domingo, 4 de outubro de 2009

O Campo de Aviação de Teresina

Aeroporto Petrônio Portella

Falar em aeroporto internacional no Piauí pode até dar Ibope para os gestores, mas é uma falácia. Se comparado aos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Maceió e São Luis, todos no Nordeste, o aeroporto de Teresina não passa de um Campo de Aviação.

Não tem um aeroporto no Piauí que possa assim ser considerado, nem mesmo o da capital, até porque ele só está autorizado para vôos domésticos. Ali falta o detector de metais (aquele que o passageiro passa por uma espécie de porta), equipamento onde possa ser visualizado o conteúdo da malas, ILS (Instrument Landing System), que permite o pouso de aeronaves através de instrumento. O Aeroporto de Teresina também não tem radar para controle de aeronaves que passam pelo Piauí, sendo considerado como ponto cego da aviação brasileira, todo o controle é feito via rádio, não há imagens. O sistema ali existente é somente usado em estados de países subdesenvolvidos.

Outra necessidade para o aeroporto de Teresina é dotar de posto de aduana e da Polícia Federal, para receber voos internacionais, além de um equipamento de visualização de bagagens para detectar contrabandos, armas e drogas.

Outro dia um passageiro entrou com uma faca de cozinha em um avião da TAM no Aeroporto de Teresina Petrônio Portella, o que provocou uma alerta nacional segurança de voo pela gravidade da situação. Por causa da entrada indevida de uma faca de cozinha em um avião, a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) editou resolução nacional proibindo a venda da revista "Caras", com facas, garfos e instrumentos de cozinheiros de brinde em espaço da sala de embarque. O leitor pode comprar a revista, mas recebe um vale para receber o brinde após o desembarque. O gerente de Segurança do Aeroporto de Teresina, Marcílio Mauro, afirmou que a faca foi encontrada por uma comissária da Tam quando o avião já estava em pleno vou. Isto aconteceu no voo 3883, de Fortaleza (CE), Teresina e Brasília.

O governador Wellington Dias (PT), já sentiu na pele o que a maioria dos passageiros sente quando desembarca em Teresina no Aeroporto Petrônio Portela: a falta de uma melhor estrutura no aeroporto. O avião que lhe trouxe de Brasília, onde foi participar da solenidade em comemoração a Batalha do Jenipapo, atrasou o pouso por conta da intensa neblina no local. O pouso estava marcado para as 7 horas, mas o avião só aterrissou às 8h, porque o aeroporto não dispõe de um equipamento chamado ILS (Instrument Landing System), que permite o pouso de aeronaves através de instrumentos. Por diversas vezes o governador tem chegado debaixo de chuva, além de ser uma aterrisagem de risco o governador tem que ser levado atá o saguão com um guarda chuvas, porque não tem túneis de embarque ou desembarque que se conecta à porta da aeronave e leva direto para salão de desembarque. Ainda tem a questão da localização, os urubus, etc.

Até os planos de voo para o interior, feitos inclusive pelo governador, a maioria são fraudados, pois a maior parte dos aeroportos existentes no interior do estado são irregulares, não reconhecidos pela Infraero.

A coluna do Arimatéia Azevedo, do PortalAZ de hoje, 03 de outubro, traz em seu editorial uma crítica contundente sobre o Aeroporto de Teresina, denominado de Aeroporto Senador Petrônio Portela.

Veja na íntegra o editorial do Portal AZ

“Revoltai-vos!

É um absurdo o que acontece no aeroporto de Teresina. Primeiro o número limitado de linhas aéreas em operação, deixando Teresina ilhada entre São Luís e Fortaleza, tirando o Piauí das rotas do Turismo. Para piorar, outras capitais do Nordeste, como Salvador e Aracajú são acessíveis apenas através de Brasília.

Outro ponto inadmissível é a situação física do terminal de passageiros! É muito simplória, comparada apenas com instalações de campos de aviação em cidades do interior, pois sem as mínimas condições de operação! O serviço de som não funciona a contento, deveria ser mais audível. No setor de embarque, antes do Raio X, ninguém consegue saber que aeronave está pousando porquê, pasmem, tem-se dois desembarques e, claro, dois embarques entre 15 e 16 horas, congestionando as instalações precárias existentes. Tem-se, ali, uma foto colorida do caos. Stress no pico de demanda e subseqüente vazio nas instalações e no comércio no aeroporto, mostrando um amadorismo de programação e logística inadmissíveis. Um problema absolutamente equacionável por qualquer cidadão da iniciativa privada, não foi ainda tratado como deveria ser pela Infraero. Será possível que as autoridades que se utilizam diariamente do aeroporto não se deram conta dessa aberração? Se eles vissem os moderníssimos aeroportos de Maceió, Natal, Fortaleza e, bem ali, em São Luís, seguramente estariam revoltados. A não ser que enxerguem o velho aeroporto de Teresina com a mentalidade tacanha de só pensar o mínimo para o Estado.”

Fonte: José Wilson (Blog do José Wilson)

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