sábado, 16 de janeiro de 2021

Como companhias aéreas se preparam para transporte de vacina pelo Brasil?


Depois que a Anvisa aprovar o uso das vacinas para o combate à covid-19, as doses serão distribuídas para todos os estados brasileiros em aviões comerciais das quatro maiores companhias aéreas do país: Gol, Latam, Azul e Voepass. As empresas se colocaram à disposição do governo para transportar gratuitamente a vacina em todo o país. 

Consultadas pelo UOL, as companhias aéreas afirmaram que já estão prontas para fazer o transporte da vacina e que aguardam apenas as orientações do Ministério da Saúde. O presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, afirmou que o objetivo das companhias aéreas é agilizar o processo de vacinação no país. "A vacina é o que todos esperam. A ideia é fazer todos os esforços para distribuir o mais rápido possível", afirmou.

A pandemia do novo coronavírus reduziu drasticamente os voos comerciais em todo o mundo. No auge da crise, foram cortados mais de 90% dos voos no Brasil. Segundo o presidente da Abear, a situação atual já é bem melhor e não deve interferir na distribuição da vacina pelo país. "Já recuperamos 70% da oferta de voos e todos os destinos já estão atendidos. O que ocorre é menos frequência de voo", afirmou. 

Transporte nos porões de carga 


As vacinas deverão ser transportadas a todos os estados nos porões de cargas dos aviões comerciais. A Azul afirmou que a estimativa é transportar até 5.000 doses por voo.

A Latam disse que os aviões do modelo Airbus A320 têm a capacidade de levar até 800.000 doses da vacina, considerando que este número pode variar de acordo com o tipo da vacina a ser transportada. A Gol não apresentou uma estimativa. 

5 horas de preparação para o transporte 


Embora as companhias aéreas não tenham recebido um plano detalhado sobre a quantidade exata de doses que precisam ser transportadas em cada voo, as empresas afirmam que já têm experiência no transporte de produtos médicos para fazer o trâmite no tempo necessário. 

"Para que seja possível realizar todo o trâmite de emissão e aceitação deste tipo de transporte, é necessário, no mínimo, 5 horas de antecedência para preparação do voo, principalmente se a embalagem contém gelo seco (que necessita de um processo diferenciado) para manter as vacinas em temperaturas mais baixas", afirmou a Latam. 

Latam se prepara desde agosto


Segundo a Latam, "desde agosto, uma equipe com mais de 20 funcionários da Latam Cargo tem planejado e adiantado os cenários para o transporte, levando em consideração o país e o destino, a infraestrutura dos aeroportos e a logística necessária para a preparação do transporte das vacinas". A empresa fará o transporte em todos os países nos quais tem filiais. 

Azul vai usar toda a sua frota 


A Azul afirmou que suas aeronaves já são preparadas para o transporte de cargas especiais, como vacinas e medicamentos, não demandando nenhuma modificação ou adaptação. A empresa diz que é "capacitada e possui larga experiência e excelência no transporte e logística" de remédios e outras cargas sensíveis, como a vacina de H1N1, que exige gelo seco e um preparo especial para o transporte. 

A Azul tem cinco modelos diferentes em sua frota (ATR-72, Embraer 195, Airbus A320, Airbus A330 e Boeing 737 cargueiro) e diz que seus aviões comportam desde 500 quilos a mais de 20 toneladas de carga. "A Azul está pronta para fazer o uso de todas as aeronaves de sua frota para realizar esse transporte com a melhor logística e agilidade", afirmou.

Gol tem câmara fria


A Gol afirmou que o transporte será feito no serviço Gollog Saúde, divisão do departamento de cargas da companhia aérea. "No Rio de Janeiro, temos a maior malha aérea disponível, e dispomos de câmara fria exclusiva em nosso terminal de cargas no aeroporto de Guarulhos", afirmou. Segundo a Gol, toda a malha de voos da companhia terá espaço na aeronave para levar os produtos a todos os pontos necessários. A empresa, no entanto, não detalhou a quantidade de doses que pode transportar a cada voo.

Fonte: Vinícius Casagrande (UOL)

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