domingo, 30 de janeiro de 2022

Aconteceu em 30 de janeiro de 1974: Voo 806 da Pan Am - 97 mortos em acidente trágico na Samoa Americana


Trinta de janeiro de 1974, aeroporto de Auckland, Nova Zelândia. Exatamente às oito horas e quatorze minutos de uma agradável noite de verão, o Boeing 707-321 da Pan Am decolava da Cidade das Velas, iniciando a longa jornada de travessia transpacífica: o voo PA 806 começava e então faria escalas em Pago Pago, Samoa Americana, e Honolulu, Hawaii, antes de concluir sua longa travessia transpacífica ao pousar em Los Angeles. Duas escalas, duas ilhas paradisíacas, um único e trágico destino.

Mais um voo de rotina, especialmente para os profissionais da "The World`s Most Experienced Airline", o slogan que a Pan Am justificadamente adotava em suas campanhas publicitárias. Aliás, em se tratando de Oceano Pacífico, nenhuma outra empresa aérea chegava nem aos pés da experência que a Pan Am tinha. 


O Pacífico só havia sido um dia atravessado por via aérea graças aos esforços épicos da Pan Am, uma saga de conquistas e ousadias sem paralelo em toda a história da aviação comercial. Algo tão espetacular que mereceu vários livros escritos especificamente sobre a façanha.

Sendo assim, os 91 passageiros que embarcaram naquela noite no Clipper Radiant, nome de batismo dado ao 707 de prefixo N454PA, não tinham nenhum motivo para maiores preocupações. 

A zelar por sua segurança e conforto estava a tarimbada tripulação do comandante Leroy Petersen, 52 anos, 17.000 horas de voo; dois copilotos, Rochard Gaines, 37 anos, com 5.000 horas de voo; James Phillips, 43 anos e outras cinco mil horas de experiência; e o engenheiro Gerry Green, que tinha outras 3.000 horas nas costas. Na cabine de passageiros, seis jovens comissárias trabalhavam naquela jornada.

Na cabine de comando, a atmosfera não estava tão relaxada como de costume. O comandante Petersen voltara a trabalhar depois de 4 meses afastado por razões médicas. Petersen fazia sua primeira viagem depois de ter sido requalificado para comndar os Boeings 707 da Pan Am, uma medida necessária e obrigatória depois de mais de 4 meses sem tocar nos cotroles. 

A viagem de 10 dias entre os Estados Unidos e a Austrália, que Petersen comandava, era sua primeira missão após voltar ao trabalho. O primeiro oficial Gaines, sofrendo de uma forte laringite, ocupava uma das cadeiras extras na cabine - os jumpseats - tendo deixado seu lugar, na cadeira da direita, para Phillips.

Mesmo assim, o princípio do voo até Pago Pago foi absolutamente normal. Depois de 3 horas e 40 minutos de viagem, Phillips chamou a torre do aeroporto da capital de Samoa e informou que o PA 806 encontrava-se a 160 milhas de distância, na altitude de cruzeiro de 33.000 pés. 


O controlador informou as condições meteorológicas: visibilidade de 10 milhas, teto de 1.000 pés, chuva leve e temperatura de 25ºC. Informou ainda o ajuste de altímetro, 1016 milibares. Dois minutos depois, o controle chamou o PA 806 e instruiu o Boeing a iniciar a descida direto ao VOR Pago Pago. As 23h25, hora local, o controlador instruiu a tripulação do 707 para o procedimento de descida:

Controle Pago Pago: Clipper 806, autorizado para o ILS da pista 05. Bloqueio pelo arco de 20 milhas, reporte na radial, livrando 5.000 pés. 

Seis minutos depois, ao cruzar 10.000 pés, Phillips chamou o controle e perguntou a direção e intensidade do vento. O controlador informou que o vento variava de norte a 20º, com intensidade entre 10 e 15 nós. 

Às 23h35, Phillips comunicou ao solo que o 707 já estava cruzando 5.500 pés e que o Boeing havia interceptado a radial 226 do VOR de Pago Pago, como instruído.

Controle Pago Pago: Clipper 806, inbound no localizador, reporte três milhas fora, não há outro tráfego. Vento de 10 graus com 15 nós.

Cmte. Petersen: Ok, checando distância.

F/O Phillips: Oito milhas DME. avistando a pista. 

Alguns segundos se passam. O 707, em sua aproximação final começa a voar mais de 500 pés abaixo da altitude prescrita na aproximação por instrumentos. O comandante Petersen não estabiliza a aproximação como seria obrigatório, sem conseguir manter o 707 no glideslope, a rampa imaginária que leva uma aeronave com segurança à pista de pouso. 

Esse fato não passava desapercebido ao primeiro oficial Phillips que então comentou, alertando o comandante:

F/O Phillips: Dois mil pés. 

Naquele momento, o Boeing 707 deveria estar a 2.500 pés. Petersen então adicionou potência aos quatro motores e o som de sua aceleração ficou gravado na caixa preta.

Cmte. Petersen: Ok, sete milhas. Volte aqui, seu desgraçado! 

Nesse instante, o Cmte. Petersen acabava de dar uma "bronca" no 707, ordenando ao jato que "voltasse" à rampa de planeio. Em seguida, tentando talvez descontrair o ambiente, ou, mais provável, disfarçar a sua performance abaixo do esperado, fez um comentário espirituoso:

Cmte. Petersen: As coisas por aqui estão chacoalhando um pouco, não? 

Petersen referia-se à turbulência que o Boeing 707 encontrava, como se as condições externas fossem as únicas responsáveis pela aproximação desestabilizada.

As 23h39, a chuva sobre o aeroporto tornou-se tão intensa que o controlador não conseguia mais enxergar as luzes da pista de pouso. O controlador, preocupado, chamou o Pan Am e perguntou:

Controle Pago Pago: Clipper 806, está avistando as luzes da pista? 

Naquele momento, o Boeing estava a 2.000 pés de altitude e a cinco milhas da cabeceira. O primeiro oficial Phillips respondeu ao solo:

PA 806: Estamos recebendo seu VOR e avistando as luzes da pista normalmente. 

Controle Pago Pago: Confirme que está avistando as luzes da pista?

PA 806: Afirmativo. 

