domingo, 18 de agosto de 2024

Aconteceu em 18 de agosto de 1926: Acidente do Air Union Blériot 155 na Inglaterra


O acidente do Air Union Blériot 155 em outubro de 1926 ocorreu em 2 de outubro de 1926 em Leigh, Kent, na Inglaterra, quando o avião Blériot 155 pegou fogo no ar e caiu enquanto o piloto tentava fazer um pouso de emergência no aeródromo de Penshurst. Ambos os membros da tripulação e todos os cinco passageiros morreram. Este foi o primeiro incêndio em voo ocorrido em um avião comercial.


A aeronave do acidente era o Blériot 155, prefixo F-AICQ, da Compagnie Air Union, batizada "Clement Ader" (foto acima). A aeronave havia sido registrada na  Air Union em maio de 1926. A única outra aeronave desse tipo havia caído dois meses antes.

Em 2 de outubro de 1926, a aeronave decolou do Aeroporto Le Bourget, em Paris, na França, às 13h30, horário local (12h30 GMT), com destino ao Aeroporto de Croydon, em Surrey, na Inglaterra. A bordo estavam o piloto e seu mecânico, dois passageiros masculinos e três femininos e 1.800 libras (820 kg) de carga, composta por peças sobressalentes e peles.

Às 15h24 (GMT), o piloto comunicou pelo rádio à frente para Croydon: "OK, passando por Tonbridge. Tudo bem." 

Às 15h27, testemunhas oculares relataram ter visto a aeronave com o motor superior bombordo em chamas. O fogo foi visto se espalhando para a asa e a aeronave mudou de direção, evidentemente indo para o Aeródromo de Penshurst, um destino alternativo ao Aeroporto de Croydon. 

Testemunhas descreveram a cauda da aeronave afundando enquanto a aeronave ganhava um pouco de altura. Em seguida, a aeronave capotou e mergulhou no solo, onde os destroços foram consumidos pelo fogo. A aeronave caiu no terreno de uma casa chamada Southwood , em Leigh, Kent, na Inglaterra.

Três membros do público e um policial tentaram resgatar os passageiros e tripulantes a bordo da aeronave. Uma passageira foi retirada dos destroços, mas descobriu-se que estava morta. O piloto foi atirado para longe no acidente e morto. O mecânico e os outros quatro passageiros morreram instantaneamente e ficaram presos nos destroços em chamas. Durante as tentativas de resgate, um tanque de gasolina explodiu e os destroços foram queimados.


As vítimas foram removidas para a cocheira de Southwood, onde um necrotério temporário foi instalado. Os destroços fumegantes foram vigiados durante a noite pela polícia local e um oficial do Ministério da Aeronáutica chegou na manhã seguinte para iniciar sua investigação sobre o acidente. Cerca de 6.000 turistas vieram ver os destroços, sua presença causando congestionamento nas ruas estreitas e exigindo o isolamento da área para que os investigadores pudessem realizar seu trabalho e também para evitar a contaminação das evidências.

O inquérito foi realizado em 5 de outubro em The Priory, Hildenborough. Estiveram presentes representantes de jornais nacionais britânicos, bem como de outros países. As evidências ouvidas cobriram duas áreas; a identidade das vítimas e a causa do acidente. O júri foi informado de que poderia fazer as recomendações que considerasse adequadas. 

Um médico deu provas de que todas as vítimas sofreram múltiplas fraturas e que a morte teria ocorrido pouco tempo após o acidente. A aeronave havia sido inspecionada antes do voo, e um certificado emitido pelo Bureau Veritas comprovando que estava apta para o voo. 

O piloto era experiente, com mais de 2.000 horas de voo, e estava a serviço da Air Union desde 1920. Ele fez 61 voos de ida e volta entre Paris e Londres. Ao ser questionado, o major Cooper, do Ministério da Aeronáutica, afirmou que nunca houve um caso anterior de avião comercial pegando fogo. O júri retornou o veredicto de "morte acidental" contra todas as sete vítimas. O comportamento dos espectadores foi deplorado pelo júri e pelo legista.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e baaa-acro

A estratégia por trás de tantos voos internacionais decolarem à noite

Voos internacionais saindo do Brasil com destino aos Estados Unidos e Europa costumam
ocorrer em período noturno (Imagem: Reinaldo Canato/UOL)
Já reparou que grande parte dos voos internacionais de longa distância que saem do Brasil costuma decolar no período noturno? Isso não é uma coincidência! Há uma estratégia das empresas para melhorar a distribuição dos passageiros em seus destinos.

O segredo está nas conexões


Alguns aeroportos funcionam como concentradores de voos oriundos de várias regiões e países. A partir desses centros de distribuição, são feitas as conexões com outros voos das empresas, que, em linhas gerais, levam os passageiros para seus destinos dentro ou fora do país para onde voaram.

Em grande parcela dessas companhias, essas conexões ocorrem no período da manhã e, por isso, é importante sair de noite do país de origem, no caso, o Brasil. Assim, o passageiro consegue chegar ao seu destino ainda durante o dia e encontra uma possibilidade maior de localidades para as quais pode viajar.

Essa concentração da máxima quantidade de voos em um mesmo local em um horário próximo também pode gerar economia com os custos da empresa, e aumenta a possibilidade de rotas que ela pode ofertar.

Segundo Dany Oliveira, diretor-geral da Iata (International Air Transport Association - Associação Internacional de Transporte Aéreo) para o Brasil, essa regra ocorre principalmente nos destinos na Europa e na América do Norte. São as localidades onde há a maior oferta de voos partindo do país. Mas depende dos horários e conexões que as empresas oferecerão.

Concentração noturna


Voos à noite apresentam vantagens para os passageiros que voam longas distâncias
(Imagem: Kimimasa Mayama/EFE)
Em 2019, no aeroporto de Guarulhos, o maior da América do Sul, foram cerca de 37 mil voos com destino para fora do Brasil, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Aproximadamente 22 mil deles foram realizados à noite, entre 18h e 6h, representando 59% dessas decolagens.

