terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Soldados protegem avião espião em Foz do Iguaçu (PR)

Tropa nacional que faz segurança de aeronave está no Paraná há 30 dias. Veículo não tripulado mapeará crime na fronteira

Vant: aeronave não tripulada ajudará a combater o crime na fronteira com o Paraguai

Solicitada inúmeras vezes pelas autoridades de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, para combater o tráfico e o contrabando na fronteira entre Brasil e Paraguai, a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) finalmente desembarcou na região – mas não para enfrentar os delitos fronteiriços.

A missão do pequeno efetivo, de 29 homens, é proteger a mais no­­va ferramenta de combate ao cri­­me: o Veículo Aéreo Não Tri­­pu­­lado (Vant), que permanece numa base criada pela Polícia Federal no aeroporto de São Miguel do Iguaçu, a 45 quilômetros de Foz.

“A Força Nacional está em Foz com um único objetivo, o de proteger o Vant. Ainda não existem operações conjuntas em andamento, por ora”, afirma o delegado chefe da PF em Foz do Iguaçu, José Alberto Iegas. Há um mês na cidade, a FNSP vai continuar em São Miguel do Iguaçu por mais 30 dias. Se houver necessidade, o tempo de permanência é prorrogável.

O Veículo Aéreo Não Tripulado está quase pronto para ser usado: a ideia é que ele identifique as rotas do tráfico e do contrabando na fronteira. De acordo com a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, o Vant, por enquanto, está mapeando as estradas da região, e só após essa fase ele entrará definitivamente em ação.

Enquanto a data exata de estreia do Vant não é divulgada, os agentes operadores de voo continuam em treinamento. A PF explica que, atualmente, existem agentes treinando no exterior, em Brasília e na própria base, em São Miguel do Iguaçu.

Aeroporto

Instalado numa área de sete alqueires, cercado de propriedades rurais, o aeroporto de São Miguel do Iguaçu carece de infraestrutura. Para resolver o problema, o Ministério da Justiça informou que vai investir no alargamento e na ampliação da pista de pouso – que atualmente tem 1,3 mil metros de comprimento e 18 metros de largura – e na estrada que dá acesso ao aeroporto. En­­tretanto, a Superinten­dência da PF explicou que os investimentos dependem da transferência da área do município para a União. Portanto, não foram fixados prazos para as obras começarem.

O Vant foi apresentado pela primeira vez em julho do ano passado, quando o ministro da Justiça, Tarso Genro, esteve em São Miguel do Iguaçu para um voo inaugural de teste.

As informações captadas pelo Vant serão compartilhadas com outros órgãos de segurança que atuam em parceria com a PF, incluindo a Receita Federal e a Força Alfa, pelotão de elite da Polícia Militar na fronteira.

Vant

Com 10 metros de envergadura e capacidade para fazer fotos e imagens de vídeo em alta resolução, transmitidas instantaneamente para uma base terrestre, o Vant possibilita que os agentes possam ir ao local do crime imediatamente.

A aeronave, que não tem piloto e pode voar por mais de 30 horas consecutivas, é monitorada via controle remoto e tem potência suficiente para acompanhar o movimento de pedestres e identificar rostos de pessoas e placas de veículos, inclusive à noite, conforme a luminosidade.

De fabricação israelense, o Vant era usado apenas pelas forças armadas de alguns países, incluindo a dos Estados Unidos. A Polícia Federal brasileira foi a primeira força policial do mundo a possuir um, que custou aproximadamente R$ 40 milhões.

Força só foi ao Paraná uma vez

Desde a sua criação, em junho de 2004, a Força Nacional de Segurança Pública já atuou em 18 missões especiais em 15 estados da federação. A mais conhecida delas aconteceu em 2007, durante os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

No Paraná, a Força Nacional atuou apenas uma vez. Em setembro de 2008, o efetivo apoiou o Departamento Penitenciário Federal para evitar rebeliões no presídio de segurança máxima de Catanduvas, durante a greve dos agentes penitenciários.

Composta por 10 mil soldados, a Força Nacional é formada por policiais e bombeiros indicados pelos estados. O grupo age apenas em situações emergenciais e quando é solicitado oficialmente pelo governador do estado. Quem decide se existe necessidade é o ministro da Justiça.

Fonte: Gabriel Azevedo (Gazeta do Povo) - Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo

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