Cerca de mil astros de 1 km de diâmetro vão rondar a Terra até 2020. Mas apenas um terço deles já foi rastreado por cientistas
Não parece, mas até terça-feira o fim do mundo vai nos acompanhar de perto. É o período em que o asteroide ST 19, que para alguns cientistas tem tamanho suficiente para causar uma “catástrofe global”, vai ficar na mesma órbita que o planeta, a “apenas” duas vezes a distância da Terra para a Lua. Apesar da distância, considerada pequena, o que assusta mais não é a rocha gigante, que já não tem perigo de acertar a Terra, mas a falta de recursos para a Nasa mapear outros corpos celestes tão assustadores.
Segundo relatório recente, a agência espacial americana só concluiu até agora um terço da meta de monitorar, até 2020, 90% dos asteroides que podem se aproximar da Terra. Estima-se que mil asteroides com mais de 1 km de diâmetro se aproximarão da Terra até a próxima década. Cerca de 150 dos outros 1.072 já descobertos foram rotulados de “potencialmente perigosos”. Alguns deles cruzam a órbita da Terra, como o ST 19, que, em 2038, voltará a se aproximar, sem riscos de colisão.
A observação de outros planetas vem mostrando que nem sempre a história termina tão bem. Em julho, um asteroide não-mapeado se chocou com Júpiter, causando uma “cicatriz” do tamanho da Terra. Atualmente, a Nasa ainda negocia a liberação de verba de no mínimo 300 milhões de dólares para conseguir rastrear pelo menos os asteroides mais perigosos. Seriam necessários 800 milhões para se monitorar os menores.
Por enquanto, entretanto, não há sinais que o dinheiro será liberado. Mas, para se ter uma ideia, em março o asteroide DD45 passou a um sexto da distância da Terra para a Lua. Ele tinha 40 metros de diâmetro. O tamanho, dependendo da composição do objeto, era suficiente para acabar com uma cidade do tamanho do Rio.
Segundo o astrônomo Domingos Bulgarelli, da Fundação Planetário do Rio, como os recursos para a Nasa não estão tão abundantes como em outras décadas, a tendência é que a responsabilidade de mapear os asteroides seja dividida com outros países.
“O Brasil, por exemplo, faz parte do programa Impactron que, com o auxílio de um observatório recém-inaugurado, vai rastrear objetos no Hemisfério Sul”, conta. Ele adverte, entretanto, que o risco de algum asteroide só ser detectado quando estiver bem próximo do planeta vai continuar existindo.
Estratégias já são discutidas
Atualmente, um órgão ligado à ONU é o principal fórum de debates sobre o que deve ser feito caso um asteroide confirmadamente esteja a caminho da Terra. A Força Aérea Americana também já chegou a fazer reuniões para debater o tema.
Várias estratégias têm sido discutidas para rechaçar ameaças do tipo. A mais conhecida é o disparo de um míssil da Terra que despedaçaria o asteroide. Destroços do corpo celeste, entretanto, poderiam cair na própria Terra, causando estragos, o que tem causado restrições à tática. Outra possibilidade é coloca um foguete no asteroide para impulsioná-lo para outro lado do espaço.
Fala-se ainda em enviar outro foguete que desvie a força gravitacional também para empurrar a ameaça para longe e até em espelhos que reflitam a luz solar sobre o astro. Nada disso, porém, jamais foi testado na prática. Por enquanto, resta ver filmes sobre o assunto e torcer para que as rochas gigantes fiquem bem longe.
Fonte: João Ricardo Gonçalves (O Dia Online)
Não parece, mas até terça-feira o fim do mundo vai nos acompanhar de perto. É o período em que o asteroide ST 19, que para alguns cientistas tem tamanho suficiente para causar uma “catástrofe global”, vai ficar na mesma órbita que o planeta, a “apenas” duas vezes a distância da Terra para a Lua. Apesar da distância, considerada pequena, o que assusta mais não é a rocha gigante, que já não tem perigo de acertar a Terra, mas a falta de recursos para a Nasa mapear outros corpos celestes tão assustadores.
Segundo relatório recente, a agência espacial americana só concluiu até agora um terço da meta de monitorar, até 2020, 90% dos asteroides que podem se aproximar da Terra. Estima-se que mil asteroides com mais de 1 km de diâmetro se aproximarão da Terra até a próxima década. Cerca de 150 dos outros 1.072 já descobertos foram rotulados de “potencialmente perigosos”. Alguns deles cruzam a órbita da Terra, como o ST 19, que, em 2038, voltará a se aproximar, sem riscos de colisão.
A observação de outros planetas vem mostrando que nem sempre a história termina tão bem. Em julho, um asteroide não-mapeado se chocou com Júpiter, causando uma “cicatriz” do tamanho da Terra. Atualmente, a Nasa ainda negocia a liberação de verba de no mínimo 300 milhões de dólares para conseguir rastrear pelo menos os asteroides mais perigosos. Seriam necessários 800 milhões para se monitorar os menores.
Por enquanto, entretanto, não há sinais que o dinheiro será liberado. Mas, para se ter uma ideia, em março o asteroide DD45 passou a um sexto da distância da Terra para a Lua. Ele tinha 40 metros de diâmetro. O tamanho, dependendo da composição do objeto, era suficiente para acabar com uma cidade do tamanho do Rio.
Segundo o astrônomo Domingos Bulgarelli, da Fundação Planetário do Rio, como os recursos para a Nasa não estão tão abundantes como em outras décadas, a tendência é que a responsabilidade de mapear os asteroides seja dividida com outros países.
“O Brasil, por exemplo, faz parte do programa Impactron que, com o auxílio de um observatório recém-inaugurado, vai rastrear objetos no Hemisfério Sul”, conta. Ele adverte, entretanto, que o risco de algum asteroide só ser detectado quando estiver bem próximo do planeta vai continuar existindo.
Estratégias já são discutidas
Atualmente, um órgão ligado à ONU é o principal fórum de debates sobre o que deve ser feito caso um asteroide confirmadamente esteja a caminho da Terra. A Força Aérea Americana também já chegou a fazer reuniões para debater o tema.
Várias estratégias têm sido discutidas para rechaçar ameaças do tipo. A mais conhecida é o disparo de um míssil da Terra que despedaçaria o asteroide. Destroços do corpo celeste, entretanto, poderiam cair na própria Terra, causando estragos, o que tem causado restrições à tática. Outra possibilidade é coloca um foguete no asteroide para impulsioná-lo para outro lado do espaço.
Fala-se ainda em enviar outro foguete que desvie a força gravitacional também para empurrar a ameaça para longe e até em espelhos que reflitam a luz solar sobre o astro. Nada disso, porém, jamais foi testado na prática. Por enquanto, resta ver filmes sobre o assunto e torcer para que as rochas gigantes fiquem bem longe.
Fonte: João Ricardo Gonçalves (O Dia Online)
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