Se levados em consideração apenas os voos de longa distância diretos para fora da América do Sul, Guarulhos teve quase 20 mil decolagens em 2019, sendo aproximadamente 14 mil à noite (70% do total).

Na região, o principal concentrador de voos é o próprio aeroporto de Guarulhos. Por isso, não é comum haver voos noturnos para dentro da América do Sul para realizar essas conexões.

Outro ponto é que a distância dentro do continente é relativamente menor e os voos não costumam ultrapassar cinco horas de duração (tomando São Paulo como ponto de partida). Com isso, é possível voar chegando relativamente cedo ao destinou ou sem se preocupar em perder alguma conexão.

Descanso e trabalho em voo


Vantagem do voo noturno é poder dormir e chegar descansado ao destino (Imagem: iStock)
Ainda segundo Dany Oliveira, os passageiros podem optar por esses voos noturnos para irem dormindo e estarem produtivos durante o dia. Quem viaja para lazer também pode ter vantagem com o voo noturno. Chegando cedo ao destino, dá para aproveitar o check-in dos hotéis e ter um dia a mais para aproveitar a viagem, afirma Oliveira.

Performance


Voos de carga podem ter melhor desempenho aerodinâmico quando decolam à noite
(Imagem: Alexandre Saconi)
Outro fator que acaba influenciando na realização de voos noturnos, mas que não é determinante, é o desempenho dos aviões. À noite, o ar tende a ser mais frio do que de dia, melhorando as condições para que a aeronave decole.

O ar mais frio e, ocasionalmente, mais seco, se torna mais denso, o que facilita o pouso e a decolagem dos aviões. Com isso, aviões mais pesados, como aqueles que terão de voar longas distâncias ou os cargueiros, encontram um melhor cenário para voar.

Essa baixa temperatura do ar em relação ao dia também torna a atmosfera mais calma, o que gera menos turbulência.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo)

Legado estelar: Estação Espacial (ISS) 'cairá' no oceano em 2031 - o que vem a seguir?


A Estação Espacial Internacional (ISS) tem sido a casa dos humanos no espaço há mais de 20 anos. Astronautas de diversas nacionalidades, incluindo russos, utilizam o laboratório espacial para estudar temas relacionados ao ambiente espacial. Assim como todas as coisas na vida, a ISS também tem previsão de acabar e, infelizmente, não deve demorar muito até que suas operações sejam finalizadas por completo.

Recentemente, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) anunciou que a SpaceX, do bilionário Elon Musk, foi escolhida para desenvolver a tecnologia que levará à destruição da ISS. Nomeado Deorbit, o veículo desenvolvido pela companhia de Musk será acoplado à estação para movê-la em direção à Terra — mas calma, o laboratório espacial não cairá na cabeça das pessoas.

A nova missão destruirá a Estação Espacial Internacional, levando-a a cair na órbita do planeta; o objetivo é trazê-la com segurança para o 'cemitério' de naves espaciais localizado no Oceano Pacífico. O veículo construído pela SpaceX empurrará todo o peso de mais de 400 toneladas da ISS. Provavelmente, a maioria da estrutura será desintegrada durante a reentrada na atmosfera, mas o restante dos destroços deve cair no oceano.

“A seleção de um veículo de órbita dos EUA para a Estação Espacial Internacional ajudará a NASA e seus parceiros internacionais a garantir uma transição segura e responsável na órbita baixa da Terra no final das operações da estação. Esta decisão também apoia os planos da NASA para futuros destinos comerciais e permite o uso contínuo do espaço perto da Terra. O laboratório orbital continua a ser um modelo para a ciência, exploração e parcerias no espaço para o benefício de todos”, disse o administrador associado da NASA, Ken Bowersox, em um comunicado oficial.

A intenção da NASA é manter as atividades da ISS até meados de 2030, pois após esse período, a estação não estará mais segura para continuar suas operações na órbita da Terra. Os especialistas explicam que grande parte da tecnologia pode ser reparada ou substituída, mas a estrutura primária da ISS não permite reparos ou substituições. Por isso, ela será completamente substituída após a data limite.

A História da Estação Espacial Internacional


O design da estação foi desenvolvido entre 1984 e 1993, mas a construção iniciou-se apenas em 1998. Embora a NASA seja a maior agência responsável pelo laboratório espacial, o desenvolvimento foi realizado em parceria com os governos dos Estados Unidos, Rússia, Canadá, Japão e Europa. Foi somente no final dos anos 2000, em 2 de novembro, que os primeiros astronautas embarcaram na estação, sendo eles: Yuri Gidzenko, Sergei Krikalev e William 'Bill' McMichael Shepherd.

A NASA está há mais de 20 anos realizando expedições contínuas na ISS e, apesar de ter começado muito pequena, o laboratório já tem o tamanho de um campo de futebol. Até o momento, foram realizadas cerca de 60 expedições com a participação de mais de 240 astronautas de 21 países, incluindo o Brasil.

Linha de tempo da ISS
  • Em 1998, a NASA lança o primeiro instrumento da ISS ao espaço: o módulo de controle Zarya. O envio foi realizado em uma nave russa;
  • Em 2000, os três primeiros astronautas pisam no chão da estação; dois russos e um norte-americano;
  • Em 2001, os Estados Unidos enviam o módulo de laboratório a ISS;
  • Em 2008, os laboratórios da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) são acoplados na ISS;
  • Em 2009, a Estação Espacial Internacional se tornou completamente funcional;
  • Em 2010, as agenciais espaciais comemoraram 10 anos desde que os primeiros astronautas pisaram na estação;
  • Em 2028, a SpaceX deve iniciar o processo de desativação;
  • A previsão é que, até 2030, a ISS seja totalmente desativada;
  • Em 2031, a Estação Espacial, será 'derrubada' no Oceano Pacífico.
Ao reentrar na atmosfera da Terra, a ISS poderá ser parcial ou totalmente destruída pelo impacto.

