quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Pilotos do Legacy querem ser interrogados nos Estados Unidos

Joe Lepore e Jan Paladino entraram com pedido de habeas corpus no STJ.

Defesa alega que acordo permite interrogatório fora do Brasil.

Os pilotos do jato Legacy, que colidiu com o Boeing da Gol que fazia o vôo 1907, em 29 de setembro de 2006, causando a morte de 154 pessoas, entraram com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que sejam interrogados nos Estados Unidos. Segundo a defesa dos pilotos, o pedido foi protocolado no dia 1º de fevereiro.

No acidente, Joe Lepore e Jan Paladino conseguiram pousar o jato na Base Aérea de Cachimbo, no Sul do Pará, após o choque com o avião da Gol. Todos os ocupantes do Boeing morreram. Em junho do ano passado, a Justiça brasileira aceitou denúncia do Ministério Público contra os dois pilotos por homicídio culposo.

Segundo o advogado Theo Dias, que defende Lepore e Paladino, acordo de assistência judiciária entre Brasil e Estados Unidos permite o interrogatório fora do país. E também prevê a possibilidade de o próprio juiz ir aos Estados Unidos para ouvir o depoimento ou enviar as perguntas por carta rogatória.

“O pedido é para que seja reconhecido o direito de eles serem ouvidos nos Estados Unidos. A forma como eles serão ouvidos é uma decisão do juiz”, afirmou o advogado, por telefone, ao G1.

O STJ não informou quando o pedido de habeas corpus será julgado.

Depoimento à Aeronáutica

Os pilotos norte-americanos do jato executivo Legacy já foram ouvidos nos Estados Unidos no começo do mês por oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, ligado ao Ministério da Defesa.

Os depoimentos duraram três dias e foram prestados em Washington. Os pilotos Joe Lepore e Jan Paladino ouviram a transcrição da caixa preta do jato executivo Legacy. Eles afirmaram que não desligaram o transponder, equipamento anticolisão que na hora do acidente não funcionou.

“Os pilotos puderam esclarecer uma vez mais que não houve, por parte deles, nenhuma conduta culposa negligente, e que, pelo contrário, eles agiram com profissionalismo”, disse, à época, o advogado dos pilotos, Theo Dias.

Fonte: G1

Nenhum comentário: