Não há choro no espaço, mas, na última segunda-feira, o mais próximo possível a uma choradeira aconteceu dentro de capacetes espaciais. Enquanto saía da cabine pressurizada do ônibus espacial Atlantis para o quinto e último passeio espacial de ajuste do Telescópio Espacial Hubble, o astronauta, astrônomo e doutor John M. Grunsfeld fez uma pausa em tributo ao telescópio e ao espírito humano.
"O Hubble não é apenas um satélite", disse Grunsfeld. "É um símbolo da busca da humanidade por conhecimento." Citando Arthur C. Clarke, o escritor e visionário espacial, continuou: "A única forma de achar os limites do possível é os ultrapassar rumo ao impossível"., astrônomo e doutor John M. Grunsfeld fez uma pausa em tributo ao telescópio e ao espírito humano.
Os colegas de tripulação interromperam Grunsfeld com elogios uns aos outros e aos engenheiros, astrônomos e treinadores na Terra que haviam tornado tudo aquilo possível. "Drew, você foi um parceiro de passeio espacial incrível", disse Grunsfeld a certo ponto, se referindo ao doutor Andrew J. Feustel, especialista da missão.
Para Grunsfeld, não foi apenas o término de uma missão, mas o fim de uma carreira. Durante 10 anos e oito passeios espaciais - que totalizaram 58 horas, colocando-o em quarto lugar na lista de todos aqueles que realizaram alguma atividade extraveicular em espaço aberto -, ele tem sido o homem de reparos do telescópio, o único astrônomo que observou através do Hubble e o tocou no espaço.
Não foi um papel com o qual se afeiçoou facilmente. Grunsfeld admitiu que, antes de se tornar um astronauta, ele não tinha tanto entusiasmo pelo telescópio Hubble. Por ser um astrofísico de alta-energia não envolvido na astronomia ótica clássica, disse, "meio que me ressentia em relação ao Hubble".
Mas, em entrevista recente, afirmou: "Era uma posição bem ignorante que eu tinha". Em 2004, disse a uma junta de distintos cientistas que decidiam o futuro do telescópio espacial que estaria disposto a arriscar a própria vida por ele.
"O Hubble talvez seja o mais importante instrumento científico já criado", disse Grunsfeld. "E, sabe, são palavras bem fortes e acho que elas provavelmente são verdade."
Mas astronautas não retornarão ao telescópio e Grunsfeld disse que esse seria seu último vôo espacial.
A maior parte de seus últimos dias como astronauta em espaço aberto esteve livre de dramas enquanto flutuava a 560 km sobre a Terra. Grunsfeld e Feustel começaram cedo e terminaram suas primeiras tarefas, concluir a substituição das baterias do telescópio e instalar um novo rastreador de estrelas, uma hora antes do previsto.
Sua recompensa foi substituir diversos revestimentos de isolamento antigos do telescópio, que estavam caindo aos pedaços, por placas mais robustas. Assim, Grunsfeld passou alguns dos últimos momentos de sua carreira com o Hubble na ponta do braço robô, arrancando isolantes em desintegração das laterais do telescópio.
Quando terminou, passou um tempo tirando fotos. "É uma bela espaçonave", disse em um momento. No final do dia, o geofísico Feustel jogou para trás sua cabeça para apreciar o Oceano Pacífico. Mas, pelo que se viu depois, eles não haviam realmente terminado.
Num tipo de giro cômico e vagaroso que você não ousaria imitar, Grunsfeld esbarrou em uma antena do telescópio com o pé enquanto estava seguindo um fragmento e arrancou sua ponta. Após verificar que era a ponta da antena, ele disse: "Estou passando mal".
Os controladores do telescópio em solo rapidamente determinaram que a antena ainda funcionava bem. Dan Burbank, no controle da missão, disse ao desconsolado Grunsfeld: "Só gostaria que você soubesse que estamos todos positivos em relação a isso. Achamos que a antena vai ficar bem".
Mas, após seu discurso de adeus, Grunsfeld precisou sair de novo em direção ao telescópio para pôr uma cobertura que lhe forneceria alguma proteção.