A jornada no espaço continua


Até 2030, a NASA ainda realizará diversas missões que incluem visitas a ISS. Mas o que os entusiastas da área mais esperam é o retorno da civilização humana ao nosso satélite natural. Em setembro de 2025, a agência espacial planeja enviar a nave tripulada Artemis II para uma missão ao redor da Lua.

Pouco depois, em setembro de 2026, a missão Artemis III será lançada para retornar com astronautas à superfície lunar. Em 2028, a Artemis IV pode se tornar a primeira missão a estabelecer uma estação na Lua.

Atualmente, a NASA utiliza o ambiente apenas para pesquisas científicas, mas a próxima estação espacial também será utilizada para fins comerciais. Nomeada de Axiom, a ‘próxima ISS’ promete dobrar o espaço utilizável da atual; o primeiro módulo está previsto para ser enviado em 2026 e o segundo em 2027 — o projeto está sendo desenvolvido pela empresa privada Axiom Space.

Provavelmente, a Axiom Station não será a única estação comercial a ser construída nos próximos anos. Talvez, ela seja a primeira após a dissolução da ISS, mas ainda não há previsão para o término da sua construção.

Fique por dentro de mais curiosidades sobre espaço e astronomia aqui TecMundo. Se desejar, aproveite para entender como a NASA produziu gás quântico na Estação Espacial Internacional pela primeira vez. Até a próxima!

A limpeza dos aviões: O que realmente acontece antes de embarcarmos?

Descubra como a limpeza dos aviões varia e o que realmente ocorre antes de cada voo.

(Imagem: Mel Melcon/Los Angeles Times via Getty Images)
Quando nos preparamos para uma viagem, a última coisa que queremos encontrar é alguma cena de má higiene na aeronave. Almejamos que cada espaço do interior da aeronave esteja totalmente limpo, uma vez que iremos passar várias horas em um ambiente fechado e lotado, aumentando as chances de compartilhar germes.

Qual a frequência em que os aviões são limpos?


Um estudo recente conduzido por Kiril Vaglenov, especialista em ciência dos materiais, trouxe à tona informações preocupantes sobre a presença de bactérias nos aviões. Segundo a pesquisa, esses microorganismos podem sobreviver por até uma semana nas superfícies das aeronaves. Surpreendentemente, uma das áreas mais sujas encontradas foi o bolso traseiro do assento.

Esses dados nos levam a refletir sobre a importância da higiene nos voos e a necessidade de cuidados preventivos.

Limpezas rápidas nas aeronaves


(Imagem: Thanakorn.P/Shutterstock)
A frequência e a abrangência das limpezas realizadas nos aviões são determinadas por diversos fatores, sendo um deles o intervalo de tempo entre os voos. Nos voos domésticos, que geralmente têm intervalos mais curtos, as limpezas profundas são menos frequentes.

Após o pouso de uma aeronave, ocorre o que é conhecido como “limpeza rápida”. Nesse processo, uma equipe de limpeza realiza uma aspiração rápida, limpa os banheiros e recolhe o lixo.

Embora as superfícies sejam limpas superficialmente, esse tipo de limpeza não abrange todos os aspectos do avião. Além disso, há uma diferença na atenção dada às áreas de assentos da classe executiva e primeira classe em comparação com a classe econômica durante essas limpezas rápidas.

Limpezas profundas


(Imagem: Izusek/Getty Images)
Quando um avião não está programado para voos durante a noite, é realizada uma limpeza mais completa. Nesse caso, o interior da aeronave recebe uma atenção mais minuciosa.

Durante a pandemia, algumas companhias aéreas adotaram medidas adicionais, como a remoção dos assentos para uma aspiração completa e até mesmo a lavagem dos tapetes durante a limpeza noturna.

No entanto, é importante destacar que cada companhia aérea possui requisitos de limpeza específicos, e alguns passageiros relataram uma diminuição na qualidade das limpezas desde o início da pandemia.

Cada companhia aérea tem seus próprios procedimentos e especificações de limpeza, sendo a extensão das limpezas dependentes do tempo disponível. Não existe uma regra rígida e rápida que se aplique a todas as companhias aéreas, tornando importante considerar as políticas individuais de cada empresa.

Stephanie Biron, uma ex-comissária de bordo da American Airlines, relatou à CNN que a falta de consistência era uma constante após as limpezas. Ela afirmou que havia ocasiões em que era necessário entrar em contato com os agentes responsáveis e solicitar uma nova limpeza completa, devido às condições insatisfatórias do avião. “Às vezes você chegava de manhã e eles realmente faziam uma limpeza completa, ou pelo menos era o que eles diziam”, disse Biron.

As equipes de limpeza geralmente são compostas por 5 a 12 membros, cada um responsável por uma área específica da aeronave. Durante uma limpeza profunda ideal, os estofamentos dos assentos são removidos para uma limpeza minuciosa, enquanto todas as superfícies são meticulosamente higienizadas. Os banheiros são sempre uma prioridade, independentemente do tipo de limpeza realizada.

sábado, 17 de agosto de 2024

Sessão de Sábado: Filme "Comando de Elite" (dublado)


Durante a II Guerra Mundial, em 1940, o Major Jones é designado o líder de uma expedição à Noruega, a fim de destruir uma base militar alemã. Para tanto, ele exige que o soldado Brightling (que está em prisão militar) esteja na missão. Quando chegam à Noruega, seu avião é derrubado pela tropa alemã. Alguns dos membros da expedição sobrevivem e eles conseguem cumprir a missão. Porém, seu resgate é impossível de ser feito e eles precisam caminhar até a Suíça para sobreviver.

