Mais de 90 aviões controlados por rádio vão aterrissar amanhã em São José dos Campos, no interior de São Paulo. A tripulação de cada aeronave reúne estudantes de engenharia, professores e pilotos. As instruções de voo e a observância dos procedimentos de manutenção estão a cargo de um time de profissionais da indústria aeronáutica. Assim começa nesta quinta-feira (dia 21) e vai até o próximo domingo a 12ª Competição SAE Brasil AeroDesign, uma disputa em que voar é preciso; apertar os cintos não é preciso.
O objetivo da competição é abrir espaço para que estudantes de engenharia possam mostrar seu potencial e sua capacidade de desenvolver projetos inovadores no setor aeronáutico, além de já abrir um canal de contato com profissionais consagrados na área. Este ano houve o recorde de 96 equipes inscritas, formadas por cerca de 1.300 participantes, representando 79 instituições de ensino superior do Brasil, da Venezuela, do México, dos Estados Unidos e da Índia, em um total de 87 grupos brasileiros e nove estrangeiros.
A avaliação das equipes ocorre em duas etapas. Primeiro, cada grupo deve observar o regulamento da disputa, disponibilizado em janeiro, e apresentar em julho um relatório sobre o projeto do avião. Amanhã, a equipe precisa defender o trabalho perante uma banca, composta por engenheiros da indústria aeronáutica, a maioria profissionais da empresa Embraer. E nos outros três dias deve transformar a teoria em prática, colocando a aeronave em voo. Os melhores em cada categoria - Classe Regular, Classe Aberta ou Classe Micro, de acordo com as especificidades dos aviões - vão representar o Brasil na SAE AeroDesign East Competition, no próximo ano, nos EUA.
André Van de Schepop, hoje diretor técnico da competição, participou do evento quando estudante e lembra da experiência com emoção. "De repente, eu me vi conversando com pessoas que só conhecia pelos livros." Duas semanas depois que ele se formou, em 2001, foi contratado para trabalhar na Embraer, empresa em que atua hoje como engenheiro de desenvolvimento de produto na parte de projeto conceitual, isto é, na fase inicial do projeto de um avião, nos primeiros esboços.
Ele conta que a competição possui todos os ingredientes de uma grande disputa: esforço, entusiasmo, tensão, choro, alegria e, claro, muita criatividade, não só nos projetos como nos nomes das equipes. Há, por exemplo, a Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João Del Rei (MG), a Voa Tchê, da Universidade de Passo Fundo (RS) e a Uai-Sô-Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais.
A criatividade dos grupos também é colocada à prova no momento de conseguir dinheiro para viabilizar o projeto. Os estudantes disponibilizam vídeos dos testes de voo no site Youtube, criam blogs e perfis no Twitter a fim de divulgar o trabalho e até vendem rifa para conquistar patrocinadores. De acordo com André, todo o esforço vale a pena. "Dá uma satisfação da meninada quando o projeto fica bem-sucedido. Os alunos adquirem treinamento e o projeto serve de vitrine para o mercado de trabalho. É recompensador."
O evento conta com o patrocínio de empresas ligadas à indústria aeronáutica e com o apoio de instituições públicas, como o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Prefeitura de São José dos Campos.
Associação
A SAE Brasil, fundada em 1991, é uma associação sem fins lucrativos que reúne engenheiros, técnicos e executivos com o objetivo de disseminar conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeronáutica. Ela é filiada à SAE Internacional, criada em 1905, que realiza a competição nos EUA.
Fonte: Renan Carreira (Agência Estado)
O objetivo da competição é abrir espaço para que estudantes de engenharia possam mostrar seu potencial e sua capacidade de desenvolver projetos inovadores no setor aeronáutico, além de já abrir um canal de contato com profissionais consagrados na área. Este ano houve o recorde de 96 equipes inscritas, formadas por cerca de 1.300 participantes, representando 79 instituições de ensino superior do Brasil, da Venezuela, do México, dos Estados Unidos e da Índia, em um total de 87 grupos brasileiros e nove estrangeiros.
A avaliação das equipes ocorre em duas etapas. Primeiro, cada grupo deve observar o regulamento da disputa, disponibilizado em janeiro, e apresentar em julho um relatório sobre o projeto do avião. Amanhã, a equipe precisa defender o trabalho perante uma banca, composta por engenheiros da indústria aeronáutica, a maioria profissionais da empresa Embraer. E nos outros três dias deve transformar a teoria em prática, colocando a aeronave em voo. Os melhores em cada categoria - Classe Regular, Classe Aberta ou Classe Micro, de acordo com as especificidades dos aviões - vão representar o Brasil na SAE AeroDesign East Competition, no próximo ano, nos EUA.
André Van de Schepop, hoje diretor técnico da competição, participou do evento quando estudante e lembra da experiência com emoção. "De repente, eu me vi conversando com pessoas que só conhecia pelos livros." Duas semanas depois que ele se formou, em 2001, foi contratado para trabalhar na Embraer, empresa em que atua hoje como engenheiro de desenvolvimento de produto na parte de projeto conceitual, isto é, na fase inicial do projeto de um avião, nos primeiros esboços.
Ele conta que a competição possui todos os ingredientes de uma grande disputa: esforço, entusiasmo, tensão, choro, alegria e, claro, muita criatividade, não só nos projetos como nos nomes das equipes. Há, por exemplo, a Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João Del Rei (MG), a Voa Tchê, da Universidade de Passo Fundo (RS) e a Uai-Sô-Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais.
A criatividade dos grupos também é colocada à prova no momento de conseguir dinheiro para viabilizar o projeto. Os estudantes disponibilizam vídeos dos testes de voo no site Youtube, criam blogs e perfis no Twitter a fim de divulgar o trabalho e até vendem rifa para conquistar patrocinadores. De acordo com André, todo o esforço vale a pena. "Dá uma satisfação da meninada quando o projeto fica bem-sucedido. Os alunos adquirem treinamento e o projeto serve de vitrine para o mercado de trabalho. É recompensador."
O evento conta com o patrocínio de empresas ligadas à indústria aeronáutica e com o apoio de instituições públicas, como o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Prefeitura de São José dos Campos.
Associação
A SAE Brasil, fundada em 1991, é uma associação sem fins lucrativos que reúne engenheiros, técnicos e executivos com o objetivo de disseminar conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeronáutica. Ela é filiada à SAE Internacional, criada em 1905, que realiza a competição nos EUA.
Fonte: Renan Carreira (Agência Estado)
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