segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Pistas de Congonhas perderão 300 m para área de escape

13/09/2007

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou nesta quinta-feira que as pistas principal e auxiliar do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, serão reduzidas. Cada uma vai perder 300 metros de extensão que serão destinados às áreas de escape. Segundo o ministro, as empresas aéreas terão que mudar a configuração das aeronaves e reduzir o peso delas. O ministério não definiu os detalhes sobre estas modificações, deixando-as a critério das companhias.

Jobim disse que essas mudanças entram em vigor a partir do próximo sábado (15). De acordo com o ministro, as normas foram definidas a partir de estudos técnicos realizados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Infraero (estatal que administra os aeroportos).

"Passamos a implantar um processo completo de segurança de vôo. Estamos mostrando de modo objetivo o princípio de segurança", disse Jobim.

O Ministério da Defesa evitou detalhar como serão as alterações na configuração dentro das aeronaves. Segundo assessores de Jobim, fatores como temperatura e distância do vôo serão considerados pelas empresas para execução dessas alterações.

A pista principal passará de 1.940 metros para 1.640 metros; já a auxiliar será reduzida de 1.435 metros para 1.195.

Apesar de especialistas da Defesa evitarem detalhar efeitos práticos das mudanças, Jobim afirmou que as aeronaves maiores não poderão mais pousar ou decolar na pista auxiliar. "Deixarão de operar aviões de porte maior". Jobim e o ministério também não definiram o que consideram "aviões de porte maior".

Acidente

A segurança do aeroporto de Congonhas começou a ser contestada depois do acidente com o vôo 3054, em 17 de julho. A falta de uma área de escape é uma das possibilidades investigadas pela Aeronáutica e pela Polícia Civil. Na ocasião, um Airbus-A320 da TAM, que vinha de Porto Alegre (RS), não parou depois de pousar, passou sobre a avenida Washington Luís e bateu em um prédio que também pertence à TAM. Ao todo, 199 pessoas morreram.

Em 2001, uma comissão da Câmara de São Paulo que estudou o tráfego aéreo em Congonhas já havia trazido a idéia, ignorada pela Infraero até agora. No último dia 6, o gerente de Padrões de Avaliação de Aeronaves da Anac, Gilberto Schittini, afirmou em depoimento sobre o acidente à CPI do Apagão na Câmara que é necessária a construção de uma área de escape "o mais rápido possível".

Fonte: Folha Online

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