("
Age of Heroes", EUA, 2011, 1h30 min, Ação, Guerra, Dublado)

O que um piloto de avião deve fazer ao se deparar com um OVNI no espaço aéreo brasileiro? Entenda

Apenas no ano de 2023, mais de 30 casos foram relatados por pilotos à FAB, segundo documentos revelados pelo Arquivo Nacional.

Ovni avistado em São Sebastião (SP) em 1956 (Foto: Arquivo Nacional)
A presença de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) já foi relatada diversas vezes por profissionais que atuam no espaço aéreo brasileiro. Os dados são compilados pela Força Aérea Brasileira (FAB). Somente em 2023, cerca de 30 notificações foram realizadas.

Recentemente, o Arquivo Nacional divulgou novos relatos feitos por pilotos brasileiros aos Centros Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindactas) a respeito de avistamento de OVNIs. Embora os casos sejam catalogados, a FAB “não realiza estudos e análises acerca do tema”, diz comunicado da instituição.

Mas, afinal, qual é o procedimento que deve ser adotado por profissionais que atuam em aeronaves? A CNN conversou com especialistas e entidades do setor aéreo. Saiba abaixo quais são os procedimentos que devem ser adotados.

Regras estabelecidas pela FAB


De acordo com a FAB, cabe ao Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) ser o responsável por reportar ao Arquivo Nacional, qualquer avistamento de OVINIs. A partir disso, “o Comando da Aeronáutica recebe, registra, cataloga e encaminha as ocorrências para aquele órgão, onde serão disponibilizadas para consulta” diz a instituição.

A regra é estabelecida pela Portaria do Comando da Aeronáutica nº 551/GC3, de 9 de agosto de 2010, que trata sobre o envio dos relatos de fenômenos aéreos. Os relatos são feitos em formulário próprio por usuários dos serviços de controle de tráfego aéreo e encaminhados ao Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (CENDOC), que notifica o Arquivo Nacional.

Procedimentos padrão


O especialista em segurança de voo, Maurício Pontes, afirma que não há procedimentos padrão da aviação civil para lidar com objetos voadores não identificados.

“Existe um sistema de reportes mandatórios sobre possíveis ameaças ao tráfego aéreo, como pássaros, balões, etc.”, diz Pontes, que é porta-voz da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (AOPA Brasil).

Ele explica que não existe previsão de comunicação. Se um aviador julgar algo que chame sua atenção a ponto de comunicar a um órgão de controle, ele descreverá.

“Isso se aplica a qualquer coisa, como um acidente que presencie em voo, por exemplo. Não existe nada relacionado especificamente para fenômenos não identificados”, completa Pontes.

Para Enio Beal Júnior, que atua como piloto há quase 40 anos, essa comunicação é feita pelas mesmas razões daquelas usadas para interceptação de aeronaves “convencionais”.

“Sempre que houver uma aeronave ou objeto que o piloto considere próximo ou em trajetória que possa se tornar conflitante, ele deve questionar os órgãos de controle”, revela Beal.

Os pilotos não são treinados para lidar com esse tipo de situação. O piloto explica que atuando por mais de 20 anos na FAB, nunca soube de um procedimento específico.

“Fui piloto de Caça, tendo voado por 11 anos nessa aviação que tem registros de tentativas de interceptação de OVNI. Não havia nenhum treinamento específico para esses objetos”, pontua Beal.

O piloto diz que o avistamento de OVNIs, por si só, não representa problemas de segurança aos pilotos. Ele comenta a possibilidade de forma cômica, revelando que nunca viu tais objetos.

“Nunca vi, em quase 40 anos de profissão (…) O pior que poderia ocorrer é o piloto se distrair. Ou então se um “marciano kamikaze” resolvesse jogar sua nave para cima de algum avião, o que, até onde sei, nunca ocorreu”, analisa Enio.

Para o porta-voz da AOPA Brasil, os treinamentos dos pilotos devem focar outras questões.

“Há coisas muito mais importantes para ocupar a grade de treinamento extenso na aviação”, complementa Pontes.

Registro de ocorrências


Eles explicam que não existe nenhuma documentação específica para relatar um encontro com um OVNI, não havendo um “padrão” adotado por pilotos, e que toda documentação depende do fenômeno encontrado.

“Em princípio não há como discriminar um protocolo para um evento tão raro”, disse Pontes.

Para o ex-piloto da FAB, o principal desafio ao relatar a presença de um OVNI é descrever com clareza a posição, velocidade, direção de movimento etc. Por se tratar de objetos não-convencionais, seria mais difícil do que se tratando de um avião, por exemplo.

“No caso de aviões, uma interceptação permite que se diga até a matrícula, pois o caçador se posiciona embaixo da aeronave interceptada. Pode dizer também rota, altitude, velocidade etc, coisas impossíveis no caso de OVNI”, disse o piloto que, atualmente, atende voos executivos.

Em nota, a FAB informa que “todos os documentos, vídeos, fotografias, relatos, entre outros, disponíveis, no âmbito do Comando da Aeronáutica, sobre fenômenos aéreos não identificados, no período de 1952 a 2023, já foram transferidos para o Arquivo Nacional, onde são de domínio público”.

Assunto não merece aprofundamento, diz especialista


Para o especialista Mauricio Pontes, o fato da FAB não promover estudos sobre o assunto, não torna o assunto mais importante, não havendo necessidade de maiores evoluções.

”A questão é: precisamos deste aprofundamento? Normalmente esses fenômenos são avaliados quando realmente parecem ter alguma legitimidade”, diz Pontes.

Para o ex-piloto da FAB, na reserva desde 2013, não há nenhuma estigma ou tabu entre os profissionais do setor.

“Parece-me que é mais uma aura de mistério que criam em torno do assunto, do que qualquer outra coisa. Não existe, nem mesmo no meio militar, qualquer proibição de se falar sobre o tema”, relata Enio.

Via Beto Souzada (CNN)

“Dez vezes mais rápido que um avião”: documentos com relatos de pilotos brasileiros sobre OVNIs são revelados

Novos reportes foram feitos à FAB e disponibilizados pelo Arquivo Nacional.


O Arquivo Nacional divulgou novos relatos feitos por pilotos brasileiros aos Centros Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindactas) a respeito de avistamento de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs). Somente no ano passado, cerca de 30 reportes foram feitos ao órgão, que é vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo os documentos disponibilizados, a maior parte dos registros foi feito na região Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Também foram disponibilizados áudios de conversas de pilotos com controladores relatando avistamento de OVNIs.

Em um dos relatos, protocolado no dia 7 de fevereiro do ano passado, o piloto de uma aeronave diz ter visto, por volta das 3h, uma luz nas cores vermelho e verde em formato circular do tamanho de uma “uma bola pequena a grande (variando)“. Ele indicou que o objeto voava “dez vezes mais rápido que um avião comercial“. O avistamento ocorreu em Navegantes, no litoral de Santa Catarina.

Registro feito no dia 21 de janeiro de 2023
Registro feito em Porto Alegre no dia 6 de fevereiro de 2023
Registro feito em Navegantes (SC) em fevereiro de 2023
Registro feito por piloto da Latam perto de Porto Alegre em fevereiro de 2023
Piloto da Latam relatou avistamento de OVNI em abril de 2023
Relato feito por piloto da Azul em Minas Gerais em maio de 2023
“O piloto relatou que esta ocorrência assemelha-se a outros episódios ocorridos em outubro de 2022 no mesmo setor e já reportados”, diz o documento.

No dia 20 de abril, um piloto comunicou ter visto um OVNI parado, por volta das 21h30, quando já se aproximava para pouso no aeroporto de Porto Alegre (RS). Segundo informou, o objeto também aumentava e diminuía e apresentava cor branca/alaranjada.

“Nesta semana, o observador relata ser o quarto dia que observa tal objeto”, diz o registro do Cindacta.

Outro profissional da aviação, que fazia um voo em direção a Santa Catarina, relatou que, por volta das 2h do dia 21 de janeiro, quando sobrevoava a cidade paulista de Ilha Comprida, visualizou de quatro a cinco objetos com luzes brancas intermitentes e a longa distância. A velocidade, segundo ele, era “muito rápida”: “No mínimo 8 mach [oito vezes a velocidade do som]“.

Os objetos, conforme reportado, faziam movimentos circulares “por vezes formando um círculo, aproximando e distanciando um do outro“.

“O espanto foi em decorrência de as luzes/movimentação dos objetos não corresponderem a um satélite, lixo espacial ou qualquer outro fenômeno conhecido”, afirmou.

Em 5 de fevereiro, um piloto de companhia aérea que fazia um voo entre Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre relatou que, na aproximação ao aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha, viu de cinco a seis objetos cujos tamanhos, nas palavras dele, se aproximavam a faróis de aeródromos.

Ele relatou que o jato voava a cerca de 38 mil pés de altitude (cerca de 11,6 mil metros) e que os OVNIs voavam “um palmo e meio acima” da aeronave a “três ou quatro vezes a velocidade do som”.

Em abril, outro piloto de linha aérea que fazia a rota Brasília/Marabá (PA) disse que, perto da meia-noite, viu uma “luz amarela esbranquiçada, como se fosse um farol de pouso de avião, girando no sentido anti-horário”. O objeto “estava acima do seu nível de voo” –a 34 mil pés.

“O observador conduzia a aeronave na rota Sinop [MT]-Campinas [SP], FL 390 [a 39 mil pés] quando avistou o OVNI no seu horizonte, 20º acima. Segundo o observador, muito acima do FL 400 [nível de 40 mil pés]. O objeto realizava movimentos circulares, tinha forma semelhante a uma estrela ou um farol, emitia luz branca e por vezes tinha cor de uma sombra avermelhada”, diz outro relato.

Piloto relatou ter visto OVNI no Mato Grosso em junho de 2023
Registro de avistamento de OVNI feito por piloto da Latam em julho de 2023
Piloto da Azul relatou avistamento de OVNI em agosto de 2023
Registro feito em agosto de 2023 em Belém (PA)
Relato feito pela tripulação de voo da Azul em outubro de 2023
Piloto que ia do Panamá a Guarulhos relatou ter visto OVNI em novembro de 2023

Um piloto que sobrevoava a cidade de Belém (PA) por volta das 6h40 do dia 23 de agosto disse que viu dois objetos estranhos em formato de uma estrela. Ao fazer o registro, disse que tentou filmar a situação, mas que o objeto não apareceu nos vídeos ou nas fotos.

A FAB informa que “todos os documentos, vídeos, fotografias, relatos, entre outros, disponíveis, no âmbito do Comando da Aeronáutica, sobre fenômenos aéreos não identificados, no período de 1952 a 2023, já foram transferidos para o Arquivo Nacional, onde são de domínio público”.

“Em complemento, o Comando da Aeronáutica informa que não realiza estudos e análises acerca do tema, apenas cataloga as informações prestadas por terceiros e as remete, periodicamente, ao Arquivo Nacional”, diz a FAB.

A CNN procurou a Latam e a Azul, já que os pilotos de linhas aéreas que fizeram reportes ao Cindacta são dessas companhias.

A Azul disse que seus tripulantes “seguem os mais rigorosos protocolos de segurança” e que “qualquer eventualidade é comunicada imediatamente ao controle de tráfego aéreo e segue para investigação das autoridades competentes”.

Em nota, a Latam informou que “seus tripulantes são treinados e orientados a reportarem qualquer eventualidade de forma imediata ao controle de tráfego aéreo para as devidas orientações”. A companhia disse também que “segue os mais elevados padrões de segurança, atendendo aos regulamentos das autoridades nacionais e internacionais”.

