sábado, 26 de abril de 2008

Porto Alegre não terá sistema antineblina, diz militar

O Aeroporto Internacional Salgado Filho sob forte neblina

Superintendente da Infraero no Estado se surpreendeu com declaração de tenente-brigadeiro

Uma informação dada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) surpreendeu ontem a Superintendência Regional do Sul da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero).

Segundo reportagem publicada no jornal Valor Econômico na quarta-feira (23), o chefe do Decea, tenente-brigadeiro Ramon Borges Cardoso, disse que a instalação de um novo sistema antineblina no Aeroporto Internacional Salgado Filho havia sido cancelada.

De acordo com o tenente-brigadeiro, não foi possível autorizar a troca do ILS 1 pelo ILS 2 - nome dado ao sistema de pouso por instrumento - "devido à concentração de invasões residenciais nas proximidades" do Aeroporto Internacional Salgado Filho.

- A obra teve início em outubro passado. Está em fase de conclusão - afirma Marco Aurélio Franceschi, superintendente adjunto da Infraero no Estado, não entendendo a informação divulgada pelo tenente-brigadeiro.

A assessoria de imprensa da Infraero em Brasília confirmou a realização da troca de equipamentos e acrescentou que a instalação deverá ser concluída em julho. O novo instrumento será capaz de reduzir em 25% os fechamentos para vôos devido à neblina e permitirá aos pilotos uma visibilidade de pista 50% maior.

Obras de infra-estrutura estão com 30% concluídas

Segundo o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) da prefeitura de Porto Alegre, as 1,1 mil famílias da Vila Dique e cerca de 400 da Vila Nazareth, situadas próximas à cabeceira da pista do Salgado Filho, serão reassentadas em um loteamento que está sendo construído na Zona Norte, junto ao Complexo Cultural do Porto Seco.

Cerca de 30% das obras de infra-estrutura da nova área foram concluídas, e a transferência das famílias deve ocorrer, no máximo, em 2009, segundo o Demhab. A mudança permitirá a ampliação da pista do aeroporto e permitirá também que aeronaves maiores e com mais carga poderão descer na Capital.

Diferenças

ILS 1 - para ser usado, o teto de vôo (camada de nuvens) não pode estar abaixo de 60 metros, e o piloto precisa ver a pista quando estiver a 800 metros da cabeceira

ILS 2 - nesse caso, o equipamento permite que o teto seja de 30 metros e o piloto pode ver a pista a 400 metros da cabeceira

Fonte: Zero Hora - Foto: Tobias Jung (Terra)

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