Minas Gerais não dispunha de voos diretos para países da Europa, da América Central e para os Estados Unidos até o começo do ano passado. Hoje, a partir de Confins, é possível viajar sem conexões para Lisboa, Paris, Miami e Panamá, além de Buenos Aires. Não há dúvida de que a mudança trouxe conforto para os passageiros, mas não foi só isso. Ela atraiu também as organizações criminosas internacionais, que incluíram Belo Horizonte na rota que liga os países produtores de cocaína, como a Colômbia, aos países consumidores, como Portugal, Espanha e Estados Unidos. O fenômeno já foi identificado pela Polícia Federal (PF). Nos últimos 18 meses, agentes fizeram pelo menos 14 flagrantes de apreensão de cocaína no aeroporto de Confins.
Os casos apresentam características semelhantes:
1) a origem da droga é a Colômbia;
2) a importação é feita por criminosos internacionais baseados em São Paulo, ligados sobretudo à máfia nigeriana;
3) os traficantes “vestem” as “mulas” (ou seja, escondem a droga no corpo ou na bagagem das pessoas que irão transportá-la) em São Paulo e as enviam para Belo Horizonte;
4) o voo mais usado é o Belo Horizonte-Lisboa, da TAP, inaugurado no começo do ano passado.
“Com o aperto na fiscalização no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, os traficantes começaram a procurar outras saídas para a droga enviada para a Europa”, afirma o delegado João Geraldo de Almeida, chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal em Minas Gerais. Segundo Almeida, com o aumento na oferta de voos internacionais, Belo Horizonte se tornou uma alternativa. “Confins é hoje um dos muitos pontos no Brasil de saída de droga”, diz o delegado. De fato, com um fortalecimento da repressão ao tráfico internacional em São Paulo, os últimos meses não foram fáceis para as organizações criminosas que usam o aeroporto de Guarulhos como porta de saída de cocaína para a Europa e os Estados Unidos. Só neste ano, foi apreendida mais de 1 tonelada da droga no aeroporto de Guarulhos. Em março, depois de mais de um ano de investigação, a PF desmontou um esquema de tráfico que contava com a participação de fiscais da Receita Federal, funcionários da Infraero e de companhias aéreas e policiais civis. Na ocasião, foram presas 57 pessoas que atuavam em três organizações criminosas.
Enquanto em São Paulo o cerco se fechava, em Belo Horizonte aumentavam o volume de passageiros e a oferta de voos internacionais, condições ideais para os traficantes. Se em 2004 Confins registrou 388 mil passageiros, no ano passado o movimento foi de 5,2 milhões de passageiros, um aumento de 1.240%. Hoje, há voos de Confins para a Europa todos os dias da semana. No ano passado, foram inaugurados voos diretos para Lisboa, Paris, Miami e Panamá. Os passageiros desses voos passam pelo processo de imigração e despacham as malas em Confins. Na maioria das vezes, o avião faz uma escala em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em Brasília, mas o passageiro não sai da aeronave.
Com uma estrutura policial e fiscal muito menor que a de aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, Confins passou a ser uma boa alternativa para os traficantes internacionais. De 2008 para cá, estrangeiros com passaporte de Serra Leoa, Mali, Romênia, Polônia, Espanha, Bulgária, Alemanha e Bélgica foram presos em flagrante em Confins com cloridrato de cocaína (a droga pura, pronta para uso, mas ainda passível de mistura para aumentar o volume). As “mulas” transportavam a droga (de 300 gramas a 6 quilos) escondida no corpo ou na bagagem. Os policiais que atuam em Confins já encontraram roupas de banho engomadas com cocaína e pacotes com a droga escondidos em fundo falso de malas, em cintas atadas ao corpo e dentro de instrumentos musicais. “Trata-se de um esquema grande, e não de indivíduos isolados que tentam levar cocaína para fora do país. A ocultação da droga é perfeita”, afirma o delegado João Geraldo de Almeida.
Em mais de um caso, a cocaína, acondicionada em cápsulas, havia sido ingerida pelas “mulas”. Dois africanos presos em flagrante em maio deste ano levavam um total de 3,5 quilos da droga no estômago. Na Europa, cada quilo de cloridrato de cocaína vale cerca de 40 mil euros (R$ 108 mil).
Fonte: Lucas Figueiredo (Estado de Minas) via Portal UAI
Os casos apresentam características semelhantes:
1) a origem da droga é a Colômbia;
2) a importação é feita por criminosos internacionais baseados em São Paulo, ligados sobretudo à máfia nigeriana;
3) os traficantes “vestem” as “mulas” (ou seja, escondem a droga no corpo ou na bagagem das pessoas que irão transportá-la) em São Paulo e as enviam para Belo Horizonte;
4) o voo mais usado é o Belo Horizonte-Lisboa, da TAP, inaugurado no começo do ano passado.
“Com o aperto na fiscalização no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, os traficantes começaram a procurar outras saídas para a droga enviada para a Europa”, afirma o delegado João Geraldo de Almeida, chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal em Minas Gerais. Segundo Almeida, com o aumento na oferta de voos internacionais, Belo Horizonte se tornou uma alternativa. “Confins é hoje um dos muitos pontos no Brasil de saída de droga”, diz o delegado. De fato, com um fortalecimento da repressão ao tráfico internacional em São Paulo, os últimos meses não foram fáceis para as organizações criminosas que usam o aeroporto de Guarulhos como porta de saída de cocaína para a Europa e os Estados Unidos. Só neste ano, foi apreendida mais de 1 tonelada da droga no aeroporto de Guarulhos. Em março, depois de mais de um ano de investigação, a PF desmontou um esquema de tráfico que contava com a participação de fiscais da Receita Federal, funcionários da Infraero e de companhias aéreas e policiais civis. Na ocasião, foram presas 57 pessoas que atuavam em três organizações criminosas.
Enquanto em São Paulo o cerco se fechava, em Belo Horizonte aumentavam o volume de passageiros e a oferta de voos internacionais, condições ideais para os traficantes. Se em 2004 Confins registrou 388 mil passageiros, no ano passado o movimento foi de 5,2 milhões de passageiros, um aumento de 1.240%. Hoje, há voos de Confins para a Europa todos os dias da semana. No ano passado, foram inaugurados voos diretos para Lisboa, Paris, Miami e Panamá. Os passageiros desses voos passam pelo processo de imigração e despacham as malas em Confins. Na maioria das vezes, o avião faz uma escala em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em Brasília, mas o passageiro não sai da aeronave.
Com uma estrutura policial e fiscal muito menor que a de aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro, Confins passou a ser uma boa alternativa para os traficantes internacionais. De 2008 para cá, estrangeiros com passaporte de Serra Leoa, Mali, Romênia, Polônia, Espanha, Bulgária, Alemanha e Bélgica foram presos em flagrante em Confins com cloridrato de cocaína (a droga pura, pronta para uso, mas ainda passível de mistura para aumentar o volume). As “mulas” transportavam a droga (de 300 gramas a 6 quilos) escondida no corpo ou na bagagem. Os policiais que atuam em Confins já encontraram roupas de banho engomadas com cocaína e pacotes com a droga escondidos em fundo falso de malas, em cintas atadas ao corpo e dentro de instrumentos musicais. “Trata-se de um esquema grande, e não de indivíduos isolados que tentam levar cocaína para fora do país. A ocultação da droga é perfeita”, afirma o delegado João Geraldo de Almeida.
Em mais de um caso, a cocaína, acondicionada em cápsulas, havia sido ingerida pelas “mulas”. Dois africanos presos em flagrante em maio deste ano levavam um total de 3,5 quilos da droga no estômago. Na Europa, cada quilo de cloridrato de cocaína vale cerca de 40 mil euros (R$ 108 mil).
Fonte: Lucas Figueiredo (Estado de Minas) via Portal UAI
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