Segundo o Arquivo Nacional, o primeiro registro oficial de avistamento de OVNI no Brasil é de 1952.

Primeiro OVNI registrado no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1952
A primeira documentação da aparição de um OVNI no Brasil aconteceu na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e foi registrada com nove imagens fotográficas.

Registro de avistamento de OVNI reportado à FAB
A busca ao sistema virtual do Arquivo Nacional revela que quase 1.000 registros relacionados a OVNIs já foram feitos no Brasil. Isso não quer dizer que todos os casos sejam referentes a extraterrestres, podendo se tratar de drone, estrela, satélite, balão meteorológico ou fenômeno natural.
Via Fábio Munhoz (CNN) - Imagens: Divulgação/Arquivo Nacional

Aconteceu em 17 de agosto de 1988: Queda de avião com o presidente do Paquistão - Acidente ou sabotagem


O avião da Força Aérea do Paquistão estava no ar menos de cinco minutos quando explodiu em 17 de agosto de 1988, matando todos os 30 passageiros, incluindo o presidente do Paquistão, um embaixador dos EUA e membros do poder que governavam o Paquistão há 11 anos.

Em 17 de agosto de 1988, o presidente do Paquistão, general Muhammad Zia-ul-Haq, testemunhou uma inspeção de tanques em Bahawalpur. 

O presidente e sua comitiva, que consistia em vários generais do exército e o embaixador americano no Paquistão, estavam retornando a Islamabad no Lockheed C-130B Hercules, prefixo 23494, da Força Aérea do Paquistão. A bordo estavam 13 tripulantes e 17 passageiros.

O avião caiu logo após a decolagem perto da cidade paquistanesa de Bahawalpur, 531 quilômetros (330 milhas) ao sul da capital do Paquistão, Islamabad e pegou fogo. Todos a bordo morreram.

Muitas teorias indicam que o acidente foi causado por sabotagem. Em 2008, o jornal The Times relatou que, em 1988, uma análise feita por um laboratório dos Estados Unidos encontrou "contaminação extensa" por partículas de latão e alumínio no pacote de reforço do elevador. 

Arquivos desclassificados do Departamento de Estado dos EUA revelam que o Gen Beg, em um discurso de uma hora para oficiais do exército em Rawalpindi em 25 de agosto, se referiu à morte do Gen Zia como uma “conspiração”. Embora tenha aludido a “recentes declarações ameaçadoras do porta-voz soviético e da Rússia”, ele não atribuiu nenhuma culpa explícita. 

Na verdade, ele disse: “Além de agentes estrangeiros, pode haver alguns de nossos próprios envolvidos neste ato horrível, pois nenhuma conspiração pode ter sucesso sem a cooperação de pessoas de dentro.” Na mesma ocasião, ele também reiterou o apoio dos militares ao governo civil e às próximas eleições de 16 de novembro.

As investigações começaram quase imediatamente. Em 19 de agosto, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que montou uma equipe para ajudar Islamabad a determinar a causa do acidente. A equipe de seis membros chegou em 22 de agosto e foi levada ao local do acidente que havia sido protegido por militares do Exército.

A edição de 23 de agosto da Dawn relatou que especialistas estrangeiros e locais não conseguiam entender como uma falha mecânica poderia ocorrer, já que 14 técnicos verificaram o avião entre o momento em que ele pousou e decolou de Bahawalpur. Partes dos destroços também foram transportados para os EUA para testes.

Isso pode ter causado controles lentos, levando ao excesso de controle. Isso, por sua vez, pode ter levado os pilotos a perderem o controle em baixa altitude logo após a decolagem. No entanto, a causa exata do acidente permanece obscura.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com ASN e baaa-acro

Aconteceu em 17 de agosto de 1960: A queda do voo 36 da Aeroflot na Ucrânia

Em 17 de agosto de 1960, o voo 36 da Aeroflot era um voo regular de passageiros operado pela Aeroflot do Aeroporto Internacional do Cairo, no Egito, para o Aeroporto de Bykovo, na Rússia, que levava a bordo 27 passageiros e sete tripulantes. 

Um Ilyushin Il-18 semelhante à aeronave envolvida no acidente
A aeronave que opera o voo era o Ilyushin Il-18B, prefixo CCCP-75705, da Aeroflot (Moscow Civil Aviation Directorate), que foi concluída na fábrica de produção da Bandeira do Trabalho de Moscou em 1959 e foi transferido para a frota aérea civil. O Il-18B era movido por quatro motores turboélice Ivchenko AI-20 e, naquela data, havia sustentado um total de 407 horas de voo e 117 ciclos de decolagem/pouso.

O voo 36 estava em altitude de cruzeiro e acabava de passar pelo posto de controle em Codra, em Kiev, quando às 15h52 a tripulação relatou ao controle de tráfego aéreo (ATC) que havia embandeirado a hélice do motor nº 4 e solicitado uma tentativa de pouso de emergência no Aeroporto Internacional Boryspil, na Ucrânia. 

Às 15h57, o voo 36 relatou que o motor nº 4 e a asa direita estavam pegando fogo. O ATC recomendou o pouso no Aeroporto Internacional de Kiev (Zhuliany), que ficava mais perto, mas então às 15h57m30s, a tripulação fez uma transmissão de rádio final: "Estamos caindo, caindo, adeus, caindo, caindo, caindo...". 

O avião caiu aproximadamente 41 km ao norte do Aeroporto Internacional de Kiev, na Ucrânia. Não houve sobreviventes entre os 34 ocupantes da aeronave.

A Comissão de Investigação de Acidentes Aéreos determinou que um injetor de combustível com vazamento externo foi a causa raiz do acidente.


