sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Flagrante de tráfico de drogas em aeroporto de SP

O mês de dezembro já bateu todos os recordes de prisões de passageiros com cocaína no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.Vinte pessoas transportando 119 quilos da droga.



Fim de ano, aeroporto cheio. E o olhar atento do policial federal. Ele é um dos agentes treinados para identificar suspeitos na fila do embarque internacional.

Este mês de dezembro tem sido o mais trabalhoso dos últimos oito anos. Vinte presos até agora.
Dez homens e dez mulheres, que carregavam 119 quilos de cocaína.

O depósito está abarrotado. De janeiro até agora mais de 900 quilos só de cocaína já foram apreendidos no Aeroporto Internacional de São Paulo. Quase 50% mais do que no ano passado.

Era droga em poder das mulas. Os transportadores a serviço do tráfico. Também levam cocaína no estômago, em garrafas de vinho, em latas de cerveja, em spray de cabelo, na caixa de sabão em pó, na goma da toalha e recheando bagagens de mão.

Passageiros de países pobres do Leste Europeu representam quase a metade dos flagrantes de tráfico em dezembro. Eles são contratados por quadrilhas internacionais para vir ao Brasil buscar cocaína e entregar a droga em países ricos da Europa, onde o consumo aumenta consideravelmente nesta época, por causa das festas de fim-de-ano.

Para despistar a polícia, uma nova rota passando pelo Oriente Médio. Quatro mulas foram presas tentando embarcar para Dubai, nos Emirados Árabes. De lá, seguiriam para Portugal e Espanha.

No embarque de um vôo direto para a Espanha. Alin Florim Cioaca, romeno de 29 anos, foi tirado da fila. Ele passa pela checagem da mala. Mas é flagrado na revista pessoal.

A polícia encontra dois pacotes de cocaína na cintura.

Policial - Tem mais?

Alin- Não, não tenho mais.

Policial - Certeza?

Alin- Certeza.

Policial - Sapato, dentro?

Alin- Não tenho nada.

São duzentos gramas. Alin diz apenas que pegou a cocaína em Curitiba e entregaria em uma boate de Madrid. Como a maioria das mulas apanhadas em flagrante, ele não revela o nome do patrão.

Alin - Me telefonou e me disse: deixa para mim o dinheiro, te deixo isso e mais nada.

“Para o traficante, a mula é muito confortável porque ele fica oculto e quem paga a pena é a mula. Ela sabe que está fazendo uma coisa errada, mas não imagina as conseqüências, que ela só vai sentir depois que é presa”, explica o delegado federal Mario Menim Jr.

É exatamente o caso do romeno Alin Florin.

Policial -Olha, isso é tráfico internacional. Você está preso. São 5 anos, no mínimo.

Alin -(Pausa)... Por isso?!

Policial - Por isso. É a lei.

Reportagem de César Tralli

Fontes: G1 / Jornal Nacional (TV Globo)

Nenhum comentário: