quinta-feira, 27 de março de 2008

Avião da TAM que matou 199 pessoas não tentou arremeter

O Brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) da Aeronáutica afirmou nesta terça-feira que os pilotos do Airbus A320 da TAM não tentaram arremeter a aeronave antes do acidente que matou 199 pessoas em julho de 2007.

Jorge Kersul rejeitou a hipótese de que se houvesse mais 2.500m de pista os pilotos teriam conseguido arremeter a aeronave. "Essa é uma manobra específica. Pela investigação do Cenipa, posso afirmar que os pilotos não tentaram essa manobra", afirmou Kersul, que ainda esclareceu que em alguns casos arremeter é a melhor opção.

"A arremetida era uma opção. Mas não houve tentativa de arremeter o avião", garantiu o brigadeiro, que ponderou que um piloto precisa estar muito bem treinado para conseguir arremeter uma aeronave.

Durante audiência pública para tratar de segurança no Aeroporto de Congonhas, Kersul afirmou que o acidente foi catastrófico por causa da localização da pista e não pelo tamanho reduzido dela. No pouso, o avião bateu contra um depósito da empresa que fica do lado oposto da avenida Washington Luís (zona sul de São Paulo).

Investigação

Jorge Kersul revelou que a investigação está praticamente encerrada e que dentro de pouco tempo será elaborado o laudo conclusivo sobre o acidente. "Já levantamos todos os dados, os fatores que contribuíram para o acidente já foram todos levantados. Inclusive já fizemos a reconstituição do acidente, só falta escrevermos com todo cuidado nossas conclusões".

O texto final ainda será avaliado pelo comando da Aeronáutica, que terá 60 dias para mandar sugestões aos técnicos do Cenipa.

Segundo Kersul, os técnicos já têm uma imagem clara do que ocorreu naquele dia, mas seja qual for a conclusão, o texto não poderá servir como base legal para as famílias. "Tudo o que está gravado na caixa-preta do avião serve para aperfeiçoar as condições de segurança da aviação, não pode servir como prova contra os pilotos", pontuou Kersul, que não prometeu datas precisas, mas prevê que o relatório final deva ficar pronto dentro de 3 ou 4 meses.

Congonhas hoje

Questionado se o Aeroporto de Congonhas atualmente apresenta condições melhores de segurança, Jorge Kersul respondeu que o aeroporto "está muito mais seguro do que era há um ano", e citou a reforma da pista como um fator de melhoramento. Mas, não garantiu que não possa haver novos incidentes.

"Um aeroporto muito movimentado apresenta mais perigo do que um outro com menos atividade". Congonhas é o terceiro mais movimentado aeroporto do País, ficando atrás somente do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Guarulhos, em São Paulo.

Fonte: Último Segundo

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