Quem abortou os planos de viagem internacional no segundo semestre de 2008 pode refazer as malas. Se, no final do ano passado, a alta brusca do dólar e a incerteza econômica fizeram muitas famílias adiarem as viagens de férias para o Exterior, agora o mercado de turismo quer recuperar o tempo perdido. Sobretudo após a determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre a liberdade de tarifas de voos internacionais no Brasil.
Com a liberação, as passagens aéreas poderão ter redução de até 50% e o consumidor já pode ver o resultado disso no preço dos bilhetes. Tarifas de US$ 600 para os Estados Unidos, que antes eram consideradas promocionais, hoje são corriqueiras. As agências de viagens aproveitaram a redução e, para seduzir o turista brasileiro, criaram pacotes a preços audaciosos para as férias.
IstoÉ Dinheiro pesquisou alguns deles e constatou que, por até US$ 1 mil, é possível viajar para o outro continente e até mesmo para o outro lado do Atlântico, com hospedagem inclusa. Será que ainda dá tempo de embarcar? Viajar para Argentina, Chile e Uruguai gastando pouco já não é novidade para os brasileiros. No entanto, para destinos nos Estados Unidos e Europa, valores abaixo de US$ 1 mil são novidade. Uma temporada de cinco dias em Nova York, com passagem emitida pela American Airlines e hospedagem em um hotel de categoria turística, sai por US$ 900 sem taxas no Submarino Viagens, com saídas até o final de junho. Em julho e agosto, o preço sobe para US$ 1.080 por pessoa. Já a TAP Linhas Aéreas, de Portugal, está oferecendo pacotes com passagem e cinco dias de hospedagem em Lisboa, Paris e Roma por preços a partir de US$ 892.
Nada mal quando o dólar caiu para menos de R$ 2 e poderá cair ainda mais se a entrada de fluxo monetário do Exterior se intensificar nos próximos meses. "Já começamos a sentir as reduções das empresas aéreas internacionais. E, geralmente, nós conseguimos oferecer ao cliente a mesma tarifa da internet. Já a TAM tem mantido os preços de antes", afirma Vanessa Feitosa, da agência de viagens Going, na qual um pacote de quatro dias para Bariloche, na Argentina, custa US$ 717. Na CVC, maior operadora de turismo do País, há pacotes promocionais abaixo de US$ 1 mil. No entanto, a empresa afirma que a redução das tarifas liberada pela Anac ainda não surtiu efeito no preço dos roteiros.
"Foi a estabilidade do dólar e as promoções que impulsionaram o setor no primeiro trimestre. mobilizamos companhias aéreas e redes hoteleiras a renegociar seus custos e assim conseguimos tarifas mais baratas", afirma Michael Barkoczy, diretor comercial e de vendas internacionais da CVC Turismo.
A empresa teve um aumento de 15% na venda de seus pacotes internacionais nos três primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2008. Fora do período promocional, apenas os destinos para a América do Sul têm valor inferior a US$ 1 mil na operadora. Um fim de semana com três diárias no hotel Conrad, em Punta del Este, sai por US$ 698. Já orlando, o destino preferido dos adolescentes nas férias de julho, custa na CVC US$ 922, com aluguel de carro incluso. Até a última semana, a viagem estava com um preço promocional de US$ 722.
Fonte: Ana Clara Costa (IstoÉ Dinheiro) - Fotos: Shutterstock
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