Só este ano foram 11 colisões entre pássaros e aeronaves. Infraero e Ibama instalam redes para apanhar animais que proliferam nas faixas gramadas às margens da segunda pista
A disputa por espaço entre aves e aviões na região do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek levou a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) a uma solução emergencial para evitar acidentes aéreos. Na manhã desta segunda-feira (09/06), duas redes de náilon foram instaladas nas proximidades da segunda pista. Elas servirão para apanhar carcarás, quero-queros e curicacas e, dessa maneira, controlar a população de aves, que cresceu na região nos últimos seis meses.
Inaugurada há três anos, a segunda pista para pousos e decolagens ocupa uma área de 230 hectares, mede pouco mais de 3km e, nas laterais, tem duas faixas de proteção com cerca de 150m cobertos por grama. Pelo menos uma centena de carcarás, quero-queros e curicacas está vivendo nessas faixas verdes. Só este ano, foram registradas 11 colisões entre os pássaros e as aeronaves que chegam ou partem do Aeroporto JK. “Nos últimos seis meses, a população aumentou, o que nos obrigou a tomar uma medida de controle”, relata José Roberto Cantarino, coordenador de Prevenção de Emergência, Salvamento e Combate a Incêndio da Infraero na região Centro-Oeste.
Até agora, as colisões entre aves e aviões provocaram apenas prejuízos econômicos e transtornos às companhias aéreas e aos passageiros. São fuselagens amassadas e atrasos nas chegadas e partidas por conta do susto. Mas o temor é que as ocorrências cheguem ao extremo de provocar acidentes aéreos com vítimas. “Dependendo do tamanho do animal e da altura em que a aeronave estiver voando, o impacto pode ser igual ao de uma tonelada”, explica Cantarino. Em julho do ano passado, no espaço aéreo do estado de São Paulo, um urubu foi capaz de quebrar o pára-brisa de um avião. Os estilhaços atingiram o piloto e o deixaram cego. Segundo Cantarino, a hipótese de aves derrubarem um avião só se daria no caso de duas delas impedirem o funcionamento das turbinas.
As aves que forem apanhadas pelas redes instaladas no Aeroporto JK serão colocadas em caixas especiais e levadas para o Centro de Estudos de Animais Silvestres (Cetas), localizado na Floresta Nacional. Ali, técnicos do Instituto Brasileiro de Meio-Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) decidirão onde elas serão libertadas. “É a primeira vez que esse tipo de controle está sendo feito em Brasília, estamos agindo como parceiros da Infraero”, afirma o chefe de Fiscalização do Ibama-DF, Ênio Cardoso. Na manhã de ontem, os técnicos do Ibama prestaram ajuda para explicar como as redes deveriam ser instaladas. A partir de hoje, os funcionários da Infraero passarão pelo local de hora em hora para monitorar se alguma ave foi apanhada.
Ângela Mouro, coordenadora de Meio-Ambiente da Infraero Regional Centro-Oeste, reconhece que retirar as aves de um ambiente para soltá-las em outro é uma medida polêmica. Mas ressalta que a iniciativa foi adotada devido ao risco de acidente. “Faremos um plano de manejo especial para pensar em outras maneiras de afastar essas aves”, afirma ela. “Mas, paralelamente a isso, as redes se tornaram necessárias porque o número de colisões aumentou muito”, explica.
Apesar de conflitos entre aves e aviões serem comuns em aeroportos do mundo inteiro, o JK não havia vivido essa situação antes da construção da segunda pista. A hipótese mais provável é que a grama plantada nas faixas de segurança tenha aumentado a quantidade de insetos na área, o que atraiu as aves. Como parte das ações para afastar os animais, a Infraero também providenciou a retirada de árvores frutíferas da área e tem feito aparas periódicas na grama.
Fonte: Correio Brasiliense
A disputa por espaço entre aves e aviões na região do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek levou a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) a uma solução emergencial para evitar acidentes aéreos. Na manhã desta segunda-feira (09/06), duas redes de náilon foram instaladas nas proximidades da segunda pista. Elas servirão para apanhar carcarás, quero-queros e curicacas e, dessa maneira, controlar a população de aves, que cresceu na região nos últimos seis meses.
Inaugurada há três anos, a segunda pista para pousos e decolagens ocupa uma área de 230 hectares, mede pouco mais de 3km e, nas laterais, tem duas faixas de proteção com cerca de 150m cobertos por grama. Pelo menos uma centena de carcarás, quero-queros e curicacas está vivendo nessas faixas verdes. Só este ano, foram registradas 11 colisões entre os pássaros e as aeronaves que chegam ou partem do Aeroporto JK. “Nos últimos seis meses, a população aumentou, o que nos obrigou a tomar uma medida de controle”, relata José Roberto Cantarino, coordenador de Prevenção de Emergência, Salvamento e Combate a Incêndio da Infraero na região Centro-Oeste.
Até agora, as colisões entre aves e aviões provocaram apenas prejuízos econômicos e transtornos às companhias aéreas e aos passageiros. São fuselagens amassadas e atrasos nas chegadas e partidas por conta do susto. Mas o temor é que as ocorrências cheguem ao extremo de provocar acidentes aéreos com vítimas. “Dependendo do tamanho do animal e da altura em que a aeronave estiver voando, o impacto pode ser igual ao de uma tonelada”, explica Cantarino. Em julho do ano passado, no espaço aéreo do estado de São Paulo, um urubu foi capaz de quebrar o pára-brisa de um avião. Os estilhaços atingiram o piloto e o deixaram cego. Segundo Cantarino, a hipótese de aves derrubarem um avião só se daria no caso de duas delas impedirem o funcionamento das turbinas.
As aves que forem apanhadas pelas redes instaladas no Aeroporto JK serão colocadas em caixas especiais e levadas para o Centro de Estudos de Animais Silvestres (Cetas), localizado na Floresta Nacional. Ali, técnicos do Instituto Brasileiro de Meio-Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) decidirão onde elas serão libertadas. “É a primeira vez que esse tipo de controle está sendo feito em Brasília, estamos agindo como parceiros da Infraero”, afirma o chefe de Fiscalização do Ibama-DF, Ênio Cardoso. Na manhã de ontem, os técnicos do Ibama prestaram ajuda para explicar como as redes deveriam ser instaladas. A partir de hoje, os funcionários da Infraero passarão pelo local de hora em hora para monitorar se alguma ave foi apanhada.
Ângela Mouro, coordenadora de Meio-Ambiente da Infraero Regional Centro-Oeste, reconhece que retirar as aves de um ambiente para soltá-las em outro é uma medida polêmica. Mas ressalta que a iniciativa foi adotada devido ao risco de acidente. “Faremos um plano de manejo especial para pensar em outras maneiras de afastar essas aves”, afirma ela. “Mas, paralelamente a isso, as redes se tornaram necessárias porque o número de colisões aumentou muito”, explica.
Apesar de conflitos entre aves e aviões serem comuns em aeroportos do mundo inteiro, o JK não havia vivido essa situação antes da construção da segunda pista. A hipótese mais provável é que a grama plantada nas faixas de segurança tenha aumentado a quantidade de insetos na área, o que atraiu as aves. Como parte das ações para afastar os animais, a Infraero também providenciou a retirada de árvores frutíferas da área e tem feito aparas periódicas na grama.
Fonte: Correio Brasiliense
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