Operador de voo, funcionários e hóspedes de pousada devem ser ouvidos.
Oito pessoas morreram na queda de bimotor no sábado (28).
A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (2) que intimou testemunhas para apurar o acidente aéreo que deixou oito mortos em Juiz de Fora no último sábado (28). De acordo com informações da assessoria da corporação, o delegado Roni Ervilha Cabral, que preside o inquérito, deve ouvir o controlador de voo que trabalhou no dia do acidente, além de funcionários e hóspedes da pousada que fica no terreno onde a aeronave caiu.
As primeiras oitivas estão previstas para esta sexta-feira (3). Na quarta-feira (1º), agentes da Polícia Civil estiveram no aeroporto de Juiz de Fora para identificar o controlador de voo responsável pela comunicação com o piloto do avião no dia do acidente. Ele deve ser ouvido na segunda-feira (6). O objetivo do inquérito policial é apurar se houve algum responsável pelo acidente e puní-lo criminalmente.
Avião explodiu após bater em quiosque de pousada e cair em área de mata em Juiz de Fora
Morreram na queda do avião o presidente da Vilma Alimentos, Domingos Costa; o filho dele, Gabriel Barreira Costa, de 14 anos; o vice-presidente de Marketing e Vendas, César Roberto de Pinho Tavares; a gerente de Controladoria, Lídia Colares de Souza Lima, que estava grávida de dois meses; a gerente de Recursos Humanos, Adriana da Conceição Rocha Ezequiel Vilela; o analista de geomarketing, Tiago Felipe Cardoso Bretas; o piloto Jair Barbosa e o co-piloto, Rodrigo Henrique Dias da Silva.
O delegado informou ter recebido os laudos de necropsia dos corpos das oito vítimas e que agora aguarda o laudo da perícia feita no local do desastre e o laudo técnico da Aeronáutica. A polícia aguarda o laudo da Aeronáutica para concluir as investigações do caso. O laudo de levantamento de local realizado pela Perícia Criminal da Polícia Civil já foi solicitado e deve chegar nos próximos dias.
De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que apura as possíveis causas do acidente, técnicos já concluíram o levantamento de informações e materiais em Juiz de Fora. Ainda segundo o centro, equipamentos avançados permitiram recuperar os dados da caixa-preta, que já estão em análise. O centro informou que não há prazo para concluir a apuração, que tem por finalidade evitar a ocorrência de novos acidentes com as mesmas características.
Acidente
O King Air prefixo PR-DOC, que caiu em Juiz de Fora, em Minas Gerais, na manhã deste sábado (28), estava com manutenção em dia, segundo o coronel Paulo Santos. Segundo ele, o piloto do bimotor também estava com toda a documentação regularizada junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Todos os mortos estavam a bordo da aeronave, que colidiu contra o quiosque de uma pousada em Juiz de Fora antes de se chocar contra o chão e explodir, segundo testemunhas. No momento do acidente havia cerca de 60 pessoas na pousada, mas ninguém ficou ferido. Peças da aeronave, inclusive a caixa-preta, foram encontradas no pátio da pousada.
A aeronave decolou do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, às 7h07 deste sábado (28). De acordo com o Corpo de Bombeiros, às 11h30, os corpos das vítimas já haviam sido localizados.
O piloto havia sido avisado que as condições de voo não eram favoráveis para pouso, segundo informações do gerente da Sinart, empresa que administra o terminal de Juiz de Fora. "As condições no momento não eram favoráveis para pouso. A gente faz o procedimento, ele (o avião) atinge uma certa altura e (o piloto) tem que avistar a pista. Quando ele atinge aquele limite, ele (o piloto) avistando a pista, ele prossegue com o pouso. Caso negativo, ele arremete e faz um novo procedimento", disse o gerente da Sinarte, Cipriano Magno.
"Ele (o piloto) não falou que queria pousar. (Ele) falou que tava vindo para o pouso. Após aquela posição, ele não falou mais com a rádio", completou Magno.
"Com essas condições desfavoráveis, o piloto assume a responsabilidade do próprio voo", disse ao G1 o coronel Paulo Santos, chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 3), órgão da FAB que irá apurar a tragédia. Não há previsão para divulgação de laudo sobre as causas do acidente.
Fonte: Fernanda Brescia (G1 MG) - Foto: Reprodução/Globo News