quarta-feira, 7 de abril de 2010

Jobim aponta caça francês como a melhor oferta em análise

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez um relato sobre o histórico da escolha de novos caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) e apontou o Rafale, da francesa Dassault, como a melhor oferta em análise.

Citando os estudos feitos pelas secretarias de logística e de política estratégica e assuntos internacionais do ministério, Jobim define a proposta francesa como a "mais condizente" com a Estratégia Nacional de Defesa, mesmo sendo mais cara.

Segundo ele, a análise da Secretaria de Logística concluiu que a oferta do F-18 Super Hornet, da americana Boeing, apresentava "insegurança total" no que se refere à transferência de tecnologia, requisito considerado fundamental pelo governo brasileiro. Isso porque, mesmo que a empresa assegurasse a transferência, o governo dos Estados Unidos não garantiria o processo.

O problema com a proposta do Gripen NG, da sueca Saab, seria semelhante, uma vez que o avião tem peças feitas nos EUA e em outros países. A proposta da Suécia prevê que a transferência de tecnologia deve ser discutida com os países produtores das peças.

"O Rafale é o único que tinha integral transferência de tecnologia afirmada pelo presidente da República. Diante disso, a secretaria acabou considerando, não obstante os preços serem altos, que o mais compatível com os interesses brasileiros seria o Rafale¿", disse Jobim.

O estudo da Secretaria de Assuntos Internacionais, de acordo com o ministro, informou que, "pelos aspectos técnicos, qualquer um satisfazia as necessidades do Brasil". No entanto, "pelos aspectos de política de defesa, o Rafale era mais consistente com a Estratégia Nacional de Defesa, não obstante os custos".

Jobim disse que deverá finalizar até a próxima semana o relatório que apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a sua opinião sobre qual avião caça o Brasil deve adquirir. Prometeu ainda apresentar a Lula quais devem ser os parâmetros da negociação.

"A opção de negociar com uma empresa não significa que vai se chegar ao contrato final, mas que haverá uma série de transações a serem feitas", afirmou.

Jobim disse que a exposição de motivos será submetida também a análise do Conselho Nacional de Defesa. Diante do veredicto do conselho, o presidente Lula deverá decidir com qual empresa as negociações serão encaminhadas. "Se o presidente acolher parcial ou integralmente (a análise do conselho), ele autoriza o início das negociações dos contratos comerciais e financeiros com a eventual empresa escolhida, obedecidos os parâmetros por nós desenhados", disse.

Fonte: Claudia Andrade (Terra) - Foto: Divulgação

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