Isso lhe deu uma última oportunidade de abraçar o Hubble. "Desculpe, senhor Hubble", disse Grunsfeld. "Tenha uma boa viagem."
Fonte: Dennis Overbye (The New York Times) via Terra - Tradução: Amy Traduções
"O Hubble não é apenas um satélite", disse Grunsfeld. "É um símbolo da busca da humanidade por conhecimento." Citando Arthur C. Clarke, o escritor e visionário espacial, continuou: "A única forma de achar os limites do possível é os ultrapassar rumo ao impossível"., astrônomo e doutor John M. Grunsfeld fez uma pausa em tributo ao telescópio e ao espírito humano.
Os colegas de tripulação interromperam Grunsfeld com elogios uns aos outros e aos engenheiros, astrônomos e treinadores na Terra que haviam tornado tudo aquilo possível. "Drew, você foi um parceiro de passeio espacial incrível", disse Grunsfeld a certo ponto, se referindo ao doutor Andrew J. Feustel, especialista da missão.
Para Grunsfeld, não foi apenas o término de uma missão, mas o fim de uma carreira. Durante 10 anos e oito passeios espaciais - que totalizaram 58 horas, colocando-o em quarto lugar na lista de todos aqueles que realizaram alguma atividade extraveicular em espaço aberto -, ele tem sido o homem de reparos do telescópio, o único astrônomo que observou através do Hubble e o tocou no espaço.
Não foi um papel com o qual se afeiçoou facilmente. Grunsfeld admitiu que, antes de se tornar um astronauta, ele não tinha tanto entusiasmo pelo telescópio Hubble. Por ser um astrofísico de alta-energia não envolvido na astronomia ótica clássica, disse, "meio que me ressentia em relação ao Hubble".
Mas, em entrevista recente, afirmou: "Era uma posição bem ignorante que eu tinha". Em 2004, disse a uma junta de distintos cientistas que decidiam o futuro do telescópio espacial que estaria disposto a arriscar a própria vida por ele.
"O Hubble talvez seja o mais importante instrumento científico já criado", disse Grunsfeld. "E, sabe, são palavras bem fortes e acho que elas provavelmente são verdade."
Mas astronautas não retornarão ao telescópio e Grunsfeld disse que esse seria seu último vôo espacial.
A maior parte de seus últimos dias como astronauta em espaço aberto esteve livre de dramas enquanto flutuava a 560 km sobre a Terra. Grunsfeld e Feustel começaram cedo e terminaram suas primeiras tarefas, concluir a substituição das baterias do telescópio e instalar um novo rastreador de estrelas, uma hora antes do previsto.
Sua recompensa foi substituir diversos revestimentos de isolamento antigos do telescópio, que estavam caindo aos pedaços, por placas mais robustas. Assim, Grunsfeld passou alguns dos últimos momentos de sua carreira com o Hubble na ponta do braço robô, arrancando isolantes em desintegração das laterais do telescópio.
Quando terminou, passou um tempo tirando fotos. "É uma bela espaçonave", disse em um momento. No final do dia, o geofísico Feustel jogou para trás sua cabeça para apreciar o Oceano Pacífico. Mas, pelo que se viu depois, eles não haviam realmente terminado.
Num tipo de giro cômico e vagaroso que você não ousaria imitar, Grunsfeld esbarrou em uma antena do telescópio com o pé enquanto estava seguindo um fragmento e arrancou sua ponta. Após verificar que era a ponta da antena, ele disse: "Estou passando mal".
Os controladores do telescópio em solo rapidamente determinaram que a antena ainda funcionava bem. Dan Burbank, no controle da missão, disse ao desconsolado Grunsfeld: "Só gostaria que você soubesse que estamos todos positivos em relação a isso. Achamos que a antena vai ficar bem".
Mas, após seu discurso de adeus, Grunsfeld precisou sair de novo em direção ao telescópio para pôr uma cobertura que lhe forneceria alguma proteção.
Isso lhe deu uma última oportunidade de abraçar o Hubble. "Desculpe, senhor Hubble", disse Grunsfeld. "Tenha uma boa viagem."
Fonte: Dennis Overbye (The New York Times) via Terra - Tradução: Amy Traduções
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