domingo, 16 de janeiro de 2022

Combates aéreos: Caças F-14 dos EUA versus Su-22 da Líbia sobre o Golfo de Sidra, em 1981

Em 19 de agosto de 1981, dois jatos Sukhoi Su-22 Fitter da Força Aérea Líbia são abatidos por F-14 Tomcats da Marinha dos EUA no Golfo de Sidra.


Em 1973, em resposta à Líbia ter reivindicado o Golfo de Sidra abaixo de 32° 30′ N como suas águas territoriais, a Marinha dos Estados Unidos começou a conduzir patrulhas de Liberdade de Navegação na região, pois as reivindicações da Líbia não eram reconhecidas pelo Direito Internacional. Essas patrulhas FON foram intensificadas após a eleição de Ronald Reagan e, em agosto de 1981, dois porta-aviões foram despachados para o Golfo.

Os líbios responderam desdobrando um grande número de caças MiG-23, MiG-25, Su-22 e Mirage F1s para bases na costa da Líbia e, em seguida, voando missões sobre suas águas reivindicadas. Aviões da Marinha dos EUA realizaram missões de interceptação conforme a situação começou a piorar, incluindo o lançamento de um míssil ar-ar por um jato da Líbia no dia 18 de agosto.


No dia 19, uma aeronave embarcada S-3 Viking voava deliberadamente em uma rota sobre o território disputado, tentando provocar uma reação dos líbios. Dois jatos Su-22 Fitter foram despachados para interceptar o S-3.

Dois F-14 Tomcats foram acionados para interceptar os Su-22s e, quando eles passaram um pelo outro, os jatos líbios dispararam um míssil contra os americanos, mas erraram.

Quando os jatos da Líbia tentavam desengajar, os F-14s viraram e avançaram atrás dos Su-22s, cada um disparando um único AIM-9 Sidewinder, ambos atingindo seus respectivos alvos. Os pilotos líbios foram vistos ejetando.

Apesar disso, o governo líbio não desistiu de sua reivindicação sobre o Golfo e outros incidentes aconteceriam em 1986 e 1989.

O combate



Em 19 de agosto, dois caças Grumman F-14 Tomcat do esquadrão de caça VF-41 Black Aces, baseados no navio-aeródromo USS Nimitz, voavam numa PAC (Patrulha Aérea de Combate) em formação de combate, afastados 3.000m um do outro, com o ala voando 2.000m mais alto.

Num dado momento, detectaram dois sinais não identificados no radar. O líder da formação avistou os estranhos a 12km de distância e virou-se imediatamente para interceptá-los.

Pouco depois, a distância entre os aviões americanos e líbios tinha diminuído para perto de 5km, quando os intrusos foram identificados visualmente com segurança como caças-bombardeiros de fabricação soviética Sukhoi Su-22 “Fitter”, da Força Aérea Líbia.

Nos segundos seguintes, os pilotos americanos viram o líder líbio disparar um míssil AA-2 “Atoll” guiado por infravermelho contra eles. Pelas regras de engajamento, os Sukhoi passaram a ser considerados como hostis e os Tomcat ficaram livres para combater, sem pedir permissão ao comando.


Depois que o líder líbio disparou o míssil, os dois Su-22 partiram em direções diferentes para tentar evitar os F-14. Kleeman, o comandante do elemento, perseguiu o avião da esquerda e seu ala, Muczynski, atacava o da direita.


Enquanto o ala líbio subia e se inclinava para começar a girar, seu líder girava brutalmente para completar 180 graus. Kleeman tinha previsto essa manobra e colocou-se na cauda do Sukhoi, a uma distância de 1.400m, enquanto Muczynski perseguia o líder.


Kleeman travou no alvo e lançou contra ele um míssil AIM-9L Sidewinder, destruindo o Sukhoi. O piloto líbio se ejetou. Muczynski fez o mesmo poucos segundos depois, mas o paraquedas do piloto do avião que ele derrubou não abriu.


O fato de deixar um grande afastamento entre os dois F-14 Tomcat, impediu o inimigo de avistar ambos ao mesmo tempo, contrastando bastante com a formação fechada e taticamente ineficaz dos líbios.

24 de agosto de 1981, Nápoles, Itália – Tenentes e oficiais de interceptação de radar, James Anderson (primeiro à esquerda) e David Venlet (último à direita), com os pilotos Lawrence Muczynski (segundo à esquerda) e, capitão de fragata Henry Kleeman, a bordo do porta-aviões USS Nimitz, cinco dias após o incidente no Golfo de Sidra
Embora o F-14 não tenha sido projetado para “dogfight”, o treinamento recebido pelos pilotos da Marinha na escola Top Gun os capacitou a superar o inimigo em aeronaves menores e potencialmente mais manobráveis que eles.

Por Poder Aéreo

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