Há pelo menos 15 anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) cobra providências da Infraero para sanear irregularidades na ocupação de áreas comerciais em aeroportos. A primeira decisão sobre o assunto foi editada em 1994, após denúncia de favorecimento a uma empresa privada na exploração do estacionamento do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Na época, o TCU já alertava a estatal para a necessidade de promover nova licitação ao fim dos contratos.
Em nota, a Infraero disse ver a criação da força-tarefa de procuradores para investigá-la "com normalidade" e prometeu colaborar. A estatal informou ter setores responsáveis pela fiscalização dos contratos.
"Cada contrato tem suas peculiaridades, e casos sob suspeita de irregularidades são tratados pontualmente", diz a nota.
A direção da Localiza afirmou que "não recebeu a citação da ação civil pública e, portanto, desconhece qual área teve o uso impugnado pelo Ministério Público".
Fonte: O Globo
A Procuradoria Geral da República montou uma força-tarefa para investigar mais um foco de suspeitas de irregularidades na Infraero: o loteamento dos aeroportos para a instalação de lojas e restaurantes, conforme revela reportagem no GLOBO de Bernardo Mello Franco. Ações abertas em diferentes estados acusam a estatal de favorecer empresas que ocupariam pontos privilegiados nos terminais sem disputar licitações ou graças a editais direcionados para eliminar concorrentes. O problema teria se alastrado tanto que a cúpula do Ministério Público Federal em Brasília decidiu recrutar procuradores de diversas regiões para promover uma devassa nesses contratos em todo o país.
O grupo entra em funcionamento nas próximas semanas, ao mesmo tempo em que a Polícia Federal investiga a Infraero por suspeitas de fraude em obras de construção e ampliação de aeroportos. O procurador escolhido para coordenar a força-tarefa é Alexandre Ribeiro Chaves, do Rio de Janeiro. Segundo ele, a meta é acelerar a abertura de ações por improbidade administrativa contra dirigentes da estatal e comerciantes, além de exigir a desocupação dos espaços. Nos casos mais graves, as denúncias devem gerar investigações criminais por fraude e dispensa irregular de licitação.
- Durante muitos anos, a exigência de licitação foi sistematicamente ignorada pela Infraero. Quem circula pelos aeroportos percebe que as mesmas lojas estão ali desde sempre. Em muitos casos, os vínculos têm elementos de improbidade e até criminais - afirma Chaves.
A investigação iniciada no Rio já deu origem a ações por improbidade contra dois ex-dirigentes da Infraero, Pedro Gilson Azambuja e Wellington Grizzi Nunes, além das empresas Cafés Finos (dona do Café Palheta) e Localiza Rent a Car. De acordo com o MP, ambas deveriam ter deixado o aeroporto em 2003, mas permaneceram nos pontos sem contrato por mais de um ano. "A área não foi devolvida à Infraero, passando a ser ocupada de modo informal e irregular", dizem as ações, que correm na 12 Vara Federal do Rio.
Infraero diz em nota que vai colaborar com MP nas investigações
Há pelo menos 15 anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) cobra providências da Infraero para sanear irregularidades na ocupação de áreas comerciais em aeroportos. A primeira decisão sobre o assunto foi editada em 1994, após denúncia de favorecimento a uma empresa privada na exploração do estacionamento do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Na época, o TCU já alertava a estatal para a necessidade de promover nova licitação ao fim dos contratos.
Em nota, a Infraero disse ver a criação da força-tarefa de procuradores para investigá-la "com normalidade" e prometeu colaborar. A estatal informou ter setores responsáveis pela fiscalização dos contratos.
"Cada contrato tem suas peculiaridades, e casos sob suspeita de irregularidades são tratados pontualmente", diz a nota.
A direção da Localiza afirmou que "não recebeu a citação da ação civil pública e, portanto, desconhece qual área teve o uso impugnado pelo Ministério Público".
Fonte: O Globo
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