sábado, 19 de fevereiro de 2022

Morte de brasileira por trombose em voo lança alerta para riscos em longas viagens; entenda

Movimentar pernas e hidratar-se são recomendações para evitar problemas semelhantes.

Brasileira morreu em voo para Paris de trombose (Foto: Reprodução Redes Sociais)
A morte da brasileira Maria de Lourdes Araújo dos Santos, de 75 anos, em um voo que seguia de São Paulo a Paris, na França, chamou atenção para os riscos de se desenvolver uma trombose em longas viagens. A dona de casa morava no Espiríto Santo e iria encontrar os cinco filhos que residem na capital francesa quando passou mal no voo LA702, da companhia aérea Latam. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Segundo o médico Fábio Miranda, clínico intensivista e Chefe da Terapia Intensiva do Copa Star, longos voos são fatores de risco para todos:

— O próprio voo é um fato de risco para o desenvolvimento de trombose venosa nos membros inferiores. A rigor, qualquer pessoa pode ter o risco aumentado em longas viagens.

A trombose acontece quando um coágulo se forma e bloqueia a passagem de sangue, o que pode gerar inchaço e dor. Caso ela se desprenda, pode ir para em outra parte do corpo, como o pulmão, e causar uma embolia. As horas que se passa sentado, entre outros fatores, em voos podem contribuir para o aparecimento de um desses coágulos.

Alguns, no entanto, correm mais riscos. Pessoas com mais de cinquenta anos, obesas, puérperas, fumantes ou que tenham feito recentemente cirurgias, sobretudo abdominais e ortopédicas, devem tomar cuidado especial. Também entram na lista mulheres que façam uso de pílula anticoncepcional ou reposição hormonal, além de pessoas que tenham câncer ou tenham passado muitos dias imóveis na cama. Outro grupo de risco são as pessoas que sofrem de trombofilias.

Os riscos de se desenvolver uma trombose são maiores em voo com mais de 6 horas. Abaixo das 3h, são tidos como desprezíveis. Apesar da morte de Maria de Lourdes ter acontecido em pleno voo, os problemas ocasionados por uma trombose podem aparecer até mesmo dias depois de terminada a viagem.

O uso de meia elástica de baixa compreensão e manter as pernas em movimento são recomendações para diminuir as chances do desenvolvimento de uma trombose. Enquanto se estiver sentado, é possível fazer exercícios como, de tempos em tempos, fixar a ponta dos pés no chão e levantar os calcanhares. Em seguida, trocar: levantar a ponta dos pés e apoiar os calcanhares no piso do avião. Para os pacientes de risco, pode ser também recomendado o uso de anticoagulante.

É importante também se manter hidratado, aponta o médico Fábio Miranda: — As pessoas que não se dão conta de que estão desidratadas. Vários fatores contribuem para isso em voos, como o ar condicionado dos aviões e a ingestão de bebidas alcóolicas. O aumento da pressão também pode contribuir para um hipoxemia.


Via O Globo

Nenhum comentário: