Veja o vídeo (desconsidere o título criado por quem o postou no YouTube):
O funk é o do Búfalo Bill, de 2008. Com a letra da música não há nada de mais. Dos sumidos MCs Bolinho e Bill, o funk pegou pelo ritmo e não pelo conteúdo. Para quem é de fora do Rio, cabe sublinhar que há uma imensa discografia de funks exaltando o crime, os chamados proibidões. Os dos soldados da FAB não é um desses.
Eles dançam tendo, ao fundo, barracas de campanha. No figurino, fardas e coletes das Forças Armadas. O pior exemplo vem mesmo da exibição de armas, reproduzindo dentro de uma unidade militar cenas reprováveis de alguns bailes funk do Rio, onde armas dão status a quem não merece.
A “brincadeira” dos soldados foi parar na Internet. Até ontem tinha 266 visualizações no Youtube. Quando ainda eram 60 visualizações, leitor da Coluna informou que recebeu telefonema de colega do Nordeste perguntando sobre o vídeo. Não acreditava no que via exatamente pela fama de disciplina rígida da base de Santa Cruz.
Procurado pela Coluna, o Comando da Aeronáutica emitiu nota repudiando “os atos de indisciplina e desrespeito ao cerimonial de hasteamento do Pavilhão Nacional praticados por militares”. Destacou ainda que tais desvios “não refletem as normas, valores e padrões de comportamento praticados pelos milhares de militares da Força Aérea Brasileira no cumprimento dos seus deveres.”
Ponderação
Oficial experiente alerta que em si a “brincadeira” dos soldados é compreensível, mas inadmissível porque, usando armas, arriscam-se e imitam cena condenável de bailes igualmente condenáveis. Fardados, representam a FAB. “Nessa condição erram, agravando a falha deixando o erro parar na área livre da Internet”, analisa.
Inquérito Policial
O mau exemplo dos soldados da Base Aérea de Santa Cruz já está sendo apurado em Inquérito Policial Militar (IPM). Afinal, trata-se de transgressão disciplinar. Segundo nota do Comando da Aeronáutica, o objetivo é “apurar responsabilidades e aplicar eventuais sanções disciplinares, após a conclusão dos procedimentos legais cabíveis”.
Fonte: O Dia Online