terça-feira, 14 de setembro de 2010

Operação retira chiqueiros de perto do Aeroporto Tom Jobim

Uma operação feita hoje (14) no entorno do Aeroporto Internacional Tom Jobim retirou chiqueiros construídos próximos à cabeceira da pista de pouso e decolagem. Os chiqueiros estavam em uma Área de Proteção Permanente (APP) às margens da Baía de Guanabara, e contribuíam para a proliferação de aves, o que coloca em risco o tráfego aéreo.

A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, disse que a operação foi feita por solicitação do Ministério da Defesa que alertou que pelo menos 10% dos incidentes entre aviões e aves no país, principalmente urubus, ocorrem nas proximidades do Aeroporto Tom Jobim.

Segundo Marilene, a criação de porcos no local é crime ambiental. "Seus dejetos bem como seus restos, já que muitos são abatidos ali mesmo, são despejados nas águas da baía de Guanabara, agravando a poluição e atraindo urubus".

Marilene disse que outras medidas foram adotadas para erradicar a presença de urubus na área, como o fechamento de lixões clandestinos e o fechamento do aterro de Gramacho, em Duque de Caxias.

Nove porcos foram apreendidos e levados para um curral do estado e se estiverem em boas condições de saúde serão abatidos para consumo. Um dos cinco proprietários notificados – que criavam cerca de 100 porcos – descumpriu a determinação para retirar os animais. Ninguém foi preso.

Os chiqueiros destruídos ficas ao lado da comunidade Parque Royal, na Ilha do Governador, onde os criadores moram. Severino José Miranda, de 57 anos, disse que criava porcos para complementar seu salário de vigia noturno. Miranda tinha 9 porcos no momento da operação. Ele disse que trabalhou por dois anos no aeroporto numa obra da Construtora Odebrecht e nunca ouviu falar em problema de ave com avião.

José Lino dos Santos, de 58 anos, que vendeu seus porcos antes da operação, trabalha na construção civil e disse que no ano passado teve 14 porcos apreendidos. Ele está desempregado e afirmou que a criação de porcos o ajudava, rendendo pelo menos um abate por ano.

“Os porcos ajudam, não dá para arrumar dinheiro, mas para a gente defender o nosso arroz e o feijão ou comprar um gás. Eu vendia, cortava aqui mesmo. Emprego na idade da gente ninguém arruma mais, então a gente tem que caçar outro recurso para viver e não roubar”.

Fonte: Agência Brasil via dgabc.com.br - Foto: Gabriel de Paiva/O Globo

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