A Justiça argentina encontrou novo documento que reforça denúncia de suposto superfaturamento no contrato entre a Aerolíneas Argentinas e a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para a compra de 20 aviões E-190 fabricados pela estatal brasileira. A operação está sendo investigada desde setembro, um mês após a assinatura do contrato entre as duas estatais, no valor de US$ 690 milhões, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
As suspeitas de irregularidades foram denunciadas pelo jornal La Nación. Na última segunda-feira, a sede da companhia aérea foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A perícia foi determinada pelo juiz federal Sergio Torres, a partir de uma denúncia anônima enviada a ele e à redação do jornal. O autor da denúncia afirma que Manuel Vázquez, o principal assessor do ex-secretário de Transportes do governo Cristina Kirchner, Ricardo Jaime, pagou suborno para fechar a operação. Jaime foi afastado do cargo em julho passado, acusado de atos de corrupção. Na terça-feira, a Justiça o proibiu de sair do País.
O ministro de Planejamento, Julio De Vido, negou a existência de qualquer irregularidade no contrato da Aerolíneas e sua subsidiária Austral com a Embraer. "É impossível algum tipo de suborno em uma operação entre dois países", argumentou De Vido. Os documentos que se encontram nas mãos da Justiça indicam que o preço dos aviões Embraer custou 10% acima do valor de mercado.
A Secretaria de Transportes informou que "o valor de compra unitário é de US$ 30,5 milhões. A esse valor somam-se US$ 4,4 milhões referentes a opcionais". A Embraer distribuiu nota na qual repudia "veementemente especulações" sobre superfaturamento "na condução de seus negócios". A empresa também disse que "não comenta preços e condições comerciais constantes em seus contratos, que são protegidos por cláusulas de confidencialidade". Mas afirmou que os valores do contrato com a Argentina estão dentro do previsto pelo mercado.
Em recente visita a Buenos Aires, o vice-presidente do Bndes, Armando Mariante, também repudiou as suspeitas de irregularidades na operação. Ele disse ao Grupo Estado que "a denúncia de superfaturamento era completamente improcedente". Segundo Mariante, "no preço final de compra de um avião ocorre o mesmo processo quando você compra um carro: tem o preço básico, que vai aumentando conforme os acessórios que o cliente vai escolhendo e adicionando". Mariante explicou ainda que os aviões escolhidos pela Argentina possuem conforto e acessórios que encarecem o produto final.
No início da polêmica, o então presidente da estatal argentina e atual ministro de Justiça, Julio Alak, minimizou as investigações ao revelar que "houve um forte lobby da companhia aérea Boeing para fracassar a operação com a Embraer". Na ocasião, Alak prometeu revelar à Justiça os nomes "dos operadores informais que tentaram fazer com que a Aerolíneas continuasse comprando aviões da Boeing". Segundo o jornal Crítica, um dos integrantes dessa lista é o presidente do sindicato dos pilotos, Jorge Pérez Tamayo, que teria forte vínculo com a empresa norte-americana.
Fonte: Agência Estado via Jornal do Comércio
As suspeitas de irregularidades foram denunciadas pelo jornal La Nación. Na última segunda-feira, a sede da companhia aérea foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A perícia foi determinada pelo juiz federal Sergio Torres, a partir de uma denúncia anônima enviada a ele e à redação do jornal. O autor da denúncia afirma que Manuel Vázquez, o principal assessor do ex-secretário de Transportes do governo Cristina Kirchner, Ricardo Jaime, pagou suborno para fechar a operação. Jaime foi afastado do cargo em julho passado, acusado de atos de corrupção. Na terça-feira, a Justiça o proibiu de sair do País.
O ministro de Planejamento, Julio De Vido, negou a existência de qualquer irregularidade no contrato da Aerolíneas e sua subsidiária Austral com a Embraer. "É impossível algum tipo de suborno em uma operação entre dois países", argumentou De Vido. Os documentos que se encontram nas mãos da Justiça indicam que o preço dos aviões Embraer custou 10% acima do valor de mercado.
A Secretaria de Transportes informou que "o valor de compra unitário é de US$ 30,5 milhões. A esse valor somam-se US$ 4,4 milhões referentes a opcionais". A Embraer distribuiu nota na qual repudia "veementemente especulações" sobre superfaturamento "na condução de seus negócios". A empresa também disse que "não comenta preços e condições comerciais constantes em seus contratos, que são protegidos por cláusulas de confidencialidade". Mas afirmou que os valores do contrato com a Argentina estão dentro do previsto pelo mercado.
Em recente visita a Buenos Aires, o vice-presidente do Bndes, Armando Mariante, também repudiou as suspeitas de irregularidades na operação. Ele disse ao Grupo Estado que "a denúncia de superfaturamento era completamente improcedente". Segundo Mariante, "no preço final de compra de um avião ocorre o mesmo processo quando você compra um carro: tem o preço básico, que vai aumentando conforme os acessórios que o cliente vai escolhendo e adicionando". Mariante explicou ainda que os aviões escolhidos pela Argentina possuem conforto e acessórios que encarecem o produto final.
No início da polêmica, o então presidente da estatal argentina e atual ministro de Justiça, Julio Alak, minimizou as investigações ao revelar que "houve um forte lobby da companhia aérea Boeing para fracassar a operação com a Embraer". Na ocasião, Alak prometeu revelar à Justiça os nomes "dos operadores informais que tentaram fazer com que a Aerolíneas continuasse comprando aviões da Boeing". Segundo o jornal Crítica, um dos integrantes dessa lista é o presidente do sindicato dos pilotos, Jorge Pérez Tamayo, que teria forte vínculo com a empresa norte-americana.
Fonte: Agência Estado via Jornal do Comércio
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