Processo de recuperação das companhias internacionais desacelerou com crise na Europa; empresas brasileiras foram pouco afetadas
O processo de recuperação das companhias aéreas internacionais será prejudicado pelas perdas que elas sofreram com a restrição do espaço aéreo europeu na semana passada. A erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull levou as autoridades europeias a fechar boa parte do espaço aéreo. As perdas do setor somaram US$ 1,7 bilhão, 11% do prejuízo total das companhias áreas no ano passado, de acordo com estimativas da Associação Internacional de Transporte Aéreo.
“Dado o tamanho do prejuízo, com certeza o resultado do trimestre das companhias aéreas internacionais será afetado”, afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Para ele, a erupção do vulcão é mais um revés no caminho das aéreas internacionais. Elas registraram prejuízos totais R$ 9,4 bilhões em 2009 e ensaiavam uma recuperação de receita neste ano.
O prejuízo diários das aéreas com a restrição dos voos na Europa alcançou US$ 400 milhões, superando muitos ganhos e perdas das companhias em todo o ano passado. A Delta Airlines, por exemplo, registrou prejuízo de US$ 1,2 bilhão em 2009. TAM e Gol lucraram, respectivamente, US$ 771 milhões e US$ 493 milhões. Para Agostini, as companhias que operam na Europa ainda enfrentam a crise, já que os países do continente ainda apresentam problemas financeiros. "As pessoas viajam menos quando a economia vai mal", afirma o economista.
O analista de transportes da corretora Planner, Brian Moretti, também espera que a atividade do vulcão nos últimos dias traga números negativos para o balanço do segundo trimestre das companhias aéreas europeias. O resultado do ano, no entanto, depende da recuperação da economia mundial. “As restrições de voos ocorreram em apenas uma semana. A perspectiva é de melhores resultados no setor neste ano, puxado pela elevação dos PIBs [Produto Interno Bruto] dos países”, afirma o analista.
Companhias brasileiras
As restrições de operação nos aeroportos europeus devem afetar muito pouco o desempenhos das companhias aéreas brasileiras, segundo os analistas. A maioria das aéreas do País não voa para a Europa e concentra suas operações no mercado doméstico. A empresa brasileira com maior quantidade de voos para cidades europeias é a TAM, que oferece sete frequências diárias _14 voos de ida e volta.
Procurada pelo iG, a TAM informou que teve 56 voos cancelados em razão da erupção do vulcão na Islândia. A companhia não divulga seus prejuízos financeiros, mas informa que os voos cancelados representam apenas 2% do total de operações estimadas pela companhia para o mês de abril.
O balanço da companhia deve ser pouco afetado, justamente porque uma parte muito pequena dos voos da TAM foi prejudicada pelo vulcão, afirmam os analistas.
Fragilidade do setor
O episódio da semana passada mostra um despreparo tecnológico do setor de aviação para enfrentar eventos como a erupção de um vulcão. Antes de 2010, o Eyjafjallajökull entrou em atividade pela última vez em 1821 e continuou expelindo fumaça por dois anos. “Ninguém está preparado para este vulcão permanecer ativo”, diz Moretti.
Para ele, as regras atuais para os serviços aéreos penalizam as companhias por eventuais atrasos ou cancelamentos de voos mesmo em situações chamadas extraordinárias, ou seja, que independem da eficiência da empresa, como problemas climáticos. O deslocamento de aeronaves, o reembolso de passagens canceladas e o pagamento de diárias de hotéis para passageiros que não puderam voar são custos que recaem sobre o caixa das companhias. A ajuda governamental ao setor pode dar um fôlego para as empresas, mas dificilmente impedirá que elas fechem o trimestre no vermelho.
Fonte: Marina Gazzoni (iG)
O processo de recuperação das companhias aéreas internacionais será prejudicado pelas perdas que elas sofreram com a restrição do espaço aéreo europeu na semana passada. A erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull levou as autoridades europeias a fechar boa parte do espaço aéreo. As perdas do setor somaram US$ 1,7 bilhão, 11% do prejuízo total das companhias áreas no ano passado, de acordo com estimativas da Associação Internacional de Transporte Aéreo.
“Dado o tamanho do prejuízo, com certeza o resultado do trimestre das companhias aéreas internacionais será afetado”, afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Para ele, a erupção do vulcão é mais um revés no caminho das aéreas internacionais. Elas registraram prejuízos totais R$ 9,4 bilhões em 2009 e ensaiavam uma recuperação de receita neste ano.
O prejuízo diários das aéreas com a restrição dos voos na Europa alcançou US$ 400 milhões, superando muitos ganhos e perdas das companhias em todo o ano passado. A Delta Airlines, por exemplo, registrou prejuízo de US$ 1,2 bilhão em 2009. TAM e Gol lucraram, respectivamente, US$ 771 milhões e US$ 493 milhões. Para Agostini, as companhias que operam na Europa ainda enfrentam a crise, já que os países do continente ainda apresentam problemas financeiros. "As pessoas viajam menos quando a economia vai mal", afirma o economista.
O analista de transportes da corretora Planner, Brian Moretti, também espera que a atividade do vulcão nos últimos dias traga números negativos para o balanço do segundo trimestre das companhias aéreas europeias. O resultado do ano, no entanto, depende da recuperação da economia mundial. “As restrições de voos ocorreram em apenas uma semana. A perspectiva é de melhores resultados no setor neste ano, puxado pela elevação dos PIBs [Produto Interno Bruto] dos países”, afirma o analista.
Companhias brasileiras
As restrições de operação nos aeroportos europeus devem afetar muito pouco o desempenhos das companhias aéreas brasileiras, segundo os analistas. A maioria das aéreas do País não voa para a Europa e concentra suas operações no mercado doméstico. A empresa brasileira com maior quantidade de voos para cidades europeias é a TAM, que oferece sete frequências diárias _14 voos de ida e volta.
Procurada pelo iG, a TAM informou que teve 56 voos cancelados em razão da erupção do vulcão na Islândia. A companhia não divulga seus prejuízos financeiros, mas informa que os voos cancelados representam apenas 2% do total de operações estimadas pela companhia para o mês de abril.
O balanço da companhia deve ser pouco afetado, justamente porque uma parte muito pequena dos voos da TAM foi prejudicada pelo vulcão, afirmam os analistas.
Fragilidade do setor
O episódio da semana passada mostra um despreparo tecnológico do setor de aviação para enfrentar eventos como a erupção de um vulcão. Antes de 2010, o Eyjafjallajökull entrou em atividade pela última vez em 1821 e continuou expelindo fumaça por dois anos. “Ninguém está preparado para este vulcão permanecer ativo”, diz Moretti.
Para ele, as regras atuais para os serviços aéreos penalizam as companhias por eventuais atrasos ou cancelamentos de voos mesmo em situações chamadas extraordinárias, ou seja, que independem da eficiência da empresa, como problemas climáticos. O deslocamento de aeronaves, o reembolso de passagens canceladas e o pagamento de diárias de hotéis para passageiros que não puderam voar são custos que recaem sobre o caixa das companhias. A ajuda governamental ao setor pode dar um fôlego para as empresas, mas dificilmente impedirá que elas fechem o trimestre no vermelho.
Fonte: Marina Gazzoni (iG)
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