segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Europa fecha seu espaço aéreo aos aviões russos

Em retaliação, a Rússia começou a proibir o sobrevoo de seu território a aviões ligados aos países europeus que anunciaram tais decisões nos últimos dias.

Foto de arquivo de abril de 2020 mostra um avião da companhia estatal russa Aeroflot
atrás de uma cerca no aeroporto Sheremetyevo, em Moscou (Foto: Yuri Kadobnov/AFP)
A União Europeia anunciou neste domingo (27) o fechamento do espaço aéreo para todos aviões russos, inclusive jatos privados. O bloco também vai banir a mídia do Kremlin e impor instrumentos para vetar a desinformação na Europa.

"Sputinik e seus subsidiários não vão mais conseguir justificar a guerra de Putin", disse Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Outro alvo é o regime do presidente de Belarus, que teve participação do ataque contra a Ucrânia.

Neste domingo, o Ministério alemão dos Transportes "decretou a proibição de voo para aeronaves russas e operadoras de aviões russos no espaço aéreo alemão", a partir das 14h GMT (11h de Brasília).

Berlim esclareceu que esta proibição será válida por três meses, mas não dizia respeito a nenhum voo humanitário.

A França informou, por sua vez, que fechará seu espaço aéreo "para aviões e companhias aéreas russas" a partir desta noite, declarou o ministro dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, que ressaltou que a "união da Europa é total".

Mesma decisão da Irlanda, Bélgica, Holanda, Itália e Espanha, assim como pelo Canadá, na América do Norte.

"Na Europa, o céu está aberto (...) para aqueles que conectam os povos, não para aqueles que cometem agressões brutais", justificou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, no Twitter.


"Não há lugar no espaço aéreo holandês para um regime que aplica violência desnecessária e brutal", afirmou o ministro holandês da Infraestrutura, Mark Harbers.

O governo de Luxemburgo, grande plataforma de aviões de carga e transporte de mercadorias na Europa, anunciou, em um comunicado de imprensa, que "prepara as notificações necessárias para fechar" seu espaço aéreo às empresas russas a partir de hoje.

No Twitter, também neste domingo, o Ministério espanhol dos Transportes afirmou que "a Espanha fechará o espaço aéreo às companhias aéreas russas", acrescentando que, "seguindo as diretrizes de cooperação marcadas pela União Europeia, esta medida terá efeito nos voos operados pelas companhias aéreas russas que usam o espaço aéreo espanhol".

No norte da Europa, Finlândia - que tem uma fronteira de mais de 1.300 quilômetros com a Rússia - Suécia, Dinamarca e Islândia anunciaram medidas semelhantes. A estes países somam-se Polônia, a República Tcheca, Estônia, Bulgária, Moldávia e Reino Unido.

Portugal também decidiu fechar o seu espaço aéreo às companhias aéreas russas numa medida alinhada com outros países europeus "em resposta à agressão da Rússia à Ucrânia", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado neste domingo.

Um Airbus A320-200 da companhia estatal russa Aeroflot decola no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, nos arredores de Moscou, na Rússia, em junho de 2018. Aviões de companhias russas estão proibidos de voar no espaço aéreo de diversos países europeu (Foto: Maxim Shemetov/Reuters/Arquivo)
Com muitos países fechando ou anunciando o fechamento de seu espaço aéreo, o tráfego aéreo russo se vê diante de uma zona de exclusão muito grande na Europa, forçando os voos a grandes desvios.

Do outro lado do Atlântico, o Canadá anunciou medida similar. "Faremos a Rússia prestar contas por seus ataques não provocados contra a Ucrânia", prometeu o ministro canadense dos Transportes, Omar Alghabra, também no Twitter.

Em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, "pressionaremos por uma paralisação em toda UE", frisou o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, no Twitter.

A invasão russa da Ucrânia "deve ser combatida com as mais fortes sanções internacionais possíveis", afirmou.

"Queremos que isto (o fechamento do espaço aéreo) seja feito o mais rapidamente possível, e o melhor e mais rápido seria se fosse feito em nível europeu", estimou, por sua vez, o ministro sueco Hans Dahlgren.

Em retaliação, Moscou começou a proibir o sobrevoo de seu território a aviões ligados aos países europeus que anunciaram tais decisões nos últimos dias.

Em uníssono com um número crescente de companhias ocidentais, a Lufthansa - maior grupo europeu com as marcas Lufthansa, Condor, Swiss, Brussel Airlines - decidiu no sábado suspender os voos para e sobre a Rússia por uma semana, antecipando as medidas de retaliação de Moscou.

Via Reuters

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