quarta-feira, 20 de maio de 2009

Número de mortos em queda de avião militar na Indonésia já chega aos 97

Destroços do avião que caiu nesta quarta-feira (20) na Ilha de Java, na Indonésia - Foto: AFP

Mapa mostra o local do acidente na Indonésia - Arte: G1

A queda de um avião militar indonésio nesta quarta-feira na ilha de Java deixou ao menos 97 mortos, segundo um novo balanço divulgado pelo porta-voz da Força Aérea da Indonésia, Bambang Sulistio. O acidente deixou ainda 15 feridos e foi o mais grave da série de acidentes aéreos ocorridos nos últimos três meses no país.

Equipes de resgate se reúnem em torno da fuselagem do avião indonésio que caiu sobre arrozal depois de atingir casas - Foto: Reuters

A aeronave, um Hércules da Força Aérea com mais de cem pessoas a bordo, caiu em um arrozal e pegou fogo às 6h30 locais (19h30 desta terça-feira no horário de Brasília), perto da cidade de Magetan, 160 km ao leste de Yogyakarta.

A maioria dos ocupantes era de integrantes da Força Aérea indonésia, alguns dos quais viajavam com suas famílias. Segundo a agência Efe, ao menos dez crianças estavam a bordo.

As autoridades temem que o número de mortos aumente já que o avião atingiu diversas casas antes de cair na plantação de arroz. Pelo menos três das vítimas do acidente são aldeões do povoado cujas casas foram danificadas pelo avião.

Vários moradores da área relataram a rádios locais que escutaram uma forte explosão e que, logo em seguida, uma das asas se desprendeu da aeronave, que então começou a voar baixo sobre um grupo de casas antes de explodir e se partir em dois ao cair no meio de um arrozal.

Os hospitais próximos receberam 15 feridos pela queda do avião, muitos deles com fraturas e traumatismos, em estado crítico, segundo fontes médicas.

A televisão indonésia mostrou imagens da selva em chamas no local do acidente, onde soldados trabalham entre colunas de fumaça para retirar em macas improvisadas os corpos das vítimas, com queimaduras visíveis.

Ainda não se sabe a causa do acidente. De acordo com as primeiras investigações, o piloto obteve a autorização para decolar da torre de controle.

O porta-voz militar nacional, Sagom Tamboen, afirmou em entrevista coletiva que a aeronave estava em boas condições e que o tempo estava claro antes do acidente.

O avião fazia parte de uma rota regular de Jacarta à base aérea Iswahyudi, em Magetan, para transportar militares e suas famílias. O voo programado era de Sulawesi a Papua.

Soldados indonésios inspecionam os restos da aeronave que levava militares na ilha de Java, na Indonésia, e caiu sobre arrozal - Foto: AP

Inspeção

A aeronave, de modelo Hércules C-130, transportava participantes de manobras militares de Jacarta ao leste de Java.

Há uma semana, a chefia da Força Aérea indonésia ordenou a inspeção de todos os aviões da frota de Hércules C-130, depois de um deles sofrer um acidente em um aeroporto da remota região de Papua sem o trem de aterrissagem traseiro.

Há quase 20 anos, a Força Aérea indonésia sofre com a falta de recursos financeiros e de peças de reposição. Tanto os altos comandantes, quanto o governo, admitem que é necessário um forte investimento para modernizar sua obsoleta frota.

Uma fonte militar revelou que o modelo Hércules que caiu está em atividade desde a década dos 70. A maioria dos aviões deste modelo, muitos de segunda mão, foi adquirida entre 1960 e 1975.

Em 1999, os Estados Unidos impuseram à Indonésia um embargo de fornecimento de material de defesa alegando que o país não cumpriu seu compromisso de velar pela segurança do Timor Leste durante o processo consultivo para a independência do território.

Segurança

A falta de segurança no setor aéreo indonésio se estende à aviação civil, admitem as autoridades locais por causa dos sete acidentes com aviões de gravidade distinta que ocorreram nos últimos três meses e que vitimaram 128 pessoas.

Desde 2007, a Indonésia sofreu uma série de acidentes aéreos que mataram quase 200 pessoas e levaram a Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) a incluir as companhias aéreas do país asiático na "lista negra" de empresas que são proibidas de sobrevoar o espaço aéreo comunitário por descumprir a normativa de segurança.

Dois anos após adotar a medida, Bruxelas elogiou os esforços dos indonésios para melhorar a segurança aérea, mas mantém o veto às companhias de um país cujo índice de acidentes no ar é de 2,1 por cada um milhão de voos.

Assista a reportagem do Bom Dia Brasil (TV Globo):


Fontes: Folha Online / G1(com EFE, France Presse e Reuters)

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