Comissão indica que empresas sem registro eram as protagonistas do esquema
Conforme a investigação, os donos adquiriam passagens de deputados e revendiam para outras agências que de fato atuavam no mercado
Agências de turismo sem registro, falidas e com donos e endereços ocultos estão entre as protagonistas do esquema de comercialização de passagens aéreas de deputados, segundo investigação da Câmara.
A suspeita é que sejam empresas de fachada, que tinham como principal função dar cobertura formal para pessoas que atuavam como intermediárias do esquema.
Segundo o Ministério do Turismo, as agências brasilienses Morena Turismo, Special Tour e Terra Viagens não têm cadastro junto ao governo, uma exigência da lei para poderem atuar no mercado.
A investigação da Câmara indica que os donos dessas empresas adquiriam passagens aéreas das cotas de deputados, com a ajuda de servidores de gabinetes, e as revendiam para agências que realmente atuavam no mercado.
Cobravam comissão de até 10% para isso. Consumidores, sem suspeitar de nada, adquiriam passagens originadas de cotas de deputados.
A Morena pertence ao empresário Pedro Damião Pinto Rabelo, que comprava passagens de uma ex-servidora do gabinete do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI). A Folha não conseguiu localizar Rabelo nem a sede de sua agência.
Já a Special Tour tem como representante Marco Aurelio Cunha Vilanova, que até o estouro do escândalo era servidor fantasma do gabinete do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR).
A Special Tour funcionava até o ano passado no térreo de um hotel em Brasília, onde agora opera outra agência. No local, ninguém sabe do paradeiro de Vilanova.
Foi ele o responsável por intermediar uma operação com outra agência que resultou numa passagem para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau emitida na cota parlamentar do deputado federal Fernando de Fabinho (DEM-BA).
Outra triangulação envolveu a Terra Viagens e Turismo e a Mania Tour para venda de uma passagem para o presidente do STF, Gilmar Mendes, e sua mulher. Ambos viajaram para Nova York com passagens emitidas com cotas parlamentares dos deputados federais Fernando Coruja (PPS-SC) e Paulo Roberto (PTB-RS).
A Terra não possui cadastro no ministério. A Mania Tour, embora tenha autorização ainda válida para operar, não funciona no endereço informado ao Ministério do Turismo. Lá hoje existe uma lan house.
O depoimento à comissão de sindicância de seu suposto proprietário, Paulo César Pereira de Medeiros, foi considerado "contraditório e inverossímil". A comissão descobriu que ele era uma espécie de "sócio oculto" da agência, que na verdade tinha apenas o CNPJ.
Outra empresa, a Mix Turismo, apareceu nas investigações sobre a comercialização de cotas aéreas do gabinete do deputado federal Vieira da Cunha (PDT-RS). Segundo o parlamentar, a agência foi a responsável pela venda de bilhetes aéreos- oriundos das cotas- para cinco passageiros.
Laura Senatore, dona da agência de viagens, não foi localizada pela comissão de sindicância da Câmara e nem pela Folha. Sua empresa fechou no final do ano passado, mesma época em que foi acusada de fraude por clientes.
Fonte: Fábio Zanini / Maria Clara Cabral (jornal Folha de S.Paulo)
Conforme a investigação, os donos adquiriam passagens de deputados e revendiam para outras agências que de fato atuavam no mercado
Agências de turismo sem registro, falidas e com donos e endereços ocultos estão entre as protagonistas do esquema de comercialização de passagens aéreas de deputados, segundo investigação da Câmara.
A suspeita é que sejam empresas de fachada, que tinham como principal função dar cobertura formal para pessoas que atuavam como intermediárias do esquema.
Segundo o Ministério do Turismo, as agências brasilienses Morena Turismo, Special Tour e Terra Viagens não têm cadastro junto ao governo, uma exigência da lei para poderem atuar no mercado.
A investigação da Câmara indica que os donos dessas empresas adquiriam passagens aéreas das cotas de deputados, com a ajuda de servidores de gabinetes, e as revendiam para agências que realmente atuavam no mercado.
Cobravam comissão de até 10% para isso. Consumidores, sem suspeitar de nada, adquiriam passagens originadas de cotas de deputados.
A Morena pertence ao empresário Pedro Damião Pinto Rabelo, que comprava passagens de uma ex-servidora do gabinete do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI). A Folha não conseguiu localizar Rabelo nem a sede de sua agência.
Já a Special Tour tem como representante Marco Aurelio Cunha Vilanova, que até o estouro do escândalo era servidor fantasma do gabinete do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR).
A Special Tour funcionava até o ano passado no térreo de um hotel em Brasília, onde agora opera outra agência. No local, ninguém sabe do paradeiro de Vilanova.
Foi ele o responsável por intermediar uma operação com outra agência que resultou numa passagem para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau emitida na cota parlamentar do deputado federal Fernando de Fabinho (DEM-BA).
Outra triangulação envolveu a Terra Viagens e Turismo e a Mania Tour para venda de uma passagem para o presidente do STF, Gilmar Mendes, e sua mulher. Ambos viajaram para Nova York com passagens emitidas com cotas parlamentares dos deputados federais Fernando Coruja (PPS-SC) e Paulo Roberto (PTB-RS).
A Terra não possui cadastro no ministério. A Mania Tour, embora tenha autorização ainda válida para operar, não funciona no endereço informado ao Ministério do Turismo. Lá hoje existe uma lan house.
O depoimento à comissão de sindicância de seu suposto proprietário, Paulo César Pereira de Medeiros, foi considerado "contraditório e inverossímil". A comissão descobriu que ele era uma espécie de "sócio oculto" da agência, que na verdade tinha apenas o CNPJ.
Outra empresa, a Mix Turismo, apareceu nas investigações sobre a comercialização de cotas aéreas do gabinete do deputado federal Vieira da Cunha (PDT-RS). Segundo o parlamentar, a agência foi a responsável pela venda de bilhetes aéreos- oriundos das cotas- para cinco passageiros.
Laura Senatore, dona da agência de viagens, não foi localizada pela comissão de sindicância da Câmara e nem pela Folha. Sua empresa fechou no final do ano passado, mesma época em que foi acusada de fraude por clientes.
Fonte: Fábio Zanini / Maria Clara Cabral (jornal Folha de S.Paulo)
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