Como resultado do acidente e investigação, várias mudanças nos motores do Il-18 foram implementadas. Foi desenvolvido um sistema de supressão de incêndio no motor com disposições para o retardador de chamas ser pulverizado diretamente no suporte traseiro do motor. A construção do firewall do motor foi alterada para titânio e o material do encanamento foi alterado de liga de alumínio para aço.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Avião que foi de Elvis Presley vira um exótico motorhome

Jato executivo que pertenceu ao Rei do Rock ficou abandonado por quase 40 anos em um aeroporto nos EUA.


Aeronave desativada foi comprada em um leilão em 2023 pelo americano James Webb, restaurador de aviões e youtuber.


Trabalho de conversão do avião em motorhome levou 18 meses. Veículo foi montado sobre um chassi de eixo duplo e roda normalmente em vias públicas.


Último avião de Elvis Presley



A aeronave transformada em motorhome era um Lockheed Jetstar. Este foi o primeiro jato executivo do mundo, lançado em 1961.


A chamativa pintura vermelha do avião foi um pedido do próprio Elvis. Ele também deu um nome ao jato: “Hound Dog”, que é o título de uma das músicas mais famosas do Rei do Rock.


O interior do avião também foi customizado a pedido de Elvis. Bancos eram de veludo e o toalete tinha itens de ouro.


Elvis foi um grande entusiasta de aviões. Além do Hound Dog, o cantor teve outras cinco aeronaves ao longo de sua carreira.


Via Thiago Vinholes (Estadão) - Imagens: Reprodução

Viagens frequentes de avião podem causar câncer? O que dizem os médicos

Especialistas divergem, mas alguns estudos apontam para o aumento no risco de
alguns tipos de cânceres (Imagem: dima_sidelnikov/Getty Images/iStockphoto)
Quase o tempo todo se ouve que, em terra, é preciso cuidado com a exposição à radiação solar, especialmente entre 10h e 16h, certo? Com menos frequência, mas provavelmente, você também já deve ter sido orientado sobre realizar exames que emitem radiação (como raio-X e tomografia) somente com real necessidade.

Mas e quanto a fazer viagens de avião longas e com muita frequência? O que muita gente não faz ideia é que nesse tipo de deslocamento o organismo humano igualmente fica suscetível aos riscos da radiação, no caso a ionizante. Ela pode causar danos de curto a longo prazo, desde catarata a diferentes tipos de câncer.

A diferença é que, no avião, a absorção dessa radiação ocorre pela aproximação dele com o espaço. Quanto mais perto e por tempo prolongado, maiores são os níveis recebidos. Passageiros estão sujeitos, mas para pilotos e tripulantes pode ser mais expressivo. Eles só perdem para astronautas fora da atmosfera da Terra.

Quanto de radiação um voo oferece?


A taxa de radiação ionizante na altitude típica de voo das atuais aeronaves comerciais (35 mil pés) é de cerca de 0,003 milisieverts por hora. Normalmente, passageiros são expostos entre 0,001-0,003 mSv e 0,004-0,005 mSv de radiação cósmica por hora durante voos de curta e longa duração, respectivamente.

Um milisievert ou mSv é uma unidade de medida de radiação que pode ser usada para estimar o risco de câncer. "Durante o ano um ser humano pode acumular até 3 mSv de radiação. Acima de 100 mSv em 5 anos ou mais de 50msv em 1 ano, o risco de leucemia aumenta de forma perceptível", diz Vivian Milani, radiologista da Fidi (Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem).

Segundo a médica, citando um estudo, a radiação cósmica não seria responsável por aumentar a incidência de cânceres. De acordo com esse argumento, para haver risco, a pessoa teria que bater um super-recorde de voo. "Em resumo, estima-se que uma pessoa, andando normalmente na superfície da terra, acaba absorvendo 3 mSv, podendo variar de 1-5 mSv", acrescenta Milani.

Polêmico, assunto divide opiniões


(Imagem: Getty Images/iStockphoto)
Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia e do Grupo Oncoclínicas (SP) pensa diferente. Para ele, uma exposição muito longa à radiação cósmica pode, sim, aumentar o risco de câncer. "Foi observado em estudo de 2015 um aumento do risco de melanoma e, em outro estudo, de 2018, em comissários com mais de 20 anos de trabalho (80% mulheres), o dobro de risco para câncer de mama."

Em 2017, uma pesquisa da Universidade do Colorado (EUA), alertou que a exposição à radiação em voo equivaleria a se fazer um exame de raio-X do tórax e que viagens muito frequentes, ainda mais sobre os polos e durante tempestades solares, criam uma "chuva de partículas" com alta energia capaz de alterar o DNA e predispor surgimento de câncer e malformações, sobretudo em embriões/fetos.

"Um voo de 7 horas corresponde a 20% da dose de um raio-X de tórax, o que é muito baixo, não é motivo de preocupação. Mas a radiação ionizante deve ser sempre tratada com seriedade pelo seu efeito cumulativo. Em terra, por ano, somos expostos à radiação de até 30 raios-X de tórax", informa José Rocha Filho, coordenador médico dos serviços de radiologia da Regional Bahia Rede D'Or.

Existe algum modo de se proteger?


Como há muito debate sobre o tema e estudos que volta e meia são revisados, até porque o universo e o clima do planeta estão em constante transformação (o buraco na camada de ozônio, por exemplo, aumenta a incidência de radiação), não há muito o que se possa fazer, por ora.

Não existe uma recomendação formal de nenhuma entidade científica respeitável para que as pessoas voem menos.

"Mas ter essa exposição na altura em que as aeronaves praticam as viagens realmente é um problema", diz o oncologista Gimenes, sugerindo ainda eventuais mudanças na fuselagem dos aviões e estratégias para proteger, sobretudo, pilotos e comissários, que são expostos de forma longa e permanente à radiação.

Para a radiologista Vivian Milani, diminuir o nível de exposição em terra já é um começo. "É importante realizar exames que emitem radiação (raio-X, mamografia e tomografia computadorizada) somente com indicação médica, lembrando que muitos procedimentos podem ser feitos com colete de chumbo para proteger as partes do corpo que não serão avaliadas", complementa.

