O Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá, a cerca de 35 quilômetros de Juiz de Fora, continua sem operar voos comerciais. Iniciadas em 2001, as obras estão concluídas desde 2006. A pista tem 2.500 metros, tamanho suficiente para receber aviões a jato, de grande porte. Falta, no entanto, a homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Só há autorização para pousos e decolagens diurnos de aeronaves de pequeno porte. O terminal custou R$ 77,1 milhões, dos quais R$ 66,5 milhões vieram dos cofres do governo do estado e outros R$ 10,5 milhões de verbas federais.
No local, é possível constatar o desperdício de dinheiro público. A esteira das bagagens está coberta por entulho. No saguão principal, os balcões da ouvidoria da Infraero e de check-in e os bancos de espera são novos, mas sem uso. Equipamentos — como detectores de metais, carrinhos para carregar as malas dos passageiros e os monitores de plasma que informam os horários de chegada e partida dos voos — também estão sem utilidade.Apesar do abandono, funcionários da Infraero circulam no terminal. Nenhum deles quis falar sobre o assunto. Em Goianá, moradores não veem a hora de o aeroporto abrir as portas.
— Acredito que a economia da cidade melhore com o aeroporto. Esperamos que esse impasse seja resolvi do logo — afirma o comerciante Amarildo da Silva, de 39 anos.
Leia abaixo a íntegra da nota oficial enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Transportes de Minas Gerais:
"O aeroporto Regional da Zona da Mata de Minas Gerais está localizado nos municípios de Goianá e Rio Novo, e começou a ser construído em agosto de 2001, sendo concluído em junho de 2006.
Distante 30 quilômetros de Juiz de Fora, o ARZM é fruto de um extenso estudo de viabilidade técnica e econômica à época, que teve como objetivo escolher a melhor localização para sua implantação. No total, foram investidos R$ 77.186.593,39, sendo R$ 66.578.145,91 do Governo do Estado e R$ 10.608.447,48 do Governo Federal.
O aeroporto foi homologado pela Anac em agosto de 2007 para receber vôos diurnos. Estão em fase de conclusão das obras de infraestrutura de telecomunicações e iluminação do pátio, que têm como objetivo conseguir a homologação da Anac para pousos e decolagens com uso de instrumentos e vôos diurnos e noturnos.
Concessão privada
Com o objetivo de obter insumos para estruturação de projeto para concessão da administração, operação, exploração e manutenção da ARZM, a Setop iniciou em novembro de 2008 um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), recebendo da iniciativa privada propostas para concessão, pura ou patrocinada do Aeroporto. Quatro empresas se cadastraram e a Setop recebeu um estudo de viabilidade econômica.
Com base nos estudos apresentados, o Estado optou pela concessão pura, por um período de 25 anos, com a expectativa de operação plena de passageiros e cargas o mais rápido possível. A empresa vencedora do processo de licitação fará investimentos para internacionalização das atividades.
A proposta de edital não restringe a participação de empresas, com relação a seu controle acionário, mas exige que tenha expertise na logística de transporte de carga. Será considerada vencedora a empresa ou consórcio que oferecer maior valor de outorga estimado em no mínimo R$ 20 milhões. O Edital de licitação ainda não foi publicado, o que deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano."
Fonte: Cássio Bruno (O Globo) - Fotos: André Teixeira
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