Numa entrevista à Agência Lusa, Mora de Oliveira revela que «está a ser elaborado o conceito de operações que avalia o impacto que a activação destas áreas terá na aviação comercial e em terra junto das populações com o aumento de tráfego de aviões militares».
O processo desenrolou-se após reuniões em Setembro [de 2008 entre a Força Aérea Portuguesa (FAP) e o United State Air Force Europe (USAFE) onde «os americanos explicaram os requisitos necessários».
Foram também necessários encontros de trabalho entre a NAV-EPE portuguesa e a USAFE tendo um relatório sido entregue ao adido militar e aeronáutico da embaixada norte-americana em Lisboa.
No documento foram explicados os constrangimentos pelo facto de «esta zona ser altamente povoada pela aviação comercial e qual o impacto que teria o campo de treinos» tendo a 18 de Fevereiro «a USAFE aceite as condições».
Este é mais um facto que leva o Major-general a acreditar que, na sua opinião, «a Base das Lajes é importante estrategicamente no contexto do Atlântico Norte» recusando-se a fazer «juízos de valor» [comparativos] quanto a outros locais localizados no Oceano Atlântico.
«A importância das Lajes para os americanos e aliados também se pode traduzir nos melhoramentos que são feitos permanentemente pelos inquilinos», acrescentou.
Segundo Mora de Oliveira «estão em constante modernização física e tecnológica».
Salienta que «este é o primeiro ponto de apoio que os aliados possuem no meio do atlântico entre a América e a Europa e tem condições para receber o Space Shuttle e qualquer outra aeronave».
A sua importância, acrescenta, «tem picos como foi o caso do Kosovo em 1999 ou do Iraque em 2003», mas garante que «está cá sempre».
Acentua que «a projecção das forças norte-americanas necessita das Lajes não só para aterrar para descanso das tripulações como para manter reabastecedores que fazem o reabastecimento das aeronaves no ar».
Mora de Oliveira afiança que «ainda está longe o tempo dos supersónicos que vão atravessar o atlântico sem necessidade de reabastecer nem sofrer penalizações quanto ao material que cada um transporta».
Admite no entanto que quando «surgem as alturas das negociações» exista sempre uma tendência para a desvalorizar no sentido de quem tem de dar contrapartidas «quer dar o menos possível».
O Comandante do Comando Aéreo dos Açores diz «ter expectativas» quanto «à valorização ou não da base e à sua visibilidade com o campo de treinos para os F-22 e até com a anunciada modernização das forças militares russas e o seu rearmamento».
A Base das Lajes, instalada numa área com cerca de 500 hectares de terrenos, conta com uma pista principal com cerca de 4 quilómetros.
A pista, a única em funcionamento durante 24 horas no arquipélago, vai ser sujeita a obras de manutenção profunda, o que não sucede desde 1987.
Os custos serão percentualmente repartidos, diz Mora de Oliveira, entre Portugal e os EUA, como consta do acordo técnico entre os dois países.
Na Base das Lajes trabalham 333 militares e 118 civis portugueses, enquanto os americanos mantêm em serviço 689 militares, 77 civis e 997 familiares do pessoal norte-americano.
O destacamento norte-americano emprega 777 portugueses nas mais variadas funções e serviços.
Fontes: Diário Digital / Agência Lusa(Portugal)