Mesmo voos noturnos são submetidos a esse tipo de radiação, informa José Rocha Filho. Para ele, enquanto nada pode ser feito, o mais importante é lembrar o que as viagens de avião nos possibilitam: "Deslocamentos rápidos, encontros com entes queridos distantes e conhecer lugares novos e diferentes", conclui.

Via Marcelo Testoni (Viva Bem/UOL)

Breguinha, Juízo Final e Pata-Choca: apelidos curiosos de aviões famosos

B-29 apelidado de Enola Gay, que passou por adaptações para lançar bombas atômicas
(Foto: Divulgação/Departamento de Defesa dos Estados Unidos)
Alguns aviões recebem nomes de batismo de seus fabricantes, muitas vezes, para enaltecer as suas qualidades ou se destacar no mercado. É o caso do Airbus Beluga, que leva esse nome por se parecer com um tipo de baleia, ou os modelos Piper Apache e Asteca (Aztec), em referência às civilizações indígenas.

Mas, às vezes, algumas características particulares fazem um avião, ou família de aeronaves, ser apelidado pela comunidade aeronáutica de maneira mais engraçada ou para fazer uma homenagem.

Sucatão


Sucatão: Boeing 707 de designação KC-137 VC-2401 na FAB, usado para o transporte presidencial
 (Imagem: Divulgação/Força Aérea Brasileira)
O Sucatão talvez seja o apelido mais maldoso da lista. É assim que é chamado o Boeing 707 (ou KC-137, na designação da Aeronáutica) que servia como meio de transporte aéreo dos presidentes brasileiros entre a década de 1980 e início dos anos 2000.

O apelido foi dado devido à idade da aeronave, que foi fabricada em 1968. Ela veio ao Brasil em uma aquisição feita pela Varig, na década de 1980, mas, pouco tempo depois, foi comprada pelo governo federal e adaptada para o transporte presidencial.

Esse foi o principal meio de transporte aéreo dos presidentes até a compra do Airbus VC1A, um Airbus A-319 batizado de Santos-Dumont e apelidado de Aerolula (por ter sido comprado na gestão do petista).

Os irmãos menores do Sucatão, dois Boeings 737-200 de transporte oficial, eram batizados de Sucatinha, e hoje se encontram em exposição em uma empresa em Foz do Iguaçu (PR) e no Musal (Museu Aeroespacial), no Rio de Janeiro.

Breguinha


Boeing 737-200 da Varig, modelo que foi apelidado de Breguinha no Brasil
(Imagem: Vito Cedrini/Airlines Net)
No final da década de 1980 no Brasil, os Boeings 737-200 passaram a ser substituídos pelos 737-300, mais modernos e econômicos. Ambos eram apelidados de Brega e Chique, respectivamente, devido à novela "Brega & Chique", que foi exibida pela Globo.

Com o passar dos anos, o Brega acabou virando Breguinha, maneira carinhosa como muitos se referem ao modelo que voou durante décadas no país.

Enola Gay



O Enola Gay é o avião que lançou a primeira bomba atômica sobre o Japão, no dia 6 de agosto de 1945, em Hiroshima. Esse bombardeiro B-29, fabricado pela Boeing, leva esse nome em homenagem à mãe do piloto daquele episódio, Paul Warfield Tibbets Jr.

O nome teria sido pintado logo abaixo da janela Outro B-29, batizado de Bockscar, foi o responsável por jogar a segunda bomba sobre o Japão naquele ano, no dia 9 de agosto em Nagasaki.

Avião do Juízo Final


Avião E-4B Nightwatch, usado como centro de comando aéreo dos EUA em caso de guerra nuclear
(Imagem: Sgt. Adrian Cadiz/15.abr.2016/Departamento de Defesa dos Estados Unidos)
O apelido de avião do Juízo Final é dado ao E-4B Nightwatch, nos EUA, e ao Il-80 Maxdome, na Rússia. Ambas são versões de aviões civis de grande porte que foram militarizadas e conseguem resistir a pulsos eletromagnéticos e ondas de choque.

Ambos servem como centros de comando aéreo e de comunicação, utilizados pelos governos dos dois países em caso de alguma guerra nuclear ou outras catástrofes -daí o seu apelido.

Eles não devem ser confundidos com as aeronaves presidenciais, como o Força Aérea Um, que transporta o presidente dos EUA. Eles podem voar por vários dias sem precisar pousar e cada um tem capacidade para comandar o país e coordenar uma guerra lá de cima.

Concordski


Avião russo Tupolev TU-144, apelidado de Concordski, devido à sua semelhança com o Concorde
(Imagem: Divulgação/Tupolev)
O avião soviético Tupolev TU-144 foi o avião comercial mais rápido do mundo. Ele chegava a 2.500 km/h (2,35 vezes a velocidade do som), mais do que o seu irmão europeu, o Concorde, que voava a cerca de 2.160 km/h (duas vezes a velocidade do som).

Seu apelido de Concordski é justamente uma ironia pela semelhança com o Concorde. Sua vida útil foi curta: voou por volta de apenas sete meses, entre 1977 e 1978, como avião de passageiros.

Pata-choca


Avião anfíbio Consolidated PBY Catalina, que está em exposição no Memorial da FAB na Amazônia
(Imagem: Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira)
O PBY Catalina, um hidroavião bimotor da época da Segunda Guerra Mundial, foi apelidado de pata-choca. Esse é o nome dado a veículos pesados, como esse avião, que tinha uma velocidade de cruzeiro de aproximadamente 200 km/h, que é baixa em comparação com outros modelos.

No Brasil, ele foi operado pela FAB (Força Aérea Brasileira) até o início da década de 1980, e era utilizado para voar em meio à floresta amazônica, já que conseguia pousar nos rios.

Por Alexandre Saconi (UOL)