Controle Pago Pago: Estamos sob forte chuva por aqui e de onde estou não posso vê-las!

PA 806: Estamos com 5 no DME (distante cinco milhas da cabeceira) agora e elas continuam perfeitamente visíveis.

Controle Pago Pago: Ok, sem tráfego reportado, vento 030 graus com 20 nós, rajadas a 25 nós. Reporte livrando a pista.

PA 806: Vento 030 graus com 20 - 25 nós. Reportaremos livrando a pista.

Petersen então instruiu seu primeiro oficial:

Cmte. Petersen: Mantenha o olho na pista! Vou ficar concentrado nas manetes aqui! Mantenha contato visual! 

Mais alguns segundos se passaram e Petersen comandou então flap 50, a configuração para pouso. Neste momento, a caixa preta registrou também o início da chuva pesada batendo na cabine e o início da atuação dos limpadores de para-brisa. A aeronave estava agora a apenas duas milhas da cabeceira.

F/O Phillips: Ok, estamos sobre o NDB Logotala. 

Nessa altura, a aeronave havia perdido contato visual com a pista. Petersen, preocupado, instruiu seu primeiro oficial:

Cmte. Petersen: Me avise ao avistar. 

Mais alguns segundos se passaram e sob a chuva forte, Phillips conseguiu avistar novamente as luzes da pista:

F/O Phillips: Ok. avistando a pista. Você está um pouco alto! 

A caixa preta então gravou o som do estabilizador do 707 sendo trimado, regulado para abaixar o nariz do Boeing. O que os tripulantes não sabiam é que a aeronave acabara de entrar na armadilha mortal da temida Tesoura de Vento: normalmente, o primeiro encontro com uma tesoura de vento dá-se com vento de proa, o que na prática até ajuda a aeronave a flutuar e em alguns casos, eleva sua altitude. A reação natural de qualquer piloto é então a de reduzir potência ou "trimar" a aeronave para abaixar o seu nariz.

O problema é que em frações de segundo, o vento muda de direção e aumenta de intensidade, empurrando para baixo a aeronave. Se esta tem a potência reduzida e o estabilizador regulado para manter o nariz para baixo, a situação pode tornar-se crítica e irrecuperável. Foi o que aconteceu então.

Numa fração de segundo, a razão de descida do 707 passou de 690 pés por minuto para 1.500 pés por minuto. Esta razão continuou pelos 16 segundos restantes, os últimos do voo PA806. 


O primeiro oficial Phillips não alertou o comandante Petersen da abrupta aceleração na razão de descida, embora fosse seu dever fazê-lo: a Pan Am instruía seus tripulantes em aproximações ILS a alertar vocalmente qualquer razão de descida superior a 800 pés por minuto abaixo de 2.000 pés ou durante aproximações finais. Phillips, no entanto, estava visivelmente desconfortável com a aproximação. Nos segundos finais antes do impacto, apenas sua voz foi ouvida na gravação:

F/O Phillips: 150 nós. Estamos nos mínimos. campo à vista. vire, vire mais à direita. 140 nós.
 
Dois segundos depois, a gravação termina com o som dos primeiros impactos do 707 contra árvores. Eram exatamente 23h40.

Dois minutos depois, o controlador procurava pelas janelas da torre e não conseguia ver o Boeing. Após tentar contato via rádio e não receber qualquer resposta da tripulação, o controlador acionou o alarme de acidente no aeroporto. 

Pouco antes, parentes que esperavam o voo 806 e funcionários do aeroporto, ouviram uma explosão e notaram em meio à forte chuva, um brilho alaranjado, além dos limites do aeroporto. Era o fim do voo 806.

Os primeiros bombeiros que chegaram ao local - de difícil acesso apesar da proximidade com o aeroporto - encontraram a fuselagem do 707 relativamente intacta, mas totalmente envolvida pelas chamas. 

O primeiro impacto deu-se a 1.180 metros da cabeceira da pista, contra árvores de mais de oito metros de altura. O jato então foi progressivamente cortando a espessa vegetação que encontrava à sua frente; ao final, percorreu 240 metros no solo, parando a apenas 940 metros da cabeceira, sem as pontas das asas, trens de pouso, quatro motores e com a parte inferior da fuselagem seriamente avariada pelos impactos.


Na verdade, apesar da severidade do impacto, vários passageiros sobreviveram ao choque inicial e encontravam-se vivos quando o Boeing finalmente terminou sua desabalada carreira. Antes mesmo do Boeing parar, alguns dos passageiros levantaram-se de seus assentos e correram em direção às saídas dianteiras e traseiras.

Alguns poucos, mais lúcidos, utilizaram-se das saídas de emergência sobre a asa direita, esta que provou ser a única saída utilizada pelos poucos sobreviventes que conseguiram sair do Boeing antes do fogo se alastrar. Mesmo estes, ao sair do jato, encontraram-se no meio de uma armadilha infernal: enormes labaredas por todos os lados. 

Em questão de dois minutos, a nefasta combinação da fumaça tóxica, do intenso calor e das chamas asfixiaram ou queimaram vivos aqueles que ainda se encontravam no interior do Boeing.

Apenas nove passageiros e o primeiro oficial Phillips conseguiram sair vivos do inferno. Phillips, na verdade, só conseguiu escapar por ter ficado mais ferido na hora do choque; seus companheiros de cabine de comando lutaram primeiro para soltá-lo das ferragens e conseguiram fazer com que ele saísse por uma fresta aberta pelo impacto na lateral direita do cockpit. 

Os outros três tripulantes técnicos, comandante Petersen, co-piloto Gaines e engenheiro de voo Green, pagaram um preço elevado por sua heróica atitude: não conseguiram sair a tempo da cabine de comando. Seus corpos calcinados foram retirados pelos bombeiros durante o trabalho de resgate, ainda de madrugada.

Entre os 10 sobreviventes que foram resgatados pelos bombeiros, todos sem excessão, sofreram sérias queimaduras. Phillips lutou por sua vida por quatro dias antes de sucumbir às queimaduras e ferimentos. Dos 101 ocupantes do voo PA 806, apenas 4 sobreviveram.

Investigações e Conclusões da Tragédia



As lições que podem ser tiradas do fatídico voo 806 são muitas: aderir sempre, rigorosamente a todos os critérios e normas operacionais. A tripulação do PA 806 não realizou uma aproximação estabilizada, seja em altitude, atitude ou velocidade. Nos 23 segundos finais do voo, o Cmte. Petersen passou a não mais olhar para seus instrumentos, tentando completar visualmente a aproximação. 

Se estivesse de fato de olhos grudados em seu painel, teria percebido o repentino crescimento na razão de descida. Seria difícil, mas ele teria ainda alguma chance de reverter o afundamento do Boeing.

A coordenação dos pilotos foi deficiente: Phillips não ajudou Petersen como deveria, deixando de "cantar" as velocidade, altitudes e excessiva razão de descida experimentadas na fase final. E, em última análise, um fator contribuinte foi o fato desta ter sido uma aproximação difícil, crítica para qualquer piloto na ativa. E certamente, mais difícil ainda para Petersen, que não voava regularmente há mais de 5 meses.


Finalmente, o destino reservou para o Pan Am 806 um encontro fatídico com uma Tesoura de Vento, justamente nos útimos segundos antes do pouso, a fase mais crítica do voo. O final desta história dificilmente poderia ser diferente.

Fonte: Este relato foi extraído do extinto site Jetsite, postado no Blog Acidentes e Desastres Aéreos, e publicado nesta data por este Blog.

Relatório Oficial do acidente: AQUI.

Mais informações sobre este acidente AQUI.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Aconteceu em 30 de janeiro de 1948: O misterioso desparecimento do Avro "Star Tiger" nas Bermudas


Avro 688 Tudor 1, prefixo G-AHNP, da British South American Airways (BSAA), batizado "Star Tiger" (similar ao da foto abaixo), era um avião de passageiros que desapareceu sem deixar rasto sobre o Oceano Atlântico durante um voo entre a Ilha Santa Maria, nos Açores, em Portugal, e Bermuda, no início manhã de 30 de janeiro de 1948. 


Junto com o desaparecimento do avião "Star Ariel" em 1949, este desaparecimento também permanece sem solução, com a especulação resultante ajudando a desenvolver a lenda do Triângulo das Bermudas.

Plano de fundo


A British South American Airways (BSAA) foi uma companhia aérea criada por ex-pilotos da Segunda Guerra Mundial em um esforço para fornecer serviços nas rotas de passageiros e de comércio sul-americanas até então inexploradas. 


Originalmente denominada British Latin American Air Lines (BLAIR), foi separada da British Overseas Airways Corporation para operar suas rotas no Atlântico Sul. Ela começou os serviços transatlânticos em março de 1946, com um BSAA Avro Lancastrian fazendo o primeiro voo operacional do aeroporto de Heathrow em Londres. 

Um Avro Tudor em voo
A companhia aérea operava principalmente aeronaves Avro, Yorks, Lancastrians e Tudors, e voava para as Bermudas, as Índias Ocidentais e a costa oeste da América do Sul.

O voo


O Star Tiger foi uma das três versões ampliadas e aprimoradas do Avro Tudor, designadas Tudor IV. Ele realizou 11 voos transatlânticos, num total de 575 horas de voo, desde o seu voo de teste inicial a 4 de novembro de 1947.

Na manhã de 28 de Janeiro de 1948, a tripulação e os passageiros embarcaram no Star Tiger em Lisboa apenas para serem obrigados a regressar à sala de espera do aeroporto quando o piloto, o Capitão Brian W. McMillan, lhes disse que o motor interno de porto precisava de alguma atenção. 

A aeronave decolou duas horas e meia mais tarde, e fez o que estava destinado a ser um reabastecimento parada de 75 minutos na Ilha de Santa Maria, nos Açores. No entanto, o tempo relatado era tão ruim que o capitão McMillan decidiu que deveriam parar até o dia seguinte.

No dia seguinte, 29 de janeiro, o Star Tiger decolou para a próxima etapa de seu voo para as Bermudas e, apesar dos fortes ventos, McMillan decidiu voar a não mais que 2.000 pés (610 m) para evitar os piores ventos. 

Um Avro Lancastrian pertencente à BSAA pilotado por Frank Griffin decolou uma hora antes do Star Tiger e Griffin concordou em enviar informações meteorológicas por rádio para o Star Tiger.


O Star Tiger decolou às 15h34 e logo após a decolagem foi açoitado por fortes chuvas e ventos fortes. No início, cerca de 200 milhas atrás do Lancastrian, McMillan lentamente diminuiu a distância entre eles e as duas aeronaves permaneceram em contato por rádio entre si e com as Bermudas. 

O segundo piloto a bordo do Star Tiger era David Colby, que como McMillan, era também um piloto altamente experiente e ex-líder de esquadrão da Força Pathfinder da RAF.

Por volta da 01h26 em 30 de janeiro, após 10 horas no ar, o Star Tiger estava apenas 240 km atrás do Lancastrian. O navegador do Lancastrian conseguiu fixar sua posição usando a navegação celestial e descobriu que os ventos haviam soprado a aeronave 60 mi (97 km) de rota na hora anterior. 

A essa altura, o Star Tiger havia ultrapassado seu Ponto de Nenhuma Alternativa, no qual poderia ter sido desviado para Newfoundland, e estava comprometido em permanecer no curso para as Bermudas .

Por volta das 02h00, Cyril Ellison, o navegador do Star Tiger, fixou a posição da aeronave e soube que ela também havia sido desviado do curso e estava se afastando das Bermudas. Ele deu a McMillan um novo curso que acabou levando a aeronave diretamente para um vendaval. No entanto, McMillan ainda esperava chegar às Bermudas com pelo menos uma hora de combustível restante após o pouso.

Às 03h00, o Capitão Griffin - a bordo do Lancastrian - alterou seu ETA de 03h56 para 05h00 e ligou para a Star Tiger para dizer que estava mudando para telefonia de voz para entrar em contato com o Controle de Aproximação das Bermudas. 

Griffin mais tarde testemunhou que não ouviu nada do Star Tiger que indicasse que estava com problemas e que, desde então, até que ele pousou às 04h11, com sua aeronave não encontrando turbulência, gelo, nevoeiro ou tempestades elétricas.

Um navio mercante, o SS Troubadour, relatou ter visto uma aeronave voando baixo com luzes piscando a meio caminho entre as Bermudas e a entrada da Baía de Delaware, o que significava que se a aeronave era o Star Tiger. Isso significava que o avião havia saído bem do curso das Bermudas. Este suposto avistamento ocorreu por volta das 2 horas [horário padrão do leste] da manhã. 

Desaparecimento


Às 03h04, o oficial de rádio Robert Tuck a bordo do Star Tiger solicitou uma rota de rádio das Bermudas, mas o sinal não era forte o suficiente para obter uma leitura precisa. 

Tuck repetiu o pedido 11 minutos depois e, desta vez, o operador de rádio das Bermudas conseguiu obter uma marcação de 72 graus, com precisão de 2 graus. A operadora das Bermudas transmitiu essa informação e Tuck acusou o recebimento às 03h17. 

Esta foi a última comunicação com a aeronave. A operadora das Bermudas tentou entrar em contato com a Star Tiger às 03h50 e não recebendo resposta, pensou que tinha passado para contato direto por rádio com o Controle de Aproximação das Bermudas.


No entanto, o Approach Control relatou que esse não era o caso. O operador de rádio das Bermudas tentou às 04h05 entrar em contato com a Star Tiger, novamente sem sucesso, e após tentar novamente às 04h40 ele declarou estado de emergência. 

Ele não tinha ouvido nenhuma mensagem de socorro, e nem mais ninguém, embora muitas estações receptoras estivessem ouvindo na frequência do Star Tiger. Em 30 de janeiro de 1948, um despacho de imprensa relatou a perda de aviões a 440 milhas a nordeste de Bermuda.

A impressão de um artista sobre o que pode ter sido o destino final do Star Tiger

Tentativas de resgate


O pessoal da Força Aérea dos Estados Unidos que operava no campo de aviação imediatamente organizou um esforço de resgate que durou cinco dias, apesar da piora do tempo. 

Vinte e seis aeronaves voaram 882 horas no total e as naves de superfície também realizaram uma busca, mas nenhum sinal do Star Tiger ou de seus 31 passageiros e tripulação foi encontrado.

Em 1 de fevereiro de 1948, um avião de busca B-17 relatou ter avistado várias caixas e um tambor de óleo 325 milhas a noroeste das Bermudas; não se sabe se esse itens pertenciam  ao avião desaparecido ou não.

Investigação


Assim que soube que o Star Tiger havia sido perdido, os Avro Tudors restantes da BSAA foram detidos pelo Ministro da Aviação Civil da Grã-Bretanha. Eles foram autorizados a transportar carga em vez de passageiros algumas semanas depois, mas tiveram que voar de Santa Maria às Bermudas via Newfoundland, um desvio que reduziu o trecho sobre a água mais longo em 400 km.

Embora o diretor-gerente da Avro, Sir Roy Dobson, e Don Bennett da BSAA tenham rejeitado publicamente qualquer implicação de que a aeronave estava com defeito, o ministro decidiu que uma investigação judicial ("Tribunal de Investigação") sobre a causa do incidente seria necessário. Era o primeiro desde a perda do dirigível R101 em 1930. Bennett se opôs tão fortemente a isso que a BSAA o demitiu.

Mapa retirado do relatório investigativo oficial, mostrando o curso de Star Tiger para seu voo final, as atualizações de hora em hora dando a ela um posicionamento aproximado e onde ela era suspeita de estar quando soube pela última vez
Lord Macmillan foi nomeado para chefiar a investigação, auxiliado por dois assessores, um professor de aviação da Universidade de Londres e piloto-chefe da British European Airways. O professor Arnold Hall do Royal Aircraft Establishment (RAE) foi nomeado avaliador. Outras pessoas no inquérito incluíram Quentin Hogg, John Donaldson e Joseph Orrell.

A investigação, que foi realizada publicamente na Church House, em Westminster, foi iniciada em 12 de abril de 1948 e durou 11 dias. Em 21 de agosto, apresentou seu relatório ao Lord Pakenham, que sucedera a Lord Nathan como Ministro da Aviação Civil. 

O relatório enfatizou que a tripulação do Star Tiger era altamente experiente e considerou "falta de cuidado e atenção aos detalhes" no plano de voo, mas nada sério o suficiente para explicar o acidente.


O inquérito relatou como conclusão:

"Na completa ausência de qualquer evidência confiável quanto à natureza ou à causa do acidente de Star Tiger, o Tribunal não foi capaz de fazer mais do que sugerir possibilidades, nenhuma das quais atinge o nível mesmo de probabilidade. O que aconteceu neste caso nunca será conhecido e o destino de Star Tiger deve permanecer um mistério não resolvido." 

Entre os passageiros estava o Marechal do Ar Sir Arthur Coningham, um herói da Segunda Guerra Mundial, anteriormente Oficial Comandante-em-Chefe da Força Aérea, da 2ª Força Aérea Tática durante a Batalha da Normandia . A morte de Coningham apareceu na primeira página do The New York Times em 31 de janeiro, juntamente com a notícia do assassinato de Mahatma Gandhi e da morte de Orville Wright.

Possíveis causas


Se o rádio do Star Tiger tivesse falhado logo após 03h15, seu capitão e navegador teriam enfrentado a tarefa de localizar um pequeno grupo de ilhas, medindo 22 mi (35 km) de nordeste a sudoeste cobrindo uma área total de 20 sq mi (52 km 2 ) e equipado com luzes potentes que eram visíveis a cerca de 30 mi (48 km) na altitude assumida da aeronave. Foi nesse momento cerca de 340 milhas (550 km) a partir das ilhas com combustível suficiente para 3 1/2 horas tempo de voo. 

Tendo recebido uma orientação precisa, a tarefa de McMillan de aterrissar não era em si difícil, exceto que ele estava perfeitamente ciente do fato de que não havia aeroporto alternativo: o ponto mais próximo no continente americano era o Cabo Hatteras, 580 mi (930 km) a oeste e bem além do alcance do Star Tiger. No entanto, não havia evidências que sugerissem que a falha do rádio ou erro de navegação foram responsáveis ​​pelo desastre.

Quanto à falha do motor, a aeronave poderia facilmente ter chegado às Bermudas com dois motores. Sua falta de altitude, entretanto, teria tornado qualquer problema de manuseio mais perigoso. A altitude escolhida pelo Star Tiger e o Lancastrian era muito mais baixa do que o normal, e nenhum voo anterior da BSAA havia voado tão baixo por tanto tempo. 


As previsões de vento não eram confiáveis ​​durante a viagem, especialmente as mais baixas; consequentemente, uma rajada forte repentina poderia ter mergulhado abruptamente a aeronave no mar, ou a desatenção por parte da tripulação associada a um altímetro defeituoso poderia ter permitido que ela mergulhasse suavemente no mar, dando ao operador de rádio nenhuma chance de transmitir um perigo sinal.

Uma discrepância notável foi que, embora a altitude de cruzeiro planejada fosse de 2.000 pés, cada relatório de posição transmitido porStar Tiger deu a altura de 20.000 pés. Como 20.000 pés era a altitude de cruzeiro mais típica para esta rota, é possível que a tripulação tenha esquecido que estava voando a apenas 2.000 pés e simplesmente voou com a aeronave para o mar durante a fase de descida. 

A tripulação pode ter ficado cansada após o longo voo, e os altímetros contemporâneos estavam propensos a interpretar erroneamente o nível de mil pés. A aeronave, no entanto, também foi equipada com um rádio-altímetro.

Duas vezes antes, em voos semelhantes, o Star Tiger foi forçado a desviar para Gander, Newfoundland e, apenas dois meses antes, outro Tudor IV pousou com menos de 100 imp gal (450 l; 120 US gal) de combustível restante; menos do que a quantidade pela qual o Star Tiger foi sobrecarregado.

As torneiras de combustível dos tanques de reserva ficavam no habitáculo e, caso ainda não estivessem ligadas, para mudar para reserva um dos tripulantes teria que ir para a popa. Pode ter havido tempo insuficiente devido à altura em que estavam voando.

Resultado


Durante a investigação, Bennett sugeriu que tanto o Star Tiger quanto o Star Ariel haviam sido sabotados. Ele também afirmou que o primeiro-ministro, Clement Attlee, ordenou que todas as investigações sobre os incidentes fossem abandonadas. Uma teoria mais recente é que a perda de combustível pode ter contribuído para o desaparecimento do avião.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, deviantart.com e ASN

Aconteceu em 30 de janeiro de 1942: Hidroavião da Qantas abatido por caças japoneses durante a 2ª Guerra Mundial

O abate do hidroavião da Qantas em 1942 foi um incidente que ocorreu nos primeiros dias da Guerra do Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial. A aeronave foi abatida por aviões japoneses ao largo da costa de Timor Ocidental, nas Índias Orientais Holandesas, em 30 de janeiro de 1942, matando 13 dos ocupantes.

História da aeronave



O Short S.23 Empire Flying Boat Mk I, prefixo G-AEUH, da Qantas, batizado "Corio" (foto acima), foi construído como um Empire S.23 pela Short Brothers e entrou em serviço com a Qantas em outubro de 1938 registrado como VH-ABD e foi vendido para a British Overseas Airways Corporation - BOAC em setembro de 1939. O avião, após ser registrado novamente no Reino Unido como G-AEUH , foi então alugado de volta para a Qantas.

Ataque aéreo


Em 30 de janeiro de 1942, o G-AEUH, capitaneado por Albert Aubrey (Aub) Koch, partiu de Darwin, na Austrália, ao amanhecer, para Kupang, no Timor Ocidental, a caminho de Surabaya, onde deveria recolher refugiados da invasão japonesa em Java e transportá-los para Austrália.

Quando estava a 24 km de Timor-Oeste, viajando a uma altura de 400 pés (120 m), o "Corio" foi atingido por disparos de sete caças Mitsubishi A6M Zero japoneses.

Um caça Mitsubishi A6M Zero do Japão
O Comandante Koch imediatamente aumentou a velocidade da aeronave e mergulhou em direção à costa, tentando evitar o ataque; a aeronave atingiu sua velocidade máxima - possivelmente 200 milhas por hora (320 km/h) - e voou em zigue-zague, tão baixo que os flutuadores das asas do avião estavam quicando no mar. 

No entanto, os pilotos dos caças Zero logo conseguiram outros vários acertos, perfurando a fuselagem e matando alguns passageiros. 

Após uma súbita perda de potência quando dois motores pegaram fogo, o hidroavião atingiu o mar em alta velocidade, o nariz primeiro, a 5,6 km da foz do rio Noelmini. O impacto quebrou a fuselagem pela metade.

De um total de 18 passageiros e tripulantes, 13 morreram no ataque. 

Koch, ferido no braço e na perna, foi arremessado para fora dos destroços com o impacto. No entanto, ele conseguiu nadar até a praia, um feito que levou três horas. 

Koch e os outros sobreviventes foram posteriormente resgatados por hidroavião Dornier Do-24 da Marinha Real da Holanda. Três passageiros e dois tripulantes foram salvos.


Albert Aubrey (Aub) Koch no hospital
Koch mais tarde sobreviveu a outro ataque de aeronaves japonesas e à queda de outro barco voador da Empire. Em 19 de fevereiro de 1942, enquanto ele se recuperava no Hospital Darwin, a cidade sofreu dois grandes ataques aéreos. 

Albert Aubrey (Aub) Koch
Em 22 de abril de 1943, Koch estava pilotando "Camilla", outro Short Empire da Qantas, em um voo da Austrália para a Nova Guiné, quando ele caiu no mar ao largo de Port Moresby devido ao mau tempo.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia e ASN)

Conheça o Boeing 767 do time de futebol americano New England Patriots


Você sabia que o New England Patriots possui um Boeing 767-300ER próprio para viajar com a equipe? É isso mesmo. Diferente dos outros times, que fretam aviões para viajar em dia de jogo, a equipe da Nova Inglaterra, tem o avião à disposição do elenco e de toda a comissão técnica para o transporte até a cidade que o time jogará. O modelo foi personalizado nas cores do Patriots e com diversos diferencias a bordo. Confira!

Sobre a aeronave


O avião foi apelidado de “AirKraft”, fazendo uma junção de aircraft (que em inglês significa “aeronave”) e Kraft, em homenagem ao proprietário do time, Robert Kraft. Ele fazia parte da frota da American Airlines antes de ser comprado pelo Patriots.

Para dar identidade ao avião, ele foi personalizado com as cores azul escura, vermelha e branca (que são as cores principais da equipe de futebol americano). Nas laterais, também fazem menção aos seis Super Bowls conquistados pelo time, recorde na NFL, com os troféus estampando a cauda da aeronave.

Inicialmente, operado pela American, o modelo podia transportar até 260 passageiros. Como em um time de futebol americano não há 260 atletas e membros da comissão, optaram por mudar a configuração para oferecer mais conforto e espaço aos seus jogadores – principalmente os mais altos e os jogadores de linha ofensiva e defensiva.

Os assentos são premium, oferecendo mais espaço para as pernas e para o corpo, visto que eles são mais largos que os normais. Eles também seguem o padrão do livery da aeronave e são nas cores azul escuro, com o logo do time bordado na cabeceira. Veja abaixo mais detalhes do assento:



Para operar o modelo, os Patriots firmaram um acordo com a Eastern Airlines, uma das principais companhias dos Estados Unidos. Ela é responsável por toda a logística de voo, bem como fornecer tripulação e funcionários em terra.

Além do esporte


O New England Patriots também usou o avião para transportar insumos durante a pandemia. O modelo foi usado, por exemplo, para ir até a China buscar máscaras, além de transportar profissionais da saúde.


No começo de 2021, o Patriots também emprestou o avião para que os profissionais da saúde pudessem assistir ao Super Bowl 55, disputado em Tampa, na Flórida, entre o Kansas City Chiefs e o Tampa Bay Buccaneers, time de dois ex-jogadores de New England, o Quarterback Tom Brady e o Tight End Rob Gronkowski.

Apesar de jogar um esporte que ainda não é tão famoso no Brasil, mas que vem recebendo bastante audiência nos últimos anos, o New England Patriots conta com diversos torcedores por aqui. Isso se dá muito por conta de Tom Brady, que além de ser um atleta multicampeão, é casado com a brasileira Gisele Bündchen.

Recentemente, o Patriots utilizou o avião para transportar a equipe até Buffalo, no extremo norte do estado de Nova York, para um jogo decisivo contra o Buffalo Bills, time da casa. Para a infelicidade de New England, o jogo terminou com vitória do Bills e a eliminação do Patriots, que só volta aos gramados na próxima temporada (que se inicia em setembro).

Vídeo da aeronave


O New Englad Patriots revelou os detalhes de seu avião em sua websérie chamada de “Do your job”, frase usada diversas vezes pelo treinador da equipe, Bill Belichick. Veja abaixo:


Curiosidade: Como funciona o campeonato mundial de aviões de papel?

As inscrições para a etapa nacional da 6ª edição do Red Bull Paper Wings, maior torneio mundial de aviõezinhos de papel, estão abertas para os competidores brasileiros.


Após 3 anos de hiato, o campeonato retorna com 60 nações disputando e desafia os universitários em três categorias: Maior Tempo de Voo, Maior Distância e Acrobacias — sendo a última 100% online e por TikTok.

Não é necessário o pagamento de nenhuma taxa de inscrição para se candidatar, sendo preciso apenas mostrar muita criatividade com uma folha de papel e habilidades de dobradura. O cadastro pode ser feito por meio do site oficial do evento, e as vagas são limitadas devido aos protocolos sanitários. Estudantes de instituições não listadas também poderão se inscrever.

Busca do título mundial



Para chegar à etapa mundial, os competidores precisarão participar de uma das seletivas nos municípios selecionados: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Londrina (PR), Manaus (AM), Maringá (PR), Ouro Preto (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Sorocaba (SP).

A 1ª fase dividirá os estudantes em 20 qualificatórias, sendo os 8 melhores pilotos no ranking geral das categorias "Maior Distância" e "Maior Tempo de Voo", garantindo uma vaga para o campeonato no Brasil, que será disputada em abril.

Na categoria Acrobacia, os vídeos serão submetidos a um painel de jurados brasileiros, que vão considerar fatores como engajamento, performance do voo e criatividade para definir o vencedor.

Ao fim da disputa, os ganhadores de cada categoria terão o passaporte carimbado para a disputa da etapa mundial Red Bull Paper Wings, na Áustria. O torneio será disputado no tradicional Hangar-7 do Aeroporto de Salzburgo, com direito a tudo pago pela empresa organizadora. 

Aviãozinho vencedor



Para ter uma chance na disputa, os competidores precisarão se indagar sobre o que é preciso para fazer um aviãozinho de papel ser eficiente. Para isso, três fatores essenciais precisam ser considerados: aerodinâmica; arraste; gravidade; impulso; elevação.

Aerodinâmica


Como os aviões de papel precisam se mover pelo ar, a aerodinâmica se torna o ponto-chave do sucesso. E o que isso significa? A estrutura do projeto precisa ser desenhada de modo que o aviãozinho de papel consiga vencer a resistência do ar e alcance voos mais firmes. Por isso, a construção horizontal com o bico ajuda a "rasgar" o ar e absorver menos desse impacto.

Arrasto e gravidade


Aviões que "empurram" muito ar são descritos como tendo muito arraste, isto é, a aeronave está gastando muita energia para sair voando por aí. É possível adicionar mais elementos para que esse avião não sofra tanto esse impacto, mas o peso também é uma preocupação. Projetos com muita massa observarão mais os efeitos da gravidade e cairão rapidamente.

Impulso e elevação


O impulso inicial que o "piloto" dá ao seu avião é um componente muito importante do desempenho geral. Depois disso, a aeronave precisará converter altitude em progresso para a frente. A sustentação ocorre quando o ar abaixo da asa do avião está empurrando para cima com mais força do que o ar acima dela está para baixo. É essa diferença de pressão que permite ao avião voar. Essa pressão vinda de cima pode ser reduzida ao deixarmos as asas curvas, fazendo com que ar correr mais depressa.

Quem conseguir dominar todos esses aspectos terá um desempenho, no mínimo, satisfatório.

Por Pedro Freitas (Megacurioso) - Imagens: Red Bull Paper Wings/Divulgação

Vídeo: Aterrissagem espetacular do gigante Antonov An-225 'contando' o nevoeiro na Polônia

As imagens vindas da Polônia, que foi afetada no início do ano pela formação de extensos nevoeiros de radiação, são verdadeiramente espetaculares. O vídeo publicado aqui mostra Antonov An-225 em fase de aterrissagem numa pista do aeroporto de Rzeszow, dentro de um espesso banco de nevoeiro de radiação. 

Sabemos que em condições de fraca visibilidade horizontal, sobretudo quando esta é inferior a 200 metros, é difícil realizar qualquer manobra de descolagem ou aterragem. Apenas os pilotos mais experientes, com muitas horas de voo e uma grande experiência no terreno, podem operar nestas situações, uma vez que possuem excelentes capacidades de voo por instrumentos a altitudes muito baixas.


Se assistir ao vídeo com muita atenção, durante a fase de aterrissagem do Antonov, pode-se ver como a esteira produzida pelas asas do próprio avião tende a criar os famosos "vórtices de ponta de asa", ou seja, turbulência súbita capaz de quebrar a camada de nevoeiro que se está a formar perto do solo. 

Além disso, a propulsão produzida pela força de sustentação (a mesma que permite ao avião flutuar no ar) contra o ar consegue "cortar" o nevoeiro, criando aqueles vórtices espetaculares que separam o banco de nevoeiro em duas partes. Quando o fenômeno ocorre à noite, estes redemoinhos são iluminados pelas luzes do aeroporto, criando um efeito muito impressionante.

Satélite Starlink cai de volta na Terra e é visto no MA e TO; veja vídeos

Satélite Starlink se desintegra em reentrada na atmosfera (Foto: Reprodução)
Um estranho fenômeno luminoso foi visto pelos céus do Maranhão e do Tocantins, na noite de ontem (29). Segundo especialistas, foi uma reentrada de lixo espacial na nossa atmosfera —provavelmente, um pequeno satélite da rede Starlink, lançado em 2020. 

Moradores de Imperatriz (MA) e Araguaína (TO) conseguiram registrar o momento, por volta das 23h. Dá para ver o objeto brilhante cair lentamente, com um rastro azulado, se fragmentar e depois desaparecer.


Uma das evidências de que se tratava de um lixo espacial foi a lentidão do movimento, que durou mais de 20 segundos. Um meteoro passaria muito mais rápido. Um avião caindo —como algumas pessoas temeram— também. 

Jackeline Susani, que testemunhou o evento em Carolina (MA), mas não conseguiu filmar, conta que "foi muito brilhante, tinha uma bola maior e várias pequenas tudo junto, e ele passou lentamente, do ângulo que eu vi era como ele 'estivesse dando a volta na terra', foi incrível".

Ela também informou ter visto brilho nas cores laranja e amarelo, em seu relato na ferramenta da Exoss. Se você também viu ou fotografou este ou outro corpo brilhante cruzando o céu, faça o mesmo e contribua com a pesquisa brasileira e mundial.


Reentrada na atmosfera


Satélites e pedaços de foguete "caindo" é algo comum na nova era da exploração espacial e da ocupação da órbita terrestre, que está repleta de objetos feitos pelo homem. Alguns têm prazo de validade, outros apresentam falhas, e eventualmente fazem uma reentrada —mais ou menos controlada.

"Com a facilidade dos smartphones sempre à mão, têm aumentado os registros de objetos reentrando em nossa atmosfera, tanto naturais, como meteoros e bólidos, como lixos espaciais. É algo que vamos ver com cada vez mais frequência. Infelizmente, pois prejudicam as observações astronômicas. Mas não deixam de ser uma visualização interessante para quem presencia", acredita Julio Lobo, astrônomo do Observatório Municipal de Campinas (SP).

Ao atingir nossa atmosfera em altíssima velocidade, eles literalmente queimam, devido ao atrito com o ar, gerando o fenômeno luminoso como o visto ontem no Brasil. As cores do rastro dependem da composição, combustíveis e gases contidos. 

Durante o processo, o corpo é fragmentado, vaporizado e totalmente (ou quase) desintegrado - se sobram partículas para de fato atingir ao solo, são muito pequenas. Fique tranquilo: o risco de ferimentos ou destruição por estes detritos é praticamente inexistente.

Starlink


Ao que tudo indica, o objeto que caiu ontem sobre o Brasil era um satélite de internet da rede Starlink, da SpaceX - empresa espacial do bilionário Elon Musk. Havia uma previsão de reentrada para ontem à noite, aproximadamente no mesmo horário e local:


O satélite de número 1840 foi lançado em 25 de novembro de 2020, da base aérea de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), no 14º lote do projeto. Até hoje, já foram 34 lançamentos, que colocaram quase 2.000 minissatélites Starlink na órbita da Terra. 

Eles são pequenos, com aproximadamente 230 kg cada, e relativamente frágeis: uma fina estrutura metálica que abriga instrumentos e painéis solares. Considerando a velocidade orbital de 27 mil km/h, quase toda estrutura é completamente desintegrada em uma reentrada.

"Esse satélite é muito frágil, muito fino, pequeno e leve. Dificilmente, alguma parte vai sobreviver à passagem atmosférica. Ele é inofensivo para pessoas em solo. Ele não tem tanques de hidrazina dos satélites convencionais, que poderiam, sim, ser um risco", acredita Zurita. 

As únicas partes de um Starlink que podem sobreviver à reentrada são os thrusters: três propulsores iônicos de cerca de 10 cm cada, para fazer as manobras, feitos de materiais mais resistentes. Mesmo assim, são muito pequenos e as chances de caírem em uma área desabitada, uma floresta ou no oceano são muito superiores.

Por Marcella Duarte (Tilt/UOL)

Como a ponta de uma chave de fenda causou uma falha no motor de um Airbus A320 da Jetstar?

O Airbus A320-232, prefixo VH-VFF, da Jetstar, envolvido no incidente
Em outubro de 2020, um Airbus A320 da Jetstar Airways havia realizado uma decolagem abortada depois que a ponta de uma chave de fenda deixada dentro do motor causou vibrações incomuns assim que os pilotos aplicaram energia para decolar. A aeronave estava a caminho de Cairns, na Austrália, quando o evento ocorreu, obrigando os pilotos a abortar a decolagem.

Os detalhes do voo


Em 23 de outubro de 2020, o Jetstar Airbus A320-200, registro VH-VFF, estava programado para operar um voo doméstico regular do Aeroporto Internacional de Brisbane (BNE) para o Aeroporto de Cairns (CNS) em Queensland, Austrália. Durante o rolo de decolagem, no entanto, a aeronave começou a vibrar agressivamente, seguida por um ruído de estalo que aumentava gradualmente à medida que o empuxo aumentava. Vários passageiros também afirmaram ter visto chamas saindo do motor direito da aeronave.

Depois que os pilotos lutaram para controlar a aeronave, eles abortaram a decolagem. Como a aeronave divergiu para a direita da linha central da pista, a aplicação do pedal esquerdo do leme pelo primeiro oficial não ajudou a trazer o nariz para o centro. O capitão então aplicou empuxo reverso, diminuindo rapidamente a velocidade da aeronave. A aeronave atingiu uma velocidade de solo de 30 nós.

Após a decolagem abortada, todos os 165 passageiros e seis tripulantes foram evacuados, sem registro de feridos.

A aeronave em questão


O Airbus A320-232, com matrícula VH-VFF, da Jetstar, esteve envolvido no incidente, conforme laudo emitido pela ATSB. De acordo com Planespotters.net, a aeronave foi entregue à companhia aérea em março de 2012 e atualmente tem 10 anos.

A aeronave é equipada com dois motores IAE V2527-A5 e é configurada com 180 assentos na classe econômica.

Ponta de chave de fenda presente em mais de 100 voos


Após o incidente imediato, os engenheiros inspecionaram o avião para determinar a causa do incidente. Pequenas bolas de detritos metálicos e uma ponta de chave de fenda foram descobertas entre o revestimento de combustão e a carcaça do motor direito. A ponta da chave de fenda foi encontrada no compressor de alta pressão (HPC) do motor IAE V2500 direito quando foi desmontado. Inspeções posteriores descobriram que seis dos estágios do HPC apresentavam danos de Detritos de Objetos Estranhos (FOD).

(Fonte: Jetstar, anotado pelo ATSB)
A investigação do Australian Transport Safety Bureau (ATSB) concluiu que a parte da chave de fenda estava lá no motor “por mais de 100 voos”. Ele entrou no HPC quando o motor estava funcionando. Foi deixado durante a manutenção programada.

Danos nas peças da aeronave


A broca da ferramenta causou danos ao compressor de alta pressão, deixando amassados ​​e entalhes em várias pás do rotor e palhetas do estator, pois esteve presente por mais de 100 voos, causando danos ao longo do tempo. De acordo com o relatório final, a ponta da chave de fenda estava erodida e queimada devido ao calor e danos mecânicos.

(Fonte: Jetstar)
O relatório final do ATSB também concluiu que os danos causados ​​pela ponta do parafuso dentro do motor dificultaram o desvio da aeronave para a esquerda do eixo da pista, apesar da tentativa dos pilotos de trazer o nariz para o centro usando o pedal esquerdo do leme .

“Pelo menos dois desses defeitos iniciaram rachaduras de fadiga que resultaram na falha de uma pá durante a decolagem da ocorrência. A lâmina liberada causou maiores danos ao HPC e o motor disparou”, explicou o diretor de segurança de transporte Stuart Macleod.

“Componentes de ferramentas pequenos e aparentemente insignificantes podem e têm causado incidentes ou acidentes significativos”, acrescentou Macleod.

O que o representante da companhia aérea disse


Mike Chapman, chefe de segurança da Jetstar, confirmou que a companhia aérea emitiu uma atualização de segurança para sua equipe de engenharia sobre verificações e procedimentos de ferramentas, descrevendo ainda mais o incidente como “extremamente raro”.

“Ao iniciar a decolagem, nossos pilotos detectaram um problema com o motor certo. Eles abortaram a decolagem em uma velocidade muito baixa e retornaram ao portão.”

(Fonte: Jetstar)
“Relatamos o evento ao ATSB de acordo com os regulamentos e os auxiliamos em sua investigação. Emitimos uma atualização de segurança para nossa equipe de engenharia sobre verificações e procedimentos de ferramentas para garantir que isso não aconteça novamente”, declarou Mike Chapman, chefe de segurança da Jetstar.


Via samchui.com

Vídeo: Boeing 737-800 da Jet2 sofreu cisalhamento durante a segunda tentativa de pouso com rajadas de vento acima de 40 nós

Com o início da tempestade Malik trazendo ventos fortes e tempestuosos para o Reino Unido.


Manchester foi atingido por algumas condições muito instáveis ​​depois. Ventos vindos de West North West com rajadas de mais de 40 nós representaram um desafio para as equipes que operam em Manchester. 

O Boeing 737-8K5, prefixo G-JZHC, da Jet2, operando LS810 de Málaga fez sua primeira aproximação por volta das 13h40, esta foi abortada devido a Windshear e a tripulação posicionada para uma segunda aproximação.


Esta segunda aproximação foi mais estável até o flare onde a aeronave pousou firme no trem principal direito, rajadas mal temporais fizeram a aeronave saltar e rolar, chegando muito perto de um tailstrike antes que o piloto em voo conseguisse parar a descida e voar uma volta segura, optando por desviar para East Midlands, onde pousaram com segurança.

Vídeo vazado do acidente de pouso do F-35C da Marinha dos EUA no convés do USS Carl Vinson

Um F-35C teve um “acidente de pouso” no convés do USS Carl Vinson na segunda-feira no Mar da China Meridional.


Aqui está um vídeo vazado do acidente de pouso no convés do porta-aviões nuclear USS Carl Vinson (CVN-70) em 24 de janeiro de 2022.

Ao final, é capturado o momento da ejeção do piloto.


O F-35C Lightning II, atribuído à Carrier Air Wing 2, estava realizando operações de voo de rotina no Mar da China Meridional quando o acidente ocorreu.

Sete marinheiros ficaram feridos, com três enviados para um centro médico em Manila, nas Filipinas.