OUTRO LADO
A ministra Erenice Guerra (Casa Civil - foto ao lado) se pronunciou ontem por meio de nota oficial em que afirma que abre mão de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico, e de todos os seus familiares.
A ministra afirmou ainda que vai processar a revista por "danos morais" e pedir "direito de resposta".
Acusou a revista "Veja" de atacar sua "honra pessoal" por conta do "processo eleitoral" em que, segundo ela, a "revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível".
Na nota, a ministra não esclarece nenhum dos pontos relatados na reportagem.
A revista afirma que Erenice participou de encontros com interessados no negócio com os Correios, e teria dito que havia "compromissos partidários" a serem saldados com a suposta propina.
Em declarações reproduzidas na revista, a ministra diz que nunca recebeu empresários em casa para tratar de assuntos institucionais. Afirma, ainda, que, "eventualmente", algum empresário pode ter ido à sua casa, mas como convidado dos filhos.
Na nota, ela diz que, procurados pela revista, "fornecemos -tanto eu quanto os meus familiares- as respostas cabíveis a cada uma de suas interrogações".
"De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos."
SAIBA MAIS
Ministra se envolveu em escândalos
Sombra de Dilma Rousseff (PT) desde o início do governo Lula, a ministra Erenice Guerra (Casa Civil), 51, teve o nome envolvido em escândalos e polêmicas durante a passagem da ex-chefe pelo Planalto.
Em 2008, ela foi acusada de montar um dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O material serviu para constranger a oposição na CPI dos Cartões Corporativos.
No ano passado, foi citada em denúncia de favorecimento à família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Segundo Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, Erenice marcou reunião em que Dilma tentaria interferir em investigação sobre negócios do clã.
Erenice negou participação nos dois casos. Blindada pelo governo, nunca teve que dar explicações no Congresso.
Formada em direito e filiada ao PT desde 1981, ela nunca disputou eleições, mas sempre atuou na burocracia estatal. Ocupou postos na Eletronorte, no governo de Cristovam Buarque em Brasília e na Câmara dos Deputados.
Aproximou-se de Dilma em 2002, na transição para a gestão petista. Logo virou sua assessora mais próxima, com cargo comissionado no Ministério de Minas e Energia.
Quando Dilma assumiu a Casa Civil, em 2005, Erenice virou secretária-executiva do órgão, substituindo a titular em férias e viagens. Em março, teve a lealdade premiada com a promoção a ministra. A nomeação foi bancada por Dilma, após uma indicação frustrada para o Tribunal de Contas da União.
Reservada, a ministra evita dar entrevistas e prefere atuar nos bastidores. Recebeu de colegas o apelido de "Dilma da Dilma", por reproduzir o mesmo estilo durão da ex-chefe.
Líder do governo fala em "acusações baratas'; PSDB pede apuração
O líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que a reportagem da revista "Veja" é "ridícula", baseia-se "em acusações baratas" e aparenta ser bancada por pessoas com interesses contrariados.
"Fala-se em um suposto lobby que não tem foco, não tem ganhador, não tem propina", disse.
Ele defendeu a possibilidade de filhos de ministros terem empresas, desde que não haja favorecimento -não fez ressalva ao fato de os contratos envolverem dinheiro público.
Sobre a afirmação do candidato tucano José Serra de que a Casa Civil é um centro de "maracutaias", Vaccarezza disse que "quem usar isso eleitoralmente vai cavar a própria cova": "Serra é uma pessoa miúda, nas propostas e na atuação política".
Oposição
O presidente do PSDB e coordenador da campanha de Serra, senador Sérgio Guerra (PE), classificou de "gravíssimo" o suposto envolvimento da ministra Erenice Guerra na viabilização de negócios que supostamente resultaram em pagamento de R$ 5 milhões à empresa do filho.
"É um escândalo que aconteceu na antessala da Dilma", disse o senador, que conversaria com Serra sobre o assunto, por telefone.
Para o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, os contratos atribuídos ao filho de Erenice são ainda mais graves para a campanha de Dilma que a quebra dos sigilos fiscais de pessoas ligadas ao candidato tucano.
De acordo com ele, o caso agora precisa ser "tratado com prudência e apurado a fundo".
O presidente do DEM, Rodrigo Maia, disse que o caso "precisa ser acompanhado" e que, em período eleitoral, a acusação da reportagem "precisa de resposta" de Dilma Rousseff.
Fonte: jornal Folha de S.Paulo - Foto: O Globo
A ministra Erenice Guerra (Casa Civil - foto ao lado) se pronunciou ontem por meio de nota oficial em que afirma que abre mão de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico, e de todos os seus familiares.
A ministra afirmou ainda que vai processar a revista por "danos morais" e pedir "direito de resposta".
Acusou a revista "Veja" de atacar sua "honra pessoal" por conta do "processo eleitoral" em que, segundo ela, a "revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível".
Na nota, a ministra não esclarece nenhum dos pontos relatados na reportagem.
A revista afirma que Erenice participou de encontros com interessados no negócio com os Correios, e teria dito que havia "compromissos partidários" a serem saldados com a suposta propina.
Em declarações reproduzidas na revista, a ministra diz que nunca recebeu empresários em casa para tratar de assuntos institucionais. Afirma, ainda, que, "eventualmente", algum empresário pode ter ido à sua casa, mas como convidado dos filhos.
Na nota, ela diz que, procurados pela revista, "fornecemos -tanto eu quanto os meus familiares- as respostas cabíveis a cada uma de suas interrogações".
"De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos."
SAIBA MAIS
Ministra se envolveu em escândalos
Sombra de Dilma Rousseff (PT) desde o início do governo Lula, a ministra Erenice Guerra (Casa Civil), 51, teve o nome envolvido em escândalos e polêmicas durante a passagem da ex-chefe pelo Planalto.
Em 2008, ela foi acusada de montar um dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O material serviu para constranger a oposição na CPI dos Cartões Corporativos.
No ano passado, foi citada em denúncia de favorecimento à família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Segundo Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, Erenice marcou reunião em que Dilma tentaria interferir em investigação sobre negócios do clã.
Erenice negou participação nos dois casos. Blindada pelo governo, nunca teve que dar explicações no Congresso.
Formada em direito e filiada ao PT desde 1981, ela nunca disputou eleições, mas sempre atuou na burocracia estatal. Ocupou postos na Eletronorte, no governo de Cristovam Buarque em Brasília e na Câmara dos Deputados.
Aproximou-se de Dilma em 2002, na transição para a gestão petista. Logo virou sua assessora mais próxima, com cargo comissionado no Ministério de Minas e Energia.
Quando Dilma assumiu a Casa Civil, em 2005, Erenice virou secretária-executiva do órgão, substituindo a titular em férias e viagens. Em março, teve a lealdade premiada com a promoção a ministra. A nomeação foi bancada por Dilma, após uma indicação frustrada para o Tribunal de Contas da União.
Reservada, a ministra evita dar entrevistas e prefere atuar nos bastidores. Recebeu de colegas o apelido de "Dilma da Dilma", por reproduzir o mesmo estilo durão da ex-chefe.
Líder do governo fala em "acusações baratas'; PSDB pede apuração
O líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que a reportagem da revista "Veja" é "ridícula", baseia-se "em acusações baratas" e aparenta ser bancada por pessoas com interesses contrariados.
"Fala-se em um suposto lobby que não tem foco, não tem ganhador, não tem propina", disse.
Ele defendeu a possibilidade de filhos de ministros terem empresas, desde que não haja favorecimento -não fez ressalva ao fato de os contratos envolverem dinheiro público.
Sobre a afirmação do candidato tucano José Serra de que a Casa Civil é um centro de "maracutaias", Vaccarezza disse que "quem usar isso eleitoralmente vai cavar a própria cova": "Serra é uma pessoa miúda, nas propostas e na atuação política".
Oposição
O presidente do PSDB e coordenador da campanha de Serra, senador Sérgio Guerra (PE), classificou de "gravíssimo" o suposto envolvimento da ministra Erenice Guerra na viabilização de negócios que supostamente resultaram em pagamento de R$ 5 milhões à empresa do filho.
"É um escândalo que aconteceu na antessala da Dilma", disse o senador, que conversaria com Serra sobre o assunto, por telefone.
Para o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, os contratos atribuídos ao filho de Erenice são ainda mais graves para a campanha de Dilma que a quebra dos sigilos fiscais de pessoas ligadas ao candidato tucano.
De acordo com ele, o caso agora precisa ser "tratado com prudência e apurado a fundo".
O presidente do DEM, Rodrigo Maia, disse que o caso "precisa ser acompanhado" e que, em período eleitoral, a acusação da reportagem "precisa de resposta" de Dilma Rousseff.
Fonte: jornal Folha de S.Paulo - Foto